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Redação I

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Prévia do material em texto

Centro de Capacitação Camila Viana 
Professora Marilane Ferreira dos Santos 
REDAÇÃO 
Curso Preparatório Intensivo – ENEM 
 
ÍNDICE 
 
 
1. Apresentação........................................................................................................................................2 
2. Leitura e produção de sentido..............................................................................................................3 
Inferências e Previsões..................................................................................................................... 5 
A situação comunicativa e os fatores de contextualização ............................................................. 6 
3. Produção e Recepção de textos ...........................................................................................................6 
Atividades ......................................................................................................................................12 
Produção de texto 1 ....................................................................................................................... 15 
4. O que é texto? ....................................................................................................................................16 
O que faz de um texto uma unidade significativa .......................................................................... 16 
Critérios da textualidade ............................................................................................................... 17 
5. Fatores de Textualidade .................................................................................................................... 19 
Exercícios....................................................................................................................................... 20 
6. Dicas .................................................................................................................................................. 30 
7. Referências Bibliográficas .................................................................................................................. 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
O homem é um ser racional porque tem a capacidade de usar a linguagem. A linguagem 
não só permite ao homem pensar, mas também pensar no que está pensando. Essa consciência de 
seu próprio pensamento lhe permite organizar os dados da realidade exterior e interior, relacionar 
o presente com o passado e com o futuro, construir uma realidade, saborear a dor e o prazer. 
Você é este ser que é capaz de realizar tudo isso e, também, de se tornar agente de sua 
própria criação. O instrumento de que você dispõe para tanto é a palavra. Aprimorar o seu uso 
significativo e desenvolver a habilidade que o identifica como ser humano - um ser inteligente, 
criativo e sensível. Ao escrever, você se inscreve na matéria, imortalizando o seu pensar e o seu 
sentir. 
 As palavras são fonte de comunicação com o mundo e de interação entre as pessoas. As 
palavras chegam até nós pela fala e pela escrita. Vêm de todos os cantos e nos fazem sentir 
emoções diversas. As palavras vêm e vão. Fazem parte do nosso dia a dia, pois está presente em 
todas as relações sociais. 
Sendo assim, é com grata satisfação que apresentamos o seu material de Redação. Ele é a 
concretização de uma certeza: dominar a leitura e a escrita, nas mais diversas situações cotidianas 
é uma das habilidades que as pessoas precisam desenvolver. 
Sabemos da importância do domínio da linguagem, como atividade discursiva e cognitiva, 
assim como da importância do domínio da língua, como sistema simbólico utilizado por 
determinada comunidade linguística. Por esses motivos, preparamos um material que procura 
apresentar ferramentas que poderão ajudá-lo a lidar com a palavra e os textos, sejam eles orais 
ou escritos, nas mais diferentes situações, assim como na recepção dos diversos textos que 
circulam socialmente. 
Esperamos que, com isso, você possa agir e interagir com as pessoas; argumentar e 
persuadir; reivindicar e protestar, entre tantas outras coisas que o bom uso da linguagem nos 
possibilita. 
Sucesso! 
 
Grande abraço, 
 
Marilane 
 
 
 
 
Ler e escrever são, por excelência, exemplos de habilidades e 
de aprendizagens significativas. Isso porque não se 
circunscrevem apenas no âmbito das tarefas e avaliações 
escolares. Ler e escrever são aprendizagens para a vida, em 
todas as suas instâncias. 
 
. 
I. LEITURA E PRODUÇÃO DE SENTIDO 
Antes e além de sermos leitores de textos escritos, somos leitores do mundo. Somos habituados 
a uma infinidade de experiências e ideias que nos fazem atribuir sentido aos objetos, às pessoas, às 
imagens e situações que nos cercam. A leitura fornece nos matéria-prima para a escrita (o que escrever) 
e contribui para a constituição de modelos (como escrever). Um leitor competente é capaz de selecionar, 
dentre os trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender às suas necessidades de maneira 
mais adequada, de acordo com seus propósitos. Sabendo disso, devemos trabalhar para que nos tornemos 
leitores cada vez mais eficientes. 
 
É importante alertar que a leitura tem sido vista, a muito tempo, como mero procedimento de 
decodificação dos signos linguísticos. No entanto temos, hoje, por avanço dos estudos linguísticos, 
condições de romper e superar concepções antigas como as de que ler é converter letras em sons. Nessa 
concepção os indivíduos leem, mas não chegam a compreender o texto ou sentem dificuldade em fazê-lo. 
Para realmente aprender a ler é preciso interagir com a diversidade de textos escritos, compreender os 
mecanismos da produção e produzir sentido ao que leu, percebendo a complexidade do texto e sua função 
social. 
 
O trabalho com a leitura tem que ser diário e deve ser diversificado, buscando o maior número 
possível de gêneros e temas. Durante a leitura é necessário que se vá criando canais de interação com o 
texto, a fim de reconhecer os sentidos atribuídos a ele. 
 
Concluímos, então, que ler é um processo ativo, por meio do qual atribuímos significados aos sinais 
e imagens que vemos no papel e com eles construímos sentido. E esse sentido depende de nossas 
experiências e conhecimentos prévios – conhecimentos de mundo, dos códigos sociais que regem a 
comunicação, dos tipos de textos, das palavras e estruturas linguísticas. É com base nesses conhecimentos 
prévios que vamos deslizando por entre palavras escritas, elaborando hipóteses, adivinhando, fazendo 
previsões. E, à medida que avançamos, vamos monitorando nosso filme mental para ver se ele faz sentido, 
se devemos rever nossas hipóteses e alterar nossas interpretações. 
 
Essa leitura atenta, abre a possibilidade de interrogar o texto e fazer a diferenciação entre 
realidade e ficção; da identificação de elementos discriminatórios e recursos persuasivos, da interpretação 
de sentido figurado, da inferência sobre a intencionalidade do autor, etc. 
 
Ler sem compreender não é leitura. É tarefa do leitor competente é, portanto, apreender o sentido 
global do texto, utilizando recursos para a sua compreensão, de forma autônoma. 
Na leitura, deve-se chamar a atenção para o fato de que o texto é uma “construção”. Então, para 
se fazer uma boa leitura é necessário que se conheçam os mecanismos de construção do texto para que a 
sua recepção fique mais clara, prazerosa e proveitosa. Veja: 
 AUTOR - é aquele que produz o texto. É ele quem escolhe o assunto e a linguagem, é ele quem sabe 
a intenção que estará prevista no texto. 
 
 LEITOR VIRTUAL – é o perfil que o autor cria ao iniciar o processode produção. É ele quem estabelece 
as escolhas do autor. 
 TEXTO - é um evento comunicativo que envolve atividades linguísticas, cognitivas e sociais. O texto é 
constituído de enunciados. 
 ENUNCIADO – á a dimensão material do texto: as palavras, as frases e, no caso dos textos escritos, a 
silhueta do texto, o portador, os desenhos, fotos, etc. 
 LOCUTOR (narrador ou eu-lírico) – O locutor é criado pelo autor para enunciar os fatos. O locutor é a 
voz que fala no texto. Em um mesmo texto pode haver mais de um locutor (polifonia), que dividem 
entre si a enunciação. 
Enunciar é manifestar, expor, expressar, manifestar (o pensamento) através de palavras. 
 ENUNCIAÇÃO – é o ato de produção do texto, que é um acontecimento histórico único, que não se 
repete. Podemos, porém, nos textos escritos reconstruir a situação de enunciação por pistas deixadas 
no enunciado. 
 ENUNCIADOR – é cada uma das posições assumidas, são os pontos de vista defendidos, que levam à 
enunciação. O locutor é o porta voz do enunciador, ou seja, é aquele que defende, que articula o 
pensamento, um ponto de vista. O locutor-enunciador pode manifestar-se mais ou menos 
abertamente no texto. Observe: 
 Eu acredito que a plataforma do governo possa ter sucesso. 
 Acreditamos que a plataforma do governo possa ter sucesso. 
 Acredita-se que a plataforma do governo possa ter sucesso. 
 A plataforma do governo Dilma é um sucesso. 
 LEITOR - é quem lê o texto. Cabe ao leitor perceber as marcas linguísticas que, no texto, revelam o 
ponto de vista de cada locutor e a intenção básica do autor. Quando isso acontece o leitor se 
transforma em enunciatário. 
 ENUNCIATÁRIO – é aquele que percebe a intenção do autor e a posição dos enunciadores, ou seja, 
aquele que compreende, interpreta e assimila o texto. 
 CO- ENUNCIAÇÃO - é a recepção (produção de sentido) da enunciação, ou seja, a percepção da 
intencionalidade e a aceitação da enunciação. 
 
