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Livro 2 Fisiologia Fácil

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1 
 
APOSTILA 2 DE FISIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Marco Antonio de Magalhães Rodrigues 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
TÓPICO PÁGINA 
1. Controle da Pressão arterial 
sistêmica 
3 
2. Controle de curto prazo da 
pressão arterial 
3 
3. Controle de longo prazo da 
pressão arterial 
6 
4. Sistema endócrino 11 
5. Sistema renal 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 
 
1. CONTROLE DE CURTO PRAZO DA PRESSÃO ARTERIAL 
 A pressão arterial sistêmica apresenta uma série de controles tanto de 
natureza nervosa como de origem hormonal. O controle nervoso é dito de curto 
prazo e é feito basicamente pelo sistema nervoso autônomo simpático e 
parassimpático que como uma balança, busca equilibrar a pressão arterial 
sistêmica a valores considerados estáveis. Vamos lembrar que o objetivo do 
nosso corpo é manter o equilíbrio e o que o sistema nervoso faz é exatamente 
isso. Se a pressão cai a níveis considerados baixos ou de alto risco, alguma 
ação deve acontecer para sua normalização e o inverso também é verdadeiro, 
ou seja, quando a pressão arterial se eleva a níveis muito altos, esses valores 
precisam retornar a patamares aceitáveis para evitarmos problemas mais 
graves ao organismo. Vamos analisar o esquema mostrado abaixo: 
 
Fig 1,1. Mecanismo neural de controle da pressão arterial sistêmica 
Observem a presença de um grupo de receptores periféricos, chamados de 
barorreceptores, localizados na carótida e no arco aórtico. O objetivo desses 
receptores é captar alterações de pressão que possam acontecer nos vasos 
sanguíneos. A elevação da pressão nesses locais faz com que os nervos IX 
(glossofaríngeo) e o X (vago) sejam estimulados, mandando informação para o 
4 
 
tronco encefálico, mais especificamente para o bulbo que vai ter a função de 
interpretar essa informação e responder com uma ação regulatória. Mas qual 
será essa resposta? Vamos pensar em duas situações distintas: 
a) Elevação da pressão arterial (PA): Nessa situação, o organismo precisa 
baixar a PA. Isso acontece por estimulação da divisão parassimpática que 
deprime o coração, provocando bradicardia. Ao mesmo tempo em que o 
parassimpático é estimulado, liberando acetilcolina sobre o coração, a divisão 
simpática é inibida, provocando a não estimulação cardíaca e a não 
vasoconstrição que são fatores que levam a diminuição da PA. Observem pelo 
esquema proposto acima que a inibição cardíaca acontece no nodo sinoatrial 
que como já havíamos estudado antes, funciona como marca-passo do 
coração. 
b) Diminuição da pressão arterial (PA): O raciocínio é exatamente contrário 
aquele da elevação da pressão arterial. Quando há uma queda muito grande 
da pressão sanguínea sobre os vasos sanguíneos, temos a estimulação 
simpática na correção desse processo. Observe no esquema proposto 
anteriormente que a divisão simpática estimula o nodo sinoatrial e provoca 
vasoconstrição em arteríolas e veias, regulando assim a pressão sistêmica. 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
1. Como a atividade do sistema nervoso autônomo pode afetar a atividade 
cardíaca? 
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5 
 
