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Prova 1 - respondida

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Quais os remédios indicados por Maquiavel para a fortuna. Como escolhe-los?
Portanto, são inimigos do príncipe todas as pessoas que se sentiram ofendidas com a ocupação do principado. Também não se pode ter como amigo aqueles que o colocaram ali, pois estes não podem ser satisfeitos como pensavam. Porém é necessário ter cuidados e não usar contra eles "remédios fortes", pois o príncipe depende deles, e mesmo que tenha um exército forte é necessário a ajuda dos habitantes para entrar numa província. 
É interessante notar que Maquiavel apresenta os problemas e as dificuldades, e isso tudo é demonstrado de uma forma que perece não haver solução. Porém, logo em seguida ele apresenta não só a solução para os problemas como também conselhos, os quais o governante deve seguir se quiser ser bem sucedido. Seguindo o mesmo raciocínio, se um príncipe anexa um Estado a outro mais antigo, e sendo este da mesma província e da mesma língua, ele será facilmente conquistado. Porém, para mantê-lo deve-se extinguir o sangue do antigo governante e não alterar as leis nem os impostos. Agindo dessa forma, em pouco tempo está feita a união ao antigo Estado. 
No entanto, surgem dificuldades quando se conquista uma província de costumes, língua e leis diferentes. Nesse caso é preciso que o príncipe tenha habilidade e sorte. O melhor é ir o príncipe habitá-la, pois assim poderá perceber os problemas e tentar solucioná-los mais rapidamente. E estando o príncipe mais perto, os súditos ficam satisfeitos, os ataques externos serão mais raros e é muito mais difícil o príncipe perder a província, mas ele não fizer nada disso ele só terá notícias delas quando esta já estiver perdida. 
"Outro remédio eficaz é organizar colônias, em um ou dois lugares, as quais serão uma espécie de grilhões postos à província, pois é necessário fazer isso, ou ter lá muita força armada. Com as colônias não se gasta muito, e sem grandes despesas podem ser feitas e mantidas. Os únicos prejudicados com elas serão aqueles a quem se tomam os campos e as casas, para dá-los aos novos habitantes. Mas os prejudicados sendo minoria na população do Estado, e dispersos e reduzidos à pobreza, não poderão causar dano ao príncipe, e os outros que não foram prejudicados deverão por isso aquietar-se, por medo de que lhes aconteça o mesmo. Enfim, acho que essas colônias não custam muito e são fiéis; ofendem menos, e também os ofendidos não podem ser nocivos ao príncipe, como se explicou acima. Deve-se notar que os homens devem ser mimados ou exterminados, pois se se vingam de ofensas leves, das graves já não podem fazê-lo. Assim, a injúria que se faz de ser tal, que não se tema a vingança.
Caracterize sucintamente a Virtú e a Fortuna em Maquiavel.
Fortuna - detentora dos bens que todos os homens desejavam: honra, riqueza, gloria, poder - para demonstrar a necessidade de se ter virtú- coragem, virilidade. Segundo ele, a virtú pode dominar a fortuna. O governante _e, portanto, aquele que demonstra ter virtú, que demonstra saber fazer o uso virtuoso da forca, e não simplesmente o mais forte, sendo assim capaz de manter o domínio adquirido pelo amor ou, pelo menos, pelo respeito dos governado.
Maquiavel chama de Fortuna, acontecimentos que se configuram de maneira imprevista, que se devem ao que se chama de acaso, sorte ou falta de sorte e como diante deles, o ser humano, que para Maquiavel se apresenta na figura masculina, é capaz de definir em trajetórias as formas de enfrentá-los e eventualmente, vencê-los. Ao recuperar o tema da Fortuna no final da Idade Média, Maquiavel considera que ela traz tanto o bem como o mal dando como exemplo, o advento de uma enchente. Paralelamente, pode-se dizer que a inconstância dos acontecimentos no cenário internacional coincide com as características da Fortuna que para os romanos é a figura de uma deusa que traz um chifre com inúmeras riquezas que se apresenta na figura da cornucópia que simbolizando o símbolo mitológico da abundância, pode posteriormente, diante do não planejamento de manutenção desta condição, apresentar-se como o símbolo da escassez, do infortúnio.
