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1 DIFERIMENTO COMO ESTRATÉGIA DE MANEJO DE PASTAGENS TROPICAIS Dilermando Miranda da Fonseca1 Manoel Eduardo Rozalino Santos2 Braulio Maia de Lana Souza3 Philipe Lima de Amorim4 1Professor Titular do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa e Bolsista do CNPq (e-mail: dfonseca@ufv.br). 2Professor Adjunto da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (e-mail: manoeleduardo@famev.ufu.br). 3Professor Adjunto do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Sergipe (e- mail: bmaiasousa@yahoo.com.br). 4Doutorando em Zootecnia na Universidade Federal de Viçosa (e-mail: philipe.amorim@ufv.br). 1. Introdução No Brasil, o baixo custo potencial do produto animal obtido em sistemas de pastagens é um dos principais fatores determinantes da produção animal nessas condições. Além disso, em pastagens ocorrem: demanda pequena de infraestrutura, em comparação com a de sistemas com confinamento dos animais; geração de menor quantidade de resíduos orgânicos com potencial de poluição ambiental; melhores condições de bem-estar animal; possibilidade de obtenção de produtos de qualidade (FONSECA et al., 2012); e, mais recentemente, tem-se comprovado alto potencial do pasto para mitigação dos gases de efeito estufa, via elevação dos estoques de carbono orgânico no solo de pastagens (PIMENTEL, 2012). Essas vantagens dos sistemas produtivos baseados na utilização de pastagens tropicais são possíveis, desde que a pastagem seja apropriadamente manejada. Um fator que acrescenta complexidade ao sistema pastoril, porém, são as variações nas condições do clima, tanto dentro quanto entre os anos, o que gera sazonalidades quantitativa e qualitativa na forragem produzida pelas pastagens e, com efeito, ocasiona modificações na produção animal ao longo do ano. 2 Nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, o desenvolvimento e qualidade da planta forrageira geralmente têm padrão diferenciado em quatro épocas durante o ano, quais sejam: águas, transição águas-seca, seca e seca-águas. O clima favorável ao crescimento do pasto na época das águas, em geral, garante suprimento de alimento capaz de atender suficientemente à demanda do rebanho. Em algumas condições, na época das águas o suprimento de forragem (crescimento do pasto) é superior à demanda do rebanho (consumo pelos animais). Nos períodos de transição (águas-seca e seca-águas), há risco de desequilíbrios entre a oferta e demanda de forragem na pastagem. Entretanto, na época da seca, frequentemente se constata déficit de forragem nas pastagens. A preocupação com o período de seca é pertinente se considerar que, com a perspectiva de elevação da temperatura média da Terra, esse período tende a aumentar. Realmente, projeções de E. Assad e H. S. Pinto para a pecuária brasileira indicam aumento de temperatura da ordem de 3 °C, previsto pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas até 2100, o que pode causar perda de até 25% da capacidade de suporte das pastagens, principalmente por causa do aumento de 30 a 50 dias do período sazonal de seca nas áreas hoje aptas para pastagens (DIFANTE et al., 2014). Nesse contexto, surgem alguns questionamentos: é possível utilizar o pasto como recurso alimentar na época de seca sem causar degradação da pastagem? Em caso afirmativo, é possível obter bons níveis de produtividade animal? Qual o impacto da utilização do pasto na época da seca sobre a rebrotação na época de transição seca-águas? Para responder a esses questionamentos, apresentam-se informações acerca do diferimento do uso da pastagem, estratégia de manejo que, se bem realizada, pode evitar prejuízos na produtividade animal na época da seca, bem como manter a perenidade da planta forrageira na pastagem ao longo do ano. 2. Diferimento do uso de pastagens Existem várias possibilidades de manejo da pastagem para obtenção de forragem (alimento) durante a época da seca, como: rebaixamento do pasto durante a época seca; uso de forrageiras de inverno; irrigação da pastagem; integração entre lavoura e pecuária; e diferimento do uso da pastagem (FONSECA et al., 2012). A utilização de cada alternativa 3 dependerá do perfil do sistema de produção. Ademais, em um mesmo sistema produtivo é possível a utilização conjunta de duas ou mais dessas estratégias. O diferimento do uso de pastagens, também chamado de pastejo diferido, pastejo protelado, “vedação” da pastagem e “produção de feno em pé”, é estratégia de manejo simples e relativamente de baixo custo, que consiste em selecionar determinadas áreas ou pastos da propriedade e excluí-los do uso, geralmente no fim do verão e, ou, no outono, nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Dessa maneira, é possível garantir massa de forragem para ser utilizada sob pastejo durante o período de escassez de forragem e, com isso, minimizar os efeitos negativos da sazonalidade de produção forrageira sobre a produtividade animal (SANTOS et al., 2009a), utilizando, de forma mais racional, o recurso forrageiro da propriedade. O diferimento da pastagem é uma das estratégias para aumentar o período de pastejo com base em três princípios técnicos: acúmulo de forragem possível de ser obtido no terço final do período favorável de crescimento; decréscimo mais lento na qualidade das gramíneas forrageiras tropicais, à medida que estas crescem na fase final do período de verão; e elevada eficiência de utilização da forragem acumulada (CORSI, 1986). Este último princípio técnico é questionável, pois há indícios de que, durante o período de pastejo, as perdas de forragem podem ser altas, sobretudo em pastagens diferidas por maiores períodos (COSTA et al., 1981; FILGUEIRAS et al., 1997; SANTOS, 2007). Corsi (1986) também afirmou que o diferimento da pastagem tem a desvantagem de não possibilitar grandes mudanças nas taxas de lotação das pastagens, uma vez que o vigor da rebrotação durante o “período seco” é limitado por fatores ambientais. Segundo Martha Júnior e Balsalobre (2001), empreendimentos baseados na exploração de pastagens diferidas são caracterizados por taxas de lotação animal raramente superiores a 1,5 a 2,0 UA/ha ano, o que limita seu uso em sistemas produtivos em fase inicial de intensificação. Rolim (1994) afirmou que o diferimento da pastagem seria a primeira técnica de manejo a ser adotada, visando minimizar