2. O reflexo barorreceptor é um dos mecanismos de regulação da pressão 
arterial (PA). Assinale a alternativa correta sobre este reflexo: 
(RPT = resistência periférica total) 
a) O aumento da PA estimula os barorreceptores a enviarem sinais para inibir o 
centro vasoconstritor simpático, o que provoca uma vasodilatação arteriolar 
para diminuir a RPT e a PA. 
b) O aumento da PA estimula os barorreceptores que enviam sinais para 
excitar o centro vasoconstritor simpático, o que provoca uma vasodilatação 
arteriolar para aumentar a RPT e diminuir a PA. 
c) A diminuição da PA estimula os barorreceptores que enviam sinais para 
inibir o centro vasoconstritor simpático, produzindo uma vasoconstrição 
arteriolar para aumentar a RPT e aumentar a PA. 
d) A diminuição da PA estimula os barorreceptores a enviarem sinais para 
excitar o centro vasoconstritor simpático, produzindo vasodilatação arteriolar e 
aumentando a RPT e a PA. 
e) O aumento da PA inibe os barorreceptores que não enviam sinais para o 
centro vasoconstritor e, conseqüentemente, ocorre aumento da RPT. 
3. Qual o principal mecanismo de controle neural da pressão arterial e a sua 
resposta autonômica durante a elevação aguda e momentânea da pressão 
arterial? 
a) Mecanorreceptores, aumento da atividade nervosa simpática, diminuição da 
freqüência cardíaca e vasoconstrição vascular periférica. 
b) Barorreflexo arterial, diminuição da atividade nervosa simpática, aumento da 
frequência cardíaca e vasoconstrição vascular periférica. 
c) Quimiorreflexo, aumento da atividade nervosa simpática, aumento da 
frequência cardíaca e vasoconstrição vascular periférica. 
d) Barorreflexo arterial, diminuição da atividade nervosa simpática, diminuição 
da frequência cardíaca e vasodilatação vascular periférica. 
e) Quimiorreflexo, diminuição da atividade nervosa simpática, diminuição da 
frequência cardíaca e vasoconstrição vascular periférica. 
Gabarito 
2-a; 3-d 
 
 
6 
 
2 CONTROLE DE LONGO PRAZO DA PRESSÃO ARTERIAL 
Os mecanismos de longo prazo são aqueles que usam os hormônios como 
mediador do processo de controle da pressão arterial, daí ser chamado 
também de controle hormonal, diferentemente do de curto prazo que é um 
mecanismo neural. Temos três grandes exemplos desse tipo que são 
representados pelos seguintes sistemas: 
a) Sistema Renina angiotensina aldosterona (S.R.A.A.) 
 
Fig. 2 Sistema renina angiotensina aldosterona (S.R.A.A.) 
O sistema renina angiotensina aldosterona é um dos principais mecanismos de 
controle da pressão arterial sistêmica. O esquema acima mostra os eventos 
que acontecem durante esse controle de pressão. Esse controle fisiológico 
acontece quando a quantidade de pressão que chega ao sistema renal diminui 
devido à baixa pressão arterial sistêmica. As células renais captam essa 
mudança e passam a secretar uma enzima chamada renina que age sobre 
uma proteína plasmática chamada angiotensinogênio que foi produzida pelo 
fígado e está inativa no plasma. Por ação da renina, o angiotensinogênio é 
convertido em angiotensina I que ainda não apresenta capacidade de fazer o 
controle da pressão arterial sistêmica. Essa angiotensina I ao passar pelos 
pulmões por ação de outra enzima chamada de E.C.A. ou enzima conversora 
de angiotensina a transforma em angiotensina II que agora terá capacidade de 
trazer a pressão arterial para seus níveis normais atravésdo mecanismo de 
vasoconstrição. Por outro lado, essa angiotensina II atua sobre as glândulas 
7 
 
adrenais, mais especificamente sobre o córtex da glândula fazendo com ela 
comece a secretar aldosterona que tem capacidade de reabsorver sódio e por 
conseqüência água, aumentando a volemia e conseqüentemente a pressão 
arterial. 
b) Hormônio antidiurético (A.D.H.) 
 
Fig. 3 Mecanismo de atuação do hormônio antidiurético (A.D.H.) 
O hormônio antidiurético ou vasopressina é um importante modulador da 
pressão arterial e poderá ser estimulado sua liberação ou inibido, dependendo 
da osmolaridade sanguínea. Mas o que vem a ser osmolaridade? A 
osmolaridade é uma medida de concentração do sangue que tem por objetivo 
de controlar a quantidade de água e solutos que estão ali dissolvidos. Um 
estado em que a osmolaridade esteja muito alta, provavelmente deve está 
relacionada a uma condição em que exista pouca água no corpo e 
provavelmente isso se associa a baixa pressão arterial sistêmica. Nessa 
condição, existe um estímulo para que a neuro-hipófise libere o ADH e esse 
possa reter água através de uma maios reabsorção de água pelos rins, 
diminuição da sudorese por inibição das glândulas sudoríparas, ao,mesmo 
tempo que a sede é estimulada para que haja a reposição hídrica e 
normatização da volemia que é o volume de água no sangue.No esquema que 
aparece a nossa direita, temos uma diminuição da osmolaridade, ou seja, 
existe uma alta quantidade de água no corpo e nessa situação o ADH é inibido 
sua liberação, promovendo maior formação de urina, estimulação das 
8 
 
glândulas sudoríparas e inibição da sede. Nessa segunda situação temos um 
quadro de supre hidratação. 
c) Peptídeo Natriurético Atrial (P.N. A.) 
 
