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Energia: O Aquecimento da Terra e da Atmosfera Leonardo F. Peres leonardo.peres@igeo.ufrj.br METEOROLOGIA GERAL Roteiro – Aula 1. Introdução 2. Energia 3. Temperatura 4. Calor 5. Escalas de Temperatura 6. Calor específico 7. Calor Latente 1. Introdução � A Energia está presente em todos os lugares, sendo a base da vida. � Aquecimento de casas;. � Derretimento de gelo; � Impulsiona a nossa atmosfera, produzindo os eventos de tempo. � Qual é principal fonte de energia para a Terra? � Como que esta energia aquece o nosso planeta e fornece a força impulsora para a nossa atmosfera? 1. Introdução � Conceito de energia, temperatura e calor;. � Examinar as várias formas de energia; � Como a energia é transferida de uma forma para outra em nossa atmosfera; 2. Energia � Energia – capacidade ou habilidade de realizar trabalho sobre alguma forma de matéria (algo que possui massa e ocupa espaço). Exemplo: livro texto (pág 28). � Energia Interna – A quantidade total de energia armazenada num objeto e determina o quanto aquele objeto é capaz de realizar trabalho. 2. Energia � Energia Interna – Geralmente é dada pela soma de 2 tipos de energia: E = ? + ? Exemplo: lago atrás de uma represa, pág 28. http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/05/28/ult5772u4179.jhtm � Este tipo de energia que depende da posição chama- se de energia potencial gravitacional ou simplesmente energia potencial porque representa o potencial de realizar trabalho: PE = mgh Exemplo: volume de ar no alto (pág 28) Exemplo: Energia potencial que não depende da posição diferente da potencial gravitacional (pág 28) 2. Energia � Energia Interna – Geralmente é dada pela soma de 2 tipos de energia: E = PE + ? � Qualquer substância se movendo possui energia de movimento ou energia cinética: KE = ½ mv2 Exemplo: vento (pág 28) Exemplo: ar e água (pág 28) � Energia Interna: E = PE + KE Joule (J) = N.m http://www.physicsclassroom.com/Class/energy/u5l1d.cfmhttp://www.physicsclassroom.com/Class/energy/u5l1d.cfm 2. Energia � Os átomos e moléculas possuem energia cinética devido ao seu movimento. Esta forma de energia cinética é geralmente referida como energia térmica. 3. Temperatura � O ar é uma mistura incontável de bilhões de átomos e moléculas que estão se movendo com velocidade diferente, alguns estão se movendo mais rápido do que outros. � A temperatura do ar (ou de qualquer substância) é uma medida da sua energia cinética média. Falando de uma maneira simples, a temperatura é uma medida da velocidade média dos átomos e moléculas, onde maiores temperaturas correspondem a maiores velocidades médias. 3. Temperatura � A atmosfera e oceanos possuem energia interna (Potencial + Cinética) armazenada em suas moléculas. Como vimos a temperatura do ar ou da água é determinada somente pela sua energia cinética média (velocidade média) de todas as suas moléculas. Portanto, a Temperatura é uma quantidade que somente indica quão quente ou frio algo está relativo a algum valor padrão, nem sempre nos diz o quanto de energia interna está armazenada num objeto. Exemplo: caneca com líquido (pág 28) 4. Calor � Exemplo: Gelo na mão - Se você segurar uma pedra de gelo nas mãos ela irá com certeza derreter depois de certo tempo. Como a temperatura da sua mão era maior que a temperatura do gelo, sua mão perdeu um pouco de energia térmica para o gelo. Exemplo: xícara de chá (pág 28-29) � A energia que é transferida de um corpo com uma temperatura maior para um de temperatura menor (por causa da sua diferença de temperatura) é chamado de calor 4. Calor � Calor é a energia envolvida no processo de transferência de um objeto para outro devido à diferença de temperatura entre eles. � Existe uma regra que sempre é válida nos fenômenos térmicos naturais: "Sempre que encostarmos corpos, ou sistemas, que estejam com temperaturas diferentes, haverá troca de calor entre eles. E mais, o calor sempre passará do corpo de maior temperatura para o corpo de menor temperatura, até que ambos atinjam a mesma temperatura, ou seja, atinjam o