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Apostila de INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

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INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 1 
 
 
Introdução à Engenharia 
de Segurança do Trabalho 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 2 
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 
 
1. Segurança do Trabalho 
 
Neste capítulo introdutório, apresentaremos as noções iniciais de segurança do 
trabalho e suas diversas abordagens no campo da prevenção. 
 
A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança, 
Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, 
Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e 
Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, O Ambiente e as 
Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Legislação, 
Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio 
Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência 
de Riscos. A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a 
Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, leis 
complementares, como portarias e decretos e também as convenções Internacionais 
da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil. 
 
Neste momento, é fundamental, como objetivo maior desta disciplina, apresentar os 
principais históricos da segurança do trabalho e em seguida as Normas 
Regulamentadoras que regem todos os procedimentos prevencionistas no Brasil. 
 
Histórico da Segurança do Trabalho no Brasil 
 
1891 – A preocupação prevencionista teve início com a Lei que tratava da proteção 
ao trabalho dos menores, em 23/01/1891 
 
1919 – Criada a Lei n° 3724, de 15/01/19 – Primeira Lei brasileira sobre acidentes de 
trabalho. 
 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 3 
1941 – Em 21/04/41, empresários fundam no Rio de Janeiro a ABPA – Associação 
Brasileira para Prevenção de Acidentes. 
 
1943 – CLT foi aprovada pelo decreto- Lei n°5452, em 01/05/43 (entrou em vigor em 
10/11/43). Foi o instrumento jurídico que viria a ser prática efetiva da prevenção no 
Brasil. 
 
1944 – Decreto-Lei n° 7036 de 10/11/44 promoveu a “reforma da Lei de acidentes 
de trabalho” (um desdobramento que contava no capítulo V do Título II da CLT). 
Objetivando maior entendimento à matéria e agilizar a implementação dos dispositivos 
da CLT referentes a Segurança e Higiene do Trabalho, além de garantir a “Assistência 
Médica, hospitalar e farmacêutica” aos acidentados e indenizações por danos pessoais 
por acidentes. 
Este Decreto-Lei, em seu artigo 82 criou as CIPA. 
 
1953 – Decreto-Lei n° 34715, de 27/11/53 instituiu a SPAT (Semana de Prevenção 
de Acidentes do Trabalho) A ser realizada na 4° semana de Novembro de cada 
ano. Também em 1953 a Portaria 155 regulamenta e organiza as CIPA‘s e estabelece 
normas para seu funcionamento. 
 
1955 – Criada a portaria 157, de 16/11/55 para coordenar e uniformizar as atividades 
das SPAT. Constando a realização do Congresso anual das CIPA durante a SPAT. O 
Título do Congresso passou em 1961 para Congresso Nacional de Prevenção de 
Acidentes do Trabalho – CONPAT. A exclusão do CONPAT ocasionou a proliferação de 
Congressos e outros eventos. 
 
1960 – A Portaria 319 de 30/12/60 regulamenta a uso dos EPI´s. 
 
1966 – Criada conforme Lei n° 5161 de 21/10/66 a Fundação Centro Nacional de 
Segurança Higiene e Medicina do Trabalho, atual Fundação Jorge Duprat Figueiredo 
de Segurança e Medicina do Trabalho, em homenagem ao seu primeiro Presidente. 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 4 
Hoje mais conhecida como FUNDACENTRO. A criação da FUNDACENTRO foi sem 
dúvida um dos grandes feitos na história da segurança do trabalho e partir de ações 
da entidade a segurança do trabalho pode avançar de forma 
 
1967 – A Lei n° 5316 de 14/09/67 integrou o seguro de acidentes de trabalho 
na Previdência Social. 
Também em 1976 surge a sexta lei de acidentes de trabalho, e identifica doença 
profissional e doença do trabalho como sinônimos e os equipara ao acidente de 
trabalho. 
 
1972 – Decreto n° 7086 de 25/07/72, estabeleceu a prioridade da Política do PNVT-
Programa Nacional de Valorização do Trabalhador. Selecionou 10 prioridades, entre 
elas a Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho. 
 
A Portaria 3237 do MTE de 27/07/72 criou os serviços de Segurança, Higiene e 
Medicina do Trabalho nas empresas. Foi o “divisor de águas” entre a fase do 
profissional espontâneo e o legalmente constituído. Esta portaria criou os cursos de 
preparação dos profissionais da área. 
 
1974 – Iniciados enfim, os cursos para formação dos profissionais de Segurança, 
Higiene e Medicina do Trabalho. 
 
1977 – A Lei n° 6514 de 22/12/77 modificou o Capítulo V do Título II da CLT. Convém 
ressaltar que essa modificação deu nova cara a CIPA, estabeleceu a obrigatoriedade, 
estabilidade, entre outros avanços. 
 
1978 – Criação das NR – Normas Regulamentadoras, aprovadas pela Portaria 3214 
de 08/06/78 do MTE, aproveitando e ampliando as postarias existentes e Atos 
Normativos, adotados até na construção da Hidrelétrica e Itaipu. Na ocasião foram 
criadas 28 NR’s. 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 5 
Essa portaria representou um dos principais impulsos dados a área de Segurança e 
Medicina do Trabalho nos últimos anos. 
 
1979 – Em virtude da carência de profissionais para compor o SESMT, a resolução n° 
262 regulamenta a criação de cursos em caráter prioritário para esses profissionais. 
 
1983 – A Portaria n° 33 alterou a Norma Regulamentadora 5 introduzindo nela os 
riscos ambientais. 
 
1985 – A lei n° 7410 de 27/11/85 Oficializou a especialização em Engenharia de 
Segurança do Trabalho e criou a categoria profissional de Técnico em Segurança do 
Trabalho, até então os únicos profissionais prevencionistas não reconhecidos 
legalmente. 
 
Dava prazo de 120 dias para o MEC os currículos básicos do curso de especialização 
em Técnico de Segurança do Trabalho. Mas somente em 1987, através do parecer 
632/87 do MEC, foi estabelecido o curso de formação de TST em vigor. 
 
1986 – A lei n° 7498/86 regulamenta as profissões Enfermeiro, Técnico em 
Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem. 
 
1986 – A Lei n° 9235 de 09/04/86 regulamentou a categoria de Técnico de Segurança 
do Trabalho. Que na década de 50 eram chamados de “Inspetores de Segurança”. 
 
1990 – O quadro do SESMT NR 4 é atualizado. O SESMT a partir de então é formado 
por: 
– Engenheiro de Segurança do Trabalho; 
– Médico do Trabalho; 
– Enfermeiro do Trabalho; 
– Auxiliar de Enfermagem do Trabalho; 
– Técnico em Segurança do Trabalho. 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 6 
1991 – Lei 8.213/91 estabelece o conceito legal de Acidente de Trabalho e de 
Trajeto e nos artigos 19 a 21 e no artigo 22 também estabelece a obrigação da 
empresa em comunicar os Acidentes do Trabalho as autoridades competentes. 
Foi posteriormente alterado pelo Decreto nº 611, de 21 de julho de 1992. 
 
2001 – Entra em vigor a Portaria n° 458 de 4 de Outubro de 2001 e fica proibido a 
partir de então, o trabalho infantil no Brasil. 
 
2009 – O termo Ato Inseguro é retirado do item 1.7 da Norma Regulamentadora 1. E 
isso é motivo de comemoração para muitos prevencionistas que reclamam que o termo 
retirava em muitas vezes o responsabilidade do empregador. Pois era fácil rotular os 
acidentes somente como Ato Inseguro, e isso dificultava encontrar a verdadeira causa. 
 
2012 – A presidente do Brasil institui através da Lei nº12.645, de 16 de maio de 
2012 o dia 10 de outubro como o Dia Nacional de Segurança e de Saúde nas Escolas. 
 