Fig. 4 Fisiologia do PNA 
 
O peptídeo natriurético atrial é uma proteína produzida pelo átrio direito 
cardíaco em resposta ao aumento do retorno venoso sistêmico. Quando o 
coração começa a receber mais sangue pelas veias cavas inferiores e 
superiores é sinal que existe uma maior saída de sangue do coração (débito 
cárdico) e talvez a conseqüência desse processo seja uma elevação da 
pressão arterial. Na tentativa de solucionar essa desordem fisiológica, o 
coração produz o PNA que atua sobre os túbulos renais, fazendo que o sódio 
seja secretado e por conseqüência a água, diminuindo a volemia e controlando 
a pressão arterial. 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
1. Descreva como funciona o sistema renina angiotensina aldosterona 
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2. Em um estado de desidratação o ADH é liberado. Já em uma condição de 
super hidratação o ADH é inibido. Descreva o papel desse hormônio nas duas 
condições descritas. 
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3. Descreva o papel do PNA no controle da pressão alta 
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_______________________________________________________________ 
 
3. Em relação à regulação da pressão arterial assinale a alternativa CORRETA 
a) Durante a queda da pressão arterial o mecanismo desencadeado para 
controlá-la ocorre por produção de renina e angiotensina II a qual atua 
produzindo vasoconstrição periférica. 
b) Durante o aumento da pressão arterial o mecanismo desencadeado para 
controlá-la ocorre por produção de renina que gera a angiotensina II a qual 
atua produzindo vasoconstrição periférica. 
c) Durante a queda da pressão arterial ocorre inibição da liberação de renina e 
angiotensina I resultando em menor formação de angiotensina II e ausência de 
vasoconstrição periférica. 
d) Durante a elevação da pressão arterial há formação da angiotensina II que 
estimula a produção de aldosterona, ocorrendo a reabsorção renal de água e 
soluto. 
 
10 
 
4) O PNA é uma importante proteína produzida pelo átrio cardíaco que tem 
grande capacidade de fazer o controle da pressão arterial sistêmica. O controle 
que ocorre da pressão arterial acontece, pois 
a) o átrio esquerdo que recebe o sangue venoso vindo do corpo consegue 
produzir essa proteína e controla a pressão sanguínea. 
b) essa proteína tem capacidade de atuar sobre o sistema renal reabsorvendo 
sódio e conseqüentemente água. 
c) o PNA atua sobre os túbulos renais, promovendo mais secreção de sódio e 
conseqüentemente água, levando a queda da pressão arterial. 
d) essa proteína tem capacidade de elevar a pressão arterial sistêmico pois ela 
ativa o sistema renina angiotensina aldosterona. 
e) ao ser liberada pelo átrio direito atua diretamente sobre a contração cardíaca 
induzindo bradicardia e vasodilatação periférica. 
 
Respostas 
3- a; 4- c 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 
O controle do funcionamento do organismo humano é feito por dois sistemas 
básicos de regulação: o primeiro é o sistema nervoso e o segundo é o 
endócrino. Mas aí você pergunta: professor, como diferenciá-los? E aí te 
respondo: um tem ação rápida, mas dura pouco, já o outro tem longa duração, 
mas custa a atuar. Deu para diferenciar? O sistema rápido é o nervoso, 
enquanto o de ação duradoura e lenta é o endócrino. Essa seria a diferença 
básica entre eles. Mas vamos ao que nos interessa: 
 
1. Natureza química hormonal 
Duas são as naturezas dos hormônios que os classificam em hidrossolúvel e 
lipossolúvel. Os hormônios derivados do colesterol, tais como os do córtex da 
supra-renal se dissolvem na gordura e conseguem atravessar a membrana 
plasmática de células alvo com facilidade. Esses hormônios lipossolúveis vão 
encontrar seus receptores no interior da célula e induzem um mecanismo 
chamado de transcrição gênica, ou seja, produzem um RNA mensageiro a 
partir do DNA nuclear que induzirá um processo de fabricação de proteínas, 
notadamente enzimas que alterarão o metabolismo celular. Os hormônios 
hidrossolúveis não conseguem atravessar com facilidade a membrana de suas 
células alvoe seu receptor se encontra na superfície celular e ele induz um 
mecanismo de ativação do segundo mensageiro que no caso será 
principalmente o cAMP ou Mono fosfato de Adenosina cíclico que basicamente 
doa radicais fosfato para fosforilação e conseqüente ativação enzimática que 
será a responsável pela resposta fisiológica. Esquematicamente temos os dois 
mecanismos de ação de um hormônio lipossolúvel e de um hidrosolúvel. 
 
