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A Lei da Biogénese diz que na natureza

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A Lei da Biogénese diz que na natureza, a vida só pode surgir proveniente de outra vida do mesmo tipo (Miller, 2012). Devido a isso, segundo as evidências científicas a abiogénese (isto é, a vida a surgir de material sem vida) é impossível. Como é que, então, uma teoria ateísta como a evolução darwiniana pode ser considerada aceitável?
Existe uma tendência crescente entre os evolucionistas de tentar evitar o problema da abiogénese alegando que a teoria da evolução não está de maneira nenhuma relacionada com a origem da vida, mas é sim uma teoria que começa com a vida já existente – e explica a origem das espécies a partir da forma de vida original. No entanto, esta posição esperançosa é um esforço para evitar a consequência lógica da Lei da Biogénese.
Historicamente, os evolucionistas reconheceram que a abiogénese é uma pressuposição fundamental inerente à teoria da evolução, e intuitivamente ela deve ter acontecido. Em 1960, o fisiologista evolutivo G.A. Kerkut listou a abiogénese como primeira suposição numa lista de suposições não-provadas sobre as quais assenta a teoria da evolução:
A primeira suposição é a de que coisas sem vida deram origem a material com vida, isto é, a geração espontânea ocorreu (Kerkut, 1960, p. 6).
A teoria da evolução é uma tentativa de explicar a origem das espécies através de meios naturais – sem Criação sobrenatural. Logicamente falando, a menos que se queira conceder a existência de Deus e subscrever ao evolucionismo teísta como forma de explicar a origem da vida (posição que já se mostrou ser insustentável, cf. Thompson, 2000), a abiogénese deve ter ocorrido no princípio como forma de dar início ao processo da evolução Darwiniana. A abiogénese é requerida pela evolução como um ponto de partida.
Para além disso, o geólogo evolucionista ateu, Robert Hazen, que recebeu o seu doutoramento em Harvard, admitiu que ele assume que a abiogénese ocorreu. Na sua palestra com o nome Origins of Life, ele diz:
Nesta palestra eu faço a suposição inicial de que a vida surgiu através de algum processo natural. Proponho que a vida surgiu como resultado duma sequência de eventos que são completamente consistentes com as leis naturais da Física e da Química. (2005).
Mais uma vez, a teoria da evolução é uma tentativa de explicar a vida através de processos naturais, e a abiogénese tem que ser associada à teoria.
Hazen continuou declarando que ao fazer esta suposição, ele está a agir “da mesma forma que a maioria dos cientistas age” (2005). Faz sentido que os evolucionistas ateus admitam a sua crença na abiogénese uma vez que sem esta, não há ponto de partida para a evolução ateísta. No entanto, muitos evolucionistas não querem publicamente admitir tal crença uma vez que não existe qualquer tipo de suporte científico para ela; é uma fé cega, um dogma religioso.
É verdade também que os ateus usam o termo “evolução” como uma palavra abrangente, que engloba todos os modelos naturalistas que se focam nas nossas origens – incluindo a origem do cosmos. Uma simples busca pelos termos “evolução cósmica” ilustra esta alegação.
Consideremos, por exemplo, o título do site do astrofísico da Universidade de Harvard Eric Chaisson: “Evolução Cósmica: Do Big bang até a Humanidade” (2012). Consideremos também os comentários do historiador principal da NASA, Steven Dick:
A evolução cósmica começa . . . com a formação das estrelas e a formação de sistemas planetários, e procede . . . para a vida primitiva e complexa, culmina com a inteligência, tecnologia e astrónomos . . . a contemplar o universo . . . Esta história da vida no universo, do nosso lugar nele, é conhecida como evolução cósmica (2005).
Se o ateísmo é verdadeiro (isto é, se Deus não existe), na mítica história de Steven Dick o Universo deve ter evoluído do nada para o tudo e a abiogénese deve ter ocorrido algures pelo meio. Portanto, a abiogénese é um fenómeno fundamental e implícito da teoria da evolução. Os criacionistas apenas usam os termos dos evolucionistas ateus da mesma maneira que eles o usam.
A verdade dos factos é que, não é possível dar início a um estudo das Ciências Naturais ou Biologia – disciplinas que são intimamente conectadas à teoria da evolução pela maioria da comunidade científica – sem primeiro estudar a origem de tal vida que alegadamente evoluiu duma organismo unicelular para as várias formas de vida presentes actualmente na Terra.
De forma quase unânime, os livros escolares das Ciências Naturais e de Biologia incluem uma discussão da biogénese, da abiogénese (ironicamente, discute-se o trabalho de Pasteur, Spallanzani, e Redi, que refutaram a teoria da abiogénese), e uma extensa discussão da teoria da evolução como se todas fizessem parte do mesmo corpo de doutrina.
Mas o estudo da vida – Biologia – tem que ter um ponto de partida. Portanto, os próprios evolucionistas estabelecem ligação entre o problema da abiogénese com a teoria da evolução. Se a comunidade evolucionista deseja separar o estudo da Biologia do estudo da teoria da evolução – uma posição que eu recomendo fortemente – então os evolucionistas podem colocar as suas cabeças na areia e ignorar o problema da abiogénese. Mas a distinção da teoria da evolução com a origem da vida não será feita enquanto os evolucionistas não separarem a teoria da evolução da Biologia.
A verdade dos factos é que a abiogénese permanece intimamente ligada à teoria da evolução como uns dos pilares fundamentais do ateísmo, e é aí que ela vai ficar. As duas encontram-se intimamente ligadas; ou elas subsistem juntas ou ambas vão abaixo. Chegou a hora do naturalista ser mais frontal e admitir que a sua crença religiosa na teoria da evolução baseia-se na aceitação cega dum fenómeno que contradiz as evidências cientificas: a vida a surgir como resultado das forças naturais (e não como efeito do Poder criativo de Deus).
“Muito tenho que dizer e julgar de vós, mas Aquele que Me enviou é Verdadeiro; e o que Dele tenho ouvido, isso falo ao mundo.”  João 8:26

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