LEIA e RESPONDA: 
 Mais tarde, instituiu-se o dote. Ou seja, as mulheres, como caixas de sabão em pó, passaram a vir 
como brindes. O pai da noiva oferecia, digamos, dez cântaros de azeite e dois camelos ao noivo e ainda 
dizia: 
 __ Pode examinar os dentes. 
 __Deixa ver... 
 __ Da noiva não, dos camelos! 
 Luís Fernando Veríssimo. Do casamento. 
3 
1) Quantos locutores assumem a palavra no texto? 
 
2) Quantos enunciadores se manifestam no texto? Qual é o ponto de vista de cada um deles? 
 
3) Que personagens do texto representam o ponto de vista dominante da sociedade do dote? 
 
4) Que diferença há entre o texto original e esta outra versão dos fatos? 
Mais tarde, com a instituição do dote, as mulheres, para se casar, deviam contar com a disponibilidade de 
bens oferecidos ao noivo pelos pais. 
 
 
5) Todas as alternativas interpretam de forma adequada a representação do locutor e de seus pontos de 
vista, exceto: 
a) Com o uso da forma instituiu-se, o locutor apaga o agente da ação e atribui a responsabilidade pelo 
ato de instituir a uma coletividade com a qual ele não se identifica. 
b) A forma verbal digamos revela que o locutor desconhece o valor do dote que tornava o casamento 
vantajoso para o noivo. 
c) Ao equiparar a mulher a um produto de consumo que vinha acompanhado de brindes, o locutor critica 
de forma cômica e caricatural, o absurdo da situação. 
d) Com o uso do ainda, o locutor reforça seu julgamento crítico sobre o fato de o noivo, como qualquer 
comprador, ter o direito de examinar os bens recebidos. 
INFERÊNCIAS E PREVISÕES 
 Fazer previsões é antecipar, supor o que vem a seguir em um texto, com base em conhecimentos 
de mundo, de língua e dos usos sociais da linguagem. Fazer inferências é estabelecer relações entre 
elementos do texto, de forma a tirar conclusões que vão além dos dados claramente apresentados. 
 
TESTE – 
1) Leia o texto abaixo e assinale a alternativa que apresenta uma inferência possível, mas não 
comprovável por pistas do texto. 
 
Um levantamento sobre o consumo abusivo de medicamentos da Fundação Oswaldo Cruz aponta os 
remédios como a principal causa das intoxicações tratadas nos hospitais. As maiores vítimas são as 
crianças, com 65% do total dos casos. 
VEJA, São Paulo, Abril, ed. 1512, ano 30., n.36, a0 set. 1997. 
 
a) A fundação Oswaldo Cruz se ocupa com problemas de saúde pública. 
b) Além do uso abusivo de medicamentos, há outras causas de intoxicação. 
c) Os adultos também são vítimas de intoxicações medicamentosas. 
d) As crianças sempre se intoxicam com remédios tomados sem o conhecimento dos adultos. 
 
2) MORTE NO HOSPITAL 
 
O jornal da Associação Médica Americana estima que 0,32% das pessoas internadas em hospitais dos 
Estados Unidos morrem devido a reações adversas a remédios, como interação entre drogas ministradas 
simultaneamente e erros médicos na hora de dosar os remédios. 
ÉPOCA, São Paulo, Globo, ano 1, n.18, 21 de set. 1998. 
 
 A única inferência que pode ser comprovada por pistas do texto acima é: 
a) O índice estimado pelo jornal da Associação Médica Americana para os Estados Unidos é excelente e 
não deve preocupar o governo daquele pais. 
b) Se a estimativa fosse feita no Brasil, o percentual de mortes pelos motivos abordados na notícia seria 
provavelmente maior. 
c) Os médicos têm de levar em conta uma possível interação dos remédios que prescrevem a seus 
pacientes. 
d) Os laboratórios farmacêuticos estão mais aptos a prescrever dosagens corretas das drogas que 
fabricam do que os médicos. 
 
A SITUAÇÃO COMUNICATIVA E OS FATORES DE CONTEXTUALIZAÇÃO 
O sentido de um texto não está na sua dimensão material, isto é, no enunciado, mas na relação 
desse enunciado com a enunciação, isto é, com o ato mesmo de produzir o enunciado. 
A SITUAÇÃO COMUNICATIVA é a moldura que orienta a produção e interpretação dos textos. 
Quando falamos ou escrevemos, levamos em conta o assunto, nossos objetivos, a imagem que temos do 
nosso interlocutor, o grau de intimidade que podemos e desejamos ter com ele. Quando ouvimos ou 
lemos, procuramos inferir a intencionalidade do produtor do texto, a que tipo de ouvinte/leitor ele parece 
dirigir-se e como o considera. Por isso, um mesmo enunciado pode ter sentidos diferentes quando muda 
algum elemento da enunciação, como os interlocutores e a situação comunicativa. 
Nos textos escritos, podemos inferir a situação comunicativa, observando os fatores de contextualização: o 
portador ou veículo em que o texto aparece ( livro, folheto, jornal, revista, etc.), a assinatura, a data, o local, a 
disposição do texto na página, os elementos visuais e gráficos ( timbre do papel, fotos, cores, etc.), a localização no 
portador ( por exemplo, a seção da revista ou jornal). Ainda que não tenhamos conhecimento de nenhum desses 
fatores, podemos fazer suposições sobre a situação comunicativa, observando o assunto, a estrutura do texto e o 
tipo de linguagem nele utilizada. 
 
TESTE – Que sentido teria o enunciado “ Um novo cenário, uma nova visão”, nas situações comunicativas indicadas. 
a) Num anúncio de lentes de contato coloridas. 
 
 
 
b) Em uma faixa, em frente à Câmara de vereadores, após a posse dos eleitos. 
 
 
 
c) Em um cartaz de peça teatral. 
 