 
Figura 1. Mecanismo de ação de um hormônio lipossolúvel 
12 
 
 
Figura 2. Mecanismo de ação de um hormônio hidrosolúvel 
Na figura 1 temos atuação de um hormônio lipossolúvel. Observem que ele 
atravessa a membrana plasmática de sua célula alvo, encontrando seu 
receptor no citoplasma da célula ou no núcleo. A ligação do hormônio ao 
receptor faz com que um RNA seja transcrito do DNA e uma nova enzima seja 
sintetizada para alterar o metabolismo dessa célula. Na figura 2 temos o 
mecanismo de ação de um hormônio hidrossolúvel que devido a sua natureza 
química não consegue atravessar a barreira da bicamada lipídica de uma 
célula e encontra seu receptor fora da célula alvo. A ligação do hormônio ao 
receptor faz com que uma segunda estrutura seja formada, chamada de 
segundo mensageiro, representado no esquema pelo AMPc (mono fosfato de 
adenosina cíclico) que nada mais é que um doador de radicais fosfato para a 
ativação de enzimas que terão o papel de modificar o metabolismo celular. 
2. Principais glândulas endócrinas 
O corpo humano é formado por uma série de glândulas de secreção endócrina 
que ao jogarem seus produtos na corrente sanguínea, controlam o 
funcionamento do organismo como um todo. Iremos trabalhar com uma série 
dessas glândulas, assim descritas: 
1) Hipófise (glândula pituitária) – Adeno e neuro hipófise ou hipófise anterior e 
posterior 
2) Tireóide e paratireóide 
3) Pâncreas 
4) Supra-renais ou adrenais – córtex e medula 
5) Ovários 
6) Testículos 
13 
 
 
O esquema abaixo demonstra as principais glândulas endócrinas do corpo 
humano. 
 
Fig. 3 Principais glândulas endócrinas do corpo humano 
 
2.1 Glândula pituitária ou hipófise 
 
Dividimos anatomicamente a glândula pituitária ou hipófise em duas porções: 
hipófise anterior ou adeno hipófise e hipófise posterior ou neuro-hipófise. Essa 
divisão além de utilizar o critério anatômico, também se baseia na histologia 
glandular. A neuro hipófise recebe essa nomenclatura devido ao tecido que é 
nela encontrado, sendo um tecido nervoso, onde são observados a presença 
de neurônios e células da glia, ou seja, um típico tecido nervoso. Já a adeno 
hipófise é formada por um tecido epitelial secretor, típico de uma glândula 
endócrina. Além dessa distinção histológica, elas apresentam mecanismos 
diferenciados de funcionamento. A adeno hipófise recebe controle direto do 
hipotálamo que é uma região do diencéfalo que secreta fatores estimulatórios 
ou inibitórios que fazem a regulação da porção anterior da hipófise. A neuro-
hipófise não produz hormônios verdadeiramente, mas funciona como um local 
de armazenamento de hormônios produzidos pelo hipotálamo embora seja ela 
a responsável pela liberação dos mesmos. 
 
2.1.1 Hormônios da neuro hipófise 
 
Dois são os hormônios encontrados na neuro hipófise: hormônio antidiurético 
(ADH) ou vasopressina e ocitocina. O esquema abaixo mostra a ação do 
hormônio antidiurético. 
14 
 
