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analise e gestão de bacias hidrográficas

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Análise e Gestão de BAciAs 
HidroGráficAs
Caderno de Estudos
Prof. Juliano Alaide Albano
Prof.ª cleci teresinha noara
Prof.ª catarina cristina Barbara de 
siqueira Meurer
UNIASSELVI
2013
NEAD
Educação a Distância
GRUPO
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Copyright  UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof. Juliano Alaide Albano
Prof.ª Cleci Teresinha Noara
Prof.ª Catarina Cristina Barbara de Siqueira Meurer
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri – 
UNIASSELVI – Indaial.
551.48
M598a Meurer, Catarina Cristina Barbara de Siqueira
 Análise e gestão de bacias hidrográficas / Catarina Cristina 
 Barbara de Siqueira Meurer; Juliano Alaide Albano; Cleci 
 Teresinha Noara. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 
 233 p. : il 
 
 
 ISBN 978-85-7830-781-3
 I. Hidrologia. II. Análise e gestão. 
 1. Centro Universitário Leonardo da Vinci. 
 2. Meurer, Catarina Cristina Barbara de Siqueira.
 
ANÁLISE E GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS
APresentAÇão
Caro(a) acadêmico(a), é com muita satisfação que damos início aos estudos da disciplina 
Análise e Gestão de Bacias Hidrográficas. Nesse novo universo a ser explorado por você, 
muitos conceitos serão apresentados, mas todos diretamente ligados à nossa realidade, seja 
ela como cidadão ou como profissional. 
Adentramos o século XXI com inúmeros desafios na área ambiental. Desafios que 
irão nos custar muitas mudanças estruturais e comportamentais. Para encararmos essa nova 
realidade com sabedoria, precisamos conhecer cada vez mais este universo denominado meio 
ambiente. Precisamos olhar de frente a atual situação e com base nela delinearmos um novo 
futuro para todos nós.
Nesse contexto, esta disciplina trará uma nova maneira de olharmos a realidade 
ambiental. Sairemos de uma escala micro (a nossa casa, o nosso município) e partiremos para 
uma nova dimensão de análise: a bacia hidrográfica. Nesse novo espaço de análise temos o 
desafio de articular não só pessoas, mas instituições, políticas públicas, problemas e soluções, 
bem como realizar uma gestão compartilhada dos recursos naturais, principalmente a água, 
que é a base de estudo desse caderno. 
O Caderno de Estudos da disciplina Análise e Gestão de Bacias Hidrográficas está 
estruturado em 3 unidades. A Unidade 1 irá apresentar um breve panorama sobre o principal 
objeto de análise da gestão de bacias hidrográficas: os recursos hídricos. Nessa unidade 
você irá conhecer um pouco sobre as características desse recurso, como ele está distribuído 
espacialmente e os principais problemas ambientais relacionados à água. 
Na Unidade 2, denominada Gestão de Recursos Hídricos, você terá uma noção do 
que é desenvolvimento sustentável e o que isso tem a ver com os recursos hídricos. Você 
também conhecerá a Gestão Ambiental e as Políticas Ambientais Brasileiras com o enfoque 
na Política Nacional de Recursos Hídricos e conhecerá a bacia hidrográfica como unidade de 
planejamento para a gestão ambiental integrada da água. 
Por fim, a Unidade 3 apresenta a implementação da gestão participativa e descentralizada 
dos recursos hídricos no Brasil. Nessa unidade você irá conhecer mais a fundo como funcionam 
os Comitês de Bacia Hidrográfica, refletir sobre a importância da participação social na gestão 
dos recursos ambientais e analisar como está sendo a implementação da Política Nacional de 
Recursos Hídricos dentro de uma bacia hidrográfica.
 
Ao final dessa disciplina, você terá um novo conhecimento em mãos, que poderá utilizar 
tanto na sua vida profissional, como no seu dia a dia. Por isso, leia, releia, faça as autoatividades, 
procure novos conhecimentos sobre o tema se por acaso surgir qualquer dúvida, não se esqueça 
de consultar o(a) Tutor(a) Externo(a) dessa disciplina.
Bons estudos! 
Prof. Juliano Alaide Albano
Prof.ª cleci teresinha noara
Prof.ª catarina cristina Barbara de siqueira Meurer
iii
ANÁLISE E GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS iv
UNI
Oi!! Eu sou o UNI, você já me conhece das outras disciplinas. 
Estarei com você ao longo deste caderno. Acompanharei os seus 
estudos e, sempre que precisar, farei algumas observações. 
Desejo a você excelentes estudos! 
 UNI
sUMário
UnidAde 1: recUrsos HÍdricos ............................................................................... 1
tÓPico 1 - AsPectos GerAis soBre A áGUA ......................................................... 3
1 introdUÇão ................................................................................................................. 3
2 cArActerÍsticAs dA áGUA ..................................................................................... 4
2.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS ...................................................................................... 4
2.2 CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS .................................................................................. 6
2.3 CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS.............................................................................. 8
3 o ciclo HidrolÓGico ................................................................................................ 9
leitUrA coMPleMentAr ........................................................................................... 14
resUMo do tÓPico 1 .................................................................................................. 17
AUtoAtiVidAde ............................................................................................................. 18
tÓPico 2 - PolUiÇão dos recUrsos HÍdricos ................................................... 21
1 introdUÇão ............................................................................................................... 21
2 PolUiÇão dos recUrsos HÍdricos .................................................................... 21
3 o trAtAMento dA áGUA ......................................................................................... 25
4 o trAtAMento de esGoto doMÉstico .............................................................. 18
leitUrA coMPleMentAr ........................................................................................... 31
resUMo do tÓPico 2 .................................................................................................. 34
AUtoAtiVidAde ............................................................................................................. 35
tÓPico 3 - distriBUiÇão dA áGUA no BrAsil e no MUndo .............................. 37
1 introdUÇão ............................................................................................................... 37
2 distriBUiÇão dA áGUA no BrAsil e no MUndo ............................................... 38
3 Uso dA áGUA nA ProdUÇão de AliMentos e o coMÉrcio dA áGUA 
 VirtUAl ........................................................................................................................ 46
leitUrA coMPleMentAr ............................................................................................ 52
resUMo do tÓPico 3 .................................................................................................. 54
AUtoAtiVidAde ............................................................................................................. 55
AVAliAÇão ...................................................................................................................... 56
UnidAde 2: Gestão de recUrsos HÍdricos ........................................................ 57
tÓPico 1 - A Gestão dos recUrsosHÍdricos A PArtir dA BAciA 
 HidroGráficA .......................................................................................... 59
1 introdUÇão ............................................................................................................... 59
2 BAciAs HidroGráficAs .......................................................................................... 59
2.1 A BACIA HIDROGRÁFICA SOB O OLHAR TÉCNICO ............................................... 61
2.2 DELIMITANDO UMA BACIA HIDROGRÁFICA .......................................................... 52
3 HierArQUiA flUViAl ................................................................................................ 65
ANÁLISE E GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS v
ANÁLISE E GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS vi
3.1 A INFLUÊNCIA DOS FATORES FÍSICOS NA FORMAÇÃO DA REDE DE 
 DRENAGEM ................................................................................................................ 67
3.2 O GERENCIAMENTO DE BACIA HIDROGRÁFICA ................................................... 70
4 A Gestão inteGrAdA de BAciA HidroGráficA .............................................. 72
5 Gestão conserVAcionistA de BAciA HidroGráficA: AdoÇão dAs 
 UnidAdes de conserVAÇão PArA ProteÇão dos MAnAnciAis ................. 74
6 o sisteMA de inforMAÇão GeoGráficA (siG) coMo ferrAMentA nA 
 Análise de BAciAs HidroGráficAs ................................................................... 76
7 reconHecendo os eleMentos de UMA PAisAGeM nAs BAciAs 
 HidroGráficAs ......................................................................................................... 77
leitUrA coMPleMentAr ........................................................................................... 79
resUMo do tÓPico 1 .................................................................................................. 84
AUtoAtiVidAde ............................................................................................................. 85
tÓPico 2 - PrinciPAis BAciAs HidroGráficAs BrAsileirAs ........................... 87
1 introdUÇão ............................................................................................................... 87
2 ecoloGiA dos rios .................................................................................................. 87
3 PrinciPAis BAciAs HidroGráficAs BrAsileirAs ............................................ 90
3.1 PANORAMA GERAL DAS REGIÕES HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS .................. 91
3.1.1 Região Hidrográfica Amazônica ............................................................................... 92
3.1.2 Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia ............................................................. 94
3.1.3 Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental ................................................... 96
3.1.4 Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental ...................................................... 97
3.1.5 Região Hidrográfica do São Francisco ..................................................................... 98