 
II. PRODUÇÃO E RECEPÇÃO DE TEXTOS 
Texto1 Muito cedo para decidir 
Rubem Alves 
Gandhi se casou menino. Foi casado menino. O contrato, foram os grandes que assinaram. Os dois nem 
sabiam direito o que estava acontecendo, ainda não haviam completado 10 anos de idade, estavam interessados em 
brincar. Ninguém era culpado: todo mundo estava sendo levado de roldão pelas engrenagensdessa máquina 
chamada sociedade, que tudo ignora sobre a felicidade e vai moendo as pessoas nos seus dentes. Os dois passaram 
o resto da vida se arrastando, pesos enormes, cada um fazendo a infelicidade do outro. 
Vocês dirão que felizmente esse costume nunca existiu entre nós: obrigar crianças que nada sabem a entrar 
por caminhos nos quais terão de andar pelo resto da vida é coisa muito cruel e... burra! Além disso já existe entre 
nós remédio para casamento que não dá certo. 
Antigamente, quando se queria dizer que uma decisão não era grave e podia ser desfeita, dizia-se: "isso não 
é casamento!". Naquele tempo, sim, casamento era decisão irremediável, para sempre, até que a morte os 
separasse, eterna comunhão de bens e comunhão de males. Mas agora os casamentos fazem-se e desfazem-se até 
mesmo contra a vontade do Papa, e os dois ficam livres para começar tudo de novo... 
Pois dentro de poucos dias vai acontecer com nossos adolescentes coisa igual ou pior do que aconteceu com 
o Gandhi e a mulher dele, e ninguém se horroriza, ninguém grita, os pais até ajudam, concordam, empurram, fazem 
pressão, o filho não quer tomar a decisão, refuga, está com medo. "Tomar uma decisão para o resto da minha vida, 
meu pai! Não posso agora!" e o pai e a mãe perdem o sono, pensando que há algo errado com o menino ou a menina, 
e invocam o auxílio de psicólogos para ajudar... 
Está chegando para muitos o momento terrível do vestibular, quando vão ser obrigados por uma máquina, 
do mesmo jeito como o foram Gandhi e Casturbai (era esse o nome da menina), a escrever num espaço em branco 
o nome da profissão que vão ter. 
Do mesmo jeito não: a situação é muito mais grave. Porque casar e descasar são coisas que se resolvem 
rápido. Às vezes, antes de se descasar de uma ou de um, a pessoa já está com uma outra ou um outro. Mas, com a 
profissão não tem jeito de fazer assim. Pra casar, basta amar. 
Mas na profissão, além de amar tem de saber. E o saber leva tempo pra crescer. 
A dor que os adolescentes enfrentam agora é que, na verdade, eles não têm condições de saber o que é que 
eles amam. Mas a máquina os obriga a tomar uma decisão para o resto da vida, mesmo sem saber. 
 
Saber que a gente gosta disso e gosta daquilo é fácil. O difícil é saber qual, dentre todas, é aquela de que a 
gente gosta supremamente. Pois, por causa dela, todas as outras terão de ser abandonadas. A isso que se dá o nome 
de "vocação"; que vem do latim, vocare, que quer dizer "chamar". É um chamado, que vem de dentro da gente, o 
sentimento de que existe alguma coisa bela, bonita e verdadeira à qual a gente deseja entregar a vida. Entregar-se a 
uma profissão é igual a entrar para uma ordem religiosa. Os religiosos, por amor a Deus, fazem votos de castidade, 
pobreza e obediência. Pois, no momento em que você escrever a palavra fatídica no espaço em branco, você estará 
fazendo também os seus votos de dedicação total á sua ordem. Cada profissão é uma ordem religiosa, com seus 
papas, bispos, catecismos, pecados e inquisições. 
Se você disser que a decisão não é tão séria assim, que o que está em jogo é só o aprendizado de um ofício 
para se ganhar a vida e, possivelmente, ficar rico, eu posso até dizer: "Tudo bem! Só que fico com dó de você! Pois 
não existe coisa mais chata que trabalhar só para ganhar dinheiro." 
É o mesmo que dizer que, no casamento, amar não importa. Que o que importa é se o marido — ou a mulher 
— é rico. Imagine-se agora, nessa situação: você é casado ou casada, não gosta do marido ou da mulher, mas é 
obrigado a, diariamente, fazer carinho, agradar e fazer amor. Pode existir coisa mais terrível que isso? Pois é a isso 
que está obrigada uma pessoa, casada com uma profissão sem gostar dela. A situação é mais terrível que no 
casamento, pois no casamento sempre existe o recurso de umas infidelidades marginais. Mas o profissional, 
pobrezinho, gozará do seu direito de infidelidade com que outra profissão? 
Não fique muito feliz se o seu filho já tem ideias claras sobre o assunto. Isso não é sinal de superioridade. 
Significa, apenas, que na mesa dele há um prato só. Se ele só tem nabos cozidos para comer, é claro que a decisão já 
está feita: comerá nabos cozidos e engordará com eles. A dor e a indecisão vêm quando há muitos pratos sobre a 
mesa e só se pode escolher um. 
Um conselho aos pais e aos adolescentes: não levem muito a sério esse ato de colocar a profissão naquele 
lugar terrível. Aceitem que é muito cedo para uma decisão tão grave. Considerem que é possível que vocês, daqui a 
um ou dois anos, mudem de ideia. Eu mudei de ideia várias vezes, o que me fez muito bem. Se for necessário, 
comecem de novo. Não há pressa. Que diferença faz receber o diploma um ano antes ou um ano depois? Em tudo 
isso o que causa a maior ansiedade não é nada sério: é aquela sensação boba que domina pais e filhos de que a vida 
é uma corrida e que é preciso sair correndo na frente para ganhar. Dá uma aflição danada ver os outros começando 
a corrida, enquanto a gente fica para trás. 
Mas a vida não é uma corrida em linha reta. Quando se começa a correr na direção errada, quanto mais 
rápido for o corredor, mais longe ele ficará do ponto de chegada. Lembrem-se daquele maravilhoso aforismo de T. 
S. Eliot: "Num país de fugitivos os que andam na direção contrária parecem estar fugindo." 
Assim, Raquel, não se aflija. A vida é uma ciranda com muitos começos. 
Coloque lá a profissão que você julgar a mais de acordo com o seu coração, sabendo que nada é definitivo. 
Nem o casamento. Nem a profissão. E nem a própria vida... 
O escritor responde a uma estudante angustiada e dá aos pais motivos para meditarem sobre a escolha da 
profissão. 
O texto acima foi extraído do livro "Estórias de quem gosta de ensinar — O fim dos Vestibulares", editora Ars Poetica — 
São Paulo, 1995, pág. 31. 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disponível em: https://www.google.com.br/search?q=ANUNCIO+SEM+INFORMA. Acesso em 01 de junho de 2017. 
TEXTO 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disponível em: 
https://chacara.wordpress.com/2008/04/25/augusto-de-campos-pulsar-1975/. Acesso em 1 de junho de 2017. 
TEXTO 4 Casamento 
Adélia Prado 
Há mulheres que dizem: 
Meu marido, se quiser pescar, pesque, 
mas que limpe os peixes. 
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto, 
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. 
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha, 
de vez em quando os cotovelos se esbarram, 
ele fala coisas como "este foi difícil" 
"prateou no ar dando rabanadas" 
e faz o gesto com a mão. 
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez 
atravessa a cozinha como um rio profundo. 
Por fim, os peixes na travessa, 
vamos dormir. 
Coisas prateadas espocam: 
somos noivo e noiva. 
 Texto extraído do livro "Adélia Prado - Poesia Reunida", Ed. Siciliano - São Paulo, 1991, pág. 252. 
 
Texto 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disponível em: 
http://www.imgrum.org/user/_signosoficial/4457509535. Acesso em 01 de junho de 2017. 
TEXTO 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disponível 
em: 
http://www.stem.com.br/noticias.php?noticia=95&titulo=joao-correa-no-jornal-diario-de-canoas. Acesso em 01 de junho de 
2017. 
TEXTO 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO 8 
 
 
 