os efeitos da estacionalidade da produção. Embora seja considerada modalidade do método de pastejo em lotação intermitente (PEDREIRA, 2014), o pastejo diferido também pode ser empregado quando se utiliza o método Lotação Contínua. Nesse caso, é necessário subdividir a área da pastagem a ser diferida na época de início do diferimento, e, após o uso do pasto diferido, essa subdivisão 4 pode ser desfeita. Atualmente, a utilização de cercas eletrificadas, inclusive móveis, facilita o uso dessa estratégia. Outra alternativa quando se têm vários pastos manejados em lotação contínua é selecionar um ou mais pastos para serem diferidos, não havendo, nesse caso, necessidade de investir em construção de cercas. As pastagens diferidas são, geralmente, caracterizadas por elevada massa de forragem com valor nutritivo limitado, bem como pasto de estrutura não predisponente ao consumo, o que resulta em nulo ou modesto desempenho animal (FONSECA; SANTOS, 2009). Entretanto, esse conceito não deve ser generalizado, porque ações de manejo aplicadas ao pastejo diferido têm efeito preponderante sobre o valor nutritivo e a estrutura do pasto. 3. Manejo de pastagens diferidas A maioria das ações de manejo utilizadas para o diferimento do uso daspastagens pode ser implementada de forma concomitante. Assim, o critério para recomendação de determinada estratégia específica de manejo depende do nível de adoção das outras estratégias. Os fatores de manejo que podem influenciar os resultados quando se realiza o diferimento da pastagem são diversos, destacando-se: a escolha da planta forrageira; o planejamento da quantidade de área da pastagem a ser diferida; a altura do pasto no início do diferimento; a duração do diferimento; a adubação nitrogenada; o diferimento parcial (escalonado); a suplementação do pasto diferido; e a taxa de lotação a ser utilizada (FONSECA et al., 2014). A seguir, considerações sobre cada uma dessas estratégias de manejo em pastagens diferidas são analisadas. 3.1. Escolha da planta forrageira As principais características das gramíneas forrageiras que as tornam apropriadas para o pastejo diferido são o porte baixo, o colmo delgado e a alta relação folha/colmo. Essas características conferem maior valor nutritivo e melhor estrutura ao pasto diferido, o que tem efeitos positivos sobre o consumo e, consequentemente, desempenho animal. As plantas forrageiras indicadas para o diferimento também devem possuir bom potencial de acúmulo de forragem durante o outono, época em que normalmente os pastos 5 permanecem diferidos no Brasil Central, e as condições de clima começam a desfavorecer o crescimento das plantas. Além disso, forrageiras adequadas para pastejo diferido devem ter baixa taxa de redução do valor nutritivo durante o crescimento, característica intimamente relacionada à sua época de florescimento (SANTOS; BERNARDI, 2005). De fato, o perfilho reprodutivo é de pior valor nutritivo do que o vegetativo (SANTOS et al., 2010) e, assim, deve-se dar preferência às plantas forrageiras que não apresentem concentração de florescimento no outono, estação em que geralmente os pastos estão em diferimento. Gramíneas do gênero Brachiaria (B. decumbens, B. brizantha cv. Marandu, B. brizantha cv. Piatã), Cynodon (capins estrela, coastcross e tifton) e Digitaria (capim- pangola) são boas opções para o diferimento. Euclides (2001) fez outras considerações: Brachiaria humidicola tem grande capacidade de acúmulo de forragem, porém seu valor nutritivo é baixo, em comparação com o das outras espécies de Brachiaria; as gramíneas de crescimento cespitoso, como as do gênero Panicum, Pennisetum e Andropogon, quando diferidas por períodos longos, apresentam acúmulo de colmos grossos e baixa relação folha/colmo, portanto não são indicadas para diferimento. Também, não se recomenda diferir áreas de B. decumbens com histórico de infestação de cigarrinhas-das-pastagens. Recentemente, foi lançado no mercado nacional uma nova cultivar de B. brizantha, a BRS Paiaguás, que apresenta boa quantidade de folhas vivas no período de seca e, com efeito, tem potencial de gerar pasto com adequado valor nutritivo (VALLE et al., 2013). Essas características a tornam adequada para o pastejo diferido, embora estudos científicos precisem ser realizados para recomendações apropriadas para seu manejo. Considerando a existência de extensas áreas de pastagens no país formadas com gramíneas do gênero Brachiaria com características apropriadas para o diferimento, este constitui estratégia com grande potencial de aplicação na exploração pecuária brasileira. 3.2. Quantidade de área da pastagem a ser diferida Antes do diferimento, deve-se determinar a porcentagem da área de pastagem a ser diferida. Em geral, recomenda-se que 20 a 40% da propriedade seja utilizada para o diferimento, porém essa recomendação deve ser específica para os distintos sistemas produtivos. Nesse sentido, Santos e Cavalcante (2010) propuseram a utilização de um sistema de equações para calcular a área de pastagem para uso diferido, com base na 6 capacidade de suporte dos setores de produção da propriedade. Os detalhes adicionais podem ser verificados neste trabalho, em que as autoras exemplificam o uso de equações em um sistema de produção hipotético. Martha Jr. et al. (2003) também apresentaram, com exemplos, uma fórmula para o cálculo da porcentagem da área de pastagem a ser diferida na fazenda, qual seja: , em que TL = taxa de lotação. 