 
Fig.4 Mecanismo de ação do hormônio antidiurético 
 
O hormônio antidiurético (ADH) tem papel fundamental no controle do nível 
hídrico do corpo. A osmolaridade é uma medida de concentração sanguínea 
que mede a relação entre massa e volume do sangue. Quando perdemos 
muita água em situações fisiológicas ou patológicas, essa osmolaridade tende 
a se elevar. Podemos observar isso quando praticamos atividade física e 
perdemos líquido na forma do suor ou quando desidratamos devido à insolação 
ou em um quadro de hipovolemia que é uma conseqüência de uma hemorragia 
profunda. Nessas condições, o corpo precisa reter água e quem faz isso é o 
ADH que ao ser liberado, atua sobre as glândulas sudoríparas as inibindo, 
sobre o sistema renal diminuindo a formação da urina através da ativação da 
reabsorção renal através da constrição de vasos que visam desviar o sangue 
que é drenado para os rins, daí ser também chamado de vasopressina. 
Podemos também pensar em um quadro de super hidratação, com 
conseqüente diminuição da osmolaridade, acontecendo quando grandes 
quantidades de líquido são ingeridas pelo organismo humano. Nessa condição 
o ADH sofre inibição e aí temos efeitos contrários como aumento da formação 
de urina, maior eliminação do suor e vasodilatação periférica. Vale ressaltar 
que o álcool etílico ingerido através de bebidas alcoólicas inibe esse hormônio 
e isso explica o fato de pessoas irem mais vezes ao banheiro quando estão 
bebendo. 
 O segundo hormônio liberado da neuro hipófise é a ocitocina que tem 
sua ação exemplificada pela figura abaixo 
15 
 
 
Fig.5 Papel do hormônio ocitocina 
 
A ocitocina tem papel fundamental na ejeção do leite após o parto. Esse 
hormônio atua sobre as células da musculatura lisa que circunda os alvéolos 
mamários induzindo a abertura de canais de cálcio que provocará a sua 
contração e com isso a expulsão do leite. A ocitocina também inibe o fator de 
inibição da prolactina, fazendo assim que esse hormônio seja liberado, atuando 
sobre a formação da estrutura mamária. Devemos também lembrar que esse 
hormônio é liberado por feedback positivo e tem fundamental importância no 
mecanismo de parto por induzir também a contração do endométrio uterino. 
 
2.1..2 Adeno hipófise ou hipófise anterior 
 
 Diferentemente da neuro hipófise, a hipófise anterior sofre regulação 
através da liberação de fatores hipotalâmicos que poderão estimular ou inibir a 
liberação de hormônios pela adeno hipófise. Temos abaixo um quadro que 
demonstra os principais fatores que controlarão a adeno-hipófise 
16 
 
 
Fig. 6 Fatores produzidos pelo hipotálamo que controlam a adeno hipófise 
 
Os fatores hipotalâmicos atuam sobre a adeno hipófise fazendo com que ela 
libere hormônios específicos que irão agir sobre glândulas endócrinas que 
promoverão a liberação de hormônios específicos. Vamos aos exemplos: 
a) CRH – Hormônio liberador do córtex da adrenal produzido pelo hipotálamo 
fazendo que ele atue sobre a adeno hipófise, induzindo a produção do ACTH 
que atuará sobre o córtex da adrenal e libere os hormônios mineralocorticóides 
e glicocorticóides. 
b) GHRH – também produzido pelo hipotálamo, atua sobre a adeno hipófise e 
induz a liberação do GH ou hormônio do crescimento. 
c) TRH – hormônio liberador da tireóide. Produzido pelo hipotálamo, atua sobre 
a adeno hipófise, induzindo a liberação do TSH que atuará sobre a glândula 
tireóide que produzirá os hormônios T3 e T4. 
d) GnRH – hormônio liberador das gonadotrofinas. Tem liberação hipotalâmica 
também. Induz a liberação do FSH e LH pela adeno hipófise que vai atuar 
sobre ovários e testículos. 
e) P.I.F. – fator inibitório da prolactina. Controla a liberação da prolactina pela 
adeno hipófise e também é produzida pelo hipotálamo. 
 
 
 
 
 
