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DIETOTERAPIA NAS DOENCAS PULMONARES (1)

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DIETOTERAPIA NAS DOENCAS PULMONARES
Centro Universitário de Caratinga - UNEC 
Curso: Nutrição 6° Período
Docente: Brunela Demoner
Alunas: Celia Maria Fernandes
Laura Calixto 
Laura Helena Thuler 
Michele Caroline Alves da Silva 
Thais Alves Pereira 
Relações entre Nutrição e o Sistema Pulmonar
Durante a vida fetal, desde o nascimento até a maturidade e durante a vida adulta, o sistema pulmonar mescla-se com a nutrição. 
Um sistema pulmonar ideal possibilita que o corpo obtenha o oxigênio necessário para alcançar a demanda celular de bioenergia a partir de macro nutrientes e possibilita a remoção dos sub produtos do metabolismo.
Uma nutrição ideal permite o crescimento adequado e desenvolvimento da anatomia respiratória; de estruturas de suporte do esqueleto e da musculatura; e dos sistemas nervoso, circulatório e imunológico.
Em geral, o bem-estar nutricional de um indivíduo, bem como o metabolismo apropriado de nutrientes, é essencial para a formação, o desenvolvimento, crescimento, maturação e proteção de pulmões saudáveis e processos associados ao longo da vida.
O Sistema Respiratório
O Sistema Respiratório
Dentro de um mês após a concepção, as estruturas do sistema pulmonar podem ser reconhecidas. O sistema respiratório cresce e se desenvolve durante a gestação e a infância. Nenhum alvéolo novo é produzido depois de aproximadamente os 20 anos. Com o avanço da idade, há uma perda de capilares pulmonares e os pulmões perdem elasticidade.
A Troca de Gases é a Principal Função do Sistema Pulmonar
Os pulmões permitem que o corpo obtenha o oxigênio necessário para atingir sua demanda metabólica celular e removem o dióxido de carbono (CO2) produzido por esses processos.
Os pulmões têm diversas funções metabólicas. Por exemplo, eles ajudam a regular o equilíbrio acidobásico do corpo. O pH do corpo é mantido em parte pelo equilíbrio adequado entre CO2 e O2.
Sintetizam ácido araquidônico, que finalmente pode ser convertido em prostaglandinas ou leucotrienos, uma possível causa da broncoconstrição na asma. 
Convertem angiotensina I em angiotensina II através da enzina conversora de angiotensina (ECA) encontrada principalmente nos inúmeros leitos capilares dos pulmões. A angiotensina II aumenta a pressão sanguínea.
Um composto sintetizado a partir de proteínas e
fosfolipídios que serve para manter a estabilidade do tecido pulmonar reduzindo a tensão da
superfície dos líquidos que revestem o pulmão.
Os pulmões são uma parte importante do sistema imunológico do corpo porque o ar inspirado é carregado de partículas e micro-organismos.
 O muco mantém as vias respiratórias hidratadas e aprisiona as partículas e os micro-organismos do ar inspirado. 
A maioria das células que recobrem a traqueia, os brônquios e os bronquíolos possui cílios
 Esses cílios, que estão em constante movimento, varrem as partículas em direção à faringe para que elas possam entrar no trato gastrointestinal.
Tratamento Médico
As doenças do sistema pulmonar podem ser classificadas como primárias, tais como a tuberculose (TB), a asma brônquica e o câncer de pulmão; ou secundárias, quando associadas a doenças cardiovasculares, obesidade, infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), anemia falciforme e escoliose.
Condições patológicas também podem ser agudas ou crônicas. Exemplos de condições agudas incluem pneumonia por aspiração, dieta enteral, obstrução das vias respiratórias por alimentos sólidos como amendoim, e anafilaxia alérgica pelo consumo de crustáceos. Exemplos de condições crônicas são a fibrose cística (FC) e o câncer de pulmão.
 Avaliação do Estado Respiratório
Diversos testes diagnósticos e de acompanhamento, tais como os procedimentos de imagem, determinações da gasometria arterial, culturas de escarro e biópsias, também podem ser empregados.
