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Resumo História do Direito Brasileiro

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Aline -> Common Law, pois entende que os juízes são mais confiáveis e neste sistema o Direito é produzido através do raciocínio concreto, levando em consideração os usos e costumes prévios.
Flávio -> Civil Law, pois defendeu a tese de que o legislador democraticamente escolhido pelo povo é quem deve produzir as normas.
A denominação “romano-gêrmanica” está correlacionada as raízes romanas contaminada pelo Direito dos diversos povos germânicos (bárbaros) após a queda do império romano no decorrer da Idade Média.
Civil Law
Cartas de doação -> indicavam a condição de posse das capitanias hereditárias entregue aos capitães donatários que iriam colonizar as terras.
Forais -> Garantiam terras públicas para uso coletivo da comunidade. Regulava impostos, pedágios e multas e estabelecia direitos de proteção e deveres militares dentro do serviço real.
Sesmaria -> Foi um instituto jurídico português que normatizava a distribuição de terras destinadas à produção agrícola.
VINDA DA CORTE PORTUGUESA PARA O BRASIL
O estabelecimento da Era Napoleônica (1799 – 1815) no início do século XIX. Durante esse período, que encerra as turbulências vividas durante a Revolução Francesa, Napoleão transformou-se em chefe supremo da nação francesa.
Em sua gestão, Napoleão tinha como grande meta industrializar a economia francesa através de um agressivo plano que combinava pesados investimentos estatais e uma política internacional agressiva. Naquela época, a maior potência industrial era a Inglaterra. Com isso, Bonaparte procurou retaliar o monopólio mercadológico britânico nem que para isso tivesse que ameaçar a soberania das demais nações europeias.
No ano de 1806, o governo napoleônico impôs o Bloqueio Continetal à Europa. Segundo esse decreto, a França exigiu que nenhuma nação europeia tivesse relações comerciais com a Inglaterra. Dessa maneira, o governo napoleônico ampliou seus mercados consumidores e, ao mesmo tempo, desestabilizou sua maior rival política, militar e econômica.
O príncipe regente de Portugal, Dom João VI, não acatou a ordem francesa. Isso porque, ao longo do século XVIII, a economia portuguesa assinou uma série de tratados econômicos que aprofundou demasiadamente a dependência de Portugal para com a Inglaterra. Em reposta à intransigência portuguesa, Napoleão ameaçou invadir o território português. Pressionado por Napoleão, o governo português acabou aceitando um plano da Inglaterra para contornar essa situação.
Os ingleses ofereceram escolta para que a família real portuguesa se deslocasse até o Brasil e garantiu que utilizaria de suas forças militares para expulsar as tropas napoleônicas do solo português. Em troca desses favores, Dom João deveria transferir a capital portuguesa para o Rio de Janeiro e estabelecer um conjunto de tratados que abrissem os portos brasileiros às nações do mundo e oferecessem taxas alfandegárias menores aos produtos ingleses.
Não tendo melhores alternativas frente à proposta inglesa, em novembro de 1807, cerca de 15.000 súditos da Coroa Portuguesa sairam às pressas rumo ao Brasil. Dessa maneira, entre os anos de 1808 e 1821, o Brasil se tornou o centro administrativo do governo português. Além de ter sido um peculiar acontecimento na história política portuguesa, a chegada de Dom João VI e seus cortesãos ao Brasil iniciou um conjunto de ações que enfraqueceram o pacto colonial (conjunto de regras, leis e normas que as metrópoles impunham às suas colônias durante o período colonial. Estas leis tinham como objetivo principal fazer com que as colônias só comprassem e vendessem produtos de sua metrópole). 
Já na Bahia, D. João, orientado pelo economista Luz José da Silva Lisboa, instituiu na Carta Régia de 1808 a abertura dos portos a “todas as nações amigas”. A medida encerrava o antigo pacto colonial que conduziu a dinâmica econômica do país até aquele momento.
Dessa maneira, podemos contemplar na administração joanina um conjunto de ações que impulsionaram a nossa independência. Ao mesmo tempo, vemos que os gritos às margens do Ipiranga, de Dom Pedro I, não efetivaram as liberdades anteriormente concedidas durante a passagem de Dom João VI em terras brasileiras.
