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Aula 3 - Caracterização das Espécies Forrageiras

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Caracterização de Gramíneas e Leguminosas
Medicina Veterinária
Forragicultura e Nutrição de Ruminantes
Mariana Guimarães Graciosa
mariana.graciosa@faa.edu.br
Revisão...
Glossário
Forragem, Pastagens, Piquetes, 
Sistema de Lotação
Rotacionado 
Contínuo 
Oferta de Forragem
Pressão de Pastejo
Capacidade de Suporte
Restrições produtivas no período da seca
2
Objetivos de Aprendizagem do dia
Conhecer as espécies forrageiras mais utilizadas no Brasil
3
Caracterização de Gramíneas e Leguminosas
GÊNERO BRACHIARIA
Em 1985 - mais de 40 milhões de hectares no Brasil eram cobertos pelas Braquiárias (CENSO AGROPECUÁRIO, 1985) 
O capim Braquiária adapta-se às mais variadas condições de solo e clima,com vantagens sobre outras espécies devido à proporcionarem produções satisfatórias de forragem em solos com baixa a média fertilidade.
GÊNERO BRACHIARIA
Além de oferecer forragem aos rebanhos, os capins do gênero Brachiaria também contribuem para a estruturação do solo e, em consórcio com culturas agrícolas como milho e café, proporcionam mais sanidade ao solo e ganhos de produtividade das culturas.
BRAQUIÁRIA DECUMBENS
Nome científico
Brachiaria decumbens (Stapf)
Nome comum
Capim-braquiária, braquiária, decumbens, braquiarinha
Origem
Leste tropical da África
BRAQUIÁRIA DECUMBENS
Características morfológicas
Planta perene, 
Altura variada: entre 30 e 60 cm de altura,
As folhas são macias e densamente pilosas.
 Inflorescência racemosa contendo racemos com fila dupla de sementes.
BRAQUIÁRIA DECUMBENS
Características edafoclimáticas
Foi a primeira a ser plantada em larga escala no Brasil,
Melhor desempenho: regiões tropicais úmidas (1100 a 1400mm de chuva/ano), onde as estações secas não duram mais que 4 a 5 meses. 
Alta resistência ao estresse hídrico.
A temperatura ótima para o crescimento é de 30-35ºC. 
Produção é afetada por baixas temperaturas, sofrendo com a ocorrência de geadas. 
BRAQUIÁRIA DECUMBENS
Adaptada a muitos tipos de solos, 
Boa drenagem.
Boa fertilidade, embora tolere condições de acidez. 
A produção de forragem varia com a fertilidade do solo e umidade disponível.
O seu nível de produção eleva-se conforme aumenta a fertilidade do solo.
Boa tolerância ao sombreamento.
Após o estabelecimento, tem habilidade para suprimir a competição de plantas invasoras, mas dificulta, por outro lado, a consorciação com leguminosas. 
Apresenta boa tolerância ao fogo, recuperando-se satisfatoriamente, brotando em 15-20 dias, em plena estação seca.
BRAQUIÁRIA DECUMBENS
Presença do agente causador da fotossensibilização hepatógena, fungo Phitomyces chartarum.
Mais comum em animais com idade de 8 a 16 meses. 
É indicada para os sistemas de criação de bovinos e bubalinos, no entanto não é muito bem aceita por equinos, ovinos e caprinos.
Com relação à declividade é indicada para solos fortemente ondulados a montanhosos. Requer solos de profundidade efetiva moderadamente rasos. Apresenta boa tolerância a solos de textura média a arenosos. Possui a característica de alta proteção contra a erosão do solo na pastagem.
BRAQUIÁRIA DECUMBENS
Estabelecimento
O processo mais apropriado para o plantio é por sementes, embora se propague por mudas. 
Para boa formação de pastagens utilizam-se 2,0 Kg/ha de sementes puras viáveis, o que corresponde a 8,5 Kg/ha de sementes com 24% de valor cultural. 