O que você pode perceber a respeito de suas impressões sobre cada texto lido? Certamente você 
leu cada um de uma maneira particular. O que influenciou a leitura? Podemos enumerar alguns critérios 
que determinam sua recepção dos textos: 
 O formato (prosa ou verso); 
 O código utilizado (linguagem verbal e/ou não verbal); 
 A variante linguística (formale/ou coloquial, vocabulário); 
 O suporte (veículo de circulação; livro, revista, internet); 
 A autoria (ou mesmo a ausência de referência ao nome do autor); 
 A intencionalidade e a aceitabilidade (os objetivos do autor e o público alvo); 
 A informatividade (o tipo de informação presente). 
Uma vez que cada texto foi construído a partir de diferentes estratégias, deve-se verificar que cada 
um possui características particulares que lhes determinam uma classificação. Assim, mais do que 
meramente classifica-los, o leitor deve ter consciência de alguns recursos utilizados na produção, bem 
como do contexto em que esses recursos foram utilizados. Não se pode ler uma narrativa ficcional como 
A aí, bls? Vc disse q ia mandar a foto naum mandou... 
to esperando falow, v se naum esquece d novo. Qdo 
é q vem p/bh? to te esperando. depois a gente tc+. 
Bjs,cacau
 
se lê uma notícia de jornal, nem uma propaganda como um artigo científico. Não se pode ler uma poesia 
arcadista como se lê uma poesia concreta. 
Mesmo que inconscientemente, todo leitor tenta adequar-se às exigências propostas por um 
enunciado, estabelecendo “pactos de leitura” com o texto: espera-se, por exemplo, que um leitor 
horóscopo considere plausíveis as previsões feitas para o seu signo naquele dia. Dessa forma até mesmo 
o leitor que se propuser quebrar esse acordo (nesse caso, ler o horóscopo sem a Intenção de acreditar nas 
previsões, ou acreditar somente nas previsões que lhe convier)estará criando um novo pacto, uma nova 
maneira de leitura, a qual todo texto está sujeito. É importante ressaltar que tal pacto depende não só 
das intenções do leitor, mas também do contexto no qual o mesmo se insere, por exemplo: a idade, o 
sexo, a época e o mundo em que vive, o momento e o objetivo da leitura e os seus conhecimentos prévios. 
Um egresso do Ensino Médio que tiver contato com o texto 1 encontrará nele informações que poderão 
passar ilesas na leitura de um adulto que tenha escolhido sua profissão. Da mesma forma, uma pessoa 
que não estiver informada sobre o contexto sócio-político que gerou a produção do texto & (charge), 
provavelmente terá uma interpretação equivocada do mesmo, já que esse texto precisa ser 
contextualizado para ser compreendido. E o que diríamos de uma pessoa do início do século XIX que se 
deparasse com a poesia-concreta (texto 3) ou com a linguagem do texto 8? Certamente a recepção não 
seria a mesma de um leitor contemporâneo. Com isso, concluímos que o sentido do texto não está pronto 
nem acabado no enunciado. Cabe também ao leitor, com sua bagagem e com suas expectativas, participar 
do processo de construção do sentido textual. Assim, quanto maior a bagagem do leitor, maiores as 
chances de ele processar uma inter-leitura , relacionando e tecendo informações: quanto maior a sua 
capacidade de se adaptar ao texto, maiores as suas chances de entender os objetivos e aspectos de cada, 
de cada estratégia textual. 
ATIVIDADES 
 A partir das informações acima, responda às questões propostas. 
 
1. ESCREVA um parágrafo COMPARANDO os recursos utilizados na construção dos textos 4 
(poema) e 6 (notícia). Como conclusão, mostre como essas diferenças interferem na leitura 
dos textos. 
 
 
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2. INDIQUE os tipos de leitores esperados para os textos % e &. JUSTIFIQUE sua resposta com 
elementos presentes nos próprios textos. 
 
“Todo texto é uma máquina preguiçosa pedindo ao leitor que faça uma parte de seu trabalho.” 
 Umberto Eco 
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3. Escreva um parágrafo em que você: 
RELACIONE os dois enunciados do texto 2(propaganda) 
IDENTIFIQUE o público alvo da propaganda, considerando não só o produto anunciado, mas 
também o veículo em que circula o texto. 
 
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4. COMPARE a linguagem utilizada no texto 6(notícia) à do texto 7 (bate-papo virtual), tendo em 
vista os objetivos e o suporte de cada texto. 
 
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________________________________________________________________________5. RELACIONE a linguagem verbal à não verbal (símbolos e enquadramentos) utilizados no texto 
3. EXPLICITANDO a operação que o leitor deve realizar para decodificar a mensagem do texto. 
 
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Leia o texto que segue, de autoria de Ferreira Gullar: 
 
POEMA BRASILEIRO 
 
No Piauí de cada 100 crianças que nascem 
78 morrem antes de completar 8 anos de idade 
 
No Piauí 
de cada 100 crianças que nascem 
78 morrem antes de completar 8 anos de idade 
 
No Piauí 
de cada 100 crianças 
que nascem 
78 morrem 
antes 
de completar 
8 anos de idade 
 
antes de completar 8 anos de idade 
antes de completar 8 anos de idade 
antes de completar 8 anos de idade 
antes de completar 8 anos de idade 
Disponível em: http://noblat.oglobo.globo.com/noticias/noticia/2007/12/poema-brasileiro-ferreira-gullar-83687.html. Acesso 
em 1 de junho de 2017. 
a) EXPLIQUE como o texto acima se aproxima e, ao mesmo tempo, se distancia da linguagem jornalística. 
 
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b) RELACIONE a disposição das informações em cada estrofe ao efeito de sentido alcançado em cada uma 
delas. 
 
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c) EXPLICITE o possível objetivo da reiteração de um mesmo verso na última estrofe. 
 
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d) JUSTIFIQUE o título do poema. 
 
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PRODUÇÃO DE TEXTO 1 
 Considerando tudo o que foi estudado até aqui, produza um texto (de 15 a 25 linhas) DESENVOLVENDO a 
seguinte ideia: 
 “Todo texto é uma máquina preguiçosa pedindo ao leitor que faça uma parte de seu trabalho.” 
Como estratégia argumentativa, utilize em seu texto, exemplos de diferentes tipos de textos que exigem 
diferentes tipos de colaboração dos leitores. 
 