3.3. Duração do diferimento A duração do diferimento é um dos aspectos de manejo de maior efeito sobre as características do pasto diferido e, consequentemente, sobre o animal (Quadro 1). As recomendações de épocas de diferimento e de utilização da pastagem diferida, que determinam a duração do período de diferimento, não devem ser generalizadas, uma vez que cada região e propriedade possuem clima, solo e recursos forrageiros específicos. Quadro 1 - Efeitos da duração do diferimento sobre o pasto e o animal Período de diferimento Curto Longo Maior número de perfilho vegetativo Maior número de perfilho reprodutivo e morto Menor massa de forragem (kg/ha de MS) Maior massa de forragem (kg/ha de MS) Maior percentual de folha verde Maior percentual de colmo e forragem morta Menor tombamento das plantas Ocorrência de tombamento das plantas Forragem de melhor valor nutritivo Forragem de pior valor nutritivo Menor perda de forragem durante o pastejo Maior perda de forragem durante o pastejo Melhoria na eficiência de pastejo Redução na eficiência de pastejo Utilização do pasto por mais tempo Subutilização do pasto Desempenho animal satisfatório Limitação no desempenho animal Boa rebrotação na primavera Atraso na rebrotação na primavera Fonte: FONSECA; SANTOS, 2009. Em condições de fatores abióticos favoráveis (na estação chuvosa ou nas de transição), a duração do período de crescimento da planta forrageira deve ser fundamentada no conhecimento da rebrotação delas. Assim, tem-se demonstrado que a rebrotação das gramíneas forrageiras tropicais é iniciada basicamente por meio do acúmulo de folhas e 7 que, a partir dos 95% de interceptação luminosa pelo dossel, há redução no acúmulo de folhas e aumento acentuado no alongamento de colmo e na senescência e morte de folhas e perfilhos (SILVA et al., 2008). Assim, esses estudos indicam que, em lotação intermitente, a condição apropriada de pré-pastejo é aquela correspondente à interceptação de 95% de luz pelo dossel (Figura 1A). Esse critério de manejo é, contudo, dificultado em pastagens diferidas, pois, a fim de garantir suficiente estoque de massa de forragem para uso durante o período “seco” do ano, é necessário adotar um período mais longo de descanso da pastagem. Com isso, o início de utilização do pasto diferido (condição de pré-pastejo) ocorre, em geral, quando o dossel intercepta mais de 95% de luz, situação na qual a senescência e morte de tecidos e o alongamento do colmo são acentuados (Figura 1B). Figura 1 – Representação teórica do início de utilização do pasto em lotação intermitente de acordo com a dinâmica do acúmulo de forragem durante sua rebrotação (A) e do pasto diferido de acordo com a dinâmica do acúmulo de forragem durante o diferimento (B); os números 1, 2, 3 e 4 representam as possibilidades de início de utilização do pasto diferido (condições de pré-pastejo). Na “época da seca”, comparativamente à “época das águas”, a gramínea forrageira muda sua forma de crescimento e desenvolvimento, por meio de alterações em suas taxas de aparecimento, alongamento e senescência de folhas e colmos, o que gera uma estrutura de pasto distinta em nível de perfilho individual, que passa a ter folhas e colmos de tamanhos diversos (SANTOS et al., 2011). 8 Da mesma forma, a quantidade e qualidade da luz solar que incide sobre odossel forrageiro nas épocas “de seca” e “das águas” são diferentes, por conta da mudança de inclinação da Terra em relação ao Sol, bem como devido à modificação na duração do fotoperíodo. Com isso, a planta altera sua arquitetura foliar para favorecer a interceptação de luz e, consequentemente, é possível que os pastos apresentem estruturas ou alturas diferentes, porém com níveis semelhantes de interceptação de luz pelo dossel, quando se comparam as épocas “de seca” e “das águas”. Outro fato que deve ser considerado diz respeito às mudanças de manejo do pastejo que podem ocorrer quando se adota o diferimento do uso das pastagens. Por exemplo, é possível realizar o diferimento em um pasto que tenha sido manejado em lotação contínua na “época das águas”. Quando esse pasto é diferido, ainda apresenta “memória” de manejo em lotação contínua e, portanto, tem estrutura no início do diferimento (número e peso de perfilhos, tamanhos de folhas e colmos etc.), que irá ser modificada ao longo desse período, sem a ocorrência de desfolhações. Nessa condição de transição de manejo do pasto para outro, o conceito de 95% de interceptação de luz pelo dossel (DA SILVA; NASCIMENTO JR., 2007), como critério para encerrar o período de descanso, também não é adequado. Mesmo que, em geral, o início de utilização do pasto ocorra após a interceptação de 95% de luz pelo dossel, é importante não prolongar o diferimento muito além desse ponto. Depois que o pasto alcança a interceptação luminosa de 95%, ele continua se desenvolvendo, o que consequentemente gera modificações morfológicas inerentes, como elevação no número de perfilhos reprodutivos e aumento nas massas de colmo e forragem morta e possibilidade de tombamento dos perfilhos, entre outros. Dessa maneira, com base na Figura 1B, a condição de pré-pastejo 1 tende a produzir melhores resultados de produtividade animal do que a condição 4. O efeito negativo da adoção de um período de diferimento longo foi observado por Santos et al. (2009a), em pastos de B. decumbens cv. Basilisk, com novilhos mestiços, recebendo suplemento concentrado (consumo médio diário estimado em 0,26% do peso corporal dos animais). Neste trabalho, verificou-se que os animais mantidos nas pastagens diferidas por 73, 103, 131 e 163 dias apresentaram desempenhos distintos ao longo do período de pastejo, correspondente a 0,692; 0,518; 0,390; e 0,445 kg animal-1 dia, respectivamente (Figura 2). Ademais, a taxa de lotação média foi de 3 UA ha-1. Portanto, as 9 respostas dos animais foram resultados das distintas estruturas dos pastos, as quais foram caracterizadas por menor número de perfilhos reprodutivos, índice de tombamento e porcentagem de forragem morta nos pastos diferidos por menor período, em comparação com aqueles diferidos por maior tempo (SANTOS et al., 2009b). Assim, de modo geral, a redução do período de diferimento constitui ação de manejo com potencial de elevar a produtividade animal em pastagens diferidas. Y= 0,600 Ŷ = 0,8514 - 0,002906*D r2 = 0,72 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 70 90 110 130 150 170 kg /a ni m al d ia Período de diferimento (dia) Linear (CSU) Linear (GMD)CSU GPD _ Figura 2 - Consumo de suplemento (CSU) e ganho de peso diário (GPD) em pastagens sob diferentes períodos de diferimento (D). * Significativo pelo teste t (P<0,05). Fonte: Adaptado de SANTOS et al., 2009b. A definição da duração do período de diferimento também deve ser feita com base na adoção de outras estratégias de manejo, notadamente a altura do pasto no início do diferimento e a adubação nitrogenada. Com isso, é possível reduzir o período de diferimento, sem comprometer a quantidade de massa de forragem para uso na época da seca, caso se trabalhe com maiores doses de nitrogênio (SANTOS et al., 2009c) ou maiores alturas médias de pasto (GOUVEIA, 2013), no início do diferimento. 