As Normas Regulamentadoras 
As Normas Regulamentadoras – NR tratam-se do conjunto de requisitos e 
procedimentos relativos à segurança e medicina do trabalho, de observância 
obrigatória às empresas privadas, públicas e órgãos do governo que possuam 
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. As Normas 
Regulamentadoras, NR’s, surgiram primeiramente com a lei nº 6.514 de 22 de 
dezembro de 1977, estabelecendo a redação dos art. 154 a 201 da Consolidação das 
Leis do Trabalho – CLT, relativas à segurança e medicina do trabalho. Conforme, o 
art. 200 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT cabe ao Ministério do Trabalho 
estabelecer as disposições complementares às normas relativas à segurança e 
medicina do trabalho. 
Em seguida, em 08 de junho de 1978, o Ministério do Trabalho aprovou a Portaria nº 
3.214, que regulamentou as normas regulamentadoras pertinentes a Segurança e 
Medicina do Trabalho. 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 7 
As normas regulamentadoras (NR´s) dão um direcionamento para o desenvolvimento 
das ações e obrigações das empresas. Em especial as ações relativas às medidas de 
prevenção, controle e eliminação de riscos, inerentes ao trabalho e à proteção da 
saúde do trabalhador (BRASIL, 1978). 
Conforme o Ministério do Trabalho e do Emprego, as principais normas 
regulamentadoras para conhecimento do enfermeiro do trabalho são: 
NR 1 sobre as Disposições Gerais publicadas pela Portaria GM n. 3.214, de 08 de junho 
de 1978, relativas à segurança e medicina do trabalho. São de observância obrigatória 
pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos de administração direta e 
indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam 
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 
Abaixo as NR’s aprovadas e em vigor: 
NR 2 - Inspeção Prévia; 
NR 3 - Embargo ou Interdição; 
NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do 
Trabalho; 
NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA); 
 NR 6 - Equipamento de Proteção Individual; 
 NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional; 
 NR 8 - Edificações; 
NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais; 
NR10 Serviços em Eletricidade; 
NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais; 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 8 
 
NR 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos; 
 NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão; 
 NR 14 - Fornos; 
 NR 15 - Atividades e Operações Insalubres; 
 NR 16 - Atividades e Operações Perigosas; 
NR 17 - Ergonomia; 
NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção; 
NR 19 - Explosivos; 
NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis; 
NR 21 - Trabalhos a céu aberto; 
NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração; 
NR 23 - Proteção contra incêndios; 
NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho; 
NR 25 - Resíduos Industriais; 
NR 26 - Sinalização de Segurança; 
NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do 
Trabalho; 
NR 28 - Fiscalização e Penalidades; 
NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário; 
NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário; 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 9 
NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, 
Exploração Florestal e Aquicultura; 
 
NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde; 
NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados; 
NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e 
Reparação Naval; 
NR 35 - Trabalho em Altura. 
O acompanhamento e rigor na fiscalização da execução das normas culminarão no 
foco em objetivos e metas no que diz respeito à promoção, prevenção, manutenção, 
controle e reabilitação da saúde do trabalhador. O investimento em profissional 
qualificado é um grande avanço nas empresas que prezam pela classe trabalhadora, 
cada vez mais consciente de seus direitos. O mercado de trabalho carece de 
Enfermeiro do Trabalho que consiga aliar incentivos econômicos para empresas que 
valorizam a saúde de seus colaboradores com a prevenção de acidentes, sendo 
possível, dessa maneira, reduzir impostos. 
Nesta etapa explicaremos as causas básicas dos acidentes de trabalho, além de definir 
os atos e condições inseguras. 
 
Causas Básicas dos Acidentes 
 
São as atitudes do homem e as condições do ambiente de trabalho que, associadas, 
ou não, dão origem aos acidentes. Para efeito de prevenção são classificadas em duas 
categorias: 
 
Causas Diretas dos Acidentes 
São aquelas que estão presentes no exato momento em que o acidente acontece. 
Decorrem de três fatores: 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 10 
 
- atitudes inadequadas do homem, conhecidas por “atos inseguros”. 
- condições inadequadas do ambiente de trabalho, conhecidas por “condições 
inseguras”. 
- situações que fogem de ambos os fatores acima, conhecidas por “imprevistos”. 
 
Atos Inseguros 
São as formas como as pessoas se expõem, consciente ou inconscientemente, aos 
riscos de acidentes. 
 
Exemplos: 
- Não utilizar o EPI 
- Correr no local de trabalho 
- Fumar em local proibido 
- Brincar ou distrair-se no trabalho 
- Limpar máquinas em movimento 
- Usar ferramenta defeituosa ou inadequada 
- Não seguir as normas de segurança 
- Levantar peso em excesso 
- Sobrecarregar máquinas 
- Posicionar-se embaixo de cargas 
- Obstruir equipamento de combate a incêndios 
- Etc. 
 
Condições Inseguras 
São as más condições do meio ambiente do trabalho que, por uma ou outra razão, o 
tornam inseguro e perigoso. 
 
Exemplos: 
 Falta de EPI. 
 Buracos ou rachaduras no piso 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 11 
 Escadas molhadas 
 Recipientes sem identificação 
 Ruído excessivo 
 Pouca iluminação 
 Máquinas com partes móveis sem proteção 
 Falta de sinalização 
 Desarrumação e sujeira no local de trabalho 
 Ferramentas quebradas ou com defeito 
 Corredores obstruídos 
 
Imprevistos 
São aquelas situações que não se enquadram nem como atos nem como condições 
inseguras e que estão fora do nosso controle. 
 
Exemplos: 
 Inundações 
 Tempestades de raios 
 Terremotos 
 Vendavais 
 Outras catástrofes naturais 
 
Causas Indiretas dos Acidentes 
 
São os fatores pessoais e administrativos que levam o trabalhador a praticar atos 
inseguros e a empresa a deixar surgirem ou não eliminar condições inseguras de 
trabalho. 
 
Porque dos Atos Inseguros? 
Decorrem de uma série de fatores pessoais de origem hereditária, congênita, social, 
educacional, profissional, psicológica ou mesmo de doenças que levam o indivíduo a 
praticá-los. 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 12 
Exemplos: diabetes, deficiência auditiva, brigas em família, baixa escolaridade, não 
adaptação ao trabalho, dívidas, etc. 
 
Porque das Condições Inseguras? 
 
Decorrem dos fatores empresariais de ordem técnica, econômica, conceitual ou 
cultural que levam ao seu surgimento, ou não eliminação quando já existem. 
 
Exemplos: projeto mal executado, matéria prima barata, mas de baixa qualidade, 
não entendimento dos benefícios daprevenção de acidentes, falta de disciplina 
empresarial, responsabilidades não assumidas. 
 
Atividades 
Um funcionário que atua numa empresa como auxiliar de serviços gerais irá realizar 
um trabalho de conservação e limpeza numa área de circulação de grande número de 
colaboradores. Quais as medidas que devem ser tomadas para que este trabalho 
ocorra de forma segura tanto para o funcionário quanto para os demais colaboradores? 
 
Chave de resposta: 
 O funcionário, auxiliar de serviços gerais deverá receber todas as orientações 
de segurança do trabalho para desenvolver com propriedade e de forma segura. 
 O trabalho deverá ser realizado com o uso de equipamentos de proteção 
individuais como luvas, botas e avental, por exemplo. 
 O local deve ser sinalizado e com circulações limitadas através de medidas 
coletivas de proteção como barreiras específicas e demais medidas. 
 Todos os colaboradores devem ser informados previamente para que tenham 
a ciência dos riscos do ambiente de trabalho. As Normas Regulamentadoras 
devem ser seguidas corretamente para que um acidente não ocorra. 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 13 
2. Acidentes de Trabalho 
 
Neste segundo capítulo, trataremos dos acidentes de trabalho e das doenças 
ocupacionais. 
Conforme prevê o Artigo 19 da Lei 8.213/91, acidente do trabalho é o que 
ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou 
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou 
temporária, da capacidade para o trabalho. 
Neste momento, é fundamental, como objetivo maior deste capítulo, apresentarmos 
as principais conceituações de acidentes de trabalho e das doenças ocupacionais bem 
como os enquadramentos dos acidentes equiparados. 
O que é Acidente de Trabalho? 
Acidente do Trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da 
empresa provocando lesão corporal ou perturbação funcional que causa a morte ou a 
perda, ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. 
Consideram-se acidente do trabalho as doenças profissionais e doenças do trabalho. 
Equiparam-se também ao acidente do trabalho (art. 21 da Lei 8.213/91): 
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja 
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua 
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua 
recuperação; 
a) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta 
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente 
do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; 
b) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer 
que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 14 
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em 
consequência de: 
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro 
de trabalho; 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao 
trabalho; 
c) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força 
maior; 
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de 
sua atividade; 
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: 
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; 
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou 
proporcionar proveito; 
Também é considerado legalmente acidente do trabalho, os infortúnios ocorridos nos 
intervalos destinados à refeição ou descanso, ou nos períodos destinados à satisfação 
das necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este. 
 Doença Profissional - é a doença produzida ou desencadeada pelo exercício do 
trabalho peculiar a determinada atividade. Os empregados que desenvolvem 
uma mesma atividade comumente estão sujeitos a contraí-la, uma vez que os 
riscos são inerentes à atividade em si. 
 