17 
 
3. Principais glândulas e hormônios de controle da adeno hipófise. 
 
3.1 Tireóide 
 
A glândula tireóide é uma das maiores glândulas endócrinas do corpo humano. 
Está localizada na região do pescoço, anteriormente à traquéia, no nível das 
vértebras C5 até T1. A glândula tireóide apresenta-se recoberta pelos 
músculos do pescoço, músculo esterno-hioideo e músculo tireo-hioideo e pelas 
suas fáscias. A principal função da glândulatireóide é a produção e 
armazenamento de hormônios tireoidianos, T3 (tri-iodotironina) e T4 (tiroxina 
ou tetra-iodotironina). A produção destes hormônios é feita após estimulação 
das células pelo hormônio da hipófise anterior TSH. As células intersticiais, 
células C, produzem calcitonina, um hormônio que leva à diminuição da 
concentração de cálcio no sangue (estimulando a formação óssea) após a 
ingestão de uma dieta rica em cálcio. A glândula tireóide é a única glândula 
endócrina que armazena o seu produto de excreção. As células foliculares 
sintetizam a partir de aminoácidos e Iodo, a proteína de alto peso molecular 
tireoglobulina que secretam dentro dos folículos numa solução aquosa viscosa, 
o colóide. De acordo com as necessidades (e níveis de TSH), as células 
foliculares captam, por pinocitose, líquido colóide. A tireoglobulina aí presente é 
digerida nos lisossomos e transformada em T3 e T 4, que são libertadas no 
exterior do folículo, para a corrente sanguínea. 
A atividade das células foliculares é dependente dos níveis sanguíneos de TSH 
(hormônio estimulador da tireóide). O TSH determina a taxa de secreção de T3 
eT4 e estimula o crescimento e divisão das células foliculares. Esta é secretada 
na glândula hipófise. Os hormônios tireoidianos T3 e T4 (o T3 é mais potente e 
grande parte do T4 é convertida em T3 nos tecidos periféricos) estimulam o 
metabolismo celular (são hormônios anabólicos) através de estimulação das 
mitocôndrias e conseqüente formação de ATP que é a moeda metabólica 
celular. Pessoas com deficiência desses hormônios manifestam um quadro de 
hipotireoidismo e seu metabolismo tende a cair à metade. Já quem altos níveis 
desses hormônios têm um quadro de hipertireoidismo que é marcado pela 
aceleração do metabolismo, emagrecimento profuso e aumento da temperatura 
corpórea. A falta dos hormônios da tireóide no início da vida pode levar a um 
quadro de cretinismo que é caracterizado pelo não desenvolvimento do 
Sistema Nervoso Central (SNC) levando ao retardo mental e não 
desenvolvimento motor. 
 
3.2 Glândulas paratireóides 
 
As glândulas paratireóides apresentam-se em número de quatro glândulas 
muito pequenas, localizadas na face posterior da glândula tireóide, geralmente 
dentro da cápsula que reveste os lobos dessa glândula. As glândulas 
paratireóides sintetizam e liberam no sangue um hormônio chamado de 
paratormônio ou simplesmente PTH. O paratormônio estimula a atividade 
osteolítica dos osteoclastos; aumenta a reabsorção renal de cálcio; aumenta a 
absorção de vitamina D; e absorção intestinal de cálcio, o que se traduz num 
incremento rápido e sustentado da quantidade de cálcio no sangue. Esse 
mecanismo é contrabalanceado pela calcitonina da glândula tireóide que é 
estimulada quando os níveis de cálcio estão altos no sangue e ativam a 
18 
 
atividade osteoblástica. Em condições normais, a concentração de cálcio no 
líquido extracelular é regulada com extrema precisão, ocorrendo raramente 
elevação, ou queda, de mais de alguns por cento em relação ao valor normal 
de cerca de 9,4 mg/dl. Esse controle preciso é essencial, visto que o cálcio 
desempenha papel-chave em muitos processos fisiológicos, incluindo a 
contração dos músculos esqueléticos, cardíaco e liso, coagulação sanguínea e 
transmissão dos impulsos nervosos. As células nervosas são muito sensíveis 
às alterações das concentrações dos íons cálcio, e os aumentos da 
concentração desse íon acima do normal (hipercalcemia) provocam depressão 
progressiva do sistema nervoso. Por outro lado, a redução da concentração de 
cálcio (hipocalcemia) torna o sistema nervoso mais excitável. Com 
concentrações plasmáticas de íons cálcio cerca de 50% abaixo do normal, as 
fibras nervosas periféricas ficam tão excitáveis que começam a descarregar 
espontaneamente, provocando contrações musculares tetânicas. Também 
apresentam influência na concentração sanguínea de fosfato, aumentando a 
excreção renal deste íon pela diminuição da sua absorção nos túbulos renais. 
A regulação da glândula paratireóide é autônoma. São as próprias células da 
paratireóide que analisam a concentração de íon cálcio no sangue que as 
irriga, e respondem aumentando (se é baixa) ou diminuindo (se é alta) a 
síntese e liberação de paratormônio, de forma a manter a homeostasia do 
cálcio. A figura abaixo descreve a atuação dos hormônios da paratireóide. 
 
