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FORMACAO DE PREÇOS DE VENDA Parte 01 Premissas da análise e maximização dos lucros A natureza dos custos de produção Renata São Leandro CONCEITOS IMPORTANTES Custos Definição simplista: “É todo e qualquer gasto para colocar o produto na prateleira”. ✓Todo investimento que uma empresa precisa fazer para produzir um produto ou oferecer um serviço é chamado de custo. ✓Sem esse valor, não é possível dar início ou continuidade às vendas. ✓Para aumentar a quantidade produzida, EM GERAL, é preciso aumentar o custo da empresa. Exemplos: matéria-prima, água, eletricidade da produção, depreciação de maquinário, embalagem. É possível aumentar a quantidade produzida sem aumentar o custo da empresa? Meios ortodoxos, tradicionais .... •Aquisição de matérias primas mais eficientes; •Redução de desperdícios pelos efeitos da não qualidade (refugos e retrabalhos); •Mão-de-obra racionalizada, tecnicamente treinada e eficiente na execução das tarefas de produção; •Desenvolvimento de novos canais de distribuição; •Oferta de produtos similares a um preço mais baixo; Agora, vamos discutir meios menos tradicionais e que podem ajudar neste objetivo: (aumentar a quantidade produzida sem aumentar o custo) 1. Prospectar clientes em potencial; 2. Investir em equipamentos de produção mais modernos, mais eficientes (?) 3. Concentrar as vendas em portes específicos de clientes (pequeno, médio ou grande porte); 4. Comercializar toda a produção para uma única empresa consumidora (redução do custo logístico, customização da produção); 5. Venda somente para uma certa localidade, região ou área do mundo (especialista geográfico); 6. Prática de preço de penetração, de descontos por quantidade e de descontos sazonais; 7. Comunicação: melhorar a transmissão de informações sobre os produtos e serviços que a empresa já disponibiliza. 8. Conduzir pesquisas de mercado e adotar trabalhos de inteligência com a captação de informações sobre o mercado de atuação. 9. Avaliação dos custos de armazenagem e de distribuição, estudando as causas de devolução de produtos e eventual plano de ação. 10. Estabelecer critérios de rentabilidade por produto, por segmento e por cliente. 11. Examinar se a empresa está perseguindo as melhores oportunidades de mercado, de produto e de canais de comunicação com o cliente A racionalização dos custos de produção não se restringe somente a uma única estratégia. Seu sucesso depende da combinação de várias estratégias, ao longo do tempo. Entre elas, estão as estratégias elaboradas a partir das reações de consumo Existem aqueles que se sentem mais abalados e cortam todos os gastos, eliminando, adiando, reduzindo ou substituindo o consumo; Existem aqueles que têm confiança no futuro, mas enquanto a situação não melhora no curto prazo tendem a diminuir seus gastos Existem aqueles que têm confiança em sua estabilidade financeira e mantêm o ritmo de consumo, tendendo apenas a serem um pouco mais seletivos nas escolhas de consumo. Existem aqueles que continuam agindo como sempre e não se preocupam em poupar. Geralmente esse público é constituído de pessoas mais jovens e sua principal reação à crise é adiar compras de produtos de maior valor. PERFIS DE CONSUMO COMUNS EM TEMPOS DE CRISE ECONÔMICA CONCEITOS IMPORTANTES Gastos ✓Gastos são os valores que a empresa não previu no orçamento, mas que precisa investir para continuar a produção. ✓Como um gasto é imprevisível, não é possível ser repassado no preço do produto, portanto, a empresa precisa arcar com o prejuízo. Exemplos: substituição de peça com defeito, assistência técnica. Para avaliar e mensurar áreas que devem sofrer cortes, Philip Kotler propõe algumas questões que devem ser respondidas: •Como foi a performance da empresa, aprendizados e soluções encontradas no último período de recessão enfrentado? •Onde é possível cortar gastos que não afetarão diretamente a proposta de valor dos produtos e serviços oferecidos? •Como a marca deseja estar posicionada no mercado quando a recessão passar? Existe um cronograma e planos de ações para atingir este objetivo? CONCEITOS IMPORTANTES Despesas Englobam tudo aquilo que a empresa precisa ter para manter o funcionamento da estrutura mínima. São valores investidos na área comercial, administrativa, marketing, recursos humanos. As despesas não têm ligação direta com a produção de novos itens que serão vendidos pela empresa, mas podem ter influência no aumento da receita. As despesas podem ser divididas em duas categorias: Fixas: que não variam com a quantidade de bens ou produtos vendidos pela empresa, como material de escritório. Variáveis: variam com a quantidade de produtos produzidos pela empresa, como comissão de vendedores. Exemplos: salários, material de escritório, telefone, aluguel, comissão de vendedores, compra de material de publicidade. Premissas da análise e maximização dos lucros ✓Custos fora de controle, crescendo em demasia, inibem a geração de caixa do negócio. ✓Com isso, há a menor capacidade de formação de riqueza e, nessas condições, não há empreendimento que se sustente. ✓O conhecimento profundo da natureza dos custos de produção gera uma atuação eficaz no momento e na intensidade requeridas pelo negócio. ✓ Considere que o empresário conheça