 Doença do trabalho: é aquela adquirida em função de condições especiais de 
trabalho em se evidencia a exposição a um determinado agente ambiental não 
comum a todos os profissionais que exercem aquela atividade. 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 15 
As doenças que não são consideradas doenças do trabalho são (§ 1º do art. 
20 da lei 8.213/91 –PBPS): 
a) Doença degenerativa; 
b) A inerente ao grupo etário; 
c) A que não produza incapacidade laborativa; 
d) A doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se 
desenvolva. 
 
 
Lesão corporal é o resultado bem sucedido de qualquer agressão ao corpo. Pode 
dizer respeito e debilitação de um órgão do corpo humano, exemplo: ferida cegueira 
causada por um lançamento de um estilhaço no olho. 
Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer parte do 
corpo, órgão ou sentido, como por exemplo: a perda da capacidade de ouvir, por parte 
de um trabalhador no ambiente de trabalho (doença ocupacional) ou fora do ambiente 
de trabalho (não ocupacional). 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 16 
É importante observar que nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por 
ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou 
durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. 
É importante lembrar, Doença profissional é aquela adquirida em função do 
risco específico da função do trabalhador. Exemplo: o soldador que 
desenvolveu catarata. 
Nesse item não incluem doenças degenerativas e inerentes a determinadas a faixas 
de idades (idosos ou crianças) 
Em casos excepcionais em que a doença não se enquadrar nos itens anteriores o INSS 
concederá os mesmos direitos e benefícios garantidos os casos de acidentes de 
trabalho. 
 
Equiparam-se ao acidente do trabalho os seguintes acontecimentos: 
O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido única causa, tenha 
contribuído diretamente para a morte do trabalhador, para redução ou perda da sua 
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija cuidados médicos para que 
seja possível sua recuperação. 
O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência 
de: 
– Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro 
de trabalho; ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa 
relacionada com o trabalho; 
– Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro 
de trabalho; 
– Ato de pessoa privada do uso da razão (louca); 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 17 
– Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força 
maior; 
– A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua 
atividade (ex: intoxicação); 
O acidente sofrido pelo empregado, ainda que fora do local e horário de trabalho: 
– Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; 
 
– Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou 
proporcionar proveito; 
 
– Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta 
e dentro de seus planos para melhor capacitação profissional, independentemente de 
meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do empregado;– No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer 
que seja o meio de locomoção, inclusive veículo do funcionário. 
 
 
 
Nesta etapa apresentaremos as estatísticas de acidentes de trabalho e as 
Comunicações de Acidentes de Trabalho seguindo nossa Legislação Brasileira. 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 18 
Estatísticas de Acidente do Trabalho 
Dos 5 milhões de acidentes de trabalho ocorridos no Brasil entre 2007 e 2013, data da 
última atualização do anuário estatístico da Previdência Social, 45% acabaram em 
morte, em invalidez permanente ou afastamento temporário do emprego. Só nesse 
período, o desembolso do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com indenizações 
aos acidentados foi de R$ 58 bilhões. Além da pensão por morte e invalidez, o INSS 
paga ainda o salário do segurado a partir do 16º dia de ausência no emprego. 
Só em 2013, o INSS pagou R$367 milhões em benefícios por acidentes de trabalho. 
Uma parte se refere a afastamentos temporários do emprego, mas ano após ano a 
conta vai crescendo porque uma parte desses benefícios se destina a pensões por 
morte ou invalidez permanente. Numa conta atualizada para 2015, somente o custo 
gerado pelos acidentes entre trabalhadores com carteira assinada que são notificados 
e identificados nas estatísticas oficiais é estimado em R$ 70 bilhões. 
Existem ainda outros custos que escapam às estatísticas oficiais. Esses custos vão 
além dos benefícios previdenciários, já que a eles se somam os gastos indiretos no 
Sistema Único de Saúde (SUS), com seguros de acidentes ou ações nos tribunais de 
Justiça, por exemplo. O SUS, que é universal, atende um grande número de pessoas 
que se acidentam e adoecem no mercado informal cujas despesas correm por conta 
do Ministério da Saúde e não do INSS. Nesse ponto, às estatísticas oficiais se 
incorporam estimativas as mais variadas. 
As empresas têm dois tipos de custos: os segurados e os não segurados. O custo dos 
segurados é quanto a empresa gasta com seguro de acidentes de trabalho, com o 
tempo perdido, com despesas com os primeiros socorros, a perda de equipamentos e 
materiais, interrupção da produção, retreinamento de mão-de-obra, substituição de 
pessoal, pagamento de horas-extras, recuperação do empregado, salários pagos aos 
afastados, despesas administrativas, gastos com medicina e engenharia de reparação. 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 19 
Transporte Rodoviário e Construção Civil, os Setores mais Letais. 
 
O transporte rodoviário de cargas 
rivaliza com a construção civil entre 
os setores mais letais para os 
trabalhadores. Grande parte dos 
acidentes se relaciona ao excesso de 
jornada de trabalho dos 
caminhoneiros e à falta 
regulamentação que limite o tempo 
ao volante e o intervalo mínimo de 
descanso. A falta de registro legal do 
vínculo de emprego geralmente 
contribui para que o motorista 
trabalhe mais para garantir o sustento 
e da família. Assim, os riscos se 
multiplicam num país com uma frota 
de 3,2 milhões de caminhões. 
 
 
Gráfico da Tendência dos Acidentes de Trabalho (1970-2008) 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 20 
Gráfico da Tendência dos Acidentes Fatais (1970-2008) 
 
 
 
 
Paradoxo Acidentes x Mortes 
Enquanto o número de acidentes diminui, o número de mortes se mantém 
constante. Aventa-se a hipótese de que isso seja devido a possibilidade de não se 
registrar os acidentes enquanto que as mortes não podem passar sem que se 
registrem. 
 
Gráfico Tendência das Doenças Ocupacionais (1970-2008) 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 21 
Gráfico dos Acidentes de Trajeto (1970 - 2008) 
 
 
 
A construção civil é o quinto setor econômico em número de acidentes e o segundo 
que mais mata trabalhadores no Brasil. A participação do setor no total de acidentes 
fatais no país passou de 10%, em 2006, para os atuais 16% e hoje responde por 450 
mortes todos os anos. Os dados consideram apenas os empregados formais vinculados 
aos CNAES (Classificação Nacional de Atividade Econômica) e os anuários estatísticos 
de acidentes de trabalho do INSS. 
 
CAT – Comunicação de Acidente do Trabalho 
 
A Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT foi prevista inicialmente na Lei nº 
5.316/67, com todas as alterações ocorridas posteriormente até a Lei nº 9.032/95, 
regulamentada pelo Decreto nº 2.172/97. 
 
A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do trabalho ou doença 
profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em caso 
de omissão. 
 
O acidente deve ser comunicado até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, 
em caso de morte, de imediato à autoridade competente (art. 22 da lei 8.213/91 – 
PBPS). No caso de doença profissional, o dia do acidente será considerado a data do 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 22 
início da incapacidade laborativa ou o dia em que for realizado o diagnóstico (art. 23 
da lei 8.213/91 – PBPS). 
 
A CAT deve ser preenchida em quatro vias, com a seguinte destinação: 
 1ª via – ao INSS; 
 2ª via – à empresa; 
 3ª via – ao segurado ou dependente; 
 4ª via – ao sindicato de classe do trabalhador. 
 
 
 
ATIVIDADES 
O que deve ser feito na ocorrência de um acidente de trabalho? Quais as ações e 
direitos dos trabalhadores? 
 
Chave de resposta: 
Na maioria dos casos, em caso de acidente de trabalho, é direito do trabalhador: 
 Ser 100% reembolsado pelo empregador no que diz respeito 
a medicamentos e despesas médicas. 
 Afastamento decorrente do acidente, se necessário. 
 Estabilidade de 12 meses após retornar do afastamento. 
 
Quando o trabalhador se acidenta, o empregador deve emitir um CAT (Comunicação 
de Acidente de Trabalho), documento padrão para esse tipo de ocorrência. Caso o 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 23 
empregador não emita o CAT, o trabalhador pode pedir ao sindicato que envie esse 
documento ou procurar assistência diretamente no INSS. 
 
Caso não receba a devida assistência da empresa, o trabalhador pode reclamar junto 
ao Ministério do Trabalho e ou à Superintendência Regional do Trabalho, que 
devem tomar as providências necessárias. 
 
Em casos de indenização, existe um período para solicitá-la, que é de no máximo 5 
anos, contados a partir do dia em que ocorreu o acidente de trabalho ou que se 
caracterizou a doença ocupacional. Passado esse período, o prazo para a indenização 
prescreve e ela não será mais paga. 
 