Testes de função pulmonar são usados para diagnosticar ou acompanhar o estado da doença de pulmão; esses testes são desenvolvidos para se avaliar a capacidade do sistema respiratório para a troca de oxigênio e CO2.
A oximetria de pulso é um desses testes. Um pequeno dispositivo chamado oxímetro de pulso, que utiliza ondas leves para medir a saturação de oxigênio do sangue arterial, é posicionado no final do dedo.
O normal para uma pessoa jovem e saudável é 95% a 99%.
A espirometria é outro teste comum da função pulmonar. Implica respirar em um espirômetro, que oferece informações sobre o volume dos pulmões e a quantidade de ar que pode ser inspirada e expirada.
Terapia Nutricional Clínica para Doenças Pulmonares
A avaliação nutricional individualizada, o diagnóstico e a intervenção, seguidos do acompanhamento e da avaliação de rotina, são componentes que integram o cuidado de cada paciente portador de doença do sistema respiratório. 
A avaliação concomitante dos sistemas cardiovascular, renal, neurológico e hematológico também é importante, pois doenças que acometem esses sistemas frequentemente provocam complicações que afetam a anatomia, pulmonar as descobertas fisiológicas e a bioquímica dos pulmões.
Impacto da Má Nutrição no Sistema Respiratório
A má nutrição afeta negativamente a estrutura, a elasticidade e a função dos pulmões, a massa, a força e a resistência dos músculos respiratórios, os mecanismos de defesa imunológicos dos pulmões, e o controle da respiração.
 Por exemplo, a deficiência de proteína e de ferro resulta em baixos níveis de hemoglobina, gerando menor capacidade de carrear oxigênio pelo sangue.
Baixos níveis de outros minerais, tais como cálcio, magnésio, fósforo e potássio, comprometem a função dos músculos respiratórios ao nível celular.
A hipoproteinemia contribui para o desenvolvimento de edema pulmonar através da redução da pressão coloidosmótica, permitindo que o líquido se desloque em direção ao espaço intersticial.
Baixos níveis de surfactante contribuem para o colapso dos alvéolos, aumentando desse modo o esforço para a respiração. O tecido conjuntivo de sustentação dos pulmões é composto de colágeno, que requer ácido ascórbico para sua síntese. 
O muco normal das vias respiratórias é uma substância que consiste em água, glicoproteínas e eletrólitos e exige, portanto, alimentação adequada.
A doença pulmonar aumenta substancialmente as necessidades energéticas. Esse fator explica a lógica de se incluírem parâmetros de peso e de composição corporal em estudos de pesquisa clínicos, cirúrgicos, farmacológicos e nutricionais.
A má nutrição leva a um prejuízo da resposta imunológica, colocando os pacientes em uma posição de maior risco de desenvolvimento de infecções respiratórias.
Os pacientes portadores de doenças pulmonares que se encontram hospitalizados e que também apresentam má nutrição têm maior probabilidade de internações prolongadas e são mais suscetíveis a taxas mais altas de morbidade e mortalidade.
As complicações das doenças pulmonares ou dos tratamentos podem dificultar a alimentação e a digestão adequadas. A absorção e o metabolismo da maior parte dos nutrientes são afetados. À medida que a doença pulmonar progride, diversas condições podem interferir na ingestão e no estado nutricional em geral. Por exemplo:
produção anormal de escarro, vômitos, taquipneia (respiração acelerada), hemoptise, dor torácica, pólipos nasais, anemia, depressão e paladar alterado, secundários às medicações geralmente estão presentes. Perda de peso, baixo índice de massa corporal (IMC), e outros efeitos adversos.
Quadro 35-1 Efeitos Adversos da Doença Pulmonar sobre o Estado Nutricional
Gasto Energético Aumentado
Esforço respiratório aumentado
Infecção crônica
Tratamentos médicos (p. ex., broncodilatadores, fisioterapia torácica)
Ingestão Reduzida
Restrição de líquidos
Falta de ar
Saturação de oxigênio diminuída enquanto o paciente come
Anorexia resultante de doença crônica
Estresse gastrointestinal e vômitos
Outras Limitações
Dificuldade de preparar as refeições devido a fadiga
Falta de recursos financeiros
Manejo débil na
alimentação (para lactentes e crianças)
Metabolismo alterado
Interação entre alimentos e fármacos
Aspiração
A broncoaspiração envolve o movimento de alimentos em direção aos pulmões, o que pode resultar em pneumonia ou até mesmo morte.