3.4. Diferimento parcial ou escalonado Durante a utilização da pastagem diferida de forma única, constatam-se redução na massa e valor nutritivo da forragem e a formação de uma estrutura do pasto menos favorável ao consumo. Como consequência, o desempenho de bovinos nessas pastagens 10 diferidas, mesmo quando suplementadas, diminui (SANTOS et al., 2009a), podendo, em alguns casos, ocorrer perda de peso animal no período final de utilização do pasto diferido. Diante dessa situação, para reduzir as alterações indesejáveis nas características da forragem diferida durante o período de pastejo, uma opção interessante é a realização do diferimento da pastagem de forma parcial. Assim, em vez de diferir toda a área da pastagem em uma única época e utilizá-la também em uma só data, realizam-se diferimentos em épocas diferentes e, da mesma forma, utilizam-se as áreas diferidas em épocas distintas durante o período de escassez de forragem. Com esse manejo, os animais têm acesso à forragem diferida de melhor qualidade por mais tempo e de forma menos heterogênea durante o período de utilização dos pastos, pois, quando a condição do pasto diferido se tornar limitante ao consumo e desempenho animal, os animais serão manejados para outra área diferida mais tardiamente. Essa, por sua vez, apresenta forragem de melhor qualidade, o que, em princípio, poderia resultar em melhor desempenho dos animais a partir desse período. Com base nessa premissa, Euclides e Queiroz (2000) recomendaram o diferimento das pastagens da seguinte forma no ecossistema Cerrado: considerando a área total a ser diferida, diferem-se 40% da área da pastagem no início de fevereiro para consumo em maio a fins de julho; e diferem-se 60% restantes no início de março para utilização em agosto a meados de outubro. 3.5. Adubação nitrogenada A adubação nitrogenada pode ser utilizada no início do diferimento da pastagem para garantir massa de forragem em quantidade maior na época mais crítica do ano. Ademais, a adubação nitrogenada também permite maior flexibilização quanto à determinação da duração do diferimento ou da altura do pasto prévia a esse período (SANTOS et al., 2013). Para ilustrar os efeitos da adubação nitrogenada em pastagens diferidas, serão apresentados resultados do trabalho de Amorim (2014), realizado na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Viçosa, MG, de janeiro de 2012 a dezembro de 2013 (dois anos de avaliação), para determinar os efeitos de quatro doses de nitrogênio (0, 40, 80 e 120 kg ha- 1), aplicadas antes do diferimento, sobre as características estruturais e desempenho de bovinos em pastos de Brachiaria decumbens cv. Basilisk. No início do diferimento, os 11 pastos estavam com 20 cm de altura média. No primeiro ano, foram diferidos em 31/03/2012 e, no segundo ano, em 26/03/2013. Nos dias 07/07/2012 e 15/06/2013, isto é, aos 105 e 78 dias de diferimento no primeiro e no segundo ano, respectivamente, teve início à utilização dos pastos diferidos. Estes foram utilizados até o dia 08/10/2012 no primeiro ano e até 07/09/2013 no segundo, totalizando 91 e 84 dias de pastejo, respectivamente. Durante o período de pastejo, na época de seca, todos os pastos foram manejados com lotação contínua e taxa de lotação fixa de cerca de 3,4 UA/ha. Durante o período de pastejo, os novilhos em recria, com aproximadamente 200 kg, tiveram acesso apenas ao sal mineral. O aumento da dose de nitrogênio (N) incrementou a massa de forragem obtida no início do período de pastejo. Porém, durante esse período, a massa de forragem diminuiu em todas as doses do nutriente aplicadas (Figura 3). O benefício do aumento de massa de forragem no período de seca foi contrabalanceado pela pior estrutura dospastos diferidos, quando maiores doses de N foram aplicadas. Essa pior estrutura pode ser caracterizada pelo percentual de lâmina foliar viva nos pastos diferidos, que diminuiu com a elevação das doses de N (Figura 4). Figura 3 - Massa seca (MS) de forragem em pastos de B. decumbens cv. Basilisk diferidos e adubados com nitrogênio, nos anos 1 e 2; colunas negra (■), cinza (■) e branca (□) representam, respectivamente, início, meio e final do período de pastejo; letras diferentes em colunas adjacentes dentro de dose de N diferem (P<0,10) pelo teste t. Fonte: AMORIM, 2014. 12 Figura 4 - Porcentagem de lâminas foliares vivas (LFV) em pastos de B. decumbens cv. Basilisk diferidos e adubados com nitrogênio (média de dois anos); colunas negra (■), cinza (■) e branca (□) representam, respectivamente, início, meio e final do período de pastejo; letras diferentes em colunas adjacentes dentro de dose de N diferem (P<0,10) pelo teste t. Fonte: AMORIM, 2014. A pior estrutura do pasto com o aumento da dose de N aplicada não resultou em diferenças no desempenho dos bovinos. Contudo, a variação na estrutura dos pastos entre os anos experimentais causou efeito no desempenho animal. Nas amostras da simulação manual do pastejo, ocorreram menor percentual de lâmina foliar viva (LFV) e maior de forragem morta (FM) no primeiro ano (29% de LFV e 38% de FM), em comparação com o segundo (51% de LFV e 23% de FM). Como consequência, o desempenho animal foi superior no segundo ano experimental (515 g animal-1 dia), em comparação com o primeiro (145 g animal-1 dia). O desempenho animal observado pode ser considerado vantajoso, pois, nesse período seco do ano, são comuns reduções de peso corporal dos animais (EUCLIDES et al., 2001; EUCLIDES et al., 2007; SILVA et al., 2009), caso nenhuma estratégia de manejo seja adotada para prover alimento aos animais criados em pasto. 