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O Código Criminal de 1830 foi o primeiro código penal brasileiro, sancionado poucos meses antes da abdicação de D. Pedro I, em 16 de dezembro de 1830. Vigorou desde 1831 até 1891, quando foi substituído pelo Código Penal dos Estados Unidos do Brasil
Até 1830 se tem a vigência das Ordenações Filipinas (punição cruel). Então o Código Criminal de 1830 vai avançar em relação as leis Filipinas no que diz respeito a integridade física. Com a inviolabilidade dos direitos civis, igualdade jurídica em uma sociedade escravista. Saindo da pena do castigo exemplar para a pena moderna: respeito à integridade física.
Crimes segundo o código criminal de 1830:
Públicos: crimes contra o Império, contra a tranquilidade interna do Império, contra a administração, o tesouro e a propriedade pública;
Privados: contra a liberdade e a segurança individual, contra a propriedade particular;
Policiais: contra as normas policiais e regras públicas (posturas municipais).
Penas: proporcionalidade entre o crime e a pena, as penas tinham que ter proporcionalidade entre o crime cometido e a pena; a pena exclusiva do condenado, não poderia ultrapassar ao infrator, não podendo ser estendida aos seus familiares; humanização da pena de morte, sem a tortura; proibição das penas cruéis, sem enforcamentos e decapitações, etc. persistência das penas de degredo, banimento, galés, multas, privação dos direitos políticos, desterro (exílio) ainda persistem algumas penas das ordenações Filipinas
O Código de Processo Criminal de Primeira Instância foi promulgado pela lei de 29 de novembro de 1832, que tratou da organização judiciária e da parte processual complementar ao Código Criminal de 1830, alterando inteiramente as formas do procedimento penal então vigentes, herdadas da codificação portuguesa
A Crise do Primeiro Reinado e a abdicação de D. Pedro I Neste ponto, cabe apresentar os motivos pelos quais o Primeiro Reinado foi, paulatinamente, se enfraquecendo até o momento da abdicação de Pedro I, enfatizando três motivos principais: 
- o autoritarismo de que era acusado o monarca; 
- o suposto privilégio que o mesmo estaria concedendo aos interesses portugueses em detrimento do interesses "brasileiros";
 - a crise econômica por que passava o país, em razão dos gastos com guerras (especialmente, Cisplatina e a repressão à Confederação do Equador).
 O Governo Regencial e a crise do período 
Em um primeiro momento, nos termos do art. 123 da Constituição de 1824 (regulada pela Lei de 14 de junho de 1831), foi estabelecida uma regência trina para governar o país. De toda sorte, a crise se instalou em razão das diversas direções tomadas pelas elites políticas em razão da crise gerada pela abdicação de D. Pedro I. Três facções se destacam: -
 os Restauradores, que defendiam a volta de D. Pedro I ao poder; 
- os Moderados (Chimangos), que desejavam manter o processo eletivo pela via do voto censitário e continuação da Monarquia;
- os Exaltados (Farroupilhas), que almejavam reformas para melhorar a vida dos mais necessitados e voto universal. 
Uma consequência direta da abdicação foi a descentralização do poder, antes fortemente concentrado nas mãos do monarca (por força do poder Moderador), inclusive com a criação da chamada Guarda Nacional, instituição que daria origem a um fenômeno posteriormente denominado “coronelismo” e que, a partir de então, teria profunda importância no processo sócio-político brasileiro. 
O Ato Adicional de 1834 e a alteração no Texto Constitucional
 A única reforma formal da Constituição de 1824 foi aquela promovida pelo Ato Adicional de 1834 que institucionalizou, de forma mais aprofundada, o processo de descentralização do Poder, havendo quem considerasse que o Estado unitáriodo Império somente não teria se transformado em uma forma de Estado plenamente federal pelo fato dos presidentes de províncias terem continuado a ser indicados pelo Poder central. De qualquer forma, este é um dos marcos jurídicos fundamentais do período. As revoltas do período regencial.