III. O QUE É UM TEXTO? 
A palavra “texto” veio do latim “textu” que significa tecido.” É um conjunto de partes articuladas e 
organizadas entre si. Assim, para entender um texto em sua totalidade, é preciso estabelecer a relação entre as 
partes, visto que o todo é a síntese das partes. Para que o leitor tenha acesso à totalidade, é necessário ainda extrair 
o tema, o assunto do qual se fala. 
 Elaborar um texto é comunicar-se por meio da escrita ou da fala, no nosso caso, mais especificamente, da 
escrita. 
Tudo que se escreve pode ser considerado uma redação ou composição (um bilhete, uma carta, um e-mail, 
uma propaganda, uma redação de vestibular ou do ENEM...) 
Para redigir um texto correto é necessário organizar suas ideias e moldá-las aos recursos expressivos da 
língua e a leitura é a maior aliada para escrever bem. 
A prática da leitura não nos ensina somente a organização da língua escrita, mas nos fornece também 
conhecimentos e ideias que nos auxiliam no ato de escrever. 
Redigir um texto é para muitos uma tarefa difícil. Inúmeros contratempos começam a surgir, e um deles é a 
insuficiência de conteúdo. As ideias não fluem e, mesmo quando surgem, há uma certa dificuldade em organizá-las. 
Tal atitude muitas vezes corrobora para um sentimento de frustração e incapacidade por parte do emissor. 
O fato é que a escrita é algo que requer habilidade, determinação, paciência eaperfeiçoamento constante. 
Habilidades essas que gradativamente vão sendo conquistadas de acordo com o hábito da leitura e com a constante 
busca por informações, no intuito de ampliarmos nossa visão de mundo, e com a convivência diária enquanto seres 
eminentemente sociais. 
Fundamentalmente, é preciso que haja clareza quanto à mensagem que ora se deseja transmitir. E para tal, 
faz-se necessário planejar, selecionando cuidadosamente as palavras, articulando bem as ideias, de modo a distribuí-
las em períodos curtos e adequando-as à modalidade textual, tendo em vista a intencionalidade comunicativa ora 
em questão. 
Na medida em que vamos expressando nossos pensamentos não nos atemos para uma constante revisão, 
pois isso pode corromper nossa linha de raciocínio. Entretanto, uma releitura é capaz de detectar possíveis falhas 
ortográficas e gramaticais, como também nos permite acrescentar ou suprimir ideias, entre outros procedimentos. 
Um texto é tudo aquilo que comunica algo, seja ele oral, escrito, visual ou musical. Do ponto de vista oral e 
escrito, o texto se constrói a partir de mecanismos sintáticos e semânticos, os quais são responsáveis pela produção 
do sentido. 
Para Fiorin, estudioso da linguagem, o texto “é um todo organizado que produz sentido, isso implica afirmar 
que o sentido de uma parte depende do sentido das outras. No caso dos textos verbais, isso significa que ele não é 
um amontoado de frases, ou seja, nele as frases não estão simplesmente dispostas umas depois das outras, mas 
mantêm relação entre si. Isso quer dizer o sentido de uma frase depende dos sentidos das demais, o sentido de uma 
parte do texto depende do sentido das outras.” 
O QUE FAZ DE UM TEXTO UMA UNIDADE 
SIGNIFICATIVA 
É difícil pensarmos numa definição cabal 
para a expressão “texto”, num mundo em que 
diversas formas de linguagem cercam os indivíduos 
e promove interação entre eles. Há aqueles que 
definem texto utilizando simplesmente o critério 
do alcance da comunicação: se algo comunica algo 
a alguém, temos então o fenômeno textual. 
Utilizando-se esse critério, o quadro ao lado, Las 
meninas, de Velásquez, poderia perfeitamente ser 
considerado um texto: 
 Há, entretanto, aqueles que consideram a definição acima demasiadamente subjetiva, por submeter o texto 
a um leitor/observador que irá, a partir de critérios pessoais, decidir o que é ou não texto. Assim, além de unânime 
condição da existência de um indivíduo que emita e de outro que receba uma determinada mensagem, estipula-se 
também a necessidade de que o código mínimo utilizado pelos interlocutores seja a linguagem verbal. 
 Nosso objetivo aqui não é o nos aprofundarmos nessa inesgotável discussão nem mesmo tomar partido de 
alguma definição, mesmo porque novas modalidades comunicativas surgem a cada dia que passa, o que faz com que 
a própria tentativa de se estabelecerem critérios definitivos para se caracterizar a noção de texto será, além de 
pretenciosa, muito perigosa. 
Entretanto, considerando o objetivo desse material, que é prepará-lo para o ENEM no qual você será 
solicitado a interpretar textos de caráter predominantemente verbal e a produzir textos que sejam produzidos 
fazendo-se uso exclusivamente desta lignuagem, a noção de texto aqui adotada privilegiará enunciados 
comunicativos que façam uso da palavra como código principal. Consequentemente, as principais teorias aqui 
estudadas serão referentes à noção de texto que englobe, dentre outros critérios, a utilização, mesmo que sugestiva, 
da linguagem verbal. 
CRITÉRIOS DE TEXTUALIDADE 
 A partir dessas premissas, estamos aptos a discutir algumas noções primordiais que vem estar presentes 
num enunciado, mas principalmente o contexto em que todo texto é construído. Se, por exemplo, a seguinte estrofe 
retirada de um poema de Carlos Drummond de Andrade, fosse lida e interpretada desconsiderando-se não só o texto 
completo, da qual fora extraída, como também o contexto sem que fora produzida, teríamos uma recepção textual 
totalmente diferente (e, certamente, equivocada) daquela que não despreza os elementos contextuais: 
“As casas espiam os homens 
Que correm atrás das mulheres. 
A tarde talvez fosse azul, 
Não houvesse tantos desejos.” 
 (Fragmento do Poema das Sete Faces) 
Um texto possui uma intenção comunicativo-interacional: todo texto surge a partir de uma intenção do 
autor: narrar, convencer, informar, pedir, enganar, emocionar... É a partir dessa intenção que algumas características 
do texto são escolhidas, como por exemplo, o formato do texto, a linguagem a ser utilizada, o gênero textual, etc. 
No caso específico do ENEM, a intenção é geralmente determinada pelo enunciado da proposta de produção textual: 
“A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua 
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua da língua portuguesa 
sobre o tema ...” 
Um texto possui um tipo específico de leitor: Cada texto, seja através do assunto de que trata, da linguagem 
ou da estrutura de que faz uso, seleciona um determinado tipo de leitor, que buscará, através da leitura, satisfazer 
necessidades várias. Assim, se o produtor já conhece o leitor para o qual seu texto se destina, obviamente poderá 
adequar sua estratégia de escrita às expectativas do leitor. Muitos enunciados de questões de já explicitam o público 
alvo do texto a ser produzido pelo candidato: ”Seu texto será publicado num jornal de circulação nacional...”, 
“Escreva uma carta a um parlamentar...”, etc. 
Um texto se faz pelo tipo de informação que veicula: Seja ele literário ou jornalístico, opinativo ou 
informativo, com certeza um critério importante determinará a boa aceitação de um texto por parte dos leitores que 
apreciam a originalidade literária, um indivíduo que se dispõe a ler um artigo que discuta, por exemplo, um assunto 
polêmico da atualidade, não espera encontrar um texto com informações rasas nem opiniões que fazem parte do 
senso comum. Assim, um texto atraente é aquele que engendra reflexões e discussões a respeito do assunto de que 
trata. Para tanto, de quanto mais informações acerca do assunto tratado o produtor do texto dispuser, maiores são 
as possibilidades de ele construir um texto que venha a interessar uma ampla gama de leitores. 
Os textos dialogam entre si: Frequentemente, o entendimento que temos de um texto depende do 
conhecimento que temos de outros textos, isso porque muitos autores, ao escreverem, fazem uso da 
intertextualidade, ou seja, aproveitam ideias, fragmentos e expressões que fazem parte de outros enunciados, 
dando-lhes nova contextualização. Assim, quanto maior for o nosso conhecimento sobre os diversos textos que 
constituem a história da comunicação humana, mais aptos estamos a ler satisfatoriamente os enunciados que nos 
circundam. Para tanto, consideremos os poemas e a pintura abaixo. 
 
 
a) “acordei bemol 
tudo estava sustenido 
sol fazia 
só não fazia sentido.” ( Paulo Leminsk) 
 
b) “Hino Nacional Patrocinado 
 
Num Posto da Ipiranga, às margens plácidas, 
De um Volvo heróico Brahma retumbante!!! 
Skol da liberdade em Rider fulgido, 
Brilhou no Shell da Pátria nesse instante!!! 
 
Se o Knorr dessa igualdade... 
Conseguimos conquistar com braço Ford. 
Em teu Seiko, ó liberdade, 
Desafio nosso peito à Microsoft!!! 
 
O Parmalat, Mastercard, salve a Sharp.... 
 
Amil um sonho intenso, um rádio Philips, 
De amor e de Lufthansa terra desce!!! 
Intel formoso céu risonho Olympicus, 
A imagem do Bradesco resplandece!!! 
Gillete pela própria natureza, 
És belo Escort impávido colosso, 
E o teu futuro espelha essa Grendene. 
 
Cerpa gelada!!! 
 
Entre outras mil é Suvinil,Compaq amada. 
Do Philco deste Sollo és mãe Doril, 
Coca-Cola, Bombril!!! “ 
 ( autor desconhecido) 
Disponível em: http://letras.kboing.com.br/hinos/hino-naconal-patrocinado. Acesso em 1 de junho de 2017. 
 
c) 
 
Las Meninas, 
Pablo 
Picasso, 17 
de agosto de 
1957,óleo 
sobre tela, 
194 x 270 cm 
 
 
 
 
Disponível em: http://pablopicassoespanol.blogspot.com.br/2013/05/picasso-y-las-meninas-de-velazquez.html. Acesso em 01 
de junho de 201. 
Naturalmente, esses três “textos” estão disponíveis a qualquer leitor que se dispuser a interpretá-los, 
entretanto, certamente terá mais recursos de fazer uma leitura mais adequada das obras aquele que conhecer os 
textos aos quais os autores fizeram alusão: a linguagem musical no primeiro caso, o Hino Nacional, no segundo e, 
no terceiro exemplo, a obra Las meninas, de Velásquez, já apresentada anteriormente. 
 