Boa compactação do terreno após a semeadura, garante melhores condições para a germinação 
BRAQUIÁRIA DECUMBENS
Foram encontradas produções variando de 1 a 36 ton de MS/ha/ano (LEITE & EUCLIDES, 1994).
Ataque de pragas
Susceptível ao ataque de cigarrinhas das pastagens das espécies: Aeneolamia sp., Deois flavopicta.
Os ataques mais intensos têm sido observados em áreas de elevada precipitação, durante o período chuvoso. 
GÊNERO BRACHIARIA
BRAQUIÁRIA RUZIZIENSIS
Nome científico
Brachiaria ruziziensis (Germain & Evrard)
Nome comum
Ruziziensis, amarelinha
GÊNERO BRACHIARIA
BRACHIARIA BRIZANTHA
Nome científico:
Brachiaria brizantha (Hochst) Stapf
Nome comum
Brizantha
Origem
Toda região tropical da África
GÊNERO BRACHIARIA
BRACHIARIA BRIZANTHA CV. MARANDU
Nome científico
Brachiaria brizantha (Hochst ex A. RICH.) STAPF. cv. Marandu
Nome comum
Marandu, Brizantão, Braquiarão
GÊNERO BRACHIARIA
BRACHIARIA HUMIDICOLA
Nome científico
Brachiaria humidicola (Rendle) Schweickt
Nome comum
Humidícola, capim agulha, quicuio da Amazônia e B. “espetudinha”
GÊNERO BRACHIARIA
BRACHIARIA DICTYONEURA
Nome científico
Brachiaria dictyoneura (Stapf)
Nome comum
Dictyoneura
GÊNERO BRACHIARIA
TANNER GRASS
Nome científico
Brachiaria arrecta (Hack ex. Th. Dur. & Schine ) Stent
Nome comum
Tanner grass, braquiária do brejo, braquiária tóxica, Thaner, radicans napper
GÊNERO BRACHIARIA
CAPIM ANGOLA
Nome científico
Brachiaria mutica Forsk Stapf
Nome comum
Capim Angola. Conhecido como capim fino, capim bengo, capim de cavalo, capim de corte, capim de planta, etc.
GÊNERO CYNODON
Elevado potencial de produção de forragem de boa qualidade
Utiliação:
Forma de pastejo
Como de feno.
É considerado bem adaptado às regiões tropicais e subtropicais.
GÊNERO CYNODON
Grama bermuda, Cynodon dactylon (L.) Pers, 
Grama estrela, Cynodon nlemfuensis Vanderyst e Cynodon aethiopicus, Clayton et Harlaw, 
Coast cross: Cynodon dactylon cv. Coast cross
Tifton: Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 68
Origem:
África,
Origem do nome TIFTON: nome da cidade do estado da Geórgia onde encontra-se a estação experimental que desenvolveu estes cultivares.
No Brasil:
Os híbridos de Cynodon chegaram recentemente por iniciativas de produtores rurais.
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 68
Pode ser confundido com o Tifton 85, porém sua relação folha:caule é menor consequentemente tem menor qualidade que o Tifton 85.
O Tifton 68 tem pouquíssimos rizomas, freqüentemente nenhum, tem crescimento estolonífero, por isso pode ter uma resistência maior ao pisoteio e grande capacidade de suporte. 
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 68
Características morfológicas:
 
Produz sementes inviáveis ao plantio, pois são sementes estéreis,
Sua propagação se dá de forma vegetativa, através de emissão de estolões
Seu plantio deve ser realizado por meio de mudas.
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 68
Em trabalhos de comparação realizado entre o Tifton 68 e outras 80 espécies, o Tifton 68 proporcionou a maior produção de Matéria Seca (14 t/ha/ano) e digestibilidade da matéria seca mais elevada(64,3%).