O Coronelismo Se caracteriza pelo controle da política por um pequeno grupo de privilegiados que definem os rumos políticos de uma cidade ou região, utilizando-se muitas vezes de meios ilegais. Como o voto de cabresto o sistema tradicional de controle de poder político por meio do abuso de autoridade, compra de votos ou utilização da máquina pública para favorecimento pessoal ou de simpatizantes políticos.
A política do café-com-leite foi um acordo firmado entre as oligarquias estaduais e o governo federal durante a república velha para que os presidentes da república fossem escolhidos entre os políticos de São Paulo e Minas Gerais. Portanto, ora o presidente seria paulista, ora mineiro.
O nome desse acordo era uma alusão a economia de São Paulo e Minas, grandes produtores, respectivamente, de café com leite. Além disso, eram estados bastante populosos, fortes politicamente e berços de duas das principais legendas republicanas: o Partido Republicano Paulista e o Partido Republicano Mineiro.
1) Constituição de 1824
CONTEXTO - Após a independência do Brasil ocorreu uma intensa disputa entre as principais forças políticas pelo poder: O partido brasileiro, representando principalmente a elite latifundiária escravista, produziu um anteprojeto, apelidado "constituição da mandioca", que limitava a poder imperial (antiabsolutista) e discriminava os portugueses (antilusitano).
Dom Pedro I, apoiado pelo partido português (ricos comerciantes portugueses e altos funcionários públicos), em 1823 dissolveu a Assembleia Constituinte brasileira e no ano seguinte impôs seu próprio projeto, que se tornou nossa primeira constituição.
CARACTERÍSTICAS:
Nome do país – Império do Brasil.
Carta outorgada (imposta, apesar de aprovada por algumas câmaras municipais da confiança de D. Pedro I).
Estado centralizado / Monarquia hereditária e constitucional.
Quatro poderes (Executivo / Legislativo / Judiciário / Moderador (exercido pelo imperador).
O mandato dos senadores era vitalício
Voto censitário (só para os ricos) e em dois graus (eleitores de paróquia / eleitores de província).
Estado confessional (ligado à Igreja – catolicismo como religião oficial).
Modelo externo – monarquias europeias restauradas (após o Congresso de Viena).
Foi a de maior vigência (durou mais de 65 anos). Foi emendada em pelo ato adicional de 1834, durante o período regencial, para proporcionar mais autonomia para as províncias. Essa emenda foi cancelada pela lei interpretativa do ato adicional, em 1840.
2) Constituição de 1891
CONTEXTO - Logo após a proclamação da república, predominaram interesses ligados à oligarquia latifundiária, com destaque para os cafeicultores. Essas elites influenciando o eleitorado ou fraudando as eleições ("voto de cabresto") impuseram seu domínio sobre o país ou coronelismo.
CARACTERÍSTICAS:
Nome do país – Estados Unidos do Brasil.
Carta promulgada (feita legalmente) Estado Federativo / República Presidencialista.
Três poderes (extinto o poder moderador).
Voto Universal (para todos / muitas exceções, ex. analfabetos).
Estado Laico (separado da Igreja).
Modelo externo – constituição norte-americana
Obs.: as províncias viraram estados, o que pressupõe maior autonomia.
3) Constituição de 1934
CONTEXTO - Os primeiros anos da Era de Vargas caracterizaram-se por um governo provisório (sem constituição). Só em 1933, após a derrota da Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo, é que foi eleita a Assembleia Constituinte que redigiu a nova constituição.
CARACTERÍSTICAS:
Nome do país – Estados Unidos do Brasil.
Carta promulgada (feita legalmente).
Reforma Eleitoral – introduzidos o voto secreto e o voto feminino. 
Criação da Justiça do Trabalho Leis Trabalhistas – jornada de 8 horas diárias, repouso semanal, férias remuneradas (13 salário só mais tarde, com João Goulart). 
Foi a de menor duração / já em 1935, Vargas suspendia suas garantias através do estado de sítio. Obs.: Vargas foi eleito indiretamente para a presidência.