3.1.6 Região Hidrográfica do Parnaíba ........................................................................... 100
3.1.7 Região Hidrográfica Atlântico Leste ....................................................................... 101
3.1.8 Região Hidrográfica Atlântico Sudeste ................................................................... 103
3.1.9 Região Hidrográfica do Paraguai ........................................................................... 106
3.1.10 Região Hidrográfica do Uruguai ........................................................................... 170
3.1.11 Região Hidrográfica Atlântico Sul ......................................................................... 109
3.1.12 Região Hidrográfica do Paraná .............................................................................110
4 PotenciAl HidrelÉtrico BrAsileiro: cArActerÍsticAs, iMPActos 
 e conflitos ..............................................................................................................113
leitUrA coMPleMentAr i ........................................................................................116
leitUrA coMPleMentAr ii ...................................................................................... 120
resUMo do tÓPico 2 ................................................................................................ 124
AUtoAtiVidAde ........................................................................................................... 125
tÓPico 3 - A eMerGÊnciA do desenVolViMento sUstentáVel .................. 127
1 introdUÇão ............................................................................................................. 127
2 o sUrGiMento dA QUestão AMBientAl e A BUscA Pelo 
 desenVolViMento sUstentáVel ...................................................................... 127
2.1 O CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ..................................... 128
2.2 AGENDA 21 BRASILEIRA ......................................................................................... 130
ANÁLISE E GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS vii
resUMo do tÓPico 3 ................................................................................................ 134
AUtoAtiVidAde ........................................................................................................... 135
tÓPico 4 - A Gestão AMBientAl nA iMPlAntAÇão do 
 desenVolViMento sUstentáVel ..................................................... 137
1 introdUÇão ............................................................................................................. 137
2 A Gestão AMBientAl ............................................................................................. 137
2.1 GESTÃO AMBIENTAL INTEGRADA ......................................................................... 139
3 A Gestão AMBientAl no BrAsil ....................................................................... 139
3.1 A CRIAÇÃO DE UMA ESTRUTURA PARA A GESTÃO AMBIENTAL 
 BRASILEIRA ............................................................................................................ 140
4 A contriBUiÇão dA constitUiÇão federAl de 1988 PArA A Gestão 
 AMBientAl ................................................................................................................. 143
resUMo do tÓPico 4 ................................................................................................ 145
AUtoAtiVidAde ........................................................................................................... 146
tÓPico 5 - A Gestão AMBientAl PArA A sUstentABilidAde dos 
 recUrsos HÍdricos no BrAsil ......................................................... 147
1 introdUÇão ............................................................................................................. 147
2 o inÍcio dAs discUssÕes soBre A sUstentABilidAde dos 
 recUrsos HÍdricos .............................................................................................. 148
3 A trAJetÓriA HistÓricA dos recUrsos HÍdricos no BrAsil ................. 149
3.1 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÇÃO AOS RECURSOS HÍDRICOS .......... 149
4 A estrUtUrA do sisteMA de Gestão dos recUrsos HÍdricos .............. 152
resUMo do tÓPico 4 ................................................................................................ 157
AUtoAtiVidAde ........................................................................................................... 158
AVAliAÇão .................................................................................................................... 159
UnidAde 3: A iMPleMentAÇão dA Gestão PArticiPAtiVA e 
 descentrAliZAdA dos recUrsos HÍdricos no BrAsil.......... 161
tÓPico 1 - PlAno de recUrsos HÍdricos: instrUMento orientAdor 
 dAs AÇÕes dos coMitÊs de BAciAs ................................................ 163
1 introdUÇão ............................................................................................................. 163
2 o PlAno nAcionAl de recUrsos HÍdricos ................................................... 163
leitUrA coMPleMentAr ......................................................................................... 166
resUMo do tÓPico 1 ................................................................................................ 169
AUtoAtiVidAde ........................................................................................................... 170
tÓPico 2 - Gestão de recUrsos HÍdricos: UM ViÉs dos coMitÊs 
 de BAciA ................................................................................................... 171
1 introdUÇão ............................................................................................................. 171
2 os coMitÊs de GerenciAMento de BAciAs HidroGráficAs .................... 172
leitUrA coMPleMentAr ......................................................................................... 176
ANÁLISE E GESTÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS viii
resUMo do tÓPico 2 ................................................................................................ 181
AUtoAtiVidAde ........................................................................................................... 182
tÓPico 3 - os coMitÊs de BAciA e A Gestão PArticiPAtiVA dA áGUA ........ 183
1 introdUÇão ............................................................................................................. 183
2 A PArticiPAÇão sociAl nA Gestão dos recUrsos HÍdricos ................. 183
3 os coMitÊs de BAciA coMo esPAÇo de PArticiPAÇão sociAl ............... 185
4 A iMPlAntAÇão dos coMitÊs de BAciAs no BrAsil ................................... 187
5 A GoVernAnÇA dA áGUA ...................................................................................... 188
leitUrA coMPleMentAr ......................................................................................... 190
resUMo do tÓPico 3 ................................................................................................ 193
AUtoAtiVidAde ........................................................................................................... 194
tÓPico 4 - desAfios e AVAnÇos nA iMPleMentAÇão dA Gestão dos 
 recUrsos HÍdricos no BrAsil ......................................................... 195
1 introdUÇão ............................................................................................................. 195
2 desAfios ................................................................................................................... 195
2.1 DESAFIOS DOS COMITÊS DE BACIAS .................................................................. 196
2.2 VALORES AMBIENTAIS E OS DESAFIOS PARA AVANÇAR NA GOVERNANÇA 
 DOS RECURSOS HÍDRICOS NO BRASIL ............................................................... 197
leitUrA coMPleMentAr ......................................................................................... 201
resUMo do tÓPico 4 ................................................................................................ 204
AUtoAtiVidAde ........................................................................................................... 205
tÓPico 5 - A inserÇão dA edUcAÇão AMBientAl – PelA conserVAÇão 
 dA áGUA .................................................................................................... 207
1 introdUÇão ............................................................................................................. 207
2 A edUcAÇão AMBientAl nA conteMPorAneidAde ...................................... 208
2.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM SANEAMENTO – AÇÕES DE PROTEÇÃO DAS 
 ÁGUAS ...................................................................................................................... 210
3 PrinciPAis PolÍticAs PÚBlicAs nA Gestão dA áGUA .................................. 214
3.1 A NECESSIDADE DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ATUALIDADE ........................ 216
leitUrA coMPleMentAr ......................................................................................... 220
resUMo do tÓPico 5 ................................................................................................ 223
AUtoAtiVidAde ........................................................................................................... 224
AVAliAÇão .................................................................................................................... 225
referÊnciAs ............................................................................................................... 227
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UNIDADE 1
RECURSOS HÍDRICOS
ObjEtIvOS DE ApRENDIzAgEm
 A partir desta unidade, você será capaz de:
	contextualizar aspectos relacionados às características da água 
e do ciclo hidrológico;
	apresentar a distribuição da água no Brasil e no mundo e os seus 
principais usos;
	abordar e discutir as diferentes formas de poluição deste recurso 
e distintas metodologias de recuperação ambiental dos corpos 
d’água.
tÓPico 1 – AsPectos GerAis soBre A áGUA 
tÓPico 2 – PolUiÇão dos recUrsos 
HÍdricos 
tÓPico 3 – distriBUiÇão dA áGUA no BrAsil 
e no MUndo
pLANO DE EStUDOS
esta unidade está dividida em três tópicos. no final de 
cada um deles, você encontrará atividades que reforçarão o seu 
aprendizado.
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AsPectos GerAis soBre A áGUA
1 introdUÇão
tÓPico 1
De acordo com a história, a civilização vem se estabelecendo às margens dos rios. Estes 
lhe proporcionavam água para suas necessidades básicas, escoamento de resíduos, irrigação 
e, na contemporaneidade, para as práticas industriais. Com o desenvolvimento tecnológico, o 
homem aprimorou suas técnicas e a capacidade de transportar e controlar a água, deixando 
de consumir mais, poluir mais e desperdiçar mais.
