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O Direito na Idade Média 1. Contexto Histórico Let’s start with the first set of slides A Idade Média Com a queda do Império Romano do Ocidente, diversos povos bárbaros finalmente ocuparam a Europa. A Igreja foi sim afetada, mas não destruída. Aos poucos, os missionários foram ao encontro dos Bárbaros para convertê-los e civilizá-los. Esses missionários foram enviados para quase todas as regiões da Europa, trabalhando num ambiente hostil e no meio de povos de culturas e línguas diferentes. A estratégia consistia em converter em primeiro lugar os reis e dirigentes, pois a partir daí estava quase assegurado o acesso a todo o resto da população. Os reis, por outro lado, ao adotarem o cristianismo, tinham seu poder político fortalecido, com o apoio divino, tornando-se reis “pela graça de Deus”. O cristianismo, que aos poucos foi aceito também pelos demais povos bárbaros, trouxe a eles diversos benefícios, como a instrução das crianças, a construção de casas de pedra e o abandono das cruéis práticas das ordálias. A Expansão Católica Na Baixa Idade Média o poder eclesiástico atingiu o seu apogeu; os reis recebiam o seu poder da igreja, que os sagrava e podia excomungá-los. O cristianismo começou com muita simplicidade, mas, na medida em que conseguia consolidar a sua estrutura, foi, gradativamente, elaborando suas próprias regras, que, com o passar do tempo, chegariam constituir um direito particular: o direito canônico. Percebe-se que a religião floresce dos escombros de Roma como consequência do aumento de exigências morais justamente quando a palavra passa a ter também um aumento de significação social e econômica, enfim, “com a crescente importância da vinculação ética do indivíduo em um cosmos de ‘deveres’ que permitem prever sua conduta”. Assim, o estabelecimento de relações sociais econômicas de caráter feudal, de par com a legalização do catolicismo vai favorecer o desenvolvimento da Igreja como autoridade religiosa. O Direito Canônico. O Direito Canônico foi, durante a maior parte da Idade Média, o único direito escrito; foi redigido, comentado e analisado a partir da Alta Idade Média e prossegue até os nossos dias. Antes de tal processo realizar-se totalmente, e levando-se em conta o desmembramento do poder do Estado na Europa, tem de se observar a característica descentralização da justiça, isso é a dissolução da resolução dos problemas particulares pelas várias autoridades temporais – os senhores feudais. Cada um vivia sob seu próprio direito. Na alta Idade Média, a partir do momento em que deixa de existir um poder judiciário organizado, a liquidação das contendas era feita entre os próprios indivíduos. No entanto, a religião cristã se impôs por toda parte, influenciando em questões temporais. Os Tribunais Seculares passaram a ser pressionados para julgar seus litígios a partir do Direito Canônico e para transmitir seu poder de decisão aos Tribunais Canônicos. Certos domínios do direito privado foram redigidos exclusivamente pelo direito canônico, por exemplo.Tal jurisdição passou a ser competente, julgando casos relativos ao casamento e à maioria das controvérsias envolvendo o direito de família. “ A palavra "canônico" é usada para designar algo referente a Igreja. "Canon" é um termo usado para definir os seus próprios assuntos, usos e costumes. Mais que regras, eram verdades reveladas por um ser superior, onipotente e a desobediência, muito mais que uma infração, era um pecado. O Direito Canônico aparece então, como “saber sagrado, privilegiado e separado dos outros (...); só nesse lugar aí é que se domina afinal e se justifica a natureza”, é o lugar construído de maneira ideal, onde a verdade pode ser “encontrada naturalmente”, de acordo com Pierre Legendre. Por serem sujeitos que materializam o saber divino na terra, a Igreja e o Direito Canônico permitirão, dessa forma, o exercício jurídico do império católico por meio de rigorosa lógica, dogmática, que implicará a existência de uma monarquia sacerdotal onipotente na jurisdição, marginalizando e excluindo os que não fazem parte da crença maior, e o direito canônico surge como instrumento que assegura e legitima essa divisão, punindo os diferentes e os insatisfeitos. DULTRA DOS SANTOS, ROGÉRIO. A institucionalização da Dogmática Jurídica-Canônica Medieval. Fundamentos de História do Direito, Belo Horizonte, 4º edição, 213p -230p, 2008. TALITA F. DO NASCIMENTO WEBER. Direito Na Idade Média - Dogmática Canônica e A Inquisição. Disponível em < http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=2704&idAreaSel=1&seeArt=yes> acesso em 3 Ago 16. MARISE REGINA MAIOCHI HAYASHI. Idade Média: História e Direito. Disponível em: < http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI165433,101048-Idade+Media+Historia+e+Direito> acesso em 3 de Ago 16.
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