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Redação instrumental I: Silogismo: é um mecanismo lógico pelo qual se deduz uma conclusão a partir de premissas. Há uma premissa maior, na qual se afirma que todo Termo Médio é um Termo Maior. Há uma premissa menor, na qual se afirma que o Termo Menor é um Termo Médio. Em conclusão, se o Termo Menor é um Termo Médio e se todo Termo Médio é um Termo Maior, pode-se dizer que o Termo Menor é um Termo Maior. Um exemplo clássico de silogismo: Premissa maior – Todo homem é mortal; Premissa menor – Sócrates é homem; Conclusão – Sócrates é mortal. O silogismo jurídico, que corresponde à aplicação da lei, constrói-se do seguinte modo: A norma legal é a premissa maior; A descrição dos fatos corresponde à premissa menor; A aplicação da norma legal corresponde à conclusão. Vejamos um exemplo: Premissa maior (norma): Os alunos (Termo Médio) devem permanecer em silêncio (Termo Maior); Premissa menor (fato): Neto (Termo Menor) é aluno (Termo Médio); Conclusão (aplicação): Neto (Termo Menor) deve permanecer em silêncio (Termo Maior). Modalizadores: palavras que indicam, por vezes sutilmente, a posição e o ponto de vista assumido pelo autor do discurso em relação ao que está sendo dito. Indicam um juízo de valor. Ex.: Talvez, assim, realmente, deve, pode, pretende, felizmente, certamente, possivelmente... Tipos de argumento – fundamentação simples "Os argumentos são os recursos linguísticos que visam à persuasão, ao convencimento. O argumento não é uma prova inequívoca da verdade. Argumentar não significa impor uma forma de demonstração, como nas ciências exatas. O argumento implica um juízo do quanto é provável ou razoável." Argumento pró-tese: são fatos que justificam aquilo que precisa ser provado. Utiliza a razoabilidade e a coerência como fundamento de validade; ou seja, o argumento pró-tese é aquele que desenvolve a explicação razoável para determinada questão relevante do raciocínio argumentativo. É extraído dos fatos reais contidos no relatório e a estrutura ideal para desenvolvê-lo é tese + porque + também + além disso.} Ex.: "O hospital foi negligente porque utilizou água contaminada no tratamento de hemodiálise de pacientes renais, e também não comunicou o fato à secretaria de saúde. Além disso, mesmo após ter conhecimento do alto índice de contaminação por bactérias, continuou a utilizá-la, colocando em perigo iminente a vida dos pacientes." Argumento de autoridade: é aquele que invoca o prestígio dos atos ou juízos de uma determinada pessoa ou grupo, ou até do código. Constituído com base nas fontes do Direito, em pesquisas comprovadas. Deve-se atentar para os conceitos de polifonia, paráfrase e citação. Ex.: "Como esclareceu o douto Procurador, Paulo Cezar Pinheiro Carneiro, 'é preciso d eixar claro que, na separação consensual, a sociedade conjugal é dissolvida'" Argumentos de oposição: Indica a justaposição de ideias opostas, visando a contrastá-las. Podem se dar de maneira concessiva (quando se prevê a ideia oposta desde o início do período – conjunções "embora" e "apesar de") ou restritiva (quando a ideia oposta surge em seguida – conjunções "mas" e "porém") Argumentos a fortiori: Indica que uma conclusão deverá ser necessariamente aceite, já que ela é logicamente muito mais verdadeira que outra que já o foi anteriormente (Quem pode o mais pode o menos). Ex.: "Se, como proclamam habitualmente as Constituições, todos são iguais perante a lei, podemos esperar que, a fortiori, todos também sejam iguais perante a Administração Pública." Argumento de senso comum: consiste no aproveitamento de uma afirmação que goza de consenso geral e está amplamente difundida na sociedade. Ex.: "Sabe-se que quem tem o no me incluído no SPC passa por uma situação constrangedora. Sendo assim, aquele cujo nome foi inserido indevidamente nesse cadastro tem direito à indenização por danos morais. " Argumento a contrario sensu: É aquele que concede a uma proposição interpretação inversa. Muito utilizado no contexto jurídico. Considera válido ou permitido o contrário do que tiver sido proibido ou limitado. Exemplo: “Se o legislador especificou taxativamente os casos de incidência do tributo, a contrario sensu os demais casos não estão abrangidos." Argumento de prova: é construído a partir de um indício extraído de um fato real. Segue o seguinte esquema: Fato real Indício Argumento Argumento de fuga: É aquele que se desvia das questões principais que devem ser defendidas para buscar sensibilização por meio de temas mais subjetivos. Seu uso deve ser comedido, pois ele tende a confundir o relatório. Ex.: "O advogado habilidoso, que não tem como negar o crime do réu, enfatiza que ele é bom filho, bom marido, trabalhador, etc." Argumento de causa e consequência: Relaciona conceitos de causalidade e efeito com o objetivo de evidenciar as consequências imediatas de determinado ato (retirado das provas) praticado pelas partes. Ex.: "Já que a vítima não possui automóvel e trabalha até tarde como vendedora em um shopping há uma hora e meia de casa, não poderia ela deixar de passar por tal lugar que, apesar de ermo, é caminho obrigatório para sua casa." Argumento por analogia: aparece principalmente no uso das decisões jurisprudenciais e baseia-se no princípio de que a justiça deve tratar de maneira semelhante situações idênticas. Ex: "Se o dono de um estabelecimento comercial é obrigado a pagar tributos para ter o direito de vender sua mercadoria, por analogia, um camelô também deveria pagar tributos sobre a mercadoria comercializada." Argumento por vínculo causal: Uma argumentação pode escolher por estabelecer um vínculo causal entre: a) dois acontecimentos sucessivos; “se não houvesse o primeiro, não haveria o segundo” b) um acontecimento e uma causa determinante; “vida social do criminoso como causa determinante de seus atos ilícitos” c) um acontecimento e seus efeitos pro váveis; “