3. Higiene Ocupacional 
 
Estudaremos neste capítulo as questões relacionadas a Higiene Ocupacional e seus 
aspectos fundamentais em relação a efetiva proteção dos trabalhadores expostos aos 
diversos riscos de doenças relacionadas ao trabalho. 
 
A Higiene Ocupacional está diretamente relacionada com os riscos físicos, químicos 
biológicos, ou ainda na associação destes nos diversos ambientes do trabalho, 
causadores de doenças e afastamentos em geral. 
 
Neste momento, trataremos fundamentalmente das conceituações da Higiene 
Ocupacional e os enquadramentos dos riscos ambientais. 
 
Estabelecendo o conceito e definições 
A Higiene Ocupacional: 
 Visa a prevenção da doença ocupacional, através da antecipação, reconhecimento, 
avaliação e o controle dos agentes ambientais (esta é a definição básica atual, havendo 
variantes); outras definições serão discutidas mais adiante; 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 24 
 "Prevenção da doença" deve serentendida com um sentido mais amplo, pois a ação 
deve estar dirigida à prevenção e ao controle das exposições inadequadas a agentes 
ambientais (um estágio anterior às alterações de saúde e à doença instalada); 
 Em senso amplo, a atuação da higiene ocupacional prevê uma intervenção 
deliberada no ambiente de trabalho, como forma de prevenção da doença. Sua 
ação no ambiente é complementada pela atuação da medicina ocupacional, cujo foco 
está predominantemente no indivíduo. 
 Os agentes ambientais que a higiene ocupacional tradicionalmente considera são os 
chamados agentes físicos, químicos e biológicos. Esta consideração pode ser ampliada, 
levando em conta outros fatores de stress ocupacional, como aqueles considerados na 
Ergonomia, por exemplo, (que também podem causar desconforto e doenças). É 
evidente que as duas disciplinas se interfaceiam e sua interação deve ser sinergética 
antes que antagônica... 
 Os agentes físicos são em última análise alguma forma de energia, liberada pelas 
condições dos processos e equipamentos, e que exporão o trabalhador; sua 
denominação habitual: Ruído, Vibrações, Calor / Frio (interações térmicas), Radiações 
Ionizantes e não Ionizantes, Pressões Anormais. 
 Os agentes químicos, mais que por sua característica individual, mas sim por sua 
dimensão físico-química, são classificados: gases, vapores, aerodispersóides (estes 
últimos são subdivididos ainda em poeiras, fumos, névoas, neblinas, fibras); podemos 
entender os agentes químicos como todos as substâncias puras, compostos ou 
produtos (misturas) que podem entrar em contato com o organismo por uma 
multiplicidade de vias, expondo o trabalhador. Cada caso tem sua toxicologia 
específica, sendo também possível agrupá-los em famílias químicas, quando de 
importância toxicológica (hidrocarbonetos aromáticos, por exemplo); 
 As “vias de ingresso” ou de contato com o organismo considerado tradicionalmente 
são a via respiratória (inalação), cutânea (através da pele intacta) e digestiva 
(ingestão). A inalação é a de maior importância industrial, seguida da via dérmica. 
 Os agentes biológicos são representados por todas as classes de micro-organismos 
patogênicos (algumas vezes adicionados de organismos mais complexos, como insetos 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 25 
e animais peçonhentos): vírus, bactérias, fungos... Notar que merecem uma ação bem 
diversa que a dos outros agentes, e que muitas formas de controle serão específicas. 
 
Classificação dos Riscos Ambientais 
 
Atenção: Veja que os RISCOS AMBIENTAIS são classificados por cores para 
que os trabalhadores tenham facilidades na sua identificação. Observe que, 
por definição a Higiene Ocupacional trata apenas dos riscos físicos, químicos 
e biológicos. 
 
 
Áreas de Interação da Higiene Ocupacional 
 
Medicina ocupacional - interação evidente e mais forte, não há como desempenhar 
qualquer das disciplinas sem dialogar com o profissional da outra. 
 
Área de gestão ambiental - interação importante, pois os mesmos agentes podem 
extrapolar o âmbito ocupacional (ambientes onde há trabalhadores expostos), 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 26 
tornando-se um problema de meio-ambiente e comunidade (Exemplos: ruído, 
contaminantes presentes em resíduos, emissões). 
 
Ergonomia - como também é eminentemente multidisciplinar, a ergonomia apresenta 
várias interações, pois os mesmos agentes ambientais que significam risco na higiene 
serão fatores de desconforto na ergonomia (ruído, calor, iluminação). Não se deseja 
aqui limitar a ergonomia à questão do conforto, pois há muitas inadequações 
ergonômicas que geram doenças, mas os exemplos dados evidenciam a 
interdisciplinaridade que existe. 
 
Conceitos da Higiene em Algumas Referências 
 Higiene Ocupacional, Higiene Industrial, Higiene do Trabalho - Os termos são 
considerados homônimos, enquanto exprimem a ação da disciplina. Atualmente 
se usa Higiene Ocupacional. 
 Definição da American Industrial Hygiene Association, que se encontra citada 
na Enciclopédia de Segurança e Saúde Ocupacional, da OIT: "Ciência e Arte 
devotada ao reconhecimento, avaliação de controle dos fatores e estressores 
ambientais, presentes ou oriundos do local de trabalho, os quais podem causar 
doença, degradação da saúde ou bem estar, ou desconforto significativo e 
ineficiência entre os trabalhadores ou cidadãos de uma comunidade". O autor 
do verbete na Enciclopédia, C. M. Berry, diz ainda que atualmente a definição 
não descreve adequadamente a disciplina, e que é importante adicionar o termo 
"antecipação", como vimos atrás. Expõe ainda que a preocupação deve se 
estender à família do trabalhador, citando os casos do berílio e do asbestos. 
 A definição do American Board of Industrial Hygiene é semelhante, falando da 
"Ciência e prática devotada a antecipação, reconhecimento, avaliação e 
controle dos fatores e estressores ambientais presentes ou oriundos do local de 
trabalho que podem causar doença, degradação da saúde ou bem estar, ou 
desconforto significativo entre trabalhadores e podem ainda impactar a 
comunidade em geral" (atenção: ambas são traduções livres; convém sempre 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 27 
ler os originais, até porque há muito de instrutivo nessas leituras para o 
higienista). 
 
Agora, já cientes dos riscos que trata a Higiene Ocupacional, apresentaremos as etapas 
“higienistas” ou “prevencionistas” bem como os conceitos de limites de tolerância e 
níveis de ação. 
Para bem realizar a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle dos 
agentes ambientais, são necessárias múltiplas ciências, tecnologias e especialidades. 
Para a avaliação e o controle, é importante a engenharia; na avaliação, também se 
exige o domínio dos recursos instrumentais de laboratório (química analítica); no 
entendimento da interação dos agentes com o organismo, a bioquímica, toxicologia e 
a medicina. A compreensão da exposição do trabalhador (este termo é fundamental) 
a certo agente passa pelas características físicas e/ou químicas dos agentes e o uso 
dessas ciências básicas. 
 
O reconhecimento é um alerta; a adequada avaliação deve levar a uma decisão 
de tolerabilidade; os riscos intoleráveis devem sofrer uma ação de controle; 
Para se conhecer sobre a intolerabilidade, valores de referência devem existir. É o 
conceito dos limites de exposição (legalmente, limites de tolerância). 
 
O objetivo último da atuação em higiene ocupacional, uma vez que nem sempre se 
pode eliminar os riscos dos ambientes de trabalho, é o de se reduzir a exposição 
média de longo prazo (parâmetro recomendado de comparação) de todos os 
trabalhadores, a todos os agentes ambientais, a valores abaixo do nível de ação. 
Veja que começaram a surgir outros conceitos, que devem ser definidos a seu tempo 
 
Nem todos os agentes são medidos apenas por sua ação de longo prazo, sendo 
também importantes as exposições agudas (curto prazo). Pode-se perceber que 
devem variar aqui os objetivos e formas de avaliação da exposição. 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 28 
 
Detalhando Aspectos Básicos 
ANTECIPAR É: 
 Trabalhar com equipes de projeto, modificações ou ampliações (ou pelo menos 
analisando em momentos adequados o resultado desse trabalho), visando a 
detecção precoce de fatores de risco ligados a agentes ambientais, adotando 
opções de projeto que favoreçam a sua eliminação ou controle; 
 Estabelecer uma "polícia de fronteira" na empresa, rastreando e analisando 
todo novo produto químico a ser utilizado (isso inclui as amostras devendedores) 
 Ditar normativas preventivas para evitar exposições inadvertidas a agentes 
ambientais causadas pela má seleção de produtos, materiais e equipamentos, 
para compradores, projetistas, contratadores de serviços. Por exemplo, um 
dispositivo para espantar roedores de galerias de cabos elétricos parece ótimo, 
mas é necessário saber que é um emissor de ultrassom. 
 
