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FACULDADE NACIONAL DE DIREITO
LEONARDO PESTANA
A LENTIDÃO DA JUSTIÇA NO ÂMBITO DO STF
Projeto de pesquisa
RIO DE JANEIRO
2017
O tema
É de conhecimento notório que a justiça brasileira é marcada pela sua burocracia e lentidão. Estima-se que 70% do tempo da tramitação dos processos é gasto com atos burocráticos, levando a uma grande demora para que sejam promulgadas as decisões, de forma que estas perdem até a sua eficácia. Desse modo, o Direito Fundamental de duração razoável do processo acaba ferido, já que muitas das vezes o autor da ação nem tem sua causa conhecida pela justiça.
Essa morosidade pode ser apontada como consequência de diversas causas, dentre elas o número de processos, escassez de funcionários, a já citada burocracia e a tumultuada e esparsa codificação. Ademais, impende apontar a existência – e o crescimento – de um processo de justicialização da sociedade, o que significa que, como se tem constatado, todo e qualquer conflito social acaba resultando em processo, congestionando ainda mais o sistema.
No entanto, todos esses fatores não se aplicam somente à justiça ordinária, atingindo também o “inatingível” Supremo Tribunal Federal. Uma pesquisa da FGV Direito, feita em 2014, constatou que o STF leva em média cinco anos para julgar Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adins), e um ano para julgar habeas corpus, que são instrumentos – e símbolos – fundamentais do Estado Democrático Direito.
Dessa forma, levando em conta as questões apresentadas, percebe-se que é fundamental esclarecer e entender as causas dessa morosidade do judiciário, principalmente no que concerne ao STF, instância máxima da Justiça. Além disso, cabe analisar possíveis meios para que se tenha uma melhora nesse aspecto, buscando uma maior efetividade da justiça.
Objetivos da pesquisa
 Em primeiro lugar, a pesquisa intenta descobrir as causas e as consequências da lentidão judiciária num aspecto mais amplo. Isso porque, sendo o STF competente para julgar questões em grau de recurso, as causas que lá se apresentam atualmente passam antes pelas primeiras instâncias.
Em seguida, o estudo focará no âmbito do Supremo. Nessa fase, buscar-se-á esclarecer os motivos pelos quais o Tribunal demora tanto tempo para tomar conhecimento de uma causa, além de analisar os critérios de importância para que haja a escolha de determinada ação de competência exclusiva em detrimento de outra.
Esses dados possibilitarão diagnosticar o que está errado ou o que pode melhorar desde a menor instância até o âmbito do STF. Com isso, virão a luz as principais causas da morosidade e quem responde por ela, ou seja, quem é seu principal causador: o Estado-juízo ou a própria sociedade?
As respostas para essas problemáticas constituem o objetivo da pesquisa, que visa também construir possíveis meios de melhora para o sistema judiciário brasileiro, ao expor seus procedimentos, as falhas e problemas que ocorrem desde a propositura da ação até a promulgação – ou não – da decisão.
Justificativa
A pesquisa é relevante, principalmente, tanto no que cabe às atitudes da sociedade, quanto aos graduandos em direito. No primeiro caso, o estudo trará a tona de que forma as pessoas que possuem um suposto conflito social tem influência na demora dos julgamentos. Essa influência se apresenta no alto índice de litigiosidade que existe no Brasil, já que muitas vezes o cidadão nem ao menos busca solucionar o conflito de forma pacífica, com uma negociação direta, procurando sempre uma intervenção jurídica. Desse modo, com a constatação desses fatores, busca-se uma conscientização social, no intuito de reduzir essa grande incidência de ações desnecessárias e, talvez, com isso, aumentar a produtividade do Judiciário.
Por outro lado, a pesquisa também se dirige aos graduandos em direito. Isso porque, como futuros advogados, promotores e juízes (entre outras funções, é claro), é fundamental esclarecer também de que forma eles, assim como a sociedade, podem ser os causadores dessa lentidão e, chegando a essa constatação, de que modo poderão influenciar positivamente o sistema Judiciário, com que ações e atitudes será possível proporcionar a eles e à própria população, uma melhor defesa de seus direitos e uma efetiva aplicação da justiça – obviamente, dentro dos limites de seus ofícios.
Em síntese, o estudo se justifica no fato de que, ao explanar os erros que vem sendo repetidamente cometidos pela Justiça brasileira e pelos cidadãos na busca por uma proteção de seus interesses, os futuros representantes e defensores da lei, e os que necessitam de uma tutela jurídica, possam agir de modo a não perpetuar essas falhas ou, pelo menos, iniciarem um processo de melhora.
Problema e hipótese
Ao longo do projeto de pesquisa vêm sendo explicitadas diversas possíveis causas da lentidão do Sistema Judiciário brasileiro no âmbito do STF. Além das causas, também foram expostas algumas estatísticas que comprovam a demora na resolução dos processos. Com isso, cabe a problematização: quais são os possíveis caminhos para se tenha uma maior produtividade, e consequente efetividade, das decisões do Supremo Tribunal Federal?
