Buscar

Trabalho de Pesquisa - Coisa Julgada

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
INGRA FARIAS DOMINGUES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 COISA JULGADA 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR 
2020 
 
 
 
INGRA FARIAS DOMINGUES 
 
 
 
 
 
COISA JULGADA 
 
 
 
 
 
Este trabalho de pesquisa, apresentado à 
disciplina de Direito Civil II, do Eixo de 
Formação Básico da Universidade Católica do 
Salvador, como requisito parcial de avaliação 
da disciplina Direito Civil II. 
 
Orientador: Aleksandro Brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR 
2020 
 
1. ORIGEM E CONCEITO: 
A origem da coisa julgada é atribuída ao direito romano, a chamada "​res judicata​". A 
justificativa à época é muito semelhante à justificativa atual, que é a pacificação social e 
segurança jurídica. 
Segundo Celso Ribeiro Bastos “Coisa Julgada é a decisão do juiz de recebimento ou 
de rejeição da demanda da qual não caiba mais recurso. É a decisão judicial transitada em 
julgado.” 
Antonio Gidi assim leciona: 
“A coisa julgada, como instituto jurídico, é também, em última 
análise, criação do homem para facilitar e ordenar a vida em 
sociedade. Exatamente por isso, assim como a dogmática jurídica, à 
qual pertence, deve ser entendida como meio para obtenção de fins, e 
não como um fim em si mesmo.” 
A coisa julgada é uma garantia constitucional e encontra amparo no artigo 5º inciso 
XXXVI da Constituição da República Federativa do Brasil. No CPC está previsto no artigo 
502 e a descreve como sendo uma autoridade que impede a modificação ou discussão de 
decisão de mérito da qual não cabe mais recursos. A coisa julgada decorre diretamente do 
esgotamento ou dispensa das vias recursais, tornando definitiva a decisão que enfrentou a 
questão principal do processo. 
Uma das finalidades da coisa julgada é dar segurança aos julgados, evitando que 
litígios idênticos sejam ajuizados repetidamente, o que geraria desordem, colocando um ponto 
final às discussões de determinados conflitos. 
 
2. ESPÉCIES​: 
2.1. COISA JULGADA MATERIAL: 
A primeira espécie de coisa julgada é a material, porque o conteúdo da decisão 
judicial, que se torna imutável e indiscutível, é o próprio mérito. O mérito, por sua vez, é o 
objeto do processo, sua questão principal, que será apresentada pelas partes ao Estado-juiz 
para resolução. 
O principal efeito de uma decisão de mérito é a “impossibilidade” da reforma do 
provimento judicial, seja no mesmo processo ou em outro. Verifica-se assim que não se pode 
submeter à mesma demanda ao judiciário, diferentemente da coisa julgada formal. 
Se o autor promove uma ação de reparação de danos, ou outra de qualquer natureza, 
em face do réu, e o juiz julga improcedente o pedido do autor, que não recorre, tal decisão é 
um exemplo de ocorrência da coisa julgada material. 
De acordo com o artigo 4º e 6º do CPC, a resolução do mérito, de forma justa e em 
tempo razoável, é o objetivo técnico do processo. O mérito é delimitado pela atividade 
postulatória das partes e, nos termos do artigo 141 do CPC, a atividade jurisdicional deve 
respeitar esse limite, sob pena de proferir decisão ​ultra​, ​extra​ ou ​intra petita​. 
O legislador declarou as hipóteses de decisão de mérito no artigo 487 do CPC, a saber: 
a) acolhimento ou rejeição do pedido formulado na ação/reconvenção 
(inciso I); 
b) decisão sobre prescrição ou decadência (inciso II); 
c) homologação de reconhecimento da procedência do pedido 
formulado na ação/reconvenção (inciso III, a); 
d) homologação de transação (inciso III, b); 
e) homologação de renúncia à pretensão formulada na 
ação/reconvenção (inciso III, c). 
Todas essas decisões serão acobertadas pela coisa julgada material (artigo 502 do 
CPC). 
 
2.2. COISA JULGADA FORMAL 
A segunda espécie de coisa julgada é a formal, que se identifica pelo fato de o 
conteúdo da decisão judicial, que se torna imutável e indiscutível, ser uma questão formal, em 
geral, relativa aos pressupostos processuais e/ou as condições da ação. 
O fundamento legal é o artigo 486, parágrafo 1º do CPC. Segundo esse dispositivo 
legal, a parte não poderá repropor a mesma ação, sem a prévia correção do vício que levou à 
sentença sem resolução do mérito, se o conteúdo desta decisão se referir às seguintes 
hipóteses: 
a) litispendência; 
c) indeferimento da petição inicial; 
c) falta dos pressupostos processuais; 
d) ilegitimidade e falta de interesse processual; 
d) acolhimento da alegação de existência de convenção de 
arbitragem ou o quando o juízo arbitral reconhecer sua 
competência (rectius: jurisdição). 
Essa proibição de repropositura da mesma ação decorre da autoridade da coisa julgada 
que, nesse caso, tornará imutável e indiscutível uma decisão cujo conteúdo não é o mérito, 
mas sim uma questão formal. 
Por exemplo: uma decisão que extingue o processo com base em litispendência, ou na 
inadequação da ação proposta, não poderá ser revista, por outro juiz, num novo processo, pois 
se tornou imutável e indiscutível após o trânsito em julgado. Essa situação denomina-se ​c​oisa 
julgada formal. 
 