RECONHECER É 
 ...Conhecer de novo! Isso significa que se deve ter conhecimento prévio dos 
agentes do ambiente de trabalho, ou seja, saber reconhecer os riscos presentes 
nos processos, materiais, operações associadas, manutenção, subprodutos, 
rejeitos, produto final, insumos, ... 
 Estudar o processo, atividades e operações associadas e processos auxiliares, 
não apenas com os dados existentes na empresa (e inquirindo os técnicos, 
projetistas, operadores...), mas também conhecendo a literatura ocupacional 
específica a respeito deles, pois mesmo os técnicos dos processos podem 
desconhecer os riscos ambientais que os mesmos produzem. Podem omitir, 
frequentemente, detalhes que não julgam importantes para o higienista, 
justamente ligados a um risco. O solícito técnico da máquina empacotadora de 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 29 
leite longa vida pode lhe dar uma explicação precisa e detalhada do seu 
funcionamento, omitindo que a caixinha é selada por radiofrequência. 
 Transitar e observar incessantemente pelo local de trabalho (não se faz higiene 
sem ir a campo), observando o que lhe é mostrado e o que não é. Andar "atrás" 
das coisas, em subsolos, casas de máquinas, porões de serviço pode ser 
bastante instrutivo e revelador de riscos ambientais (cuidado com os riscos de 
acidentes nesses locais); 
 
AVALIAR É 
 Em forma simples, avaliar é poder emitir um juízo de tolerabilidade sobre uma 
exposição a um agente ambiental. Atualmente, a avaliação está inserida dentro 
de um processo que se convenciona chamar de Estratégia de Amostragem, o 
que é, evidentemente, muito mais que avaliar no sentido instrumental. 
 O juízo de tolerabilidade é dado pela comparação da informação de exposição 
ambiental (que pode ter vários graus de confiabilidade) com um critério 
adequado. O critério é genericamente denominado de "limite de exposição 
ambiental", ou limite de exposição. (Legalmente falando, "limite de tolerância". 
Este conceito será detalhado adiante) 
 
CONTROLAR É: 
 Adotar medidas de engenharia sobre as fontes e trajetória do agente, atuando 
sobre os equipamentos e realizando ações específicas de controle, como 
projetos de ventilação industrial; 
 Intervir sobre operações, reorientando-as para procedimentos que possam 
eliminar ou reduzir a exposição. 
 Definir ações de controle no indivíduo, o que inclui, é claro, mas não está 
limitado a, a proteção individual. 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 30 
 Serão dados mais à frente os elementos gerais de ações de controle em higiene 
ocupacional. Em cada matéria, serão dadas ações específicas de controle. 
 
Conceito do Limite de Tolerância / Limite de Exposição 
Exercício de construção do conceito - Vamos por aproximações sucessivas, e ao 
mesmo tempo discutindo e construindo o conceito, com aspectos associados: 
 
 Um valor abaixo do qual não haverá doenças? (Seria muito grosseiro e 
pretensioso) 
 Um valor abaixo do qual há razoável segurança contra o desencadeamento das 
doenças causadas por um agente ambiental? (Melhorou, mas ainda falta muito) 
 Um valor abaixo do qual há razoável segurança para a maioria dos expostos 
contra o desencadeamento de doenças causadas por um agente ambiental 
(esta adição é fundamental) 
 
 Vamos intercalar aqui a definição da ACGIH (American Conference of 
Governmental Industrial Hygienists - veja também o item sobre Associações e 
Entidades em Higiene Ocupacional): "Os limites de exposição referem-se 
a concentrações de substâncias químicas dispersas no ar (assim como 
a intensidades de agentes físicos de natureza acústica, 
eletromagnética, ergonômica, mecânica e térmica) e representam 
condições às quais se acredita a maioria dos trabalhadores possa 
estar exposta, repetidamente, dia após dia, sem sofrer efeitos 
adversos à saúde." 
 
 A definição acima é completa, mas não diz tudo (porque há muitas considerações 
associadas, que não cabem numa definição...). Dessa forma, é preciso alertar 
para: 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 31 
 A "maioria" implica numa "minoria", ou seja, pessoas que não estarão 
necessariamente protegidas ao nível do LE ou mesmo abaixo do mesmo. Podem 
ser pessoas hipersuscetíveis pela própria natureza da variabilidade individual 
(todo critério tem um ponto de corte; até recentemente, o LE para ruído da 
ACGIH pretendia a proteção de 90% dos expostos), ou por fatores de 
hipersusceptibilidade específica, como é o caso dos albinos em relação à 
radiação ultravioleta. 
 É preciso conhecer quais os efeitos que o LE pretende evitar. Muitas vezes, não 
se evitarão todos os efeitos. No caso do ruído, trata-se apenas da perda 
auditiva induzida, embora se saiba que há outros efeitos à saúde. Muitas vezes, 
é difícil modelizar tais efeitos para fins de um limite, pois há grande 
variabilidade individual; outras vezes, simplesmente não há relação dose - 
resposta, como no caso de carcinogênicos ( o LE para asbestos pode protegê-
lo da fibrose pulmonar, mas não dos cânceres, cuja relação é estocástica, uma 
chance dependente do nível de exposição - já fica aqui a mensagem para evitar 
toda exposição ao dito cujo). 
 É preciso conhecer qual a base de tempo do LE, sobre o qual se estabelece a 
média ponderada de exposição (esta já é uma questão de avaliação); pode ser 
de 6 minutos, como ocorre com radiofrequência, uma hora para exposição ao 
calor, e mais frequentemente 8 horas, ou a jornada, para a maioria dos casos. 
 É preciso lembrar que o limite de exposição representa a melhor abordagem 
disponível, dentro de certos critérios, a respeito do conhecimento acerca do 
agente ambiental, em termos correntes, ou seja, é um conceito sujeito a 
contínua evolução, mas apenas o que se conhece na atualidade de sua emissão. 
Frequentemente os LE são rebaixados, e raramente aumentados (ou seja, 
houve alguma superestimação do risco). 
 
Entidades e Associações da Área 
Destacam-se as associações higienistas estrangeiras, como a ACGIH (American 
Conference of Governmental Industrial Hygienists) e a AIHA (American Industrial 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 32 
Hygiene Association), uma internacional, a IOHA (International Occupational Hygiene 
Association), que é uma associação de associações, e nacionalmente, a ABHO 
(Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais). 
As entidades a destacar são o NIOSH (National Institute of Occupational Safety and 
Heath) norte-americano, governamental, e seu homólogo nacional (conceitualmente 
falando), que é a Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e 
Medicina do Trabalho). Também são especialmente importantes as entidades do 
Canadá, França e Espanha (neste último caso, pela maior facilidade quanto ao idioma). 
 
Atividades 
Um grupo de trabalhadores está exposto a um ruído ocupacional acima dos Limites de 
Tolerância. Importante ressaltar que a nossa Norma Regulamentadora NR 15, 
estabelece que para uma carga horária diária e contínua de 8horas, um Limite de 
85dB. Você foi contratado como Engenheiro de Segurança do Trabalho da empresa e 
tem pela frente este desafio inicial, ou seja, propor medidas preventivas para os 
expostos, visto que nos examesaudiométricos muitos deles vem se queixando de 
“perda auditiva”. Quais devem ser suas ações neste sentido. 
Chave de resposta: 
 
Inicialmente é fundamental que tenhamos o pleno entendimento que os equipamentos 
de proteção individual, os chamados EPI’s, não são considerados como medidas 
prioritárias no campo da proteção dos trabalhadores. Assim, neste caso 
especificamente, você deverá propor medidas de natureza coletiva, ou seja, com a 
instalação de equipamentos na fonte geradora do ruído, eliminando-o ou minimizando 
seus efeitos nocivos. Caso não seja possível, a sugestão seriam as medidas 
administrativas com os revezamentos dos postos de trabalho ou ainda com a redução 
da jornada para os trabalhadores neste ambiente nocivo. O uso dos equipamentos de 
proteção individuais deve ser estabelecido em último caso, repito, em caráter 
emergencial ou transitório. 
 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 33 
4. SESMT 
 
Estudaremos neste capítulo o SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e Medicina do Trabalho. Abordaremos as atividades dos profissionais 
especializados nas empresas no campo da prevenção de acidentes e de doenças 
relacionadas ao trabalho. 
O SESMT está definido pela Portaria 3.214 de 08 de junho de 1978 na Norma 
Regulamentadora NR 4. Nela, além dos profissionais especializados, estão definidos a 
Classificação Nacional de Atividades Econômicas e o Grau de Risco dos diversos 
seguimentos. 
Neste momento, trataremos fundamentalmente verificações em relação as orientações 
da própria Norma Regulamentadora NR 4 que trata do SESMT e trataremos dos 
enquadramentos tanto do CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas 
quanto do Grau de Risco. 
 