Perde para o Tifton 85 em digestibilidade: 
mais folhas → mais qualidade
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 
Tifton 85 → Rizomas
Tifton 68 → Não tem rizomas
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 
Estabelecimento
O plantio é feito por mudas, que desidratam com muita facilidade. 
É preciso estarem maduras - mais de 60 dias de crescimento após a realização do último pastejo ou corte. 
O calor e a umidade no solo são fatores essenciais no momento do plantio, devendo ser realizado, preferencialmente, no verão em dias chuvosos. 
Havendo possibilidade de irrigação, o plantio pode realizado em período não-chuvoso ou nos meses mais frios do ano.
As maiores produções são obtidas em solos férteis, profundos, em áreas ligeiramente inclinadas, ou em várzeas bem drenadas e que não estejam sujeitas a encharcamentos contínuos.
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 
Estabelecimento
O preparo deve ser feito no final da estação seca (agosto a setembro), a fim de facilitar o controle das plantas invasoras, que possam existir na área de plantio. Neste caso, antes da aração, deve-se aplicar um herbicida à base de Glifosato. 
Decorridos 25 a 30 dias após a aplicação do herbicida, deve-se arar e incorporar o calcário (de acordo com análise do solo) e gradear o terreno. 
Após 30 dias, fazer uma segunda gradagem para eliminar o restante das plantas invasoras. 
Recomenda-se uma terceira gradagem, ou aplicação de herbicida, quando ainda existirem plantas invasoras.
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 
Estabelecimento
Na adubação de plantio recomenda-se aplicar apenas o fósforo, observando aanálise de solo. Em solos com baixo teor desse elemento no solo distribuir à lanço, 100 kg/ha de P2O5, antes do plantio.
Para garantir o estabelecimento rápido, deve-se adubar com nitrogênio e potássio. 
A distribuição deve ser a lanço, quando a gramínea já tiver iniciando o desenvolvimento das raízes e aparecerem as primeiras folhas, o que ocorre cerca de 60 a 70 dias, após o plantio.
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 
Estabelecimento
Plantio em Sulcos: 
Método mais eficiente para estabelecimento rápido da cultura. 
Os sulcos são feitos manualmente com enxadas ou por sulcadores de tração mecânica ou animal, a uma profundidade de 15 a 20 cm, com espaçamento de 50 cm. 
Deve-se distribuir as mudas nos sulcos de maneira uniforme e cobri-las parcialmente com a terra. A cobertura total das mudas deve ser evitada, para que a rebrota não seja prejudicada. 
A adubação fosfatada deve ser feita nos sulcos antes de colocar as mudas, obedecendo à recomendação da análise do solo.
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 
Estabelecimento
Plantio Superficial: 
Distribuição das mudas sobre a superfície do solo, com imediata incorporação delas, por meio de uma leve gradagem. 
Método prático, mas exige grande quantidade de mudas e de cuidados especiais, para que sejam bem incorporadas ao solo. 
É mais dependente da irrigação no plantio.
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 
Estabelecimento
Plantio em covas: 
Mudas distribuídas em covas, com espaçamento de 100 em 100 cm e levemente cobertas com terra. Este método exige mais mão-de-obra e incorporação antecipada de adubação fosfatada no solo.
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 
Estabelecimento
A quantidade de muda depende do sistema de plantio adotado:
Plantio em sulcos		2,5 t/ha
Plantio superficial		4,5 t/ha
Plantio em covas		2,0 t/ha
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 
Adubação de manutenção:
O gênero Cynodon é muito exigente quanto à fertilidade do solo, e tem grande resposta a adubação nitrogenadas. 
As recomendações com base nas análises de solo.
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 
Manejo:
Crescimento da planta é afetado pelo período de descanso e pelo resíduo remanescente pós-pastejo, entre outros. 
Evitar desperdício de forragem → alto custo
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 
As forrageiras tropicais perdem rapidamente o valor nutritivo com o avanço da idade.