3. LIMITES DA COISA JULGADA: 
A coisa julgada pode ter limites objetivos e subjetivos. Como limites objetivos, 
embora restrita ao julgamento o pedido, a imutabilidade da coisa julgada pode ser estendida, 
se uma das partes o requerer, por meio da chamada ação declaratória incidental, a uma 
questão de direito material que constitua pressuposto necessário do julgamento do pedido, a 
questão prejudicial. 
Como limites subjetivos dizem respeito às pessoas que, em razão da coisa julgada, não 
podem mais discutir a certeza do direito apreciada na sentença. A regra geral, decorrente das 
garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, é a de que a coisa julgada 
somente vincula as partes, porque ninguém pode perder um direito em decorrência de um 
processo judicial em que não teve ampla oportunidade de se defender. 
 
4. EFEITOS DA COISA JULGADA: 
A partir do momento em que uma decisão transita em julgado, especificamente no 
mérito, surgem efeitos positivos e negativos da imutabilidade gerada pela coisa julgada. 
O efeito negativo da coisa julgada material impede que a mesma causa seja novamente 
enfrentada judicialmente em nova ação de um processo anterior já decidido por sentença com 
resolução de mérito transitada em julgado. 
Tal impedimento tem o escopo de garantir a economia processual e harmonização dos 
julgados. Além do que, estar-se-á promovendo a segurança jurídica dos decisuns. Para Daniel 
Amorim Assumpção Neves, a repetição de uma mesma ação só pode ser derivada de extrema 
má-fé do demandante ou de ignorância do advogado, que pode desconhecer a existência da 
primeira demanda pelo fato do cliente se quedar inerte neste particular. 
Por outro lado, diferentemente do efeito negativo da coisa julgada material, o efeito 
positivo não impede que o magistrado julgue o mérito da segunda demanda proposta. 
Todavia, o limita a decidir de acordo com o que já foi decidido na demanda anterior. Em se 
tratando de efeito positivo da coisa julgada, não prevalece a teoria da tríplice identidade, do 
contrário, o que se vislumbra é a teoria da identidade da relação jurídica. 
 
5. EXCEÇÕES À COISA JULGADA: 
Porfim, as principais exceções à coisa julgada, citadas pela doutrina e pela 
jurisprudência, são as seguintes: 
a) O cabimento da ação rescisória, que permite a modificação da 
decisão no prazo de até 2 (dois) anos do seu trânsito em julgado, 
desde que preenchidos os requisitos legais; 
b) As decisões proferidas em relações de caráter continuado, como o 
pagamento de pensão alimentícia, que não transitam em julgado caso 
haja alteração da situação fática que ensejou a sua prolação; 
c) A possibilidade de modificação das sentenças em processos de 
investigação de paternidade, proferidas anteriormente à existência do 
exame de DNA, uma vez que, de acordo com entendimento do STJ, o 
exame de DNA constitui “documento novo” para fins do ajuizamento 
da ação rescisória; 
d) Erros materiais e de cálculo, que também não transitam em 
julgado, podendo ser corridos de ofício pelo juiz ou a requerimento da 
parte interessada. 
 
6. CONCLUSÃO: 
É possível concluir que não se vislumbra impedimentos para que se ingresse com nova 
demanda, quando a anterior tenha sido julgada sem análise do mérito, configurando a coisa 
julgado formal. Doutro modo, tendo-se julgado o processo com a análise do mérito, logo, 
fazendo-se coisa julgada material, o magistrado está, em regra, impedido de prestar jurisdição 
sobre nova demanda com as mesmas partes, causa de pedir e pedidos. Como dito, em se 
tratando de coisa julgada material, a regra é a imutabilidade da decisão, porém, há uma 
exceção. Tal exceção, se condiciona ao efeito positivo da coisa julgada, o qual permite que o 
juiz processante julgue o segundo processo. Entretanto, está obrigatoriamente limitado a 
decidir de acordo com o que foi decidido no processo anterior. 
 
 
REFERÊNCIAS: 
Coisa Julgada​. Belo Horizonte: Fórum, 2006, p. 29. 
MOURÃO, Luiz Eduardo Ribeiro. ​As quatro espécies de coisa julgada no novo CPC​, 
in RBDpro, vol. 101, p. 256. 
 
RIBEIRO, Adilson Pires. Breves considerações acerca do instituto da coisa julgada à 
luz do novo Código de Processo Civil (Lei 13.105 de 16 de março de 2015). Revista 
Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 23, n. 5425, 9 maio 2018. Disponível 
em: https://jus.com.br/artigos/65936. Acesso em: 14 nov. 2020.

Continue navegando