3.6. Altura inicial do pasto A recomendação de manejo do pastejo mais frequente consiste na realização de um pastejo intenso, com categorias animais menos exigentes e por curto período de tempo, com o objetivo de alterar a estrutura do pasto, removendo órgãos e tecidos vegetativos velhos e em senescência. Com o pasto mais baixo, também há penetração de luz até a superfície do 13 solo e estímulo ao aparecimento de novos perfilhos vegetativos (SOUSA et al., 2012) e de melhor valor nutritivo (SANTOS et al., 2010). Isso proporciona a formação de estrutura de pasto diferido predisponente ao bom desempenho dos herbívoros. Ademais, quando o pasto é manejado baixo antes do início do período de diferimento, pode ocorrer "crescimento compensatório", em virtude de uma população de plantas densas e com perfilhos pesados. Essa situação acontece no início do diferimento devido ao atraso na mortalidade dos perfilhos, que tende a ocorrer com o crescente sombreamento no interior do dossel durante o diferimento (BASTO, 2014). Essa vantagem ocorre quando a duração do diferimento não é muito longa. Para avaliar os efeitos da altura do pasto no início do diferimento, um trabalho de pesquisa foi conduzido na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Uberlândia, MG, em que a pastagem com B. brizantha cv. Marandu foi diferida em 03/04/2013, com pastos manejados com quatro alturas iniciais (15, 25, 35 e 45 cm). A dose de 70 kg/ha de N foi aplicada em todas as pastagens duas semanas antes do início do diferimento, que durou 79 dias. Verificou-se que o pasto manejado a 15 cm apresentou menor massa de forragem no início do diferimento, em comparação com os demais pastos avaliados (Tabela 1). Tabela 1 – Características estruturais do pasto de capim-marandu com quatro alturas médias no início do período de diferimento Característica Altura média (cm) Média 15 25 35 45 MF (kg ha-1 MS) 2.931d 3.800c 5.117b 6.429a 4.569 Perfilho vegetativo m-² 828ab 929a 816ab 759b 833 Lâmina foliar viva (%) 58,1a 37,3b 36,6b 38,6b 43 Colmo vivo (%) 25,1b 39,4a 35,6a 34,1a 34 Lâmina foliar morta (%) 10,1a 12,6a 14,0a 12,4a 12 Colmo morto (%) 6,7b 10,6ab 13,8a 14,8a 11 MF: massa de forragem; para cada característica, médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste de Tukey (P>0,05). Fonte: SILVA (dados ainda não publicados). A maior taxa de lotação em pastos baixos aumenta a remoção de forragem por unidade de área da pastagem, fazendo que a massa de forragem se mantenha em patamares 14 baixos. Embora com menos massa de forragem, a composição morfológica desta foi melhor no pasto mantido mais baixo (15 cm), que apresentou maiores percentuais de lâmina foliar viva e menores participações relativas de colmo em relação aos demais pastos avaliados (Tabela 1). Após 79 dias de diferimento, verificou-se que a produção de forragem foi menor no pasto manejado com maior altura (45 cm) e maior nos pastos diferidos com 25 e 35 cm (Figura 5). 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 15 25 35 45 4725ab 5500a 5312a 4460b kg /h a d e M S Altura média (cm) Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste de Tukey (P>0,05). Figura 5 – Produção de forragem em pasto de capim-marandu com quatro alturas médias no início do período de diferimento de 80 dias. Fonte: SILVA (dados ainda não publicados). Possivelmente, nos pastos com 15 cm o super pastejo resultou em menor número de unidades de crescimento, isto é, perfilhos (Tabela 1), o que limitou a produção de forragem. De outro modo, no pasto com 45 cm o subpastejo causou intenso sombreamento na base das plantas, o que também diminuiu o número de unidades de crescimento do pasto (Tabela 1) e, com efeito, comprometeu a produção de forragem. Já os pastos manejados entre 25 e 35 cm, no início do diferimento, apresentaram maior produção de forragem, indicando que essa faixa de altura é apropriada para o capim-marandu. Vale salientar que, no pasto diferido com 15 cm, a produção de forragem ocorrida durante o diferimento da pastagem constituiu 61,7% da massa de forragem final verificada no término do período de diferimento. Esse percentual foi diminuindo à medida que a altura média do pasto foi-se elevando (Figura 6). Com isso, observou-se que os pastos diferidos 15 mais altos apresentaram, ao término do diferimento, forragem mais velha, oriunda da massa previamente existente antes do início do diferimento (Figura 6). 0 20 40 60 80 100 15 25 35 45 38,3c 40,9c 49,0b 59,0a 61,7a 59,1a 50,9b 41,0c % Altura média (cm) MF pré-diferimento Produção de forragem Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste de Tukey (P>0,05). Figura 6 – Participações relativas da massa de forragem no pré-diferimento e da produção de forragem durante o diferimento da massa de forragem dos pastos diferidos de capim-marandu com quatro alturas médias. Fonte: SILVA (dados ainda não publicados). Esses resultados permitem inferir que pastos manejados mais baixos antes do início do diferimento podem apresentar forragem de melhor valor nutritivo e estrutura de pasto mais predisponente ao consumo animal durante o inverno, pois possuem menos tecidos vegetais velhos, remanescentes do período de pré-diferimento. Ademais, os pastos manejados mais baixos antes do início do diferimento possuem maior eficiência de crescimento, em comparação com aqueles diferidos mais altos. A relação entre a massa de forragem produzida durante o diferimento e aquela existente no início desse período foi maior nos pastos diferidos com menor altura (Figura 7). É provável que os pastos mais baixos tenham maior eficiência de crescimento em decorrênciade a sua constituição inicial ser alta em lâmina foliar viva (Tabela 1), um órgão fotossintetizante. Entretanto, os pastos mais altos possuem menor porcentagem de lâmina foliar viva e maiores constituições relativas de colmos e forragem morta (Tabela 1). Como esses dois últimos componentes morfológicos não são fotossintetizantes, eles não contribuem para a eficiência de crescimento dos pastos mais altos durante o diferimento. 16 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 15 25 35 45 1,6a 1,4a 1,0ab 0,7b kg /k g de M S Altura média (cm) Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste de Tukey (P>0,05). Figura 7 – Eficiência de crescimento do capim-marandu com quatro alturas médias no início do diferimento. Fonte: SILVA (dados ainda não publicados). Os benefícios da redução da altura do pasto no início do diferimento também foram observados em trabalho realizado por Gomes (2012) no Setor Forragicultura da Universidade Federal de Viçosa, durante o outono e o inverno de 2009. Neste trabalho, observou-se que a redução de cada 10,0 cm na altura do pasto de B. decumbens cv. Basilisk no início do diferimento resultou em incremento de aproximadamente 40 g no desempenho diário e individual de novilhos mestiços suplementados com 320 g animal-1 dia, em média, e mantidos nesses pastos diferidos com taxa de lotação média de 3,4 UA ha-1 (Figura 8A). No ano seguinte, esse mesmo estudo foi repetido na mesma área experimental, com a mesma espécie forrageira e a mesma categoria animal, porém sem o fornecimento de suplemento concentrado aos animais. Nesse segundo ano da pesquisa, o ganho médio diário aumentou de forma quadrática com a altura do pasto no início do diferimento, com valor máximo de 134 g animal-1 dia no pasto diferido com 20 cm (SILVEIRA et al., 2012) (Figura 8B). Logo, com o rebaixamento dos pastos de B. decumbens cv. Basilisk para 20 cm no início do diferimento, evitou-se a perda de peso dos bovinos mantidos em pasto durante o outono e o inverno. 