SESMT – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E 
EM MEDICINA DO TRABALHO é uma equipe de profissionais, com a finalidade de 
promover a saúde e proteger a integridade física dos servidores/trabalhadores. 
O SESMT está estabelecido no artigo 162 da Consolidação das Leis do Trabalho e é 
regulamentado pela Norma Regulamentadora - 4 do Ministério do Trabalho e Emprego 
– MTE. 
As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta 
e os poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela 
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, conforme o grau de risco de sua atividade 
principal e o seu número de empregados, obrigatoriamente, deverão constituir o 
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – 
SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador 
no local de trabalho. 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 34 
O dimensionamento do SESMT vincula-se à gradação do risco da atividade principal e 
ao número total de empregados do estabelecimento, conforme previsto nos Quadros 
I e II da Norma Regulamentadora nº 04. 
Em decorrência do dimensionamento, o Serviço Especializado em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT poderá ser composto por Médico do 
Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança do 
Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar ou Técnico em Enfermagem do 
Trabalho. 
 
 
O Papel do SESMT nas Empresas 
De acordo a NR-04, compete ao SESMT as seguintes funções: 
“a) aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho 
ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e 
equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do 
trabalhador; 
 
b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do 
risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos 
de Proteção Individual – EPI, de acordo com o que determina a NR 6, desde que a 
concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exija; 
 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 35 
c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações 
físicas e tecnológicas da empresa, exercendo a competência disposta na alínea “a”; 
 
d) responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do 
disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus 
estabelecimentos; 
 
e) manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas 
observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR-05; 
 
f) promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos 
trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, 
tanto através de campanhas quanto de programas de duração permanente; 
 
g) esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças 
ocupacionais, estimulando os em favor da prevenção; 
 
h) analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na 
empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença 
ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da doença 
ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as condições do(s) 
indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s); 
 
i) registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças 
ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos 
descritos nos modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI, devendo o 
empregador manter a documentação à disposição da inspeção do trabalho; 
 
j) manter os registros de que tratam as alíneas “h” e “i” na sede dos Serviços 
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 36 
alcançáveis a partir da mesma, sendo de livre escolha da empresa o método de 
arquivamento e recuperação, desde que sejam asseguradas condições de acesso aos 
registros e entendimento de seu conteúdo, devendo ser guardados somente os mapas 
anuais dos dados correspondentes às alíneas “h” e “i” por um período não inferior a 5 
(cinco) anos; 
 
l) as atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho são essencialmente 
prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando se 
tornar necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de 
catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao 
salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente 
estão incluídos em suas atividades.“ 
 
É importante também destacar, que o item 4.19 da NR-04 estabelece que: 
“4.19 A empresa é responsável pelo cumprimento da NR, devendo assegurar, como 
um dos meios para concretizar tal responsabilidade, o exercício profissional dos 
componentes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina 
do Trabalho. O impedimento do referido exercício profissional, mesmo que parcial e o 
desvirtuamento ou desvio de funções constituem, em conjunto ou separadamente, 
infrações classificadas no grau I4, se devidamente comprovadas, para os fins de 
aplicação das penalidades previstas na NR-28.” 
Portanto, as empresas devem cumprir o estabelecido pelas normas 
regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego. Evitando assim, possíveis 
notificações, interdições e/ou embargos pelos órgãos competentes, tal como despesas 
trabalhistas e previdenciárias. 
 
De acordo com o Quadro I da nossa Norma Regulamentadora NR 4, o CNAE 
definirá o Grau de Risco da empresa à ser pesquisada.Veja o exemplo 
abaixo: 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 37 
 
Após definido o Grau de Risco, no Quadro II da NR 4 teremos o dimensionamento do 
SESMT conforme o número de funcionários da empresa. 
Veja o exemplo abaixo: 
 
 
Agora que já sabemos dimensionar o SESMT e já sabemos quais os profissionais que 
compõem o SESMT vamos apresentar as atividades de cada um destes profissionais. 
Vejamos então: 
 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 38 
O profissional de Segurança do Trabalho tem uma área de atuação bastante ampla. 
Ele atua em todas as esferas da sociedade onde houver trabalhadores. Em geral ele 
atua em fábricas de alimentos, construção civil, hospitais, empresas comerciais e 
industriais, grandes empresas estatais, mineradoras e de extração. Também pode 
atuar na área rural em empresas agroindustriais. 
 
O profissional de Segurança do Trabalho atua conforme sua formação, quer seja ele 
médico, técnico, enfermeiro ou engenheiro. O campo de atuação é muito vasto. Em 
geral o engenheiro e o técnico de segurança atuam em empresas organizando 
programas de prevenção de acidentes, orientando a CIPA, os trabalhadores quanto ao 
uso de equipamentos de proteção individual, elaborando planos de prevenção de riscos 
ambientais, fazendo inspeção de segurança, laudos técnicos e ainda organizando e 
dando palestras e treinamento. Muitas vezes esse profissional também é responsável 
pela implementação de programas de meio ambiente e ecologia na empresa. 
 
O médico e o enfermeiro do trabalho dedicam-se a parte de saúde ocupacional, 
prevenindo doenças, fazendo consultas, tratando ferimentos, ministrando vacinas, 
fazendo exames de admissão e periódicos nos empregados. 
 
O que exatamente faz cada um dos profissionais de Segurança do Trabalho? 
A seguir a descrição das atividades dos profissionais de Saúde e Segurança do 
Trabalho, de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 39 
 
 Assessora empresas e industriais e de outro gênero em assuntos relativos à 
segurança e higiene do trabalho, examinando locais e condições de trabalho, 
instalações em geral e material, métodos e processos de fabricação adotados 
pelo trabalhador, para determinar as necessidades dessas empresas no campo 
da prevenção de acidentes; 
 Inspeciona estabelecimentos fabris, comerciais e de outro gênero, verificando 
se existem riscos de incêndios, desmoronamentos ou outros perigos, para 
fornecer indicações quanto às precauções a serem tomadas; 
 Promove a aplicação de dispositivos especiais de segurança, como óculos de 
proteção, cintos de segurança, vestuário especial, máscara e outros, 
determinando aspectos técnicos funcionais e demais características, para 
prevenir ou diminuir a possibilidade de acidentes; 
 Adapta os recursos técnicos e humanos, estudando a adequação da máquina 
ao homem e do homem à máquina, para proporcionar maior segurança ao 
trabalhador; 
 Executa campanhas educativas sobre prevenção de acidentes, organizando 
palestras e divulgações nos meios de comunicação, distribuindo publicações e 
outro material informativo, para conscientizar os trabalhadores e o público, em 
geral; 
 Estuda as ocupações encontradas num estabelecimento fabril, comercial ou de 
outro gênero, analisando suas características, para avaliar a insalubridade ou 
periculosidade de tarefas ou operações ligadas à execução do trabalho; 
 Realiza estudos sobre acidentes de trabalho e doenças profissionais, 
consultando técnicos de diversos campos, bibliografia especializada, visitando 
fábricas e outros estabelecimentos, para determinar as causas desses acidentes 
e elaborar recomendações de segurança. 
 