Quando os animais ocupam um piquete durante vários dias, observam-se oscilações na produção, associados à disponibilidade de forragem e à seletividade no pastejo. 
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 
Períodos curtos :
de pastejo(1 a 3 dias) 
de descanso (25 a 30 dias)
Evitar as perdas de Valor Nutricional
Cynodon dactylon Pers cv. Tifton 68
ANDROPOGON 
Capim gamba, Andropogon: Andropogon gayanus Kunth
GÊNERO DIGITÁRIA
CAPIM-PANGOLA: Digitaria decumbens Stent. cv. Pangola
CAPIM TRANSVALA: Digitaria decumbens Stnet. cv Transvala
GÊNERO MELINIS
CAPIM GORDURA: Melinis minuttiflora Beav.
GÊNERO PANICUM
COLONIÃO: Panicum maximum cv. Colonião
PANICUM MAXIMUM: Panicum maximum Jacq.
CENTENÁRIO: Panicum maximum cv. Centenário
CAPIM ARUANA: Panicum maximum cv.aruana IZ-5
TOBIATÃ: Panicum maximum Jacq. cv. Tobiatã
GÊNERO PANICUM
Mombaça: Panicum maximum cv. Mombaça
Tanzânia: Panicum maximum cv. Tanzânia
Mombaça
OUTROS GÊNEROS
GRAMA FORQUILHA: Paspalum notatum Flüg
CAPIM ELEFANTE: Pennisetum purpureum Schum = Capim-elefante, capim gigante, napier.
Competição entre gramíneas
Tifton e Napier
Os pastos manejados intensivamente e fertilizados com altos níveis de N são ricos em proteína bruta, que normalmente excedem as exigências nutricionais dos animais. Contudo, a principal limitação é o consumo de energia, uma vez que a fração fibrosa das forrageiras tropicais dilui a energia do alimento no rúmen, apesar da concentração de energia se assemelhar à da silagem de milho (60 a 64% NDT).
LEGUMINOSAS
CALOPOGÔNIO: Calopogonium muconoides Desv.
FEIJÃO DE PORCO: Canavalia ensiformis (L.) DC.
GALÁCTIA: Galactia striata (Jacq.) Ub.
SOJA PERENE COMUM: Neonotonia wightii (R. Grah. ex Wight & Arn.) Lackey Sin Glycine wightti (R. Grah. ex Wight and Arn.) Verde.
Arachis pintoí cv. Amarilho ou cv. Belmonte
Excelente valor nutritivo
 	Persistência em altas lotações com gramíneas
 	Agressivas
 	Sensível a stress hídrico
 	Sementes - colheita – custo
 	Cv. Belmonte - propagação vegetativa
 	Requer manejo especial para evitar dominância
Leguminosas
LEUCENA: Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit.
AMENDOIM DE VEADO: Terannus uncinatus Sw. = Amendoim de veado, alfafa paulista.
GUANDU: Cajanus cajan (L) Mills: sin. Cajanus indicus Spreng, Cajanus flavis D.C.
Altura de Manejo
	TABELA 2- Período de descanso ou intervalo entre pastejos e altura e resíduo pós- pastejo das principais espécies de plantas forrageiras utilizadas em pastagens no Brasil		
	Forrageira (nome comum)	Período de descanso (em dias)	Altura de resíduo pós- pastejo (em cm)
	Andropogon	21 a 30	10 a 15
	Braquiarão	30 a 42	10 a 15
	Tanzânia, Mombaça	30 a 42	20
	Decumbens	30 a 42	10
	Dictyoneura	21 a 30	5 a 10
	Cost- cross	21 a 30	5 a 10
	Humidícola	21 a 30	5 a 10
	Napier, Cameroom	42 a 49	40 a 50
	Pangola, Transvala	21 a 30	5 a 10
	Ruziziensis	30 a 42	10 a 15
	Setária	30 a 35	10 a 15
	Fonte: AGUIAR (1998).		
FIM
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