Buscar

PLURALISMO JURIDICO NA IDADE MEDIA TARDIA DIRETITO COMUM E DIREITOS PARTICULARES

Prévia do material em texto

TEXTO 4 
CAPITULO 8 (PLURALISMO JURIDICO NA IDADE MEDIA TARDIA: DIRETITO COMUM E DIREITOS PARTICULARES) 
1.As diversidades na unidade
-ausencia de um sujeito politico forte, açao juridica vinculada ao social, com expressao de uma sociedade, de uma cultura, de uma civilizaçao.
-dialética entre o universo juridico UNIVERSAL e PARTICULAR.
-Durante todo o sec.XX: permanencia dessa sobreposiçao e convivencia (patrimonio juridico de cunho cientifico universal X demandas consetudinarias locais, marcadas pelo particularismo)
-Particularismo com várias feições, a expressao mais difundida é a do uso com projeçao territorial.Nessa sua expressao, o particularimo nada mais é do que o localismo jurídico.
-Manifestações particularistas: 
(A) O direito feudal: conjunto de costumes que disciplinaram o universo das relaçoes entre senhores e vassalos, que é a ordem feudal (relaçoes pessoais que consistem em homenagem e fidelidade por parte do vassalo e em proteçao por parte do senhor). Um universo juridico que desenvolveu suas proprias regras e tem seus proprios tribunais de aplicaçao.
(B) O direito comercial: conjunto de usos que a classe dos mercadores elabora para disciplinar de modo autonomo as transaçoes comerciais(uso nascido espontaneamente na práxis cotidiana). Um conjunto orgânico de institutos toma cada vez mais forma e, ao mesmo tempo, uma complexa organização de classes e de profissões.
-Essas manifestaçoes particulares não possuiam pretensões totalitárias, não se colocam em antagonismo com o direito comum e sim integram-no, especificam-no. Não chegam a nega-lo. Pelo contrário, eles o pressupõe.
-Conclusão: O particularismo na idade media tardia não é ruptura de uma grande ordem unitária, e sim a torna multifacetada, articulando-a numa pluralidade de ordenamentos conviventes. É um mundo de autonomias, com a concorrencia de uma pluralidade de ordenamentos( pressupõe convivencia e não expansionismos) 
-Era de transiçao para o moderno: um particularismo novo irá ploriferar-se como ruptura de uma unidade, de uma dimensao universal. Europa como modelo de mosaicos estatais territoriais que regulam de modo exclusivo as relaçoes juridicas. É o caminho que levara ao regime de pleno absolutismo e da soluçao mais absolutista do direito privado: o código.
	Significado do direito comum 
-Possui uma dimensão cientifica, que o elabora com base e sob a égide de um texto dotado de autoridade. 
-O direito comum se compõe em dois momentos inseparaveis: o momento de validade e o momento de efetividade, representado pela construçao doutrinal. Nossa ciencia juridica não pode ser concebida sem o texto a ser interpretado, mas o texto não pode ser considerado algo alem de uma insubstituivel referencia formal.
-interpretatio: mediadora da relaçao entre o texto e substancialmente, os fatos. Sendo a construtora do direito, tendo carater normativo no que tange a relaçao entre um texto dotado de autoridade e uma construçao doutrinal, entre o momento de validade e de efetividade.
	Na medida que o tempo passa e a ciencia juridica adquire consciencia do proprio papel, há o distanciamento substancial do texto quando necessario. 
-O direito comum é um grande fato da civilizaçao medieval, talves o maior. Deve ser inserido e compreendido nessa civilizaçao. 
-O direito comum tinha por base uma lei unica de legitimaçao, o direito divino, munida, na sociedade medieval, de uma positividade incontestavel e proveniente do único soberano que a civilizaçao juridica medieval reconhece em sua autonomia potestativa. Somente nesse sentido poderiamos ratificar, tambem nós, a qualificaçao de legislativo como caracterizadora do direito comum.
3. Significado da relaçao entre o direito comum e direitos particulares.
-É necessario pensar essa concorrencia e entrelassamento concebendo o universo juridico apenas em relaçao com a sociedade e com a civilizaçao circunstantes, concebendo a ordem juridica fora da sombra do estado, que contem em si mesma sua legitimaçao e sua autonomia.
-O pressuposto libertador é aquele do direito sem estado, é libertador diante da relativa indiferença dos detentores de poder.
-Direito estatutário: soma das regulamentaçoes particulares de comunas consolidaçoes quase sempre de costumes locais, bastante desvinculadas uma das outras, expressoes ativas da vida juridica local. O que lhe importa eh fixar as regras que hoje chamariamos de direito constitucional e administrativo e de direito penal. Seu ambito é delimitado no plano objetivo assim como no plano territorial, pressupoe inevitavelemente a existencia de outro ordenamento.
	O direito comum é e continua a ser o direito que guarda em si as soluçoes para cada uso, um patrimonio de principios e expedientes universais. Tratava-se de um patrimonio de toda a humanidade civilizada, fundado na razao.
-A hieraquia das fontes pressupoe uma visao rigidamente monista de ordem juridica que mostra o Estado como único ente legitimador a produzir o direito. A complexa experiencia medieval é composta de multiplos ordenamentos concorrentes que não requerem legitimaçao externa.
-O direito comum, no qual a universalidade nada mais é do que o reflexo da sua intima racionalidade, tem capacidades organizacionais extraordinarias e, por conseguinte, tem força expansiva igualmente extraordinária: porque é o direito, e é tal porque encarna a pura racionalidade juridica.
- O panorama dos multiplis ordenamentos igualitarios atenua-se diante de um incontestável protagonismo incomodo do direito comum no palco historico-juridico na europa continental.

Continue navegando