Apresentam maior risco de broncoaspiração os lactentes e infantes, assim como os adultos mais idosos e indivíduos com alterações orais, de trato gastrointestinal alto, doenças neurológicas ou musculares.
Uma vez que a causa principal da pneumonia por broncoaspiração é o excesso de secreções no pulmão, tratamentos pulmonares sucção são fundamentais para se prevenir broncoaspiração .
Asma
A asma é uma doença que causa hiper-responsividade brônquica e inflamação das vias respiratórias aumentou sua incidência nas últimas três décadas. Caracteriza por:
Aumento da secreção da mucosa;
Inflamação e inchaço;
Contração muscular suave que resulta em vias respiratórias mais estreitas.
Fisiopatologia
Atributos genéticos, exposição ambiental, e interação entre gene e ambiente influem na incidência de asma, considera-se infecções respiratórias ocasionadas por vírus, Chlamidophila ou Mycoplasma, têm significativa influência na patogênese.
 Nas crianças com alto risco genético para asma estar acima do peso com idade de 1 ano é geralmente associado a diminuição do risco de asma e melhor função pulmonar aos 6 a 8 anos; porém estar acima do peso na infância pode significar risco maior para asma.
Tratamento Médico
A asma é classificada como alérgica(extrínseca) e não alérgica (intrínseca). A asma alérgica é mais comum.
Os sintomas da asma podem ser agravados por exposição a alérgenos, inclusive alimentos tais como camarão ou aditivos alimentares como sulfitos; rinovírus; e fitoterápicos como a citronela, presente nos repelentes de insetos, determinada espécie de azaleia presente no mel natural, e folhas de morangos em chás de ervas. 
A inflamação eosinofílica das vias respiratórias é comumente observada; por isso, a remoção de potenciais desencadeadores e sensibilizadores conhecidos é uma medida importante. Uma situação que implica risco à vida e que ocorre com as vias respiratórias planas, conhecida como estado asmático pode ocorrer se não for feita a intervenção apropriada.
Terapia Clínica Nutricional
Alimentos e nutrientes individuais possivelmente desempenham um papel no tratamento da asma. Exemplos incluem a soja, ácidos graxos 3, ácidos graxos 6 (diminuindo a produção de leucotrienos broncoconstrutivos), nutrientes antioxidantes, vitamina D, magnésio, e broncodilatadores de meltilxantina, como a cafeína.
Pacientes com doença pulmonar sentem efeitos colaterais como secura na boca e na garganta, náuseas, saciedade precoce, vômitos, diarreia, aumento dos níveis séricos de glicose, retenção de sódio e hipocalemia, além de tremores nas mãos, cefaleia e vertigem. Outro possível efeito colateral das medicações, ou da tosse crônica é o refluxo gastresofágico. 
A terapia nutricional deve incluir a avaliação individual dos desencadeadores ambientais e nutricionais, e se necessário, as estratégias para evita-los
Doença Pulmonar Crônica da Prematuridade e Displasia Broncopulmonar
A doença pulmonar crônica da prematuridade (DPCP) e a displasia broncopulmonar (DBP) estão intimamente relacionadas. Nos recém-nascidos, os pulmões parecem ser incapazes de responder a situações adversas. Pulmões imaturos são incapazes de sintetizar surfactante que permite a insuflação dos alvéolos para a troca gasosa.
Fisiopatologia
DPCP e DBP são os resultados da recuperação incompleta de lesões do pulmão durante o período neonatal. Ocorrem com maior frequência em lactentes extremamente prematuros ou que apresentem baixo peso ao nascimento . Outros fatores de risco incluem a presença de infecção perinatal, aspiração de mecônio, fístula traqueoesofágica e infecções generalizadas. 