17 Y = 699,07 - 39,506A R² = 0,89 400 450 500 550 600 650 700 10 20 30 40 g/n ov ilh o. di a Altura incial do pasto (cm) A Y = 27,244 + 11,592A - 0,2511A2 R² = 0,95 0 50 100 150 200 0 10 20 30 40 50 g/n ov ilh o. di a Altura incial do pasto (cm) B Figura 8 – Desempenho de novilhos mestiços em pastos diferidos de B. decumbens cv. Basilisk durante o inverno, em função do seu manejo prévio, caracterizado pela altura inicial dos pastos diferidos. Fonte: Adaptado de GOMES, 2012 – A: animais recebendo, em média, 320 g/animal.dia de concentrado. Fonte: Adaptado de SILVEIRA et al., 2012 – B: animais recebendo apenas sal mineral à vontade. O manejo do rebaixamento do pasto no início do diferimento pode ser realizado de maneiras distintas. É possível que o rebaixamento ocorra com antecedência de alguns meses, com a manutenção do pasto baixo até o início do diferimento. Isso resultaria em adaptação morfológica da planta ao pastejo mais intenso e frequente durante esses meses, o que pode determinar maior número de perfilhos e maior índice de área foliar no início do diferimento. Essa condição do pasto, por seu turno, resultaria em alta taxa de crescimento da forrageira e produção de massa na pastagem diferida. De outro modo, o rebaixamento do pasto também pode ocorrer imediatamente antes do início do diferimento. Nessa situação, maiores quantidades de lâminas foliares serão removidas rapidamente, reduzindo o índice de área foliar do pasto. Ademais, dependendo do nível do rebaixamento, em alta porcentagem de perfilhos estes podem ter o meristema apical eliminado. Esses fatores podem reduzir a taxa de crescimento do pasto e, consequentemente, limitar a produção de forragem na pastagem diferida. Destaca-se que tais hipóteses aventadas ainda não foram testadas via experimentação científica. Nesse contexto, Souza et al. (2014) avaliaram em Uberlândia, MG, a B. brizantha cv. Marandu diferida em meados de março de 2014 (17/03/2014), previamente manejada em pequenas parcelas, segundo três estratégias de desfolhação: 1) manutenção do capim- marandu com 15 cm desde janeiro de 2014, ou seja, três meses e meio antes início do 18 diferimento; 2) manutenção do capim-marandu com 30 cm desde janeiro de 2014, porém com rebaixamento da planta forrageira para 15 cm no início do diferimento; 3) manutenção do capim-marandu com 45 cm desde janeiro até a data de início do diferimento, quando este foi rebaixado para 15 cm. Antes do período de diferimento, a manutenção das plantas nas alturas preconizadas (15, 30 ou 45 cm) ocorreu por meio de cortes semanais. A massa de forragem removida foi menor nas plantas com 15 cm do que naquelas com 30 e 45 cm (Tabela 2). O corte semanal das plantas com 15 cm fez que, no início do diferimento, apenas 15% da altura das plantas fosse removida. Porém, nas plantas com 30 cm, 50% da sua altura foi removida, e naquelas com 45 cm houve 67% de remoção da altura. Como há correlação positiva entre altura e massa de forragem, as maiores alturas removidas resultaram em maiores massas removidas (Tabela 2). O manejo com 15 cm resultou em remoção apenas do estrato vertical superior das plantas, que é constituído basicamente por lâminas foliares vivas. Nas demais alturas avaliadas, ocorreu remoção dos extratos intermediários e mais basais das plantas, em que é natural a maior participação relativa de colmo e de tecidos mortos. Tabela 2 – Massa e composição morfológica da forragem removida e características estruturais das plantas após o corte, de acordo com a estratégia de desfolhação usada para implementação da altura de 15 cm do capim-marandu no início do diferimento Característica Estratégia de desfolhação 15 cm 30 cm/15 cm 45 cm/15 cm Massa de forragem (kg ha-1 MS) 489 b 6.020 a 4.777 a Lâmina foliar viva (%) 96,4 a 30,8 b 35,0 b Colmo vivo (%) 3,6 b 28,5 a 33,4 a Lâmina foliar morta (%) 0 b 22,1 a 23,0 a Colmo morto (%) 0 b 18,7 a 8,5 ab Índice de horizontalidade1 1,7 a 1,2 b 1,3 b IAF remanescente 3,0 a 0,2 b 0,1 b Perfilho com MA (%) 98,2 a 7,4 b 8,4 b Perfilho sem MA (%) 7,2 b 92,6 a 91,6 a 1Calculado com a divisão da altura da planta estendida pela altura da planta sem causar distúrbio no dossel; IAF: índice de área foliar; MA: meristema apical; 15 cm: capim com 15 cm nos três meses antecedentes ao período de diferimento; 30 cm/15 cm: capim com 30 cm nos três meses prévios e rebaixado para 15 cm no início do período de diferimento; 45 cm/15 cm: capim com 45 cm nos três meses prévios e rebaixado para 15 cm no início do período de diferimento; e para cada característica médias seguidas de mesma letra na linha não diferem pelo teste de Newman Keuls (P>0,05). Fonte: SOUZA et al., 2014. 19 No capim mantido com 15 cm, o percentual de perfilho com meristema apical e o índice de área foliar (IAF) após o corte foi maior, em comparação com as demais estratégias de desfolhação avaliadas. Um padrão de resposta inverso ocorreu com o percentual de perfilhos sem o meristema apical (Tabela 2). A adaptação das plantas ao regime de desfolhação com 15 cm, que gera ambiente mais luminoso na base das plantas, fez que ocorresse maior número de perfilhos pequenos. Estes possuem pseudocolmo mais curto, o que garante a permanência do meristema apical e de mais folhas vivas após o corte, estratégia de escape à desfolhação. Além disso, outra resposta da plasticidade fenotípica ocorreu no capim-marandu que resultou em maior índice de horizontalidade na planta manejadaa 15 cm e indica crescimento mais prostrado, fator que também justifica a menor eliminação dos meristemas apicais, bem como o superior IAF residual nessa condição. Considerando que o crescimento dos perfilhos a partir do meristema apical é mais rápido, a manutenção do capim-marandu com 15 cm por três meses resultaria em maior produção de forragem durante o diferimento. Contudo, essa hipótese ainda precisa ser testada pela experimentação científica, principalmente em condições de pastejo. 