IV. FATORES DE TEXTUALIDADE 
Como já vimos, um texto é uma mensagem que tem sentido numa situação de comunicação, de forma a ser 
compreensível. Assim, existem alguns fatores que devem ser levados em consideração para que façamos uma boa 
leitura, seja qual for o tipo ou gênero textual. 
 
TEXTUALIDADE: características das quais necessita qualquer enunciação, haja vista que a mensagem, para ser 
materializada de forma plausível, precisa, antes de tudo, estar decifrável mediante os olhos do interlocutor. 
 
 INTENCIONALIDADE 
 
Refere-se ao esforço do produtor do texto em construir uma comunicação eficiente capaz de satisfazer os objetivos 
de ambos os interlocutores. Quer dizer, o texto produzido deverá ser compatível com as intenções comunicativas de 
quem o produz. 
 
 ACEITABILIDADE 
 
O texto produzido também deverá ser compatível com a expectativa do receptor em colocar-se diante de um texto 
coerente, coeso, útil e relevante. O contrato de cooperação estabelecido pelo produtor e pelo receptor permite que 
a comunicação apresente falha de quantidade e de qualidade, sem que haja vazios comunicativos. Isso se dá porque 
o receptor esforça-se em compreender os textos produzidos. 
 
 SITUACIONALIDADE 
 
É a adequação do texto a uma situação comunicativa, ao contexto. Note-se que a situação orienta o sentido do 
discurso, tanto na sua produção como na sua interpretação. Por isso, muitas vezes, menos coeso e, aparentemente, 
menos claro pode funcionar melhor em determinadas situações do que outro de configuração mais completa. É 
importante notar que a situação comunicativa interfere na produção do texto, assim como este tem reflexos sobre 
toda a situação, já que o texto não é um simples reflexo do mundo real. O homem serve de mediador, com suas 
crenças e ideias, recriando a situação. O mesmo objeto é descrito por duas pessoas distintamente, pois elas o 
encaram de modo diverso. Muitos linguistas têm-se preocupado em desenvolver cada um dos fatores citados, 
ressaltando sua importância na construção dos textos. 
 
 INFORMATIVIDADE 
 
Informatividade é a capacidade de um texto conter informações sobre alguém ou um assunto, instruindo através de 
um conhecimento extraído de dados confiáveis. Um texto é tanto mais informativo quanto menos previsível ou 
esperada for a informação por ele veiculada. É a medida na qual as ocorrências de um texto são esperadas ou não, 
conhecidas ou não, pelo receptor. Um discurso menos previsível tem mais informatividade. Sua recepção é mais 
trabalhosa, porém mais interessante e envolvente. O excesso de informatividade pode ser rejeitado pelo receptor, 
que não poderá processá-lo. O ideal é que o texto se mantenha num nível mediano de informatividade, que fale de 
informações que tragam novidades, mas que venham ligadas a dados conhecidos. 
 
 INTERTEXTUALIDADE 
 
Concerne aos fatores que tornam a interpretação de um texto dependente da interpretação de outros. Cada texto 
constrói-se, não isoladamente, mas em relação a outro já dito, do qual abstrai alguns aspectos para dar-lhes outra 
feição. O contexto de um texto também pode ser de outros textos com os quais se relacion 
 COERÊNCIA 
 
A harmonia entre as ideias e acontecimentos é importante em qualquer tipo de texto. A compatibilidade das ideias 
expressas nos textos, favorece a construção do sentido, de forma que seu processamento com os conhecimentos e 
intenções de quem falou possa encontrar aceitabilidade junto aos conhecimentos e habilidades interpretativas 
disponíveis em quem o recebe. 
 COESÃO 
 
Um texto deve ser bem estruturado e coeso. Para tanto é preciso trabalhar a capacidade de empregar corretamente 
os recursos de vocabulário, sintaxe, semântica que a Língua Portuguesa nos disponibiliza para relacionar termos ou 
segmentos na construção de um texto. 
Em outras palavras, fazer uso adequado dos conectores (conjunções, preposições) de forma a estabelecer relações 
semânticas adequadas entre as palavras e orações na Língua Portuguesa. Para tanto os mecanismos de coesão são 
separados em dois grandes grupos, conforme sua função (remissão ou junção) 
 Anáfora é a possibilidade de apontar o que já foi dito. 
 Catáfora é a possibilidade de apontar para o que vamos dizer. 
 Exáfora é a possibilidade de apontar para elementos que fazem parte da situação comunicativa. 
São os mecanismos de junção ou articulação que permitem marcar as relações de significado e direção 
argumentativa do nosso discurso. 
 
EXERCÍCIOS 
1. Uma pessoa pergunta: “Como está o frango?” Explique a intencionalidade desse enunciado, levando em conta 
a intencionalidade subjacente nele quando produzido nas seguintes situações comunicativas: 
a) Uma dona de casa que se dirige a um comerciante que vende o frango na feira: 
b) Um casal que se dirige a um garçom num finíssimo restaurante: 
c) Um veterinário à enfermeira, depois que o remédio que receitou foi ingerido por um frango doente: 
d) Uma mãe a seus filhos, à mesa, depois de ter feito uma nova receita de frango: 
e) A patroa à cozinheira, que está assando um frango no forno. 
 
2. Um adolescente chega da escola com os tênis cheios de barro. Sem descalçar os tênis, vai direto para a sala. Lá 
encontra sua mãe, que havia acabado de limpar o chão. Ela lhe diz:- Menino, eu acabei de limpar o chão da sala! 
a) Qual é a intencionalidade subjacente nesse enunciado? 
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b) De que outra forma a mãe poderia falar, explicitando sua intenção? 
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_ 
c) Imagine outra situação, em que o mesmo enunciadopudesse ter um sentido diferente: 
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3. Leia esta piadinha de Ziraldo: 
A patroa pedia informações para a nova empregada: 
_ Por que você foi despedida do seu último emprego?- 
_ Porque me recusei a continuar dando banho no filho do patrão. 
_ Mas é justo. Você não podia se negar a fazer isso. 
_ Mas toda manhã, madame? 
_ Antes de ele ir pro quartel? 
 
a) A piada é construída a partir da supressão de uma informação, revelada apenas no final. Qual é essa informação? 
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b) Considerando a situação comunicativa e o conhecimento prévio que os interlocutores têm um do outro, 
concluímos que a nova empregada, ao afirmar que se recusou a dar banho no filho do patrão, não levou 
em conta um princípio básico de comunicação. Qual dos itens seguintes traduz esse princípio? 
 o desconhecimento do locutor a respeito do assunto;- 
 o desconhecimento do interlocutor a respeito do assunto;- 
 os valores e preconceitos do interlocutor sobre o assunto. 
 
4. (Enem-MEC) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens lidas em 
outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de 
intertextualidade. Leia os seguintes textos: 
TEXTO 1 
 
Quando nasci, um anjo torto 
Desses que vivem na sombra 
Disse: Vai Carlos! Ser “gauche na vida” 
ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. 
 
TEXTO 2 
 
Quando nasci veio um anjo safado 
O chato dum querubim 
E decretou que eu tava predestinado 
A ser errado assim 
Já de saída a minha estrada entortou 
Mas vou até o fim. 
BUARQUE, Chico. Letra e música. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. 
 