equilíbrio térmico" 4. Calor � Depois de ser transferido, o calor é armazenado como energia interna. � Como ocorre o processo de transferência de energia dentro da atmosfera? - Condução - Convecção - Radiação 5. Escalas de Temperatura � Você sabe que se quiser medir a largura de uma mesa, por exemplo, vai ter que decidir qual escala usar. Talvez você use o metro, talvez o centímetro. Pois bem, quando você precisar medir temperatura também terá que escolher uma escala. � As três mais conhecidas e utilizadas são as escalas: - Kelvin (K) - Fahrenheit (ºF) - Celsius (ºC) 5. Escalas de Temperatura � Já vimos que a temperatura é uma grandeza que mede o nível de agitação das moléculas de um corpo. Quanto maior a agitação maior a temperatura, e quanto menor a agitação, menor a temperatura. � Se nós lentamente resfriarmos o ar, seus átomos e moléculas se moverão mais devagar até que os átomos e moléculas possuíssem uma quantidade mínima de energia e teoricamente nenhum movimento térmico � Escala Kelvin: 5. Escalas de Temperatura � O que seria então lógico pensar a respeito da temperatura quando as moléculas de um corpo qualquer não tivessem agitação nenhuma ??? � Escala Kelvin: Pois é, a temperatura deveria ser igual a zero. Se não tem agitação não tem também temperatura. Este estado de ausência de agitação é conhecido como zero absoluto, e não pode ser experimentalmente alcançado, embora possa se chegar muito próximo dele. A escala Kelvin adota como ponto de partida (0 K) o zero absoluto, ou seja, o ponto onde ocorre esta ausência total de vibração das moléculas e foi introduzida por um famoso cientista britânico chamado Lorde Kelvin (1814-1907). 5. Escalas de Temperatura � Nesta escala o gelo se forma a 273K e a água ferve a 373K (ao nível do mar). � Já que está escala começa no zero absoluto, ela não contém números negativos, o que é bastante conveniente para cálculos científicos � Esta escala é muito usada no meio científico, já que ela pertence ao Sistema Internacional (SI). � Escala Kelvin: 5. Escalas de Temperatura � Esta escala foi criada pelo inventor do termômetro de mercúrio, Daniel Gabriel Fahrenheit, lá pelos anos de 1714, quem atribuiu o número 32 à temperatura na qual a água congela e o valor de 212 à temperatura em que a água ferve. Portanto, na escala Fahrenheit a água vira gelo a 32ºF e ferve a 212ºF. Entre os pontos de congelamento e ebulição há 180 divisões iguais, cada chamada de grau. � Esta escala é mais usada nos países de língua inglesa, com exceção da Inglaterra, que já adotou o Celsius. � Escala Fahrenheit: 5. Escalas de Temperatura � A escala Celsius foi criada por Anders Celsius, um astrônomo sueco, em 1742. O número 0 (zero) nesta escala foi atribuído à temperatura na qual a água congela e o valor de 100 à temperatura em que a água ferve. O espaço entre estes 2 pontos foi dividido em 100 partes iguais, também chamado de grau. � OBS: Cada grau Celsius é 180/100 ou 1.8 vezes maior que um grau Farenheit. Um acréscimo de 1°C é igual a um acréscimo de 1.8°F. � Escala Celsius: 5. Escalas de Temperatura � Relação entre as escalas termométricas: � Como você pôde ver, cada uma das três escalas foi definida de uma maneira diferente. Veja ao lado qual a relação existente entre elas levando-se em conta o ponto de ebulição da água e fusão do gelo. Note que estes pontos mudam dependendo da escala adotada. Se você me perguntar qual a temperatura de fusão do gelo eu posso te dar três respostas:0ºC, 32ºF ou 273K. Todas representam a mesma temperatura. Seria mais ou menos se uma pessoa falasse que andou 2 metros enquanto outra falasse que andou 200 centímetros. Embora os números sejam diferentes, a distância é a mesma nos dois casos. 5. Escalas de Temperatura � Relação entre as escalas termométricas: � Agora você deve estar se perguntando: Como eu faço para transformar uma escala na outra? Se alguém me falar que a temperatura em Nova Iorque é de 59ºF, como vou saber realmente se lá está muito quente ou frio, já que eu estou acostumado com outra escala, a Celsius? � Existem equações que podem ser utilizadas para fazer estas conversões: C=5/9(F-32) K=C+273 http://itg1.meteor.wisc.edu/wxwise/AckermanKnox/chap2/temperature_convt.html 6. Calor Específico � A quantidade de calor Q recebida por um corpo é diretamente proporcional à sua massa m e à variação de sua temperatura T: Q = m.c.