bem o seu mercado; ✓ Que, em curto prazo, não haja alterações em suas instalações básicas ou em sua capacidade de produção; ✓ Que não seja efetuada nenhuma modificação que requeira investimento; ✓ Que outras empresas concorrentes não sejam introduzidas no mercado; ✓ Que o mercado tenha uma capacidade de produção determinada e fixa e que não haja modo de sair ou entrar nesse ramo. O que lhe permitiria uma atuação eficaz no momento e na intensidade requeridas pelo negócio? O conhecimento profundo da natureza dos custos de produção. É preciso obter a maior receita possível ao menor custo possível de produção Daí a importância desse estudo!!! E qual é o objetivo básico de toda organização? MAXIMIZAÇÃO DOS RESULTADOS Para isso, é preciso conhecer os custos totais da empresa! Os custos totais da empresa (CT) estão representados pela soma dos custos fixos totais (CFT) e dos custos variáveis totais (CVT) CT = CFT + CVT O que são custos fixos? O que são custos fixos? estão diretamente ligados aos recursos de produção. Não variam em função das variações na quantidade. São custos relativos à capacidade instalada da empresa. ➢ aluguel de edifícios ➢ aluguel de equipamentos ➢ depreciação ➢ salários e encargos do pessoal administrativo. O que são custos variáveis? O que são custos variáveis? Recursos que oscilam de acordo com variações da quantidade produzida. Ex. Consumo aumentado de matéria-prima quanto maior seja a quantidade produzida ou aumento do consumo de energia elétrica quanto maior o tempo de funcionamento das máquinas. Vamos calcular? Quantidade (Q) Custo Fixo Total (CF) Custo Variável Total (CV) Custo Total de Produção (CT) (1) (2) (3) 4= (2) + (3) 1 150 - 2 150 40 3 150 82 4 150 126 5 150 172 6 150 220 7 150 270 8 150 322 Quantidade (Q) Custo Fixo Total (CF) Custo Variável Total (CV) Custo Total de Produção (CT) (1) (2) (3) 4= (2) + (3) 1 150 - 150 2 150 40 190 3 150 82 232 4 150 126 276 5 150 172 322 6 150 220 370 7 150 270 420 8 150 322 472 Quantidade (Q) Eixo X Custo Fixo Total (CF) Custo Variável Total (CV) Custo Total deProdução (CT) (1) (2) (3) 4= (2) + (3) 1 150 - 150 2 150 40 190 3 150 82 232 4 150 126 276 5 150 172 322 6 150 220 370 7 150 270 420 8 150 322 472 Agora, ordene os dados acima e apresente o gráfico Custos fixos versus variáveis versus custos totais Quantidade Custo Fixo Total Custo Variável Total (CV) Custo Total de Produção (Q) (CF) (CT) 1 150 - 150 2 150 40 190 3 150 82 232 4 150 126 276 5 150 172 322 6 150 220 370 7 150 270 420 8 150 322 472 Outras Medidas de Custo 1) Custo Fixo Médio – CFMe A um dado nível de produção (Q) CFMe é igual ao custo fixo total – CFT dividido por este nível de Produção CFT CFMe = -------------------- Q 2) Custo variável médio – CVMe A um dado nível de produção (Q) CVMe é igual ao custo variável total (CVT) dividido por este nível de produção CVT CVMe = -------------------- Q 3) Custo Total Médio – CTMe A um dado nível de produção – Q CTMe é igual ao custo total de produção (CT) dividido pela quantidade correspondente a este nível. CT CTMe = -------------------- Q O Custo total médio - CTMe também pode ser determinado pela soma do CFMe com o CVMe CTMe = CFMe + CVMe Quantidade 1 Custo Fixo Total 2 Custo Variável Total 3 Custo Total de Produção 4 Custo Fixo Médio 5 Custo Variável Médio 6 Custo Total Médio 7 (Q) (CF) (CV) (CT) (CFMe) (CVMe) (CTMe) 1 2 3 4= (2) + (3) 5 = (2) : (1) 6 = (3) : (1) 7 = (4) : (1) 1 150 - 150 2 150 40 190 3 150 82 232 4 150 126 276 5 150 172 322 6 150 220 370 7 150 270 420 8 150 322 472 Quantidade Custo Fixo Total Custo Variável Total Custo Total de Produção Custo Fixo Médio Custo Variável Médio Custo Total Médio (Q) (CF) (CV) (CT) (CFMe) (CVMe) (CTMe) 1 2 3 4= (2) + (3) 5 = (2) : (1) 6 = (3) : (1) 7 = (4) : (1) 1 150 - 150 150 0 150 2 150 40 190 75 20 95 3 150 82 232 50 27.3 77,3 4 150 126 276 37,5 31,5 69 5 150 172 322 30 34,4 64,4 6 150 220 370 25 36,6 61,7 7 150 270 420 21,43 38,57 60 8 150 322 472 18,75 40,25 59 Exercício em Grupo 1)Com base nos dados, façam uma análise sobre a situação de controle de custos dessa empresa. 2)O grupo deverá apresentar um relatório apontando as circunstâncias observadas e possíveis melhorias que devem ser adotadas. Vamos todos fazer a nossa parte! Sejamos exemplos de dedicação, de companheirismo e de bondade! BIBLIOGRAFIA BÁSICA BERNARDI, Luiz Antonio. Manual de formação de preços: política, estratégias e fundamentos. 3a. ed. São Paulo: Atlas, 2004. MORANTE, Antonio Salvador; JORGE, Fauzi Timaco. Formação de Preços de Venda. Preços e Custos. Preços e Composto de Marketing. Preços e Concorrência. Preços e Clientes. São Paulo: Atlas, 2009. NAGLE, Thomas T. HOGAN, John E. Estratégias e táticas de preços: um guia para crescer com lucratividade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2007. VIRTUAL NAGLE, Thomas T. HOGAN, John E. Estratégias e táticas de preços: um guia para crescer com lucratividade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2007. SCHIER, Carlos Ubiratan da Costa, Gestão de Custos. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2006 MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 2ª. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2006 COMPLEMENTAR ASSEF, Roberto. 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