 TEXTO 3 
 
Quando nasci um anjo esbelto 
Desses que tocam trombeta, anunciou: 
Vai carregar bandeira. 
Carga muito pesada pra mulher 
Essa espécie ainda envergonhada. 
PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986 
 
Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade em relação a Carlos Drummond de Andrade 
por: 
 
a) reiteração de imagens 
b) oposição de ideias 
c) falta de criatividade 
d) negação dos versos 
e) ausência de recursos 
5. (Ufpel 2000) - Leia com atenção a seguinte passagem, retirada do livro "Para entender o texto - leitura e 
redação", de Platão & Fiorin, Editora Ática. 
Com muita frequência um texto retoma passagens de outro. Quando um texto de caráter científico cita 
outros textos, isso é feito de maneira explícita. O texto citado vem entre aspas e em nota indica-se o autor e 
o livro donde se extraiu a citação. 
Num texto literário, a citação de outros textos é implícita, ou seja, um poeta ou romancista não indica o 
autor e a obra donde retira as passagens citadas, pois pressupõe que o leitor compartilhe com ele um mesmo 
conjunto de informações a respeito das obras que compõem um determinado universo cultural. Os dados a 
respeito dos textos literários, mitológicos, históricos são necessários, muitas vezes, para a compreensão 
global de um texto. 
A essa citação de um texto por outro, a esse diálogo entre textos dá-se o nome de intertextualidade. 
(...) 
Um texto cita outra com, basicamente, duas finalidades distintas: 
a) para reafirmar alguns dos sentidos do texto citado; 
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b) para inverter, contestar e deformar alguns dos sentidos do texto citado; para “polemizar com ele". 
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6. Com base nisso, observe os três textos a seguir: 
TEXTO 1 
 
Pescador tão entretido 
numa pedra ao sol, 
esperando o peixe ferido 
pelo teu anzol, 
 
há um fio do céu descido 
sobre o teu coração: 
de longe estás sendo ferido 
por outra mão. 
 
MEIRELES, Cecília. "Flor de poemas". 3ª edição - Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1972. p.162 
 
TEXTO 2 
 
"tô descendo a serra 
cego pela serração* 
salvo pela imagem 
pela imaginação 
de uma bailarina no asfalto 
fazendo curvas sobre patins 
 
tô descendo a serra 
cego pela neblina 
você nem imagina 
como tem curvas esta estrada 
ela parece uma serpente morta 
às portas do paraíso 
 
o inferno ficou para trás 
com as luzes lá em cima 
o céu não seria rima 
nem seria solução" 
* (sic) 
 Engenheiros do Hawaii 
 
 
TEXTO 3 
0 
 
 
Relacionando o fragmento extraído de Platão & Fiorin, o seu conhecimento e os textos apresentados, 
podemos afirmar que: 
a) No texto 3, não se evidencia intertextualidade, pois ela ocorre somente entre textos literários. 
b) Nos textos 1 e 2, evidencia-se intertextualidade: esses textos remetem, respectivamente, a "No 
meio do caminho" e "Confidência de Itabirano", de Drummond. 
c) No texto 1, evidencia-se intertextualidade: ele remete a "No meio do caminho", de Drummond. 
d) Nos textos 2 e 3, evidencia-se intertextualidade: esses textos remetem, respectivamente, a "Poema 
de sete faces" e "No meio do caminho", de Carlos Drummond de Andrade. 
e) No texto 2, evidencia-se intertextualidade: ele remete a "Confidência de Itabirano", de Drummond. 
7. Enem 2012 
Verbo ser 
QUE VAI SER quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? 
Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia 
a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas? 
Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. 
Não vou ser. Não quero ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer. 
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. 
A inquietação existencial do autor com a autoimagem corporal e a sua corporeidade se desdobra em questões 
existenciais que têm origem 
a) no conflito do padrão corporal imposto contra as convicções de ser autêntico e singular. 
b) na aceitação das imposições da sociedade seguindo a influência de outros. 
c) na confiança no futuro, ofuscada pelas tradições e culturas familiares. 
d) no anseio de divulgar hábitos enraizados, negligenciados por seus antepassados. 
e) na certeza da exclusão, revelada pela indiferença de seuspares. 
8. Enem 2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cartaz afixado nas bibliotecas centrais e setoriais da Universidade Federal de Goiás (UFG), 2011 
Considerando-se a finalidade comunicativa comum do gênero e o contexto específico do Sistema de 
Biblioteca da UFG, esse cartaz tem função predominantemente 
a) socializadora, contribuindo para a popularização da arte. 
b) sedutora, considerando a leitura como uma obra de arte. 
c) estética, propiciando uma apreciação despretensiosa da obra. 
d) educativa, orientando o comportamento de usuários de um serviço. 
e) contemplativa, evidenciando a importância de artistas internacionais. 
9. . Antigamente 
Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais e se um se esquecia de arear os dentes antes de 
cair nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem 
tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda 
cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. Não ficava mangando na rua, nem escapulia 
do mestre, mesmo que não entendesse patavina da instrução moral e cívica. O verdadeiro smart calçava botina 
de botões para comparecer todo liró ao copo d’água, se bem que no convescote apenas lambiscasse, para evitar 
flatos. Os bilontras é que eram um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e 
caldo de galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de um treteiro de topete, depois de fintar e 
engambelar os coiós, e antes que se pusesse tudo em pratos limpos, ele abria o arco. 
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento). 
Sobre o fragmento do texto “Antigamente”, de Carlos Drummond de Andrade, é correto afirmar que: 
a) A escolha vocabular evidencia o preciosismo na linguagem de Carlos Drummond de Andrade, importante 
representante do Parnasianismo. 
b) O trecho faz uma crítica ao coloquialismo, que prega a informalidade na fala e promove o empobrecimento 
do léxico da língua portuguesa. 
c) É possível perceber no texto a transformação pela qual passou a Língua Portuguesa, evidenciando assim que 
o idioma é mutável e variável. 
d) Para o escritor é importante que os falantes da língua resgatem antigos termos que estão em desuso para 
promover a preservação do idioma. 
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Disponível 
em saltoagulha.com. Acesso 
em 03/06/14 
Através do uso das linguagens verbal e não verbal, as tirinhas, importante gênero textual, têm como objetivo 
transmitir uma mensagem para o leitor. Sobre a tirinha do cartunista Laerte, é incorreto afirmar que: 
a) Ambos os recursos, visuais e linguísticos, contribuem para a construção de sentidos da tirinha. 
b) Os elementos visuais são essenciais para a construção do efeito de humor da tirinha. 
c) Pode-se denotar uma crítica contundente ao sistema político brasileiro e à sociedade, que elege um 
analfabeto como um representante do povo. 
d) Pode-se denotar uma crítica à sociedade conservadora, cujos valores estão de acordo com uma maneira 
retrógrada de pensar. 
11. Diga se há erro de coerência ou coesão nas orações abaixo: 
 
