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CCJ0036-WL-D-AMMA-12-Coisa Julgada

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II.
Aula 12 – COISA JULGADA (1ª PARTE).
AULA 12
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O art. 467 do CPC define a coisa julgada como “a eficácia que
torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a
recurso ordinário ou extraordinário”. Na doutrina, contudo,
se discute se esta definição é de fato a mais correta. No
Brasil, é muito comum se deparar com adeptos do
entendimento de Enrico Tulio Liebman, que enxergava na
coisa julgada uma qualidade que tornava imutável o conteúdo
da sentença.
Discussão acalorada 
sobre coisa julgada.
COISA JULGADA. CONCEITO. IMPORTÂNCIA
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No direito processual civil brasileiro, tanto a coisa julgada
formal quanto a coisa julgada material, decorrem da
impossibilidade de se interpor recursos com o objetivo de
alterar a decisão do magistrado.
A coisa julgada formal atua exclusivamente no processo em
que a sentença foi proferida, sem impedir que aquela
questão volte a ser ventilada em algum outro. A coisa
julgada material, por seu turno, já é mais ampla, pois
impede uma nova discussão sobre aquela determinada
questão seja no mesmo processo ou até em qualquer outro.
CLASSIFICAÇÃO
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Já a coisa soberanamente julgada apenas surge quando
escoado o prazo para o ajuizamento da ação rescisória (art.
495, CPC). As sentenças terminativas (art. 267, CPC) são as
que somente transitam em julgado formalmente, o que já não
ocorre com as definitivas (art. 269, CPC), pois estas últimas é
que permitem a formação tanto da coisa julgada formal
quanto da material.
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Existem, porém, alguns atos do juiz que não geram coisa
julgada. São eles:
a) despachos (pois despidos de qualquer carga decisória);
b) a maioria das decisões interlocutórias (ressalvadas algumas
hipóteses muito debatidas, como a da decisão que antecipa
parcialmente os efeitos da tutela pretendida);
c) sentenças proferidas em procedimento de jurisdição
voluntária (mesmo que se considere como exercício de função
jurisdicional);
d) sentenças proferidas em processos cautelares (exceto nas
situações apontadas no art. 810 do CPC).
ATENÇÃO: É importante mencionar que as hipóteses
indicadas nos itens c e d acima geram coisa julgada formal.
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De acordo com o efeito vinculativo, apenas as partes que
participaram do processo é que serão atingidas pela coisa
julgada (art. 472, CPC). Existem, porém, algumas exceções,
como na hipótese do substituído processualmente (art. 42,
par. 3º, CPC). Coincide com a eficácia ou limites subjetivos
da coisa julgada.
EFEITOS DA COISA JULGADA: VINCULATIVO, 
SANATÓRIO E PRECLUSIVO
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Em relação ao efeito sanatório, basta esclarecer que, com o
advento da coisa julgada, todos os vícios são sanados, com
exceção das inexistências e rescindibilidades.
Por fim, quanto ao efeito preclusivo, deve ser mencionado
que o mesmo se encontra positivado no art. 474 do CPC. É
que, com o advento da coisa julgada, tudo aquilo que
poderia ter sido alegado por qualquer uma das partes no
processo é tido, por ficção, como julgado implicitamente
por ocasião da sentença. Do contrário, as partes poderiam
pulverizar seus fundamentos em causa de pedir e, por esta
via, tentar procrastinar ao máximo a solução da lide.
Em relação aos limites subjetivos da coisa julgada, vale
esclarecer que, em regra, a mesma somente atinge as
partes que participaram do processo (art. 472, CPC), o que
coincide com a eficácia vinculativa da coisa julgada.
No que diz respeito aos limites objetivos, se verifica que a
coisa julgada somente atinge o dispositivo da sentença, que
enfrentou e decidiu as circunstâncias fáticas e jurídicas. É
o que se extrai da redação dos incisos I e II do art. 469,
CPC.
LIMITES OBJETIVO E SUBJETIVO DA COISA 
JULGADA
Porém, às vezes é possível ampliar o objeto do processo como
se dá, por exemplo, com o manejo de uma ação declaratória
incidental.
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EXERCÍCIOS
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1ª questão:
Sílvio propôs ação de alimentos em face de Caio, tendo o réu,
na contestação, negado a paternidade. O pedido foi julgado
procedente, sob o argumento de ter sido comprovada a
paternidade por exame de DNA, no curso do processo. Não
houve recurso. Posteriormente, Caio, por sua vez, propôs
ação declaratória negativa de paternidade em face de Sílvio,
em outro processo. O réu alegou que o processo deveria ser
extinto sem resolução de mérito, sob o fundamento de que
sobre a matéria da paternidade já havia coisa julgada, mesmo
porque até o exame havia sido realizado. Esclareça as
espécies e limites da coisa julgada incidente no caso.
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2ª questão:
Leia o enunciado e opte pela melhor alternativa. Em 
determinado processo, foi proferida a chamada "sentença 
liminar", contra a qual não foi interposto recurso, cujo prazo 
já se esgotou. Logo:
a) Deu-se apenas coisa julgada formal;
b) Deu-se apenas coisa julgada material;
c) Deram-se a coisa julgada formal e a coisa julgada material;
d) Ainda não há coisa julgada incidente no caso. 
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E chegamos ao fim da aula... 
Bibliografia: HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Curso de 
Direito Processual Civil. Vol. II – Processo de 
Conhecimento.Ed. Impetus. 
www.rodolfohartmann.com.br

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