Os sinais e sintomas de DPCP e DBP incluem hipercapnia, taquipneia, sibilos, dispneia, infecções respiratórias recorrentes, cor pulmonale (aumento da cavidade ventricular direita e insuficiência cardíaca), e achados radiológicos pulmonares característicos.
Tratamento Médico
O tratamento clínico e a intervenção nutricional são realizados de forma empírica e muitas vezes têm uma base científica limitada. Os lactentes portadores de doença grave frequentemente necessitam de cuidado médico intensivo e prolongado, fornecido por uma equipe interdisciplinar
Terapias como a nutrição parenteral ou a alimentação por sonda enteral, ventilação mecânica, suplementação com oxigênio e medicações podem ser necessárias por um período prolongado após a alta do lactente.
Terapia Clínica Nutricional
Devido à natureza frágil dos lactentes acometidos, é fundamental a realização de uma avaliação nutricional cuidadosa e consistente. O crescimento dos lactentes é acompanhado de perto, pois é o principal indicador dos resultados do estado clínico e nutricional. 
Uma vez que o tamanho do pulmão depende da estatura, o crescimento linear é importante para o crescimento do tecido pulmonar saudável e para a resolução da condição de fragilidade pulmonar. 
Observações dos padrões de crescimento de lactentes portadores de DPCP e DBP sugerem que esses lactentes crescem mais lentamente, necessitando, dessa forma, de uma avaliação cuidadosa tanto do estado respiratório como do estado nutricional.
Terapia Clínica Nutricional
Lactentes portadores de DPCP e DBP têm necessidades nutricionais especiais a curto e longo prazos que se relacionam tanto com sua prematuridade como com seu estado pulmonar.
 Os objetivos gerais do cuidado nutricional são fornecer uma ingestão de nutrientes adequada, promover crescimento linear, manter o equilíbrio hídrico e desenvolver habilidades alimentares apropriadas para a idade. 
Atingir as quantidades de nutrientes e de energia necessárias é um dos principais desafios no tratamento de lactentes e crianças portadores de DBP.
Energia
A taxa metabólica basal para lactantes com DPCP e DBP foi documentada com 25% a 50% maior que aquela observada em controles pareados por idade. 
Na fase aguda, durante a qual os lactantes são mantidos em ambiente com temperatura controlada, são alimentados por via parenteral, permanecem inativos. E não crescem ou crescem de forma relativamente lenta, as necessidades podem ser de 50 a 85 kcal/kg por dia.
Por outro lado, durante a fase de convalescença, em que o latente cresce rapidamente, são alimentados via oral, utilizando energia adicional para controle da temperatura, para o trabalho de respiração eles necessitam de 120 a 130 kcal/kg ou mais por dia. 
Macronutrientes
A ingestão de proteína deve atender aos dos valores recomendados para lactantes com idade pós – concepcional comparável. As proteínas devem continuar a corresponder 7% ou mais do total de calorias, uma vez que quantidade menor pode ser insuficiente para o crescimento.
A gordura fornece ácidos essenciais e ajuda a atingir a demanda energética quando a tolerância para carga de líquidos e CO2 é limitada.
Os cálculos contínuos das proporções dos macro nutrientes relacionados ao estado respiratório são pontos importantes que deve ser levados em consideração em qualquer avaliação nutricional.
Líquidos
Para manutenção do equilíbrio hídrico, lactantes portadores de DCPC e DBP podem necessitar de restrição de líquidos e de sódio e de tratamento com diuréticos, sendo que toda essas formas de tratamento tem implicações nutricionais importante
Quando há restrições na ingestão de líquidos, o uso de lipídios parentais ou de dietas parentais densas em calorias podem favorecer a necessidade energética do lactente.
Vitaminas e minerais
O suprimento de todas vitaminas e minerais é essencial.
O aporte de vitamina k é essencial para o desenvolvimento ósseo e deve ser monitorado, principalmente quando a microflora do cólon é insuficiente para a síntese desta vitamina.
Vitamina A é importante devido seu papel de desenvolvimento e na manutenção das células
epiteliais do trato respiratório.