∆T Esta fórmula é conhecida como a Equação Fundamental da Calorimetria. � A relação de proporção discutida acima se chama coeficiente de calor específico c. Onde: c = Q/m.∆T � Unidade de calor específico. [c] = cal/gºC 6. Calor Específico � Assim o calor específico de uma substância é a quantidade de calor necessária para que um corpo eleve em 1ºC, 1 grama (g) de sua massa. � Se aquecemos 1g de água líquida é necessário fornecer 1 caloria (cal) para aumentar a sua temperatura em 1ºC. Assim a água tem um calor específico de 1 cal/gºC. Por definição, uma caloria é a quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de 1g de água de 14.5ºC a 15.5ºC. No sistema internacional (SI, a unidade de energia é o joule (J), onde 1 caloria = 4.186 J. 6. Calor Específico � Se aquecermos 1g de areia de quartzo seria necessário somente um quinto de calor (0.2 calorias) para aumentar a sua temperatura em 1 ºC. O calor específico da água é, portanto 5 vezes maior que o da areia de quartzo. Isto é a água precisaria absorver 5 vezes mais energia do que a areia de quartzo para aumentar a sua temperatura por uma mesma quantia. � Água = 1,000 cal/gºC � Ar seco = 0,24 cal/gºC � Quartzo = 0,2 cal/gºC � Latão = 0,092 cal/gºC � Prata = 0,056 cal/gºC � Ouro = 0,032 cal/gºC 6. Calor Específico � A água aquece vagarosamente como resfria vagarosamente. A água possui uma capacidade de armazenar calor bem mais alta do que outras substâncias comuns. � Por causa disto, a água possui um papel crucial na modificação do tempo e clima. Ela atua como um regulador. Próximo de grandes corpos de água, os invernos usualmente permanecem mais quentes e o verão mais frio do que no interior. Exemplo: Deserto � Q = C.∆T , onde C é a capacidade calorífica C = m.c 7. Calor Latente � O vapor de água é um gás invisível que se torna visível quando se transforma em líquido ou em partículas sólidas (gelo). Este processo de transformação é conhecido como mudança de estado ou mudança de fase. 7. Calor Latente � A energia térmica necessária para mudar o estado de uma substância, como a água, é chamada de calor latente. Mas por que este calor é chamado "latente"? Para responder essa pergunta, começaremos com algo bastante familiar para nós - o resfriamento produzido pela evaporação d'água. 7. Calor Latente � Por exemplo, na atmosfera, quando uma molécula de água evapora da superfície de qualquer corpo de água, uma certa quantidade de calor latente é ganho pela molécula de água. O calor adicionado durante a evaporação é utilizado para superar as forças moleculares de atração entre partículas de água (ou quebrar as ligações de hidrogênios entre as moléculas de água) e não para aumentar a temperatura do corpo de água. Ele é latente, porque a temperatura de uma substância mudando do estado líquido para o gasoso fica constante. 7. Calor Latente � Como o processo de transição de uma parcela de água em parcela de vapor requer a entrada de energia, a temperatura do ar (ou do ambiente) em sua volta cai. A evaporação é considerado portanto um processo de resfriamento. 7. Calor Latente � Todo dia, nós experimentamos o resfriamento evaporativo quando saímos do banho ou de uma piscina situados em um local seco. Como a quantidade de energia usada para evaporar a água vem da nossa pele, nós podemos experimentar uma descida brusca da temperatura da nossa pele. De fato, num dia quente, seco e com vento in Tucson, Arizona, o resfriamento pode ser tão rápido a ponto de causar calafrios mesmo com uma temperatura do ar por volta dos 38ºC (100ºF). 