Para o homem, a água é um elemento da Terra cheio de significados, ela está presente 
no seu dia a dia como elemento vital para manutenção das atividades metabólicas do corpo. 
Ela é a força motriz da cadeia produtiva, essencial para o desenvolvimento da agricultura 
e pecuária, das fábricas e das indústrias. Nós nos ligamos a ela por diferentes aspectos 
culturais: nos rituais religiosos de vida e de morte, na música, nas artes plásticas etc. Estamos 
psiquicamente ligados a ela, sua presença nos conforta, nos acalma e tranquiliza. A água é a 
base da vida no planeta.
Cientes dessa nossa ligação com esse recurso natural, vital para a nossa sobrevivência, 
a definição de estratégias de preservação, conservação e do seu manejo sustentável se faz 
necessária e extremamente urgente. Portanto, nós, educadores e futuros educadores, temos 
o compromisso ético e profissional de compreender a atual situação desse recurso no nosso 
planeta. 
Diante disso, precisamos saber quais são suas características (física, química e 
biológica), como ela se renova (ciclo hidrológico), qual sua distribuição, que usos fazemos 
dela, quais são os principais problemas ligados à disponibilidade e à demanda desse recurso 
e que políticas públicas estão sendo pensadas para a gestão sustentável desse recurso para 
podermos colocar a “mão na massa” e fazermosa nossa parte. 
UnidAde 1
UNIDADE 1TÓPICO 14
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Nesse sentido, para que possamos compreender os processos que envolvem a análise e 
a gestão de bacias hidrográficas, o enfoque serão os recursos hídricos. Para tanto, iniciaremos 
com a apresentação das principais características da água (física, química e biológica) e do 
ciclo hidrológico. Neste tópico analisaremos também quais são as principais interferências do 
ser humano nesse ciclo. 
2 cArActerÍsticAs dA áGUA
A água possui uma estrutura molecular bastante simples, é composta por dois átomos 
de hidrogênio e um de oxigênio (H2O). Cada átomo de hidrogênio liga-se covalentemente 
ao átomo de oxigênio, onde as moléculas se mantêm juntas pela atração mútua de átomos 
carregados positiva e negativamente. 
Encontramos a água no planeta nos estados sólido, líquido e gasoso, sendo o estado 
líquido a forma mais frequente. Uma das propriedades mais importantes da água no estado 
líquido é sua capacidade de dissolver substâncias, dizemos assim que a água é um solvente 
universal.
A água possui tantas características favoráveis à vida que é impossível imaginar a vida 
tendo alguma outra base que não fosse a água. Para que possa ser utilizada pelos organismos 
vivos, a água precisa conter características físicas, químicas e biológicas adequadas às suas 
necessidades. 
Veremos a seguir quais são essas características e qual a importância delas para os 
organismos vivos. 
2.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
A água possui uma densidade relativamente elevada (cerca de oitocentas vezes superior 
à densidade do ar). Essa densidade varia com a temperatura, a concentração de substâncias 
dissolvidas e a pressão. No estado sólido a água é menos densa do que no estado líquido, o que 
faz com que o gelo flutue sobre a água. O fato de a água atingir sua densidade máxima a 4ºC 
faz com que somente a superfície aquática se congele, gerando um anteparo protetor para as 
comunidades aquáticas. 
Além de densa, a água é viscosa, o que significa que ela resiste ao fluxo ou ao movimento 
de um corpo através dela. A alta densidade aliada à viscosidade tende a retardar o movimento, o que 
faz com que os organismos criem mecanismos diferenciados de sobrevivência no meio aquático. 
UNIDADE 1 TÓPICO 1 5
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TA! �
Você já parou para pensar, o que acontece quando a água 
do rio encontra a água do mar? Elas se misturam, formando 
a água salobra, típica de manguezais, onde encontramos 
organismos que se adaptaram a este ambiente, como é o caso 
dos caranguejos.
Outra característica importante da água é o seu calor específico. Por ter um calor 
específico bem elevado, ela pode absorver ou liberar grandes quantidades de calor em variações 
de temperaturas relativamente pequenas. 
Essas propriedades fazem com que grandes massas de água possam alterar 
características climáticas locais, amenizando as variações de temperatura amplas. Sendo 
assim, se os oceanos não existissem, a amplitude térmica do planeta seria muito maior (BRAGA 
et al., 2005).
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Você já parou para pensar por que o hemisfério norte é mais frio 
que o hemisfério sul? Esse fenômeno é caracterizado devido ao 
calor específico da água que corresponde a 1,0 cal/gC, pois a 
água retém mais calor que o solo. O hemisfério sul possui porção 
marítima muito maior que o norte, contudo a água do oceano 
absorve e retém grande parte do calor que, durante a noite, o 
oceano perde lentamente para atmosfera. Isso acontece durante 
todo o ano, fazendo com que a amplitude térmica (variação de 
temperatura) seja baixa e mais quente no hemisfério sul.
A cor e a turbidez da água também são características físicas importantes. Essas 
características interferem na penetração de luz dentro dos corpos d’água. A penetração de luz, 
nos corpos hídricos, é essencial para a produção de fotossíntese e consequentemente para 
a existência da biota aquática. 
A cor da água é constituída por luz refletida, podendo ser uma cor real (quando o meio 
aquático possui substâncias dissolvidas na água que conferem a ele uma determinada cor) 
ou aparente (quando reflexos de outros materiais, como algas e rochas, dão ao corpo d’água 
uma coloração específica).
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2.2 CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS
A água é conhecida por ser um solvente universal, podendo dissolver tanto moléculas 
orgânicas como inorgânicas. Muitas dessas partículas dissolvidas são essenciais para os 
organismos aquáticos. 
A água em contato com diferentes minerais e o substrato rochoso provoca a solubilização. 
O processo de intemperismo químico das rochas pela água é de dissolução, decomposição e 
hidratação. Esse processo é evidenciado devido à presença dos ácidos orgânicos e inorgânicos 
e, ainda, pelo aumento da temperatura.
A salinidade da água se refere à quantidade total de sais dissolvidos e é expressa em 
relação ao peso de uma solução para o peso de igual volume de água destilada. 
Como podemos perceber, raramente encontramos água pura na natureza, pois isso 
dependerá das condições locais, assim como dos minerais, sais e substâncias contidos no 
solo, em concentrações variadas. 
ATEN
ÇÃO!
Erroneamente dizemos “água doce”, pois não existe água com 
açúcar, o que existe é água com menor quantidade de sais.
Quando mencionamos água destilada, nos referimos à água pura, onde se apresentam 
apenas as duas moléculas de hidrogênio e uma de oxigênio (H2O). Não encontramos este tipo 
de água na natureza, pois, para isso, se faz necessário passar por um processo de destilação. 
A água destilada é utilizada para diversos fins tanto em indústrias como para finalidades 
médicas.
A água também possui gases (como oxigênio e o dióxido de carbono) e sais minerais 
dissolvidos, como já vimos, o que favorece a realização da fotossíntese e a existência de 
organismos vivos nos diferentes ambientes. 
O pH da água é uma característica importante a ser observada, já que muitas das 
reações químicas que ocorrem na água são afetadas pelo seu valor. As comunidades aquáticas 
são diretamente afetadas pelo pH da água. Os peixes, por exemplo, só conseguem sobreviver 
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em águas com pH entre 5 e 9 e apresentam produtividade máxima com pH entre 6,5 e 8,5 
(BRAGA et al., 2005). 
Não devemos esquecer que, além da salinidade, do pH e dos gases encontrados na 
água, existem mais algumas substâncias que devemos conhecer. Vale ressaltar que, entre as 
características químicas da água ora aqui citadas, existem outras, não menos importantes, 
como: as substâncias químicas e os metais tóxicos, a demanda de oxigênio, a alcalinidade, os 
sólidos totais dissolvidos (cloreto, sulfatos entre outros), dureza e matéria orgânica. 