A determinação das necessidades de minerais é complicada pela falta de reserva adequadas decorrente de prematuridade(p.ex., ferro, zinco e cálcio), atraso do crescimento e múltiplas medicações prescritas para lactentes e infantes com DPCP e DBP. Entre as medicações incluem-se diuréticos, broncodilantadores, antibióticos, antiarrítmicos cardíacos e corticoides. Em conjunto a aumento da perda de minerais na urina, em especial cloreto, potássio e cálcio.
Lactantes portadores de DPCP e DBP apresentam maior risco de osteopenia (mineralização óssea inadequada). Além de ingestão limitada de nutrientes, outros fatores de risco incluem reservas inadequadas de cálcio e fosforo relacionadas com prematuridade, acidose respiratória intermitente, uso crônico de determinadas medições e atividade física insuficiente.
Estratégias Alimentares
Os fatores de riscos incluem históricos de experiência orais desagradáveis ( intubação, aspiração frequente de vias respiratórias ou vômitos recorrente), histórico de alimentação enteral e parenteral, atraso de introdução de alimento sólidos ou desconfortos ou engasgos associados á ingestão de alimentos sólidos.
Abordagens uteis que podem facilitar a aceitação da dieta incluem um ambiente calma e agradável durante as refeições , realizar estímulos orais durante a alimentação com sonda, utilizar técnicas de alimentação consistentes e apropriadas e introduzir gradualmente mudança progressivas de texturas e sabores.
Os empecilhos para ingestão adequada incluem anorexia, fadiga, má coordenação da respiração e da deglutição e dificuldade de sução.
Para atingir as necessidades energéticas pode ser necessário o emprego de fórmulas com alta densidade calórica, alimentações frequentes com pouco volume, uso do bico macio e dieta por sonda nasogástrica ou gastrostomia.
O tratamento inclui posicionamento ereto, medicações como antiácidos ou antagonistas de receptor h2 da histamina, e uso de dietas espessas. Em caso graves, pode ser necessária a fundoplicatura cirúrgica.
Doença pulmonar obstrutiva crônica
A doença pulmonar	obstrutiva crônica (DPOC) caracteriza-se por obstrução lenta	e progressiva das vias respiratórias. A DPOC pode ser subdividida em duas categorias:
Enfisema (tipo I), que é caracterizado por alargamento e destruição anormal e permanente dos alvéolos; e
Bronquite crônica (tipo II), na qual há uma tosse produtiva com inflamação dos brônquios e outras alterações pulmonares. 
O consumo de tabaco ou o contato contínuo com fumantes são os principais fatores causais. Poluição do ar (inclusive cozinhar em local fechado, não ventilado) e suscetibilidade genética são outros possíveis fatores causais. 
Fisiopatologia
Pacientes com enfisema são magros e frequentemente caquéticos. Em geral são mais velhos e apresentam hipóxia leve, com valores normais de hematócrito. A condição de cor pulmonale (alargamento do ventrículo direitoe insuficiência cardíaca) se desenvolve tardiamente no curso da doença.	
Por outro lado, os pacientes portadores de bronquite crônica apresentam peso normal e, de fato, encontram-se frequentemente acima do peso. A hipóxia é proeminente nesses pacientes, os valores de hematócrito mostram-se aumentados e o cor pulmonale se desenvolve precocemente. 
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Tratamento Médico 
Os quatro objetivos para o gerenciamento efetivo são: 
avaliar e monitorar a doença, 
reduzir os fatores de risco, 
manter a DPOC estável e 
controlar quaisquer exacerbações.	
O diagnóstico preciso e prematuro é a chave do tratamento. Uma vez que a doença progride programas de reabilitação pulmonar e da terapia com oxigênio, são prescritas também diversas medicações, principalmente broncodilatadores, glicocorticoides e agentes mucolíticos, em conjunto com antibióticos	para tratar infecções. 
Tratamentos cirúrgicos para DPOC avançada, inclusive transplante de pulmão, podem ser opções para alguns pacientes. 