4) Constituição de 1937
CONTEXTO - Como seu mandato terminaria em 1938, para permanecer no poder Vargas deu um golpe de estado, tornando-se ditador. Usou como justificativa a necessidade de poderes extraordinários para proteger a sociedade brasileira da ameaça comunista ("perigo vermelho") exemplificada pelo plano Cohen (falso plano comunista inventado por seguidores de Getúlio). O regime implantado, de clara inspiração fascista, ficou conhecido como Estado Novo.
CARACTERÍSTICAS:
Nome do país – Estados Unidos do Brasil.
Carta outorgada (imposta).
Inspiração fascista – regime ditatorial, perseguição e opositores, intervenção do estado na economia.
Abolidos os partidos políticos e a liberdade de imprensa.
Mandato presidencial prorrogado até a realização de um plebiscito (que nunca foi realizado).
Modelo externo – Ditaduras fascistas (ex., Itália, Polônia, Alemanha).
Obs.: Apelidada de "polaca".
5) Constituição de 1946
CONTEXTO - Devido ao processo de redemocratização posterior à queda de Vargas, fazia-se necessária uma nova ordem constitucional. Daí o Congresso Nacional, recém eleito, assumir tarefas constituintes.
CARACTERÍSTICAS:
Nome do país – Estados Unidos do Brasil.
Carta promulgada (feita legalmente).
Mandato presidencial de 5 anos (quinquênio).
Ampla autonomia político-administrativa para estados e municípios.
Defesa da propriedade privada (e do latifúndio).
Assegurava direito de greve e de livre associação sindical.
Garantia liberdade de opinião e de expressão.
Contraditória na medida em que conciliava resquícios do autoritarismo anterior (intervenção do Estado nas relações patrão x empregado) com medidas liberais (favorecimento ao empresariado).
Obs.: Através da emenda de 1961, foi implantado o parlamentarismo, com situação para a crise sucessória após a renúncia de Jânio Quadros. Em 1962, através de plebiscito, os brasileiros optam pela volta do presidencialismo.
6) Constituição de 1967
CONTEXTO - Essa constituição surgiu na passagem do governo Castelo Branco para o Costa e Silva, período no qual predominavam o autoritarismo e o arbítrio político. Documento autoritário, a constituição de 1967 foi largamente emendada em 1969, absorvendo instrumentos ditatoriais como os do AI-5 (ato institucional n 5) de 1968.
CARACTERÍSTICAS:
Nome do país – República Federativa do Brasil.
Documento promulgado (foi aprovado por um Congresso Nacional mutilado pelas cassações).
Confirmava os Atos Institucionais e os Atos Complementares do governo militar.
Obs.: reflexo da conjuntura de "guerra fria", na qual sobressaiu a "teoria da segurança nacional" (combater os inimigos internos rotulados de subversivos (opositores de esquerda).
7) Constituição de 1988 , "Constituição Cidadã"
CONTEXTO - Desde os últimos governos militares (Geisel e Figueiredo), nosso país experimentou um novo momento de redemocratização, conhecido como abertura. Esse processo se acelerou a partir do governo Sarney, no qual o Congresso Nacional produziu nossa atual constituição.
CARACTERÍSTICAS:
Nome do país – República Federativa do Brasil.
Carta promulgada (feita legalmente).
Reforma eleitoral (voto para analfabetos e para brasileiros de 16 e 17 anos).
Terra com função social (base para uma futura reforma agrária?).
Combate ao racismo (sua prática constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão).
Garantia aos índios da posse de suas terras (a serem demarcadas).
Novos direitos trabalhistas – redução da jornada semanal, seguro desemprego, férias remuneradas acrescidas de 1/3 do salário, os direitos trabalhistas aplicam-se aos trabalhadores urbanos e rurais e se estendem aos trabalhadores domésticos.
Obs.: Em 1993, 5 anos após a promulgaçãoda constituição, o povo foi chamado a definir, através de plebiscito, alguns pontos sobre os quais os constituintes não haviam chegado a acordo, forma e sistema de governo. O resultado foi a manutenção da república presidencialista
A Emenda Constitucional nº1/69 e o recrudescimento do regime A EC nº 1, também conhecida como "Constituição de 1969", foi uma alteração feita pela Junta Governativa Provisória de 1969 na Constituição de 1967. Ela se caracterizou por institucionalizar o s AIs além de promover três alterações (estabelecimento de eleições indiretas para o cargo de Governador de Estado, ampliação do mandato presidencial para cinco anos e extinção das imunidades parlamentares), apontando para o endurecimento da ditadura, sob o viés jurídico. Embora haja quem defenda tratar-se de uma nova Constituição, a maior parte de historiadores e juristas consideram-na mera emenda à Carta de 1967. 