A água proveniente do abastecimento público, aquela que chega às nossas residências, 
contém uma infinidade de nutrientes e elementos. A presença (ou ausência) desses elementos 
pode ser importante em algumas situações, pois, para o bom funcionamento, o corpo humano 
também depende desses elementos, como: nitratos, fosfatos, magnésio, ferro, entre outros 
elementos presentes na água, porém em dosagem adequada de acordo com a demanda do 
nosso organismo. 
Estudaremos isso com mais detalhes adiante!
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2.3 CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS
Os diferentes ambientes aquáticos abrigam uma grande diversidade de espécies de 
organismos vivos que vivem interligados entre si numa complexa trama ecológica. Esses 
organismos podem ser desde microscópicos (protozoários, bactérias) até animais de grandes 
dimensões como as baleias. 
Outros são utilizados intensamente pelo ser humano como alimento (peixes, crustáceos 
e outros) e também podem ser causadores de grandes enfermidades (como protozoários e 
bactérias presentes no esgoto). As características biológicas da água dependem exclusivamente 
das características físicas e químicas dos ambientes onde se encontra. 
Muitos dos organismos que compõem a comunidade aquática são denominados 
bioindicadores ou indicadores biológicos, pois a presença ou ausência desses organismos 
pode indicar boa ou má qualidade da água. 
As alterações genéticas, fisiológicas, ecológicas, comportamentais, morfológicas ou 
ainda bioquímicas poderão nos revelar a presença de poluentes ou stress no ecossistema e, 
ainda, se houver, o tempo de ocorrência desta determinada perturbação ao meio. São bons 
exemplos de bioindicadores os fungos, as algas e os liquens. 
Uma forma de atribuir condições a serem atendidas pelos corpos hídricos é estabelecer 
uma classificação para as águas em função de seus múltiplos usos. Com isso, os mananciais 
são enquadrados em classes, empregando-se, para cada uma, os usos a que se destina e 
seus requisitos, conforme serão apresentados no quadro a seguir.
No Brasil, a classificação da qualidade das águas compete ao Conselho Nacional de 
Meio Ambiente (CONAMA), através da Resolução no 357/2005. Esta resolução dispõe sobre 
a classificação dos corpos hídricos e fornece as diretrizes ambientais para o enquadramento, 
assim como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. 
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QUADRO 1 – ENQUADRAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS BRASILEIROS
Uso preponderante da água 
Classificação 
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pe
ci
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ss
e 
1
c
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ss
e 
2
c
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ss
e 
3
c
la
ss
e 
4
Abastecimento público, preservação aquática em 
unidade de conservação de proteção integral, 
com ou sem desinfecção.
X 
Abastecimento público, após tratamento convencional. 
Recreação de contato primário (natação, esqui 
aquático e mergulho).
 X 
Comunidades aquáticas em terras indígenas. X 
Irrigação de hortaliças que são consumidas 
cruas e de frutas que se desenvolvem rente ao 
solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção 
de película. 
X 
Preservação do equilíbrio natural das comunidades 
aquáticas.
X 
Irrigação de hortaliças, frutas, parques, jardins, 
campos de esporte e lazer, aquicultura e a 
atividade de pesca.
X
Abastecimento para consumo humano, após 
tratamento convencional ou avançado; irrigação 
de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; 
a pesca amadora; a recreação de contato 
secundário e a dessedentação de animais.
 X 
A navegação e a harmonia paisagística. X 
FONTE: Adaptado de: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res2086.html>. Acesso em: 
31 maio 2013.
DIC
AS!
Para saber mais a respeito da classificação das águas no Brasil, 
acesse o site: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/
res35705.pdf>, entre neste portal e veja a classificação das águas 
salinas e salobras e, ainda, as condições e padrões de qualidade 
das águas.
3 o ciclo HidrolÓGico
A água, assim como o carbono, o nitrogênio, o enxofre e outros elementos essenciais 
à vida, renova-se através de ciclos denominados biogeoquímicos. A água é o único elemento 
composto (hidrogênio e oxigênio) que participa desse processo. 
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O ciclo da água é denominado ciclo hidrológico e compreende dois fenômenos básicos: 
evaporação e precipitação. Conforme é apresentado na figura a seguir, o ciclo hidrológico pode 
ser resumido nas seguintes etapas:
FIGURA 1 – CICLO HIDROLÓGICO
FONTE: Disponível em: <http://ga.water.usgs.gov/edu/watercycleportuguesehi.html>. Acesso em: 5 
abr. 2012.
• Evaporação: é através da evaporação que a água retorna ao ciclo. A evaporação pode ocorrer 
em qualquer etapa, conforme figura anterior. A água evaporada se mantém na atmosfera por 
um período de 10 dias. 
• Precipitação: sob a ação da gravidade, a água acumulada nas nuvens cai sobre a superfície 
da terra ou no oceano.
• Detenção: parte da precipitação fica retida na vegetação, depressões do terreno e edificações. 
Essa água retida pode retornar à atmosfera pela ação da evaporação, penetrar no solo pela 
infiltração ou ainda escorrer superficialmente.
• Escoamento superficial: é formado pela água precipitada que escoa pelo solo em direção 
às áreas de altitudes inferiores. Essa água tende a formar diferentes reservatórios de água, 
como rios, riachos e lagos, porém durante o processo de escoamento essa água pode ficar 
retida, evaporar ou infiltrar nas camadas superiores do solo.
• Infiltração: compreende a parcela de água que infiltra e irá alimentar a umidade do solo, os 
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lençóis freáticos e os fluxos subterrâneos. A água infiltrada pode ainda sofrer evaporação 
ou ser utilizada pela vegetação. A capacidade de infiltração depende do tipo e do uso do 
solo. A disposição de infiltração do solo da floresta é alta, o que produz baixa quantidade de 
escoamento superficial; já em solos sem cobertura florestal e compactação, a capacidade 
de infiltração pode diminuir drasticamente, aumentando o escoamento superficial. 
• Escoamento subterrâneo: é constituído por parte da água infiltrada na camada superior do 
solo, sendo bem mais lento que o escoamento superficial. Através do escoamento subterrâneo 
os rios e lagos são mantidos nos períodos de estiagem. 
• Evapotranspiração: consiste na eliminação da água, na forma de vapor, pelas plantas. 
Nos oceanos o volume de água evaporado é maior que o volume de água precipitado, 
o que difere do continente, onde o volume evaporado é menor que o volume que precipita, ou 
seja, boa parte da água precipitada nas áreas continentais provém dos oceanos. Especula-se 
que na bacia amazônica os valores de precipitação e evaporação sejam equivalentes. 
Os processos hidrológicos na bacia hidrográfica possuem duas direções de 
fluxo: vertical e longitudinal. O vertical é representado pelos processos de precipitação, 
evapotranspiração, umidade e fluxo no solo; enquanto que o processo longitudinal pelo 
escoamento na direção dos gradientes da superfície (escoamento superficial e rios) e do 
subsolo (escoamento subterrâneo). Para estruturar o balanço de volumes de uma bacia 
hidrográfica, depende-se inicialmente dos dados do fluxo vertical.
FONTE: Adaptado de: <http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/sqa_3.pdf>. Acesso em: 
31 maio 2013.
Um ponto importante a ser destacado nesse processo cíclico da água são as 
intervenções ocasionadas pelo ser humano. Como você pode perceber, a vegetação e o solo 
possuem um papel importante neste ciclo e para exercermos nossas atividades socioeconômicas 
interferimos constantemente tanto no solo como na cobertura vegetal. As alterações no uso do 
solo ocasionam impactos negativos ao meio ambiente como as inundações. 
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Na Unidade 2 você encontrará o conceito sobre bacia hidrográfica.
Os solos se constituemde grãos de argila, silte, areia e partículas de material orgânico 
em proporções diferenciadas. A área superficial total das partículas, num dado volume de solo, 
aumenta à medida que seus tamanhos diminuem. Os solos abundantes em argilas (partículas 
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menores que 0,002 mm de diâmetro) e silte (partículas entre 0,002 a 0,005 mm) retêm mais 
água do que as areias grossas (partículas maiores que 0,005 mm), através das quais a água 
é drenada rapidamente. Contudo, não são somente essas características que possibilitam a 
permanência de água no solo.
Um solo mesmo sendo argiloso, se estiver exposto ao sol, sem proteção, irá facilmente 
perder a água retida. Nesse sentido, a vegetação sobre esse solo exerce um papel fundamental 
na retenção e proteção dessa água. 