Para que se obtenha essa resposta, deve-se analisar os principais problemas que levam a conjuntura atual, ou seja, o grande número de processos e de atos burocráticos. O primeiro decorre, principalmente, do já incessantemente citado alto índice de judicialização, ao passo que o segundo é causado pelo excesso de formalidade para que se tenha um causa conhecida e solucionada.
Com isso, em primeiro lugar, seria válido que o governo promovesse ações que expliquem de que forma, e incentivem a população a resolver seus conflitos por meio de negociação direta, ou por meios pacíficos de resolução, como por exemplo com mediação. Isso poderia ser feito através de atividades temporárias que façam atendimentos em massa, principalmente em lugares que o acesso a justiça seja mais dificultoso, diminuindo o número de ações e, simultaneamente, criando oportunidades para que os cidadãos solucionem suas questões de maneira civilizada. Além disso, para que seja reduzida a sobrecarga, o número de servidores deveria ser aumentado, assim como a especialização das varas, para que não se acumulem centenas de processos num mesmo juízo, o que acarreta, muitas vezes, a prescrição do mesmo. Com o aumento do número de funcionários e de varas, também seria de utilidade pública que ampliasse a integração entre os diversos foros, prorrogando as competências se necessário, mas impedindo que, enquanto em determinada circunscrição territorial exista um excesso de ações, em outras não haja quase trabalho a fazer.
Em segundo lugar, a burocratização da Justiça também representa um grande obstáculo à celeridade processual. O CPC de 2015 trouxe diversos instrumentos que buscavam exatamente ampliar os meios de se decidir mais rápido, no entanto, falta eficácia. Além do novo Código de Processo Civil, a EC45/ 2004, também trouxe instrumentos, como a súmula vinculante, que fariam com que se dificultasse o acesso ao Supremo, o que também não apresentou eficácia, já que o número de recursos só aumenta. Desse modo, a Proposta de Emenda Constitucional 15/2011 – que tiraria do STF a responsabilidade de julgar casos que já tivessem decisões em duas instâncias – deveria sim ser aprovada, já que isso reduziria o acesso ao Supremo, que poderia exercer melhor a sua principal função: julgar os casos de matéria constitucional. Ademais, os juízos de menor grau de hierarquia deveriam ser incentivados a dar mais importância à constitucionalização do direito, ou seja, à leitura das normas ordinárias a luz da Constituição, já que, com isso, também teriam menos casos que atingem o STF. Por fim, os instrumentos trazidos pelo NCPC poderiam ser ampliados para que haja uma eficaz redução da burocracia – já que o caminho para uma decisão seria mais curto – trazendo efetividade às decisões.
Metodologia
Para atingir seu fim – expor os motivos da lentidão do judiciáriocom ênfase para o STF e propor possíveis caminhos para que isso seja superado – os métodos usados serão diversos. Em primeiro lugar, devem ser analisados dados divulgados sobre o tempo de tramitação dos processos nesses Tribunais, utilizando como fonte, principalmente, as informações passadas por órgãos confiáveis como o CNJ. Os dados deverão comprovar que a demora traz inúmeros prejuízos aos autores das ações que aguardam seus resultados, além de esclarecer em média quando tempo se leva para que uma causa tenha solução desde as primeiras instâncias até o Supremo.
Além disso, também serão feitas entrevistas com funcionários do sistema judiciário: servidores, juízes e advogados; tanto no que concerne à justiça ordinária quanto, dentro dos limites impostos pela distância, ao STF. Isso porque é fundamental que haja uma visão de dentro do próprio poder, fugindo um pouco do aspecto matemático, mas trazendo importantes informações baseadas na experiência do cotidiano. As entrevistas também possibilitarão um maior conhecimento dos procedimentos que, na opinião desses funcionários, causam essa morosidade, de forma a criar um maior leque de possibilidades para que as melhorias possam ser postas em prática.
Bibliografia
FELLET, João. Por que a justiça brasileira é tão lenta? Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/09/130920_lentidao_justica_pai_jf>. Acesso em: 19 nov. 2017.
INSTITUO MILLENIUM. O Judiciário e a burocracia. Disponível em: <http://www.institutomillenium.org.br/artigos/o-judiciario-burocracia/>. Acesso em 19 nov. 2017.
AJURIS. Burocracia representa quase 70% do tempo de tramitação dos processos judiciais. Disponível em: <http://niajajuris.org.br/index.php/noticias/186-burocracia-representa-quase-70-do-tempo-de-tramitacao-dos-processos-judiciais>. Acesso em 19 nov. 2017.
DUARTE, Alessandra. Lentidão suprema: STF leva, em média, cinco anos para julgar ações que ferem a Constituição. Disponível em: <oglobo.globo.com/brasil/lentidao-suprema-stf-leva-em-media-cinco-anos-para-julgar-acoes-que-ferem-constituicao-12525704>. Acesso em: 19 nov. 2017.
MAIA, Andreia. Justiça sem burocracia. Disponível em: <oglobo.globo.com/opiniao/justica-sem-burocracia-19771063>. Acesso em: 19 nov. 2017.
CLÉLIO, Manel. Lentidão da justiça. Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/artigos/1140926>. Acesso em: 19 nov. 2017.