A capacidade de vencer estes acontecimentos, Maquiavel define como Virtù que é
um termo que se evita traduzir porque, segundo o filósofo e cientista político Renato Janine Ribeiro (2005), se a tradução do conceito de Virtù for compreendida como simplesmente virtude, acabar-se-á pensando nas virtudes morais, cristãs etc... quando que por Virtù, o que Maquiavel, segundo Ribeiro, quer entender, é a qualidade específica do VIR usando o termo latino que vem das palavras VIRÍL ou do termo VARÃO: o homem ( sexo masculino) que para os romanos tinha um papel importante pois era quem assumia as rédeas da ação e podia portanto enfrentar a Fortuna. A Virtù é, portanto, o momento onde o homem segura as rédeas do destino que ele próprio se propôs a enfrentar modificando-o através da vitória. Atributos como força de caráter, coragem, perspicácia, sutileza, determinismo na solução de controvérsias, planejamento estratégico, caracterizam o conceito de Vírtú, pois passam a compor o indivíduo que tomando as rédeas de seu destino, luta entusiasticamente contra as adversidades obtendo incontestavelmente o êxito em suas empreitadas.
Cite características do Contrato Social em Hobes.
Thomas Hobbes defendeu que todos os homens são iguais por natureza e que, num estado de natureza anterior a qualquer governo, cada um, num impulso de autopreservação, deseja não só preservar a liberdade própria, como também adquirir domínio sobre os outros. Daí extrai Hobbes a razão de ser da guerra. Para ele, a comunidade, a que chama Leviathan – também nome da sua obra carismática - tem um papel fundamental como forma de a evitar, se se constituírem comunidades sujeitas a uma autoridade central - resultante do acordo de um conjunto de pessoas (contrato social) - cuja soberania indivisível e ilimitada, a todos submetesse.
Recentemente, a tradição das teorias do contrato social ganhou nova força, principalmente nas obras do filósofo político norte-americano John Rawls (1921-2002) sobre as questões da justiça distributiva e nas dos teóricos das 'escolhas racionais públicas' dos governantes e homens públicos, que discutem os limites da atividade do Estado. Na política contemporânea, a idéia de contrato social é por vezes utilizada para descrever os arranjos corporativistas pelos quais os grandes grupos de interesse dentro da sociedade aceitam colaborar com o governo. Hobbes vê o contrato social como a solução para a superação tanto da violência como da insegurança coletiva existentes no Estado da Natureza e como o alicerce da constituição do corpo político - o Estado - necessário a sobrevivência do Homem em Sociedade. Contudo, o pacto social, para Hobbes, só é obrigatório e legitimo se alcança plenamente o fim para o qual foi firmado: a segurança e o bem-estar da Coletividade. 
Descreva o estado de natureza em Locke.
Para Locke, o Estado de Natureza é o estado no qual o homem se encontra na plena liberdade. As pessoas agem conforme os seus próprios interesses sem dependerem da vontade de qualquer outro homem. O homem tem o direito de dispor de posses próprias. Entretanto, ele não tem o direito de matar qualquer outro homem. Isto porque para Locke, há uma Lei da Natureza: essa Lei da Natureza é a razão que ensina todos os homens a serem iguais e que nenhum dos indivíduos deve prejudicar outra pessoa “na saúde, na liberdade ou nas posses”. Já o Estado de Guerra os indivíduos usam da força para ferir outro sem uma legitimidade. Sempre que alguém emprega a violência para ferir algum inocente “faz-se a guerra contra os sofredores que, não tendo para quem apelar na Terra para desagravá-los, ficam abandonados ao único remédio em casos tais – um apelo aos céus”.Temos bem claro então, que existem muitas diferenças entre as abordagens de Hobbes e Locke. Para Locke, o Estado de Natureza não é anômico. Há a uma lei que garanta a estabilidade; a Lei da Natureza. Outro contraste entreHobbes e Locke é que diferentemente de Hobbes, no qual a saída do Estado de Natureza que aniquilava todos os contratos do Estão de Natureza, para Locke, os contratos anteriores ao poder legítimo sevem como parâmetros para o soberano próprio soberano legítimo. Pode-se inferir também é que o Estado de Natureza de Hobbes é muito alusivo com o que Locke vai definir de Estado de Guerra.
Nessa obra, Maquiavel tece um conjunto de recomendações aos príncipes de comoconquistar uma região e de como mantê-la conquistada. Para a conquista de uma região, é imprescindível ter a força de um leão, a astúcia de um lobo e a virtu , entendida como qualidades superiores, mesmo que sejam qualidades voltadas para o interesse próprio.Segundo Thiry-Cherques (1993, p. 42), “dissimulando e equilibrando a força e a astúcia,constrói-se a dominação”. Vê-se tão freqüentemente essas cenas no cotidiano que a ausência de mérito de muitos dos que ascendem ao poder não chega mais a ferir o moral das pessoas.

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