As alterações de uso e manejo do solo da bacia hidrográfica podem ser classificadas 
quanto ao tipo de mudança, ao uso da superfície e à forma que provoca a alteração da superfície. 
Essa classificação está apresentada no próximo quadro. 
QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO À MUDANÇA E USO DO SOLO
clAssificAÇão tiPo
Mudança da superfície
Desmatamento 
Reflorestamento 
Impermeabilização
Uso da superfície
Urbanização 
Reflorestamento para exploração sistemática 
Desmatamento: extração de madeira, cultura 
de subsistência; culturas anuais; culturas 
permanentes
Método de alteração
Queimada 
Manual
Equipamentos
FONTE: Tucci e Mendes (2006, p. 25)
As alterações do solo causam diferentes mudanças na dinâmica hídrica. O desmatamento, 
por exemplo, tende a aumentar a vazão média em função da diminuição da evapotranspiração. 
A vegetação presente no solo intercepta a água da chuva e evita o impacto das gotas (splash) 
diretamente no solo. As folhas e as raízes das plantas, nos períodos de pouca chuva, conseguem 
reter a água no solo. Sem a vegetação, o solo tende a se tornar mais arenoso e, portanto, 
mais suscetível à erosão. 
A urbanização, por sua vez, gera outros tantos problemas. As principais alterações no 
ciclo hidrológico são:
• Redução da infiltração devido à impermeabilização ou compactação do solo.
• Aumento do escoamento superficial tanto em volume quanto em velocidade, o que faz com 
que vazões máximas aumentem, gerando as enxurradas e enchentes. 
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• Com a redução da infiltração, o aquífero tende a diminuir o nível do lençol freático por falta 
de alimentação, reduzindo o escoamento subterrâneo.
• A evapotranspiração é reduzida, devido à retirada da cobertura florestal.
Além dessas interferências no ciclo hidrológico, ocorrem ainda:
• aumento das vazões médias devido ao aumento da capacidade de escoamento por meio de 
conduto, canais e impermeabilização das superfícies;
• aumento da erosão do solo e produção de sedimentos;
• deterioração da qualidade da água superficial e subterrânea.
Inúmeras são as interferências que ocasionamos ao ciclo hidrológico. Muitas vezes não 
nos damos conta do que pequenas ações podem gerar. Se você mora numa pequena cidade, 
pode pensar: sabendo-se que o ciclo hidrológico é um fenômeno global, as interferências no 
meu município não são tão significativas assim.
Talvez não sejam mesmo, quando analisadas numa escala global, mas se você pensar 
nessas interferências dentro da sua região hidrográfica ou bacia hidrográfica irá perceber que 
esses pequenos problemas tomam dimensões muito diferenciadas. Por isso e por tantos outros 
motivos a gestão de águas deve ocorrer por bacia hidrográfica, pois os impactos de pequenas 
e grandes ações podem ser quantificados e melhor analisados. 
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Essas breves noções sobre as características da água e sobre o 
ciclo hidrológico podem ser ampliadas. Leia mais na bibliografia 
indicada ou na internet, no site da universidade da água <www.
uniagua.org.br> e no site da Companhia de Saneamento Básico 
de São Paulo – Sabesp –<http://site.sabesp.com.br/site/
default.aspx>, investigue.
Para ampliar nosso conhecimento sobre a interferência do homem no ciclo hidrológico, 
segue um texto científico sobre esses aspectos numa das principais bacias hidrográficas 
brasileiras – a bacia hidrográfica do rio São Francisco. 
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leitUrA coMPleMentAr
teleconeXÕes, MUdAnÇAs cliMáticAs e A BAciA HidroGráficA do rio são
frAncisco
Eventos climáticos não ocorrem de maneira isolada. Um exemplo desse fato é que a 
intensidade de chuva que cai sobre o nordeste e o sudeste do Brasil, áreas geográficas onde 
a bacia hidrográfica do rio São Francisco está inserida, pode, em parte, ser explicada pela 
temperatura da superfície das águas do oceano Pacífico, como revelam estudos científicos. 
Essas ligações, ou seja, teleconexões, como o El Niño, modificam o clima local, regional e global 
e, consequentemente, o ciclo das águas (precipitação, evaporação, escoamento superficial, 
subterrâneo etc.).
Como se isso não fosse o bastante, as atividades dos seres humanos (ações antrópicas) 
sobre o meio ambiente estão também alterando a dinâmica do clima e, por conseguinte, das 
águas do nosso planeta. Emissões dos gases causadores do efeito estufa, também conhecidos 
como greenhouses – dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), entre 
outros – e a concentração desses na atmosfera levam à elevação da temperatura global e ao 
aquecimento do planeta. Os greenhouses resultam de fontes múltiplas, como da queima de 
combustíveis fósseis e do desmatamento (e outras formas de mudança no uso da terra). 
Existe, ainda, outro fenômeno importante associado às ações antrópicas sobre o 
clima da Terra: o aumento do buraco da camada de ozônio. Os gases conhecidos como 
clorofluorcarbonos (CFCs) e outros encontrados nos aerossóis, refrigeradores e condicionadores 
de ar, quando presentes na atmosfera, causam a destruição da camada de ozônio, que protege 
o planeta contra os efeitos da radiação solar (raios ultravioleta). 
Mas, como os efeitos individuais e cumulativos das teleconexões, do efeito estufa e da 
destruição da camada de ozônio podem afetar os recursos hídricos da bacia hidrográfica do 
rio São Francisco? 
O clima – local, global e regional – resulta da interação entre variáveis como pressão 
atmosférica e temperatura das águas superficiais dos oceanos. Essas e outras variáveis afetam, 
por conseguinte, a ocorrência de chuvas. Vários cientistas ao redor do mundo concordam 
que as mudanças climáticas já afetam – e irão afetar ainda mais – o ciclo hidrológico, mas os 
impactos e a capacidade de remediação destes, quando possível, ocorrerão de forma diversa 
em regiões diferentes do mundo. Teleconexões e mudanças climáticas em geral influenciam 
os recursos hídricos porque alteram o clima e podem causar eventos extremos, como secas 
e inundações, levando ao aumento ou redução: na vazão dos rios; no nível de evaporação da 
água contida no solo, da superfície das plantas e dos corpos aquáticos; na quantidade de água 
perdida por transpiração por diferentes espécies de plantas; na quantidade e distribuição de 
chuva; na porção da água que infiltra no solo etc.
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O rio São Francisco tem 2.700 km de comprimento, atravessa cinco estados e possui 
99 afluentes perenes e 69 intermitentes. A bacia hidrográfica ocupa uma área de 638.323 km² 
em seis estados e no DistritoFederal, o que significa 8% da área do território. Mais de doze 
milhões de pessoas (aproximadamente 8% da população do país) habitavam a bacia em 2000. 
A geração de hidroeletricidade, a irrigação e a diluição de esgoto figuram entre os maiores usos 
dos recursos hídricos da bacia. Para analisarmos os efeitos das teleconexões e mudanças 
climáticas em geral, vamos pensar em duas situações: escassez e excesso de chuvas que, no 
caso do São Francisco, podem ocorrer conjuntamente em regiões distintas da bacia.
A seca é um fenômeno que castiga o Nordeste e afeta a qualidade e quantidade de 
água disponível, bem como ocasiona outras consequências econômicas, sociais e ecológicas. 
Mudanças climáticas e teleconexões podem afetar a frequência e a intensidade desses eventos. 