3.7. Uso de suplementos concentrados Em pastagens diferidas, o fator qualitativo é, provavelmente, o mais limitante da produtividade animal. Por isso, as categorias de animais mais indicadas para uso dessa forragem são as de menor exigência nutricional. Assim, categorias de bovino manejadas para elevado desempenho individual não são indicadas para o consumo exclusivo de forragem diferida. No entanto, se a forragem diferida for suplementada com concentrados, animais mais exigentes podem ser mantidos nesses pastos, sem comprometer o desempenho almejado, conforme discutido posteriormente. Bovinos mantidos em pasto diferido expressam desempenho moderado ou simplesmente mantêm seu peso corporal (GOMES JR., 2000; SILVEIRA et al., 2012), uma vez que, em geral, a forragem diferida é de baixa qualidade. Portanto, quando se deseja obter maior desempenho animal em pastagens diferidas, adota-se a estratégia de suplementação do pasto para atender às exigências dos animais e complementar o valor nutritivo da forragem disponível e, ou, melhorar a conversão alimentar para atingir o desempenho desejado (EUCLIDES; MEDEIROS, 2005). 20 Nesse contexto, Goicochea et al. (2012) avaliaram o efeito do fornecimento de 0, 1, 2 e 3 kg/animal dia de suplemento concentrado para novilhos mestiços mantidos durante o inverno em pastos de B. decumbens diferidos por 90 dias, com aplicação de 50 kg/ha de nitrogênio e 20 cm de altura inicial. Os autores constataram efeito linear dos níveis de concentrado sobre o desempenho animal, de modo que, para cada aumento de 1,0 kg de concentrado fornecido, houve desempenho adicional de cerca de 200 g animal-1 dia (Figura 9). 441 624 748 1.067 Ŷ = 419,31 + 200,25*C r2 = 0,94 0 200 400 600 800 1000 1200 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 g/ no vi lh o di a Nível de concentrado (kg/animal dia) Figura 9 - Desempenho de bovinos machos mestiços em função do nível de concentrado (C) em pastos de B. decumbens diferidos. Fonte: Adaptado de GOICOCHEA et al., 2012. Em trabalho realizado na Fazenda Experimental de Felixlândia, MG, Ruas et al. (2007) avaliaram a produção de leite de vacas F1 Holandês x Zebu mantidas em pastagens diferidas de Brachiaria decumbens durante a estação seca e suplementadas com proteinado. A partir do mês de junho e durante 79 dias, proteinado contendo 33,43% de PB foi fornecido, durante a ordenha, para as vacas mantidas nas pastagens diferidas, de acordo com o desempenho animal, sendo 1 kg de concentrado para cada 3 kg de leite, a partir dos 5 kg de leite produzidos. Nesse período de seca, as vacas estavam no quinto mês de lactação e, em média, produziam 9,5 kg dia-1 de leite. Os citados autores concluíram que o uso de suplemento proteinado para vacas manejadas em pastagens diferidas, durante a época de seca, constitui alternativa viável para o produtor de leite em situações de escassez de volumoso. 21 Para adequado uso de concentrado em pastagens diferidas, é necessário caracterizar o pasto, a fim de definir a quantidade e tipo de concentrado a ser fornecido aos animais. Desse modo, considerando que a estrutura e valor nutritivo do pasto pioram, bem como ocorre redução na massa de forragem durante o período de utilização dos pastos na época da seca, uma opção de manejo para manter e, ou, aumentar o desempenho de animais durante o uso do pasto diferido é a alteração da quantidade e, ou, qualidade do concentrado a ser fornecido aos animais. Assim, esse suporte alimentar pode ser fornecido de forma diferenciada durante os meses de utilização da pastagem diferida. Esta estratégia consiste em aumentar a quantidade ou ofertar um suplemento mais concentrado em nutrientes nos meses finais de utilização da pastagem diferida, com o objetivo de manter ou elevar o ganho de peso dos animais nesse período. Vale ressaltar que, nesse caso, o custo de produção se elevaria e, portanto, uma análise econômica criteriosa da suplementação seria conveniente. Em situações em que o pasto diferido é suplementado, com volumoso ou concentrado, além de aumento do desempenho animal, pode-se observar redução na ingestão de pasto diferido, quando o efeito substitutivo acontece. Nesse caso, a capacidade de suporte da pastagem pode ser incrementada, o que deve ser considerado para o ajuste da taxa de lotação na pastagem diferida. 3.8. Taxa de lotação na pastagem diferida Após o término do diferimento da pastagem, na época de seca se inicia o período de utilização desses pastos. Nessa época, a determinação da taxa de lotação da pastagem precisa ser definida, o que pode ser realizado, segundo Santos et al. (2013), com a seguinte fórmula: em que: TL = taxa de lotação (animal/ha); MF = massa de forragem na pastagem no fim do período de diferimento (kg ha-1 MS); EP = eficiência de pastejo (em número decimal); C = consumo diário por animal (% do peso corporal do animal e em número decimal); 22 PC = peso corporal médio do animal (kg); e TU = tempo de uso do pasto diferido na época de seca (dia). Em geral, pastos diferidos podem ser caracterizados por massas de forragem variáveis, dependendo do manejo adotado, sendo comum o acúmulo de 3.000 a 5.000 kg ha-1 de MS durante o diferimento. A eficiência de pastejo em pastagens diferidas, que consiste na porcentagem de forragem consumida em relação à forragem acumulada, é informação deficiente em pastagens tropicais e, portanto, carece de mais estudos para sua real quantificação em situações específicas, como diferentes espécies de plantas forrageiras, categorias de animais e condições de clima e de manejo. Essa eficiência é dependente da oferta de forragem recomendada durante o manejo do pastejo, de forma que, quanto maior a oferta de forragem, menor a eficiência de pastejo (SANTOS et al., 2013). Alguns autores têm considerado que o aproveitamento da forragem acumulada durante o diferimento (eficiência de pastejo) é da ordem de 50% (EUCLIDES et al., 2007), o que corresponde a uma oferta de forragem duas vezes acima do consumo potencial do animal. Machado e Kichel (2004), por sua vez, também orientam o emprego de oferta de forragem equivalente ao dobro do consumo animal, todavia esses autores alertaram para o fato de ser adequado trabalhar com a massa de forragem total (folha viva + folha morta + colmo vivo + colmo morto) e com a massa de folhas (folha viva + folha morta) quando o objetivo for o ajuste da taxa de lotação na pastagem diferida com animais de menor exigência nutricional (vacas de cria) e de maior exigência nutricional (animais em recria e engorda), respectivamente. Entretanto, Aguiar (2012) recomendou ofertar pelo menos quatro vezes a quantidade de pasto que o animal consome, ou seja, trabalhar com eficiência de pastejo bem baixa (25%). Essa recomendação é fundamentada no fato de que, para um animal expressar alto desempenho, é necessário oferecer três a quatro vezes a quantidade de pasto que ele necessita consumir (HODGSON, 1990). É importante ressaltar que, em pastagens diferidas, a definição da eficiência de pastejo é feita com base na massa de forragem no início do período de utilização,bem como no peso médio dos animais, considerando-se uma expectativa de desempenho animal durante o período de utilização do pasto. 