João Goulart e o golpe militar de 1964 
O enfrentamento deste tópico visa apresentar um quadro acerca do conturbado período em que João Goulart assumiu o governo do país. A ocorrência de greves e manifestações políticas e sociais, o alto custo de vida enfrentado pela população, somado à promessa de João Goulart de fazer a Reforma de Base (mudanças radicais na agricultura, economia e educação) levaram a um quadro de instabilidade política. O temor de que o socialismo fosse implantado no Brasil em um contexto internacional de Guerra Fria, levou a que significativa parte da classe média, a Igreja Católica, os setores conservadores da sociedade e os Estados Unidos apoiassem o golpe capitaneado pelos militares. 
Os atos institucionais como anomalias do Estado de Direito 
O golpe militar buscava uma solução jurídica que o legitimasse. Tendo por referência que a Constituição é tradicionalmente considerada a norma de maior hierarquia no sistema, a criação dos atos institucionais configuram uma anomalia do Estado de Direito, pois não há previsão de sua existência pela Constituição. Pelo contrário, a técnica usada pelos golpistas foi a de estabelecer os atos institucionais como atos revolucionários e, por isso, hierarquicamente superiores à própria Constituição de 1946. Ou seja, os atos institucionais se legitimavam na vontade dos militares “revolucionários”.
 - A Constituição de 1967
 Com a intenção de legitimar o regime militar, a autoritária Constituição de 1967 incorporou todas as decisões desde 1964 e foi considerada uma Carta Constituinte semioutorgada, já que um Congresso mutilado apenas confirmou uma decisão interna previamente definida pelos militares. A Carta hipertrofiou as atribuições do Poder Executivo (principalmente concedendo-lhe poderes especiais em relação à Segurança Nacional) e enfraqueceu o princípio federativo, reduzindo a autonomia política dos Estados e municípios. Deu azo a um retrocesso no processo democrático e estabeleceu restrição ou mesmo suspensão de direitos políticos. No âmbito das liberdades, o governo empreendeu a criação de mecanismos capazes de controlar os meios de comunicação e qualquer outra manifestação ligada à vida cultural do país por meio da criação da Lei de Imprensa e da Lei de Segurança Nacional. Também se retirou qualquer direito dos trabalhadores de promoverem greves ou organizarem sindicatos, lançando as bases para que outras leis instituíssem a censura e o banimento dos cidadãos brasileiros. O Ato Institucional n° 5 e a institucionalização da violência O Ato Institucional n° 5 (ou simplesmente o AI-5) deve ser visto como uma das mais violentas facetas da ditadura militar. Foi um diploma normativo que concedeu poderes especiais ao presidente, que poderia, na esfera da autonomia pública, estabelecer recesso por tempo indeterminado do Congresso Nacional e de qualquer outro órgão legislativo em esfera estadual e municipal, cassar mandatos, bem como suspender os direitos políticos de qualquer cidadão por dez anos. Além disso, poderia ser realizado o confisco dos bens daqueles que fossem incriminados por corrupção. No que diz respeito às garantias individuais (esfera da autonomia privada), o AI-5, poderia suspendê-las, não reconhecendo o habeas corpus como remédio constitucional apto a conceder liberdade ambulatorial em caso de crimes políticos contra a segurança nacional, contra a ordem econômica e social e também contra a economia popular. A partir de então, autoridades militares puderam prender e coagir os cidadãos de forma arbitrária e violenta, havendo consenso de que o regime, indo adiante, se utilizou da tortura como método para obtenção de objetivos. Logo após a publicação dos doze artigos do AI-5, vários cidadãos foram lançados na cadeia, dando início ao chamado “anos de chumbo”, a época mais cruel da ditadura.

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