Para muitos, esse cenário é bastante realístico. Estudos indicam que zonas áridas do nordeste 
do Brasil sofrerão ainda mais com secas resultantes das mudanças climáticas, se nada for 
feito para reverter o quadro atual. A redução do volume anual de chuva no nordeste do Brasil 
foi correlacionada a anos de ocorrência do El Niño. Uma elevação da frequência e da área 
de ocorrência das secas afetará o acesso e a distribuição da água da bacia hidrográfica, e 
consequências diretas e indiretas podem ser criadas. A falta desse precioso recurso pode 
levar à ocorrência de desertos; causar a escassez de água para consumo humano, para 
outras espécies de animais e também plantas; destruir ou reduzir a produção e a produtividade 
agrícola; aumentar a demanda de água para irrigação; incrementar a migração populacional 
para centros urbanos, entre outros. A seca pode afetar, também, a geração de energia, já que 
a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF), principal empresa de geração elétrica 
da bacia, é responsável pelo abastecimento de energia das grandes capitais nordestinas. Estas 
consequências já foram sentidas em 2001, pois o efeito da falta d’água gerou o racionamento 
e o apagão. Espécies aquáticas também serão prejudicadas. A mudança nas características 
dos corpos aquáticos, como a elevação da temperatura e o aumento da salinidade devido 
à escassez e baixo nível da água, pode causar alteração na composição de ecossistemas 
e, então, a perda de espécies. O decréscimo da vazão na foz pode levar à entrada de água 
salgada do oceano Atlântico no rio São Francisco, destruindo habitat e espécies.
Mas o que poderia acontecer no caso de aumento da quantidade e frequência das 
chuvas? Isso já está ocorrendo em diferentes lugares do mundo, como nos Estados Unidos, 
e vem sendo atribuído às mudanças climáticas e às teleconexões. O El Niño também pode 
causar aumento de chuva no sul do Brasil, efeito inverso ao que pode ocorrer no nordeste. 
Mudanças climáticas podem alterar a intensidade das chuvas na região sudeste. Não podemos 
esquecer que 73,5% da vazão natural média do rio São Francisco vem do estado de Minas 
Gerais. A vazão do rio São Francisco seria elevada. Esse fato poderia influenciar o uso das 
estruturas construídas para a geração de energia e outras formas do uso da água e da terra da 
área. Mais chuva poderia levar a uma maior erosão na bacia, a maior entrada de sedimentos e 
outros elementos poluentes nos rios afluentes e no São Francisco, como, por exemplo, resíduos 
químicos aplicados na agricultura. 
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A poluição das águas poderia elevar os custos para limpeza e purificação de água pelas 
empresas de tratamento e distribuição. As espécies aquáticas poderiam ser prejudicadas pela 
destruição dos habitats, pelo aumento da quantidade de sedimentos e consequente turbidez 
da água, além da redução da penetração da luz necessária às espécies que precisam da luz 
para realizar a fotossíntese. 
Populações ribeirinhas sofreriam com inundações, perdendo as casas e produções 
das várzeas; especialmente porque as companhias hidroelétricas, provavelmente, precisariam 
abrir as comportas para permitir a passagem da água e reduzir o perigo da destruição das 
estruturas. Mas, quem sabe, o crescimento no volume de chuva, em outras regiões da bacia, 
poderia aumentar o potencial agrícola que hoje depende de irrigação em áreas interioranas 
e semiáridas (do Nordeste), se a água chegasse a áreas apropriadas; e poderia elevar a 
capacidade de produção de energia elétrica, que hoje é abaixo do potencial instalado.
A bacia hidrográfica do rio São Francisco é totalmente dependente do nível e da 
distribuição das chuvas. Dessa forma, aí está uma importância de natureza climática. Seria 
impossível mencionar neste artigo todas as possíveis consequências, especialmente porque 
muitos dos efeitos são desconhecidos e incalculáveis. As mudanças climáticas podem elevar 
a necessidade de escolha entre usos, como, por exemplo, irrigação ou geração de energia, 
proteção da vida aquática ou diluição de esgoto. As políticas públicas destinadas à administração 
dos recursos da bacia terão que levar em consideração essas questões e ter em mente a 
possibilidade e necessidade de existência de diversos cenários para tentar se adaptar às 
mudanças climáticas. Esse é um grande desafio! “A água doce não tem substitutos para a 
maioria dos usos” e o seu ciclo tem sido diretamente influenciado por mudanças antrópicas 
para atender as necessidades humanas, como no caso de irrigação e hidroeletricidade. O 
problema maior é que esses fatos estão também associados a outras variáveis, como mudança 
climática e às teleconexões.
FONTE: Disponível em: <http://www.jornallivre.com.br/73726/teleconexoes-mudancas-climaticas-e-o-
velho-chico.html>. Acesso em: 1 jun. 2013.
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resUMo do tÓPico 1
neste tópico, você viu:
• Temos uma ligação muito íntima com a água em diferentes aspectos (biológicos, culturais, 
psíquico e econômico).
• As características da água estão divididas em físicas, químicas e biológicas. As características 
físicas e químicas da água influenciam as características biológicas.
• As características da água influenciam tanto na dinâmica do planeta, como nas características 
e comportamentos de diferentes espécies de seres vivos.
• O ciclo hidrológico pode ser resumido em: precipitação, detenção, escoamento superficial, 
infiltração, escoamento subterrâneo, evapotranspiração e evaporação.
• As atividades humanas causam inúmeras interferências no ciclo hidrológico, os principais 
motivos são o desmatamento e a urbanização.
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Chegou a hora de você avaliar o quanto conseguiu aprender com a sua leitura. Responda 
às questões a seguir e reflita sobre elas. 
1 Descreva as principais características da água. 
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2 Sobre o ciclo hidrológico, é CORRETO afirmar:
a) ( ) A precipitação é um fenômeno que se distribui igualmente em todas as regiões da Terra.
b) ( ) Nos oceanos o volume de água evaporado é menor do que o volume de água 
 precipitada.
c) ( ) Para se estruturar o balanço de volumes de uma bacia hidrográfica, depende-
 se inicialmente dos dados do fluxo vertical.
d) ( ) O ciclo hidrológico é um fenômeno natural que não sofre interferência das 
 ações antrópicas.
3 Analisea figura a seguir e, com base nas informações sobre a interferência do ser 
humano no ciclo hidrológico, descreva a atual situação da bacia hidrográfica da sua 
região.
FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/search?q=imagem+bacia+hidro
grafica>. Acesso em: 5 abr. 2013.
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Busque informações sobre a bacia hidrográfica de sua região. Pesquise o nome, os 
municípios que a área total abrange, uso e ocupação do solo, índices pluviométricos, 
frequência de cheias e outras informações que você ache importantes. Com essas 
informações estruture um fichário que servirá de base para trabalhos futuros.
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PolUiÇão dos recUrsos HÍdricos
1 introdUÇão
tÓPico 2
No tópico anterior analisamos as características físicas, químicas e biológicas da água, 
como ela se renova no nosso planeta e como o ser humano interfere nesses processos. Essas 
informações nos deram uma noção da importância da água para a nossa sobrevivência e o 
equilíbrio do planeta. 
Nesse tópico veremos os principais aspectos envolvidos na poluição dos recursos 
hídricos e algumas formas de revertermos esses impactos. 
UnidAde 1
2 PolUiÇão dos recUrsos HÍdricos
Enquanto a poluição do ar é responsável por três milhões de mortes ao ano, a água contaminada 
provoca 25 milhões em todo o mundo. De acordo com o CONAMA, poluição da água é: 
[...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas que 
possa importar em prejuízos à saúde, à segurança e, ao bem-estar das po-
pulações e ainda comprometer a sua utilização para fins agrícolas, industriais, 
comerciais, recreativos e, especialmente, a existência normal da fauna aquática 
(BRASIL, 1986). 
Essas alterações podem ser provocadas por ações antrópicas. A poluição pode ocorrer 
de duas formas: pontual ou difusa. 
1. A poluição pontual caracteriza-se por lançamentos individualizados, normalmente de fácil 
identificação, como o lançamento de esgotos por uma residência ou lançamento de tintura por 
indústrias têxteis.
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2. Já as cargas difusas caracterizam-se por não possuírem um local definido de contaminação, 
como, por exemplo, o lançamento de agrotóxicos pela agricultura. 
Comumente encontramos mananciais, rios e lagos poluídos, principalmente os de áreas 
urbanas. Muitas vezes esses corpos d’água estão tão descaracterizados que nem conseguimos 
concebê-los como um rio, um exemplo são as ditas “valas” muito comuns em áreas que não 
possuem drenagem de águas pluviais. 
Essas valas, na maioria das vezes, são rios ou riachos retificados que não apresentam 
suas características naturais como os meandros (curvas sinuosas do rio) e vegetação ciliar ao 
longo do seu percurso. Elas vêm sofrendo com processos erosivos, assoreamento, despejo de 
esgotos domésticos e lixo, o que resulta em corpos d’água com padrões estéticos que fogem 
à concepção que se tem de rio ou riacho, pois normalmente apresentam coloração alterada 
e odor desagradável. 