Engenheiro de Segurança do Trabalho - CBO 0-28.40 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 40 
 
 Inspeciona locais, instalações e equipamentos da empresa, observando as 
condições de trabalho, para determinar fatores e riscos de acidentes; estabelece 
normas e dispositivos de segurança, sugerindo eventuais modificações nos 
equipamentos e instalações e verificando sua observância, para prevenir 
acidentes; 
 Inspeciona os postos de combate a incêndios, examinando as mangueiras, 
hidrantes, extintores e equipamentos de proteção contra incêndios, para 
certificar-se de suas perfeitas condições de funcionamento; 
 Comunica os resultados de suas inspeções, elaborando relatórios, para propor 
a reparação ou renovação do equipamento de extinção de incêndios e outras 
medidas de segurança; 
 Investiga acidentes ocorridos, examinando as condições da ocorrência, para 
identificar suas causas e propor as providências cabíveis; 
 Mantém contatos com os serviços médico e social da empresa ou de outra 
instituição, utilizando os meios de comunicação oficiais, para facilitar o 
atendimento necessário aos acidentados; 
 Registra irregularidades ocorridas, anotando-as em formulários próprios e 
elaborando estatísticas de acidentes, para obter subsídios destinados à melhoria 
das medidas de segurança; 
 Instrui os funcionários da empresa sobre normas de segurança, combate a 
incêndios e demais medidas de prevenção de acidentes, ministrando palestras 
e treinamento, para que possam agir acertadamente em casos de emergência; 
 Coordena a publicação de matéria sobre segurança no trabalho, preparando 
instruções e orientando a confecção de cartazes e avisos, para divulgar e 
desenvolver hábitos de prevenção de acidentes; 
 Participa de reuniões sobre segurança no trabalho, fornecendo dados relativos 
ao assunto, apresentando sugestões e analisando a viabilidade de medidas de 
segurança propostas, para aperfeiçoar o sistema existente. 
Técnico de Segurança do Trabalho - CBO 0-39.45 
 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 41 
 
 Executa exames periódicos de todos os empregados ou em especial daqueles 
expostos ao maior risco de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais, 
fazendo o exame clínico e/ou interpretando os resultados de exames 
complementares, para controlar as condições de saúde dos mesmos a 
assegurar a continuidade operacional e a produtividade; 
 Executa exames médicos especiais em trabalhadores do sexo feminino, 
menores, idosos ou portadores de subnormalidades, fazendo anamnese, exame 
clínico e/ou interpretando os resultados de exames complementares, para 
detectar prováveis danos à saúde em decorrência do trabalho que executam e 
instruir a administração da empresa para possíveis mudanças de atividades; 
 Faz tratamento de urgência em casos de acidentes de trabalho ou alterações 
agudas da saúde, orientando e/ou executando a terapêutica adequada, para 
prevenir consequências mais graves ao trabalhador; 
 Avalia, juntamente com outros profissionais, condições de insegurança, 
visitando periodicamente os locais de trabalho, para sugerir à direção da 
empresa medidas destinadas a remover ou atenuar os riscos existentes; 
 Participa, juntamente com outros profissionais, da elaboração e execução de 
programas de proteção à saúde dos trabalhadores, analisando em conjunto os 
riscos, as condições de trabalho, os fatores de insalubridade, de fadiga e outros, 
para obter a redução de absenteísmo e a renovação da mão-de-obra; 
 Participa do planejamento e execução dos programas de treinamento das 
equipes de atendimento de emergências, avaliando as necessidades e 
ministrando aulas, para capacitar o pessoal incumbido de prestar primeiros 
socorros em casos de acidentes graves e catástrofes; 
 Participa de inquéritos sanitários,levantamentos de doenças profissionais, 
lesões traumáticas e estudos epidemiológicos, elaborando e/ou preenchendo 
formulários próprios e estudando os dados estatísticos, para estabelecer 
Médico do Trabalho CBO - 0-61.22 
 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 42 
medidas destinadas a reduzir a morbidade e mortalidade decorrentes de 
acidentes do trabalho, doenças profissionais e doenças de natureza não-
ocupacional; 
 Participa de atividades de prevenção de acidentes, comparecendo a reuniões e 
assessorando em estudos e programas, para reduzir as ocorrências de 
acidentes do trabalho; 
 Participa dos programas de vacinação, orientando a seleção da população 
trabalhadora e o tipo de vacina a ser aplicada, para prevenir moléstias 
transmissíveis; 
 Participa de estudos das atividades realizadas pela empresa, analisando as 
exigências psicossomáticas de cada atividade, para elaboração das análises 
profissiográficas; 
 Procede aos exames médicos destinados à seleção ou orientação de candidatos 
a emprego em ocupações definidas, baseando-se nas exigências 
psicossomáticas das mesmas, para possibilitar o aproveitamento dos mais 
aptos; 
 Participa da inspeção das instalações destinadas ao bem-estar dos 
trabalhadores, visitando, juntamente com o nutricionista, em geral, e o 
enfermeiro de higiene do trabalho e/ou outros profissionais indicados, o 
restaurante, a cozinha, a creche e as instalações sanitárias, para observar as 
condições de higiene e orientar a correção das possíveis falhas existentes. Pode 
participar do planejamento, instalação e funcionamento dos serviços médicos 
da empresa. Pode elaborar laudos periciais sobre acidentes do trabalho, 
doenças profissionais e condições de insalubridade. Pode participar de reuniões 
de órgãos comunitários governamentais ou privados, interessados na saúde e 
bem-estar dos trabalhadores. Pode participar de congressos médicos ou de 
prevenção de acidentes e divulgar pesquisas sobre saúde ocupacional. 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 43 
 
 Estuda as condições de segurança e periculosidade da empresa, efetuando 
observações nos locais de trabalho e discutindo-as em equipe, para identificar 
as necessidades no campo da segurança, higiene e melhoria do trabalho; 
 Elabora e executa planos e programas de proteção à saúde dos empregados, 
participando de grupos que realizam inquéritos sanitários, estudam as causas 
de absenteísmo, fazem levantamentos de doenças profissionais e lesões 
traumáticas, procedem a estudos epidemiológicos, coletam dados estatísticos 
de morbidade e mortalidade de trabalhadores, investigando possíveis relações 
com as atividades funcionais, para obter a continuidade operacional e aumento 
da produtividade; 
 Executa e avalia programas de prevenções de acidentes e de doenças 
profissionais ou não-profissionais, fazendo análise da fadiga, dos fatores de 
insalubridade, dos riscos e das condições de trabalho do menor e da mulher, 
para propiciar a preservação de integridade física e mental do trabalhador; 
 Presta primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou doença, 
fazendo curativos ou imobilizações especiais, administrando medicamentos e 
tratamentos e providenciando o posterior atendimento médico adequado, para 
atenuar consequências e proporcionar apoio e conforto ao paciente; 
 Elabora e executa ou supervisiona e avalia as atividades de assistência de 
enfermagem aos trabalhadores, proporcionando-lhes atendimento 
ambulatorial, no local de trabalho, controlando sinais vitais, aplicando 
medicamentos prescritos, curativos, instalações e teses, coletando material 
para exame laboratorial, vacinações e outros tratamentos, para reduzir o 
absenteísmo profissional; organiza e administra o setor de enfermagem da 
empresa, provendo pessoal e material necessários, treinando e supervisionando 
auxiliares de enfermagem do trabalho, atendentes e outros, para promover o 
atendimento adequado às necessidades de saúde do trabalhador; 
Enfermeiro do Trabalho CBO - 0-71.40 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 44 
 Treina trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e material adequado 
ao tipo de trabalho, para reduzir a incidência de acidentes; 
 Planeja e executa programas de educação sanitária, divulgando conhecimentos 
e estimulando a aquisição de hábitos sadios, para prevenir doenças 
profissionais, mantendo cadastros atualizados, a fim de preparar informes para 
subsídios processuais nos pedidos de indenização e orientar em problemas de 
prevenção de doenças profissionais. 
 
 
 
Desempenha tarefas similares às que realiza o auxiliar de enfermagem, em geral, 
porém atua em dependências de fábricas, indústrias ou outros estabelecimentos que 
justifiquem sua presença. 
 
O SESMT faz a diferença porque cuida do maior bem que a empresa possui que são 
seus trabalhadores. 
 
O empregador inteligente já entendeu que o maior bem que a empresa possui são 
seus empregados, eles são o único fator de competitividade que restaram para a 
empresa atualmente. Ter a melhor máquina não é fato de diferenciação no mercado, 
ter o melhor espaço físico também, porém, ter atendimento de qualidade, ter uma 
equipe enforcada em resolver problema, ter ideias que tragam lucro só é possível com 
gente. 
 
Só pessoas resolvem problemas, só pessoas tem ideias que geram lucro. Por isso as 
grandes empresas valorizam como nunca com os seus empregados. E uma das formas 
de valorizar os empregados e cuidar da segurança desses empregados no ambiente 
de trabalho. Por isso as empresas que pensam lá na frente cuidam bem dos seus 
Auxiliar de Enfermagem do trabalho CBO 5-72.10 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 45 
empregados, porque elas sabem que o empregado bem cuidado, falta menos ao 
trabalho, entra menos na justiça contra a empresa, é mais motivado, produz mais! 
 
Atividades 
Uma empresa do ramo de extração e produção de petróleo e gás natural possui um 
total de 1360 funcionários. Qual o CNAE desta empresa e seu Grau de Risco? 
Dimensione seu SESMT. 
 