MODELO:  Como Joana não sabia ler, comprou um livro (Erro de coerência) 
  Paulo falou a verdade, ninguém acreditou (Erro de coesão) 
 
a) Uma seca desoladora assolou a região sul, principal celeiro do país. Vai faltar alimentos e os preços vão 
disparar. (...............................................) 
b) Paulo comprou um carro. O freio esta pifado. Assim que ele desceu a serra de São Vicente, um boi atravessou 
a estrada e ele teve que dar uma freada brusca(............................................) 
c) Carlos ganha um salário mínimo por mês. Como dia 15 de outubro foi o seu aniversário, ele deu uma grande 
festa a seus amigos e gastou todo o salário do mês, ou seja, 900 reais. (.............................................) 
d) A partir do mês de agosto os Estados Nordestinos vão exportar maçãs para a Argentina. 
(..........................................) 
e) O acidente foi provocado pelo cego que dirigia (..................................) 
f) O rapaz comeu um bolo, ficou doente (................................) 
g) Cheguei lá já era tarde (....................................) 
h) Vamos o sul hoje (...................................) 
i) Entrei saí logo (......................................) 
j) Deus fez o mundo em um dia e descansou sete (.......................................) 
k) Falei a verdade ele não entendeu (.................................................) 
l) Mário pegou um avião e foi resolver um problema em São Paulo. Como a estrada estava muito ruim, Mário 
começou a sentir-se mal.(...........................................) 
m) Pedro precisa de dinheiro tem muitos filhos criar (..............................................) 
n) Jonas não tem dinheiro comprou uma fazenda com mil cabeças de gado e começou a exportar 
computadores. (.................................................) 
o) Macela estava grávida. Sentindo-se muito mal o marido foi internado rapidamente e teve um robusto 
filho.(..........................................) 
p) Carlos não estuda, tira notas boas na escola (........................................) 
q) Cheguei, todos tinham saído (................................................) 
r) Como é fresquinho o continente africano. No Saara o rio Nilo corre suavemente. (................) 
s) Como Carlos não tinha caneta começou a escrever um belo poema(....................................) 
t) Um grupo de alunos chegou e começaram o trabalho (................................) 
u) Quando José morreu, convidei todos os meus amigos e fomos lá comemorar a sua partida. 
(..................................................) 
12. Abaixo, apresentamos alguns segmentos de discurso separados por ponto final. Retire o ponto 
final e estabeleça entre eles o tipo de relação que lhe parecer compatível, usando para isso os 
elementos de coesão adequados. 
a) O solo do nordeste é muito seco e aparentemente árido. Quando caem as chuvas, imediatamente 
brota a vegetação. 
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c) Uma seca desoladora assolou a região sul, principal celeiro do país. Vai faltar alimento e 
os preços vão disparar. 
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d) O trânsito em São Paulo ficou completamente paralisado dia 15, das 14 às 18 horas. 
Fortíssimas chuvas inundaram a cidade. 
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12. No texto a seguir há um trecho que, se tomado literalmente (ao pé da letra), leva uma 
interpretação absurda. 
"Um cadáver morto foi encontrado boiando em canal." (Folha de S. Paulo, 2 nov.1990.) 
a) Identifique o trecho problemático. 
b) Diga qual a interpretação absurda que se pode extrair desse trecho. 
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c) Qual a interpretação pretendida pelo autor? 
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d) Reescreva o trecho de forma que deixe explícita tal interpretação. 
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13. Estabeleça a coesão do texto abaixo, valendo-se de expressões que substituam o excesso do 
emprego da palavra "golfinho". Utilize expressões que, mesmo não-oficiais, possam servir como 
substitutas. 
"O golfinho nada velozmente e sai da água em grandes saltos fazendo acrobacias. É mamífero e, como 
todos os mamíferos, só respira fora da água. O golfinho vive em grupos e comunica-se com outros 
golfinhos através de gritos estranhos que são ouvidos a quilômetros de distância. É assim que golfinho 
pede ajuda quando está em perigo ou avisa os golfinhos onde há comida. O golfinho aprende 
facilmente os truques que o homem ensina e é por isso que muitos golfinhos são aprisionados, 
treinados e exibidos em espetáculos em todo o mundo." Revista Ciência Hoje. 
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CURIOSIDADE 
Ler e compreender nem sempre é tão simples quanto parece. Contudo, existem algumas dicas para melhorar a 
interpretação de texto que facilitarão seu dia a dia. 
Infelizmente, ainda que o número de analfabetos no país tenha caído vertiginosamente nos últimos anos, 
precisamos lidar com um grave problema que afeta milhões de brasileiros: o analfabetismo funcional. Diz-se que 
um indivíduo é analfabeto funcional quando ele, mesmo sendo tecnicamente alfabetizado, isto é, conhece e 
decifra adequadamente o código, é incapaz de compreender aquilo que leu. É interessante observar que essa 
dificuldade não está relacionada com os anos de exposição ao conhecimento sistematizado, haja vista 
que atinge pessoas com todos os níveis de escolaridade, conforme pesquisa do Indicador de 
Analfabetismo Funcional, o Inaf. 
Como boa parte dos leitores não consegue entender simples leituras, é normal que o desinteresse 
pelos livros aumente, afinal de contas, as palavras ficam esvaziadas de sentido e ler torna-se uma 
tarefa enfadonha, desvinculada de qualquer possibilidade de prazer. Contudo, essa realidade precisa 
ser mudada, por isso o Brasil Escola preparou para você cinco dicas para melhorar sua interpretação 
de texto. São dicas simples de leitura que certamente farão diferença no seu dia a dia na escola, na 
faculdade e no trabalho. Vamos lá? Boa leitura e bons estudos! 
Ler devagar, fazer anotações e recorrer sempre ao dicionário estão entre as cinco dicas que vão 
melhorar a sua interpretação textual 
Ler devagar, fazer anotações e recorrer sempre ao dicionário estão entre as cinco dicas que vão 
melhorar a sua interpretação textual 
Cinco dicas para melhorar sua interpretação de texto 
Dica 1 → Procure um lugar agradável para ler: Sempre que possível, procure um local adequado para 
fazer sua leitura diária. Isso significa estar bem acomodado, longe de ruídos e influências externas que 
possam atrapalhar a sua concentração. Mesmo que você consiga ler e assistir à televisão ao mesmo 
tempo, evite esse tipo de comportamento: ajude seu cérebro a “digerir” uma informação de cada vez, 
ele precisa de tempo para assimilar novos conteúdos e conceitos; 
Dica 2 → Não subestime a importância de um bom dicionário: Recorrer a um dicionário não é feio ou 
proibido: ele não é o “pai dos burros”, ele é o pai dos curiosos e estudiosos. Nossa língua portuguesa 
é composta por uma infinidade de vocábulos, você não precisa saber o significado de cada um deles. 
Surgiu uma dúvida? Consulte o dicionário e anote a palavra consultada no caderno, pois assim ela 
poderá fazer parte de seu vocabulário em construção; 
Dica 3 → Sempre que possível, leia no papel: Muitas pessoas perderam o hábito de adquirir livros 
físicos, isto é, impressos. Contentam-se com a leitura de documentos virtuais que nem sempre 
oferecem as mesmas possibilidades de leitura que o texto no papel, onde podemos fazer anotações, 
sublinhar, dobrar páginas e outros recursos que facilitam a interpretação textual. Ler no computador 
ou nos demais suportes tecnológicos pode ser mais cômodo e prático, mas nem sempre é a melhor 
opção para quem tem dificuldades de interpretação textual; 
Dica 4 → Faça paráfrases: Antes de apresentarmos essa dica, é importante que você saiba que a 
paráfrase nada mais é do que uma explicação livre e desenvolvida de um livro ou documento. Sendo 
assim, à medida que a leitura avançar, faça pausas e tente explicar com suas próprias palavras (isto é, 
sem transcrever o fragmento do documento) aquilo que você já leu. Essa técnica facilita a 
compreensão do texto; 
Dica 5 → Leia devagar: Nós sabemos que são muitas e urgentes as demandas diárias, mas, sempre que 
possível, reserve um tempo para ler com calma, leituras apressadas dificilmente são processadas pelo 
cérebro. Às vezes, o que falta para o leitor são condições adequadas de leitura, e não capacidade de 
compreensão textual. Fatores externos influenciam muito no sucesso ou no fracasso da leitura, 
portanto, nada de ler se não tiver tempo suficiente para refletir sobre aquilo que foi lido, certo? 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de Linguagem, Textos e Discurso. São Paulo: Educ-Editora da PUC-SP, 1999. 
CÂMARA JR., J. Mattoso. Manual de expressão oral e escrita. Petrópolis: Vozes, 2001. 
COSTA VAL, M. da Graça. Redação e Textualidade. São Paulo. Martins Fopntes, 1991. 
CUNHA,

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