Uma água com qualidade possui características físicas, químicas e biológicas específicas, 
ou seja, existe um padrão que determina se a água tem ou não qualidade, como já foi evidenciado 
no tópico anterior. A caracterização da qualidade da água é feita através de exames e análises 
de amostras coletadas do corpo d’água em questão. A balneabilidade das águas litorâneas é 
evidenciada através dessas análises, que respeitam normas técnicas e padrões preestabelecidos. 
Observe no próximo quadro, com maior detalhamento, os principais indicadores de qualidade da 
água e suas principais características.
QUADRO 3 – INDICADORES FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS DA QUALIDADE DA ÁGUA
Principais indicadores de qualidade
físicos
cor – a cor se evidencia através da existência de substâncias em solução, sendo essas, 
na maioria das vezes, de origem orgânica.
turbidez – a turbidez é decorrente da presença de materiais em suspensão na água. 
sabor e odor – estão associados à presença de poluentes industriais ou outras substâncias 
indesejáveis, tais como matéria orgânica em decomposição.
Químicos
oxigênio dissolvido (od) – um dos requisitos básicos para a sobrevivência da maioria 
das espécies aquáticas é a presença de oxigênio dissolvido na água. O oxigênio, além de 
manter a vida na água, é necessário para a decomposição aeróbica do despejopoluidor. A 
aeração da água é produzida pela atmosfera, turbulência do rio e a fotossíntese das plantas 
aquáticas. 
demanda bioquímica de oxigênio (dBo) – a DBO mede a quantidade de oxigênio usada 
pela água na decomposição de material orgânico, ou seja, é a quantidade de oxigênio que 
vai ser respirada pelos decompositores aeróbios para a decomposição completa da matéria 
orgânica lançada na água. 
nitrogênio e fósforo – o nitrogênio na matéria orgânica transforma-se em nitrito e nitrato, e a 
presença desses elementos na água, juntamente com a amônia, são indicadores de poluição. 
O nitrogênio juntamente com o fósforo são indicadores das condições de eutrofização de 
um corpo d’água.
detergentes – a presença de detergentes na água principalmente os não biodegradáveis, 
além de ser prejudicial à vida aquática, dificulta os processos de tratamento de água e 
esgoto.
Agrotóxicos – os agrotóxicos (raticidas, herbicidas, inseticidas, fungicidas e outros) são 
produtos químicos utilizados no combate de pragas. O excesso e o uso incorreto desses 
produtos são prejudiciais às comunidades aquáticas e ao ser humano.
fenóis – os fenóis são comuns em resíduos industriais. Além de serem tóxicos, interferem 
no processo de tratamento da água, pois se combinam com o cloro e geram odor e sabor 
desagradável.
Biológicos
indicador bacteriológico – testa o número de bactérias na água, como coliformes e 
estreptococos. 
indicador aquático – são utilizados organismos aquáticos como peixes e plâncton para 
verificar o grau de poluição, por meio da sua resistência a condições anormais. 
FONTE: Adaptado de: Braga et al. (2005, p. 100), Tucci e Mendes (2006, p. 86)
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Caro(a) acadêmico(a)! A qualidade é um requisito básico para 
a gestão da água, não é por acaso que um dos objetivos da 
Política Nacional de Recursos Hídricos, estabelecida pela Lei nº 
9.433/1997, é “[...] assegurar à atual e às futuras gerações a 
necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade 
adequados aos respectivos usos”. 
DIC
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A eutrofização é o enriquecimento das águas com os nutrientes 
necessários ao crescimento da vida vegetal aquática. Nos 
lagos, ela é um processo natural de maturação, sendo lento e 
associado ao tempo de evolução dos ecossistemas. Um ambiente 
eutrofizado caracteriza-se pelos altos índices de nutrientes, pouca 
penetração de luz, baixa concentração de OD, alto crescimento 
de algas e biodiversidade baixa. Apesar de ser um processo 
lento, quando ocorre naturalmente, a eutrofização pode ser 
acelerada pelo despejo excessivo de nutrientes como o fósforo e 
o nitrogênio na água, presentes no esgoto doméstico, industrial 
e nos fertilizantes agrícolas. 
No quadro a seguir, veremos quais são os principais poluentes (e suas fontes) 
encontrados na água. Perceba que boa parte dessas fontes tem ligação com os nossos hábitos 
e comportamentos do dia a dia. 
QUADRO 4 – PRINCIPAIS POLUENTES E SUAS FONTES
PolUente fonte
Poluentes orgânicos 
biodegradáveis
São constituídos basicamente por carboidratos, proteínas e 
gorduras. A sua presença nos corpos d’água pode causar 
perda de biodiversidade, mau cheiro e outros problemas 
indesejados. A principal fonte são os esgotos domésticos. 
No Brasil, esse é um dos poluentes mais comuns nos rios e 
riachos, principalmente nos espaços mais urbanizados.
Poluentes orgânicos 
recalcitrantes ou 
refratários
Referem-se a compostos orgânicos que não são biodegradáveis 
ou com taxa de biodegradação muito lenta. Diferente dos 
poluentes orgânicos biodegradáveis, os poluentes orgânicos 
recalcitrantes têm o seu impacto associado à sua toxicidade e 
não ao consumo de oxigênio utilizado para sua decomposição. 
As principais fontes são os defensivos agrícolas (inseticidas, 
herbicidas e outros), detergentes sintéticos e petróleo.
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Metais
Os metais podem gerar danos à saúde, de acordo com a 
quantidade ingerida, devido à sua toxicidade, ou pelos seus 
potenciais carcinogênicos, mutagênicos ou teratogênicos. 
Dentre os metais destaca-se o mercúrio (Hg), usado em 
grande escala para fins industriais e agrícolas; o cádmio (Cd), 
também utilizado em larga escala na indústria na produção 
de ligas metálicas, agrotóxicos, produção e uso de tintas, 
trabalhos de impressão e fabricação de plásticos; o chumbo 
(Pb), cuja exposição humana pode se dar através de fontes 
naturais ou antropogênicas, tais como a mineração, fundição 
e refino de chumbo e outros metais, indústrias petrolíferas e 
cerâmicas, produção de vidro e borracha, construção civil, 
entre outras; o manganês (Mn) é empregado na fabricação de 
rações, adubos, pilhas secas, ligas não ferrosas, fungicidas, 
produtos farmacêuticos, entre outros; e o arsênio (As) que 
pode ser encontrado em depósitos finais de rejeitos químicos, 
manufatura (fusão) do cobre e outros metais, combustíveis 
fósseis, agrotóxicos, raticidas, tintas, corantes, entre outros. 
Um dos principais problemas gerados pelo metal é o seu 
potencial bioacumulativo. Organismos presentes na água 
podem acumular quantidades de metal nos seus tecidos e 
repassar ao longo da cadeia alimentar, podendo prejudicar 
organismos do topo da cadeia, como o ser humano. 
Nutrientes
O excesso de nutrientes na água pode gerar uma série de 
problemas para o ambiente aquático, como a proliferação 
de algas e outros organismos vivos, prejudicando diferentes 
usuários de água. Os principais nutrientes envolvidos nesse 
processo são o fósforo e o nitrogênio. Eles chegam aos corpos 
de água por meio da erosão do solo, pela fertilização artificial 
dos campos agrícolas ou pela própria decomposição natural da 
matéria orgânica biodegradável existente na água e no solo. 
Organismos patogênicos
Inúmeros organismos patogênicos podem estar presentes na 
água como: vírus (doenças causadas: hepatite infecciosa e 
poliomielite), bactérias (leptospirose, febre tifoide, cólera (vibrião 
da cólera), diarreia (enterovírus, E. Colli) entre outras doenças), 
protozoários (amebíase, giardíase) e helmintos (esquistossomose 
e ascaridíase). A principal fonte de contaminação da água com 
esses organismos é o esgoto doméstico.