Chave de resposta: 
De acordo com a Norma Regulamentadora NR 4 que trata do SEMT, temos o seguinte: 
No Quadro I da NR 4, no agrupamento B – Indústrias Extrativas, temos um CNAE para 
este seguimento 06.00-0. Em seguida, na mesma “linha” do próprio Quadro I, temo a 
definição do Grau de Risco 4. Assim, verificamos no Quadro II a relação entre Grau de 
Risco 4 (coluna) e Número de funcionários – 1360 (linha) onde , ao cruzarmos estas 
informações, teremos para esta empresa, o seguinte SESMT: 05 Técnicos em 
Segurança do Trabalho; 01 Engenheiro de Segurança do Trabalho; 01 Médico do 
Trabalho e 01 Auxiliar de Enfermagem do Trabalho. Veja no próprio Quadro II que 
para este caso não será necessária a contratação de um Enfermeiro do Trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 46 
5. CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
 
A CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes não é uma invenção brasileira. 
Surgiu nos países integrantes da OIT – Organização Internacional do Trabalho 
que, em 1921, montou um grupo de estudo para analisar as condições de segurança 
e higiene em que o trabalho era executado nos países filiados e elaborar 
recomendações. Uma delas, que viria a se tornar o embrião da CIPA atual, foi a criação 
de “comitês de segurança do trabalho” nas empresas. 
 
Alguns países adotaram a medida imediatamente, outros, só mais tarde. 
 
No Brasil, a recomendação da OIT foiparcialmente atendida pelo Decreto – Lei nº 
7036, de 10/11/44, que determinou a criação de “Comissões Internas de Prevenção 
de Acidentes” em todas as empresas com 100 ou mais empregados. 
 
O funcionamento obrigatório veio um ano depois, através da portaria nº 229, de 
19/06/45. Em 27/11/53, a nº 155 oficializou a sigla CIPA e, de lá para cá, a legislação 
seguiu aperfeiçoando o trabalho da comissão. As principais modificações foram as 
seguintes: 
 
 Portaria nº 3456, de 03/08/77: reduziu de 100 para 50 o limite do número de 
empregados que obrigava as empresas a constituírem CIPA. 
 Portaria nº 3214 – NR 5, de 08/06/78: criou o treinamento para os membros da CIPA 
e a estabilidade para os titulares da representação dos empregados na comissão. 
 Portaria nº 33 – NR 5, de 27/10/83: definiu a necessidade, ou não, da constituição 
de CIPA, bem como o número mínimo de seus membros, em função do grau de risco 
e número de empregados. Tornou obrigatória a indicação de um responsável pela 
segurança na empresa, caso esta não necessite ter CIPA. 
 Portaria nº 25 SSST, de 29/12/94: incluiu na NR 5 a elaboração do Mapa de Riscos 
da empresa como atribuição da CIPA. 
 Portaria nº 08 SSST, de 23/02/99: alterou o dimensionamento da CIPA que passa a 
ser em função da CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas e 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 47 
do número de empregados da empresa. Aumentou a carga horária do curso para 20 
horas. 
 
Superando barreiras e graças à determinação de todos aqueles que assumem o seu 
papel de cidadãos conscientes, a CIPA chegou até os dias de hoje mostrando que pode 
ser de grande utilidade, não só na prevenção de acidentes e doenças do trabalho 
como, também, no próprio crescimento da empresa tornando-a cada vez mais forte e 
competitiva. 
 
É preciso, apenas, que seus integrantes estejam treinados, informados e motivados 
para uma atuação dedicada e consciente. 
 
Apresentaremos à seguir um resumo da NR 5 que trata da CIPA – Comissão Interna 
de Prevenção de Acidentes, focando os principais pontos que são, normalmente, 
objeto da fiscalização rotineira nas empresas privadas, públicas e demais órgãos e 
sociedades passíveis de atendimento a esta legislação. 
 
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes possui como objetivo a prevenção de 
acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível 
permanentemente o trabalho coma preservação da vida e a promoção da saúde do 
trabalhador. 
 
A CIPA deverá ser constituída e mantida em funcionamento regular em empresas 
privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos de administração direta e 
indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como 
outras instituições que admitam trabalhadores como empregados. 
 
A CIPA deve ser constituída de representantes dos empregados e dos empregadores. 
O dimensionamento é estabelecido de acordo com o Quadro I da NR-05, com base na 
atividade econômica da empresa e sua respectiva Classificação Nacional de Atividades 
Econômicas – CNAE, fornecidas pelos Quadros II e III desta mesma NR. 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os representantes dos empregados (titulares e suplentes) são escolhidos pelos 
próprios, através de votação realizada em escrutínio secreto. 
 
Os representantes do empregador (titulares e suplentes) são, por sua vez, designados 
pelo mesmo. 
 
No caso de a empresa não se enquadrar no Quadro I, deverá ser designado um 
responsável pelo cumprimento da NR-05. Isto pode ser feito com a participação dos 
empregados, através de negociação coletiva. 
 
O mandato dos membros eleitos da CIPA tem a duração de um ano, sendo permitida 
uma reeleição. Quando um empregado assume dois mandatos consecutivos, é 
necessário que haja uma pausa de um ano para que ele possa candidatar-se a uma 
nova eleição. 
 
EMPREGADOR 
INDICAÇÃO 
Presidente 
Membros 
Suplentes 
TRABALHADORES 
ELEIÇÃO 
Vice-Presidente 
Membros 
Suplentes 
SECRETÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 49 
É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para 
representação dos empregados na CIPA, desde o registro de sua candidatura até um 
ano após o final de seu mandato. 
 
Aos empregados eleitos da CIPA é vedada a transferência para outro estabelecimento 
sem a sua anuência, ressalvando o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do art. 
469 da C.L.T. 
 
Uma vez empossada a CIPA, a empresa possui um prazo de dez dias para protocolizar, 
na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de eleição e 
posse e o calendário anual das reuniões ordinárias. Após este procedimento, a CIPA 
não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser 
desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, mesmo 
que haja redução no número de empregados na empresa. A exceção fica por conta, 
apenas, para o caso de encerramento das atividades do estabelecimento. 
 
O empregador deve designar um Presidente para a CIPA; os representantes dos 
empregados deverão escolher um Vice-Presidente entre os titulares da Comissão. 
Devem ser também indicados pelo grupo um Secretário e seu substituto, os quais não 
necessariamente precisam pertencer à CIPA. 
 
As Diversas Atribuições da Comissão podem ser Resumidas nos itens 
Abaixo: 
 
 Identificar os riscos do processo de trabalho e confeccionar o mapa de riscos. 
 Montar plano de ações preventivas. 
 Participar da implementação das ações preventivas, controlar sua qualidade e 
efetividade, opinar na definição de prioridades. 
 Inspecionar periodicamente os locais de trabalho para identificar riscos à segurança 
e saúde do trabalhador. 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 50 
 Avaliar, em cada reunião ordinária, como está o cumprimento das metas do plano 
de ações e discutir cada risco identificado nas inspeções. 
 Divulgar aos empregados informações e notícias sobre a segurança e saúde no 
trabalho. 
 Participar da avaliação do impacto de alterações no ambiente e no processo de 
trabalho relacionadas à segurança e saúde dos empregados. 
 Solicitar a paralisação de máquina ou setor onde exista risco grave e iminente. 
 Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO, PPRA e de outros 
programas voltados à segurança e saúde do trabalhador. 
 Divulgar e incentivar o cumprimento das Normas Regulamentadoras e das cláusulas 
de acordos e convenções coletivas de trabalho, relacionadas à segurança e saúde. 
 Participar da análise das causas dos acidentes e doenças do trabalho e sugerir 
soluções. 
 Analisar as questões que tenham interferido na segurança e saúde dos 
trabalhadores. 
 Requisitar à empresa uma cópia das CAT’s – Comunicações de Acidentes do 
Trabalho, emitidas. 
 Promover anualmente a SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes 
do Trabalho. 
 Participar anualmente, em conjunto com a empresa, de campanhas de prevenção 
da AIDS. 
 
Basicamente, os empregados têm como dever: 
 
a) Participar da eleição da CIPA; e 
b) Indicar à Comissão, ao SESMT e ao empregador as situações de risco e 
respectivas sugestões para melhoria. 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 51 
São as seguintes as principais atribuições do Presidente da CIPA: 
 
a) Convocar os cipeiros para as reuniões da CIPA; e 
b) Coordenar os trabalhos do grupo em geral e fazer interface com o empregador 
e o SESMT,

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