7. Calor Latente � A energia perdida pelo sistema durante a evaporação é então “escondida” ou armazenada na molécula de água até ser liberado durante a condensação. � Se o vapor de água condensa de volta a fase líquida, a energia latente absorvida durante o processo de evaporação é liberada para o ambiente. Portanto, a condensação é considerada como um processo de aquecimento 7. Calor Latente � A energia térmica liberada quando o vapor d'água se condensa para formar gotas de chuva é chamada de calor latente de condensação. Inversamente, a energia térmica usada para transformar líquido em vapor a mesma temperatura é chamada de calor latente de evaporação (vaporização). � Perto de 600 calorias (2500 J) são necessárias para evaporar 1 g de água a temperatura ambiente. Com muitas centenas de gramas de água evaporando do corpo, não é de se admirar que depois de um banho, sentimos frio antes de nos enxugarmos. 7. Calor Latente � De certo modo, o calor latente é responsável por manter um drinque com gelo mais frio do que um sem gelo. A medida que o gelo derrete, sua temperatura não muda. A razão para isto é que calor adicionado ao gelo é utilizado somente para quebrar a configuração de cristal rígida, mudando de gelo para água sem mudar a sua temperatura. � A energia utilizada neste processo é chamada de calor latente de fusão (derretimento). São necessárias aproximadamente 80 calorias (335 J) para derreter 1g de gelo. 7. Calor Latente � Consequentemente o calor adicionado a um drinque gelado com gelo é utilizado principalmente para derreter o gelo enquanto que o calor adicionado a um drinque gelado sem gelo é utilizado para aquecer a bebida. � Se 1g de água a 0°C muda de volta para gelo a 0°C, esta mesma quantidade de calor (80 cal) deve ser liberada para o ambiente. � Portanto quando o gelo derrete, o calor é absorvido, quando a água congela, o calor é liberado. 7. Calor Latente � A energia requerida para mudar gelo em vapor (um processo chamado sublimação) é referida como calor latente de sublimação. Para 1g de gelo se transformar completamente em vapor a 0°C são necessárias 680 calorias: � Se o mesmo vapor for transformado de volta em gelo (um processo chamado re-sublimação), aproximadamente 680 cal (2850 J) serão liberados. 80 cal para o calor latente de fusão + 600 cal para o calor latente de evaporação 7. Calor Latente � Esta figura resume bem os conceitos examinados até agora. � Quando a mudança de estado é da esquerda para a direita, o calor é absorvido pela substância e retirado do meio ambiente. Os processos de derretimento, evaporação e sublimação resfriam o ambiente. Quando a mudança de estado é da direita para a esquerda, a energia térmica é tirada da substância e adicionada ao meio ambiente. Os processos de congelamento, condensação e re-sublimação aquecem o ambiente. 7. Calor Latente � O calor latente é uma fonte importante de energia para a atmosfera. Uma vez que moléculas de vapor se separam da superfície da Terra, elas são carregadas pelo vento, como poeira depois de varridas. Subindo a grandes altitudes, onde o ar é frio, o vaporse transforma em líquido e partículas de gelo nas nuvens. Durante esse processo, uma tremenda quantidade de energia térmica é liberada no ambiente. (Veja próxima figura). 7. Calor Latente Figura: Toda vez que uma nuvem se forma, ela aquece a atmosfera. Dentro desta tempestade em desenvolvimento, uma vasta quantidade de energia armazenada (calor latente) é liberada para o ar, a medida que moléculas de vapor de água invisíveis se transformam em incontáveis gotas de água e cristais de gelo. De fato, para a duração desta única tempestade, mais energia térmica é liberada dentro desta nuvem do que é desatada por uma pequena bomba nuclear. 7. Calor Latente � A liberação de calor latente durante a condensação é uma importante fonte de energia para impulsionar sistemas atmosféricos como tempestades, ciclones de latitudes médias, furacões e nuvens cúmulos. � O vapor d'água evaporando das quentes águas tropicais, pode ser transportado até regiões polares, onde se condensa e libera energia térmica. Assim como veremos, o processo de evaporação– transporte–condensação é um mecanismo extremamente importante para a recolocação da energia térmica (assim como da água) na atmosfera. � Ler secção Focus na página 33.
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