Sólidos em suspensão
Os sólidos em suspensão podem ser depositados na água 
de diversas formas, como a erosão acentuada, enxurradas, 
entre outros fatores. O aumento da turbidez da água dificulta a 
entrada de luz e consequentemente prejudica a fauna e a flora 
aquática. O alto índice de turbidez pode prejudicar o acesso à 
água por diferentes usuários. A rizicultura, por exemplo, quando 
manejada de forma inadequada pode lançar nos corpos d’água 
uma grande quantidade de “lama” aumentando assim a turbidez 
da água e prejudicando usos como o abastecimento urbano. 
Calor
As características químicas, físicas e biológicas são afetadas 
pela temperatura da água. O lançamento de efluentes industriais 
aquecidos são uma das fontes de alteração da temperatura da 
água. 
FONTE: Adaptado de Braga et al. (2005, p. 83-86), Costa e Costa (2004, p. 17-56)
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Cientes dos principais poluentes aquáticos e suas principais fontes, veremos, a seguir, alguns 
procedimentos técnicos que ajudam a minimizar esses impactos nos recursos hídricos. Contudo, 
sempre devemos ter em mente que as ações individuais são fundamentais nesse processo. 
3 o trAtAMento dA áGUA
O tratamento da água possui inúmeras finalidades, tais como: higiênicas, econômicas 
e estéticas.Higiênicas – possuem a funcionalidade de remover protozoários, vírus, bactérias e outros micro-
organismos nocivos à saúde humana, reduzem impurezas e teores elevados de compostos 
orgânicos. 
econômicas – aqui ocorre a redução da corrosividade, da dureza, do ferro e manganês, pois 
o excesso faz mal à saúde, podendo levar o indivíduo a sofrer com enfermidades.
estéticas – a água tratada se torna incolor, sem sabor e sem odor. 
Para que a água possa ser consumida com segurança pelos seres humanos, ela 
precisa possuir certos padrões de potabilidade. Esses padrões, no Brasil, são estabelecidos 
pela Portaria no 518, de 25 de abril de 2004, do Ministério da Saúde. O abastecimento público 
de água deve respeitar esses padrões, para isso é feito o tratamento da água. 
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Para saber mais sobre a vigilância da qualidade da água e dos 
padrões de potabilidade estabelecidos em nosso país, acesse: 
<http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2004/GM/
GM-518.htm>.
O tratamento pode ser realizado para atender várias finalidades como já vimos 
(higiênicas, estéticas e econômicas). O tratamento de água é composto por diversas etapas, 
parte da captação passa pelo tratamento propriamente dito e termina com a distribuição da 
água para a população, conforme pode ser visualizado na figura a seguir. 
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FIGURA 2 – SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
FONTE: Disponível em: <http://www.copasa.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=23&sid=98&tpl
=printerview>. Acesso em: 5 abr. 2013.
Os processos de tratamento de água são: 
oxidação – o primeiro passo é oxidar os metais presentes na água, principalmente o ferro e 
o manganês, que normalmente se apresentam dissolvidos na água bruta. Para isso, injeta-
se cloro ou produto similar, pois tornam os metais insolúveis na água, permitindo, assim, a 
sua remoção nas outras etapas de tratamento.
 
coagulação – a remoção das partículas de sujeira se inicia no tanque de mistura rápida 
com a dosagem de sulfato de alumínio ou cloreto férrico. Estes coagulantes têm o poder 
de aglomerar a sujeira, formando flocos. Para otimizar o processo adiciona-se cal, o que 
mantém o pH da água no nível adequado.
 
floculação – na floculação, a água já coagulada movimenta-se de tal forma dentro dos 
tanques que os flocos misturam-se, ganhando peso, volume e consistência.
decantação – na decantação, os flocos formados anteriormente separam-se da água, 
sedimentando-se, no fundo dos tanques.
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filtração – a água ainda contém impurezas que não foram sedimentadas no processo de 
decantação. Ela precisa, por isso, passar por filtros constituídos por camadas de areia ou 
areia e antracito, suportadas por cascalho de diversos tamanhos que retêm a sujeira ainda 
restante.
desinfecção – a água já está limpa quando chega a esta etapa. Contudo, ela recebe ainda 
mais uma substância: o cloro. Este elimina os germes nocivos à saúde, garantindo também 
a qualidade da água nas redes de distribuição e nos reservatórios.
correção de pH – (potencial hidrogeniônico) – para proteger as canalizações das redes e 
das casas contra corrosão ou incrustação, a água recebe uma dosagem de cal, que corrige 
seu pH.
fluoretação – finalmente a água é fluoretada, em atendimento à Portaria do Ministério da 
Saúde. Consiste na aplicação de uma dosagem de composto de flúor (ácido fluossilícico). 
Reduz a incidência da cárie dentária, especialmente no período de formação dos dentes, 
que vai da gestação até a idade de 15 anos.
FONTE: Disponível em: <http://www.copasa.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=23&tpl=printerview>. 
Acesso em: 3 jun. 2013.
FIGURA 3 – ESCALA DO PH
FONTE: Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/ph.htm>. Acesso em: 
5 abr. 2013.
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4 o trAtAMento de esGoto doMÉstico
Tendo como foco as estações de tratamento de esgoto, a Agência Nacional de Água 
(ANA) decidiu iniciar um programa de despoluição. 
Isto aconteceu porque o tratamento de esgotos é ainda um desafio de grandes 
dimensões no Brasil, uma vez que apenas cerca de 20% do esgoto urbano passa por alguma 
estação de tratamento para a remoção de poluentes, antes do despejo final em algum rio 
ou no mar. O resto do esgoto coletado é conduzido por tubulações para despejo in natura, 
transformando os rios em focos de disseminação de doenças. 
Nas regiões mais pobres não existem as tubulações e o esgoto sai da moradia 
diretamente para a chamada "vala negra". Isto aumenta enormemente o risco de propagação 
das doenças infectocontagiosas, vitimando em particular as crianças. Em outras regiões, 
dependendo da permeabilidade do terreno, adotam-se fossas sépticas. Trata-se de razoável 
solução para o destino final do esgoto, caso as fossas sejam bem operadas. Contudo, 
frequentemente as fossas são mal operadas, resultando na contaminação de lençóis freáticos 
e, consequentemente, da água que vier a ser retirada de poços.
FONTE: Disponível em: <http://www.kelman.com.br/pdf/poluicao_seca_2.pdf>. Acesso em: 3 jun. 
2013.
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In natura – no estado original, no caso, refere-se ao estado que 
se apresenta, sem receber qualquer tipo de tratamento.
Como você pode perceber, um dos principais problemas ambientais relacionados à 
água no nosso país é o esgotamento sanitário, principalmente o esgoto doméstico. Uma das 
formas de minimizar esse impacto é o tratamento coletivo de esgoto doméstico através das 
Estações de Tratamento de Esgotos (ETE). 
O tratamento dos esgotos domésticos tem como objetivo remover o material sólido; 
reduzir a demanda bioquímica de oxigênio; exterminar micro-organismos patogênicos; reduzir 
as substâncias químicas indesejáveis e principalmente minimizar os impactos ambientais 
ocasionados por esse poluente. 
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FIGURA 4 – ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO (ETE)
FONTE: Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/esg4.htm>. Acesso em: 21 set. 
2012.
A seguir podemos analisar uma descrição das etapas do tratamento de esgotamento 
sanitário:
Grade grosseira – retenção dos materiais de grandes dimensões, como latas, madeiras, 
papelão etc. 
elevatória de esgoto bruto – recalque dos esgotos para o canal das grades médias. 
Grade média – remoção de materiais, como trapos, estopas, papéis etc. 
caixa de areia – remoção da areia contida no esgoto, que, depois de sedimentada, vai para 
o classificador de areia. 
decantador primário – remoção do resíduo sedimentável dos esgotos, gorduras e óleos 
flutuantes. Estes materiais, após serem recolhidos por pontes raspadoras, são bombeados 
para os digestores. 
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tanque de aeração – o efluente do decantador primário passa para o tanque de aeração. 
Combinando-se a agitação do esgoto com a injeção de ar, desenvolve-se, no tanque de 
aeração, uma massa líquida de micro-organismos denominada "lodos ativados". Estes 
micro-organismos alimentam-se de matéria orgânica contida no efluente do decantador 
primário e se proliferam na presença do oxigênio. 
decantador secundário – remoção dos sólidos (flocos de lodo ativado), que, ao 
sedimentarem no fundo do tanque são raspados para um poço central,

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