23 Outro fator importante a ser considerado é que, em geral, quanto melhores a estrutura e valor nutritivo do pasto, maiores os ganhos de peso por animal e menor a oferta de forragem necessária para isso (EUCLIDES, 2001). Contudo, o raciocínio contrário pode não ser correto, porque, quando o valor nutritivo e a estrutura do pasto são limitantes, a oferta de alta massa de forragem pode não resultar em melhoria no desempenho do animal. Por isso, é importante não perder o controle da estrutura do pasto diferido. Com base nessas considerações, vislumbra-se a possibilidade de se trabalhar com maior taxa de lotação em pastagens diferidas (maior eficiência de pastejo) no período de seca. Nessa condição de manejo, não se espera rebrotação do pasto após o início do pastejo e, desse modo, não é preciso manter alto nível de área foliar remanescente no pasto; em muitas condições, pode nem haver folha viva no pasto diferido no fim de sua utilização (fim da época de seca). Além disso, todo o planejamento do diferimento do uso da pastagem é realizado com o intuito de aumentar a taxa de lotação dessa área. Ademais, deve-se considerar que mesmo os componentes morfológicos mortos do pasto, principalmente a lâmina foliar morta, podem ser fonte potencial de energia para suprir as exigências nutricionais dos animais (SANTOS et al., 2008). Assim, esses componentes podem ser colhidos pelos animais em pastejo, o que aumentaria a eficiência de pastejo. 4. Rebrotação dos pastos após o pastejo diferido Espera-se que o pasto mais baixo no fim do período de utilização apresente massa de forragem inferior e, consequentemente, baixa interceptação luminosa pelo dossel. Isso aumenta a incidência da luz na base das plantas, o que estimula o aparecimento de perfilhos na primavera, favorecendo a recuperação mais precoce da produtividade desses pastos, quando as condições climáticas voltam a ser favoráveis ao crescimento da planta forrageira. Todavia, essa condição de pasto baixo no fim do inverno pode não ocorrer. Nesse caso, para eliminar a vegetação alta e velha, bem como evitar um possível menor perfilhamento no pasto após o período de pastejo diferido, é possível realizar a sua roçada. Contudo, os benefícios dessa prática ainda carecem de estudos científicos. Nesse sentido, em trabalho desenvolvido na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Carvalho (2014) avaliou o efeito da condição do pasto previamente diferido e, no fim do inverno, sobre a rebrotação da B. brizantha cv. Marandu (capim-marandu) durante a 24 primavera e o início do verão. Para isso, foi avaliada a dinâmica do perfilhamento durante os meses de outubro de 2013 a janeiro de 2014, em pastos com quatro condições ao término do inverno: baixo, médio, alto e alto/roçado (Figura 10). A 7200 a 7640 a 5940 b 4600 c 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 Baixo Médio Alto Alto/Roçado Condição do pasto no fim do inverno kg/ ha de MS B 31,3 a 31,4 a 23,2 b 15,1 c 0 5 10 15 20 25 30 35 Baixo Médio Alto Alto/Roçado Condição do pasto no fim do inverno cm Em cada gráfico, médias seguidas pela mesma letra não diferem (P>0,05) pelo teste de Student Newman Keuls. Figura 10 – Massa de forragem (A) e altura média (B) de pastos de capim-marandu diferidos e utilizados por ovinos, com diferentes condições no fim do inverno; para o pasto alto/roçado, os valores foram mensurados antes da roçada. Fonte: CARVALHO, 2014. Neste trabalho de Carvalho (2014) foram gerados gráficos, em que se podem observar decréscimo mensal no número de perfilhos por geração e a oscilação mensal da população de perfilhos nos pastos de capim-marandu (Figura 11). Em todas as condições de pasto avaliadas, o número de perfilhos aumentou durante a primavera, com maior intensidade de renovação da população de perfilhos em outubro e janeiro (Figura 11). Em outubro, o maior incremento no número de perfilhos foi devido às condições de clima favoráveis no início da primavera e, em janeiro, em virtude das adubações realizadas nesse mês. A maior intensidade da renovação de perfilhos foi observada nos pastos baixo e alto/roçado (Figura 11), em decorrência da maior luminosidade sobre a base do pasto baixo e por causa, provavelmente, da eliminação do meristema apical dos perfilhos no pasto 25 alto/roçado, o que pode ter eliminado a dominância apical e estimulado o aparecimento de novos perfilhos. Figura 11 – Variação dos números das gerações de perfilhos durante o período experimental, de acordo com a condição do pasto de capim-marandu no fim do inverno e após a sua utilização sob pastejo diferido. Fonte: CARVALHO, 2014. A menor magnitude de renovação de perfilhos nos meses de novembro e dezembro (Figura 11) pode ser explicada pela baixa quantidade de luz na base das plantas, causada pelo maior adensamento do pasto, consequência do alto perfilhamento ocorrido em outubro. Com base nesses resultados, os pastos de B. brizantha cv. Marandu diferidos e mais baixos ao término do inverno apresentaram rebrotação mais precoce e vigorosa a partir do início da primavera, em comparação com os pastos mais altos. A roçada do pasto de B. brizantha cv. Marandu com alta massa de forragem no fim do inverno também estimulou sua rebrotação a partir da primavera. 26 5. Referências AGUIAR, A.P.A. Diferimento da pastagem como estratégia de armazenamento de forragem para a seca. 2012. Disponível em: <http://www.jcmaschietto.com.br/index.php?link=artigos&sublink=artigo_23>. AMORIM, P.L. Adubação nitrogenada antes do diferimento em pastos de capim- braquiária. 2014. 74 f. 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