Terapia Clínica Nutricional 
Os objetivos primários do cuidado nutricional para pacientes com DPOC são facilitar o bem-estar nutricional, manter um equilíbrio entre a massa magra e o tecido adiposo, um correto equilíbrio hídrico, controlar as interações entre fármaco e nutriente e prevenir osteoporose.
A manutenção do equilíbrio energético é crucial para combater esse distúrbio progressivo, é essencial que seja feita uma avaliação acurada tanto da ingestão como do gasto energético. A uma maior necessidade de energia pelo aumento do esforço respiratório.	
Terapia Clínica Nutricional 
A depleção nutricional pode ser evidenciada clinicamente. Diminuições na massa corporal magra podem ocorrer, mesmo quando o peso real parecer estável. O cálculo do IMC pode ser insuficiente para se detectarem alterações. 
A determinação da composição corporal ajuda a distinguir massa magra de tecido adiposo e hiperidratação de desidratação.
Com isso, para os pacientes que apresentam retenção de líquidos é necessária uma interpretação cuidadosa das medidas antropométricas e dos indicadores bioquímicos do estado de nutrientes, especialmente porque estes encontram-se deprimidos por conta de hemodiluição.	
Energia
Satisfazer as necessidades de energia pode ser difícil. Para pacientes internados ou não que participam de programas de reabilitação pulmonar. As necessidades reais de energia podem ser aumentadas ou diminuídas dependem da intensidade e da frequência da terapia com exercícios. 
Consequentemente, a manutenção	do equilíbrio ideal de energia é essencial para preservação das proteínas viscerais e somáticas.	
Prefere-se o uso de métodos como a calorimetria indireta para determinar as necessidades energéticas e, dessa forma, prescrever e acompanhar a provisão de quilocalorias suficientes, mas não em excesso
Macronutrientes
Nos pacientes portadores de DPOC estável, as necessidades de água, proteína, gordura e carboidrato são determinadas pela doença pulmonar de base.
A determinação das necessidades de um macronutriente para um determinado paciente	é feita	de modo individual, com um acompanhamento de perto dos resultados. 
É necessária uma ingestão proteica suficiente de 1,2a 1,7 g/kg do peso seco para manter ou restaurar os pulmões e a força muscular, bem como para promover a função imunológica.
É importante que haja um equilíbrio na relação entre proteínas (15% a 20%), gorduras (30% a 45%) e carboidratos (40% a 55%) para preservar um QR satisfatório a partir do uso do metabolismo do substrato
Vitaminas
As necessidades de vitaminas e minerais para indivíduos portadores de DPOC estável dependem da patologia da doença pulmonar subjacente, do peso e da densidade mineral óssea.
Para as pessoas que continuam a fumar, pode ser necessária suplementação com vitamina C. 
	 
Minerais
O papel de minerais	como	o magnésio e o cálcio na contração e no relaxamento musculares pode ser importante para os pacientes.		
Dependendo dos resultados dos testes de densidade mineral óssea, em conjunto com o histórico alimentar e o uso de glicocorticoides, pode ser necessário também a suplementação com as vitaminas D e K.	
Alguns pacientes com retenção hídrica necessitam de restrição de líquidos e	de sódio. Dependendo do diurético prescrito, pode ser necessária maior ingestão dietética de potássio.
Estratégias Alimentares
O envolvimento de uma equipe interdisciplinar é fundamental. Em geral se dá preferência ao emprego de uma dieta oral modificada.	
Exercícios adequados, líquidos e fibras dietéticas facilmente mastigadas aumentam a motilidade gastrointestinal.	
Quando a distensão abdominal é um problema, pode ser útil a limitação de alimentos associados à formação de gases.
Algumas sugestões são descansar antes das refeições, comer pequenas porções de alimentos ricos	em nutrientes, e planejar a	 tomada das	medicações	e tratamentos respiratórios para horários próximos aos das refeições.	
Para prevenir aspiração, deve-se tomar cuidado especial para que haja
uma sequência apropriada de respiração e deglutição, bem como assumir uma postura ereta adequada durante a alimentação.
OBRIGADA!

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