Fig.7 Regulação dos níveis de Cálcio sanguíneo pelo Paratormônio (PTH). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
3.3 Glândulas suprarrenais 
 
Em número de duas, cada uma se situa no polo superior de cada rim. Ambas 
são envolvidas por tecido conjuntivo contendo grande quantidade de tecido 
adiposo. Cada glândula apresenta uma espessa cápsula de tecido conjuntivo, 
sendo seu estroma representado por uma intensa trama de fibras reticulares - 
que suporta as células. A glândula é dividida em duas camadas: 
a) Córtex: porção mais externa com coloração amarela. 
b) Medula: porção mais interna, com tonalidade vermelho escura 
O córtex da glândula suprarrenal tem como principal função produzir 
esteróides. Assim, todos os hormônios secretados nesta zona são comumente 
chamados de corticosteróides. Os esteróides secretados podem ser 
classificados em três categorias, segundo sua ação predominante: 
mineralocorticóides, glicocorticóides e hormônios sexuais. O córtex da glândula 
suprarrenal é constituído por três camadas, zona glomerulosa, situada 
imediatamente abaixo da cápsula conjuntiva; suas células dispõem-se em 
agrupamentos globosos, envolvidos por capilares; suas células são colunares e 
secretam hormônios chamados mineralocorticóides, cujo principal 
representante é a aldosterona, relacionada com o controle hídrico e o balanço 
eletrolítico; zona fasciculada, suas células poliédricas formam cordões 
paralelos entre si e perpendiculares à superfície do órgão. Essas células são as 
principais produtoras de glicocorticóides, cujo principal produto é o cortisol; 
zona reticulada, zona mais interna do córtex, limítrofe da camada medular; as 
células dispõem-se em cordões irregulares, formando um aspecto de rede. 
Local onde são produzidos hormônios sexuais, principalmente andrógenos, em 
especial a dehidroepiandrosterona. Sua ação, porém, é menos de 1/5 daquela 
exercida pelo andrógeno testicular (testosterona). As células da medula da 
glândula adrenal apresentam-se poliédricas e se dispõem em cordões que 
formam uma intensa rede em cujas malhas há capilares e vênulas. As células 
contêm grânulos citoplasmáticos que se tornam marrons quando expostos a 
sais de cromo, sendo, por esse motivo, denominadas células cromafins. Estas 
secretam catecolaminas, representadas pela adrenalina e pela noradrenalina, 
substâncias mediadoras químicas do sistema nervoso simpático. Ao contrário 
do córtex da glândula suprarrenal, que lança seus produtos continuamente na 
circulação sanguínea, a medula da glândula suprarrenal os armazena. Os 
hormônios adrenalina e a noradrenalina são geralmente liberados após fortes 
reações emocionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
3.4 Pâncreas 
 
O pâncreas é uma glândula mista, ou seja tem tanto função exócrina como 
endócrina. A maior parte do pâncreas produz secreção exócrina, que se dirige 
ao duodeno. As porções endócrinas da glândula são facilmente reconhecidas 
ao microscópio óptico como grandes áreas claras situadas entre os ácinos 
secretores, que se coram mais fortemente. Cada uma dessas áreas claras 
consiste em grupos irregulares de células conhecidos como ilhotas de 
Langerhans. As células das ilhotas dispõem-se em cordões anastomosados, 
profusamente irrigados por capilares fenestrados. As ilhotas de Langerhans 
não são encapsuladas, sendo sustentadas por fibras reticulares e não possuem 
ductos. Suas células lançam sua secreção diretamente na corrente sanguínea. 
As células alfa situam-sena periferia das ilhotas e secretam glucagon. As 
células delta são encontradas entre as células alfa e secretam somatostatina, 
que é o fator inibidor da liberação do hormônio hipofisário do crescimento, mas 
também é inibidor da secreção de insulina e glucagon. A ilhota de Langerhans 
apresenta sensível e aperfeiçoado mecanismo de regulação da glicemia (teor 
de glicose no sangue). O glucagon promove o aumento da glicemia ativando a 
lise das moléculas de glicogênio armazenadas no fígado, sendo, portanto, 
considerado um hormônio hiperglicemiante; já a insulina é um hormônio 
hipoglicemiante, pois retira a glicose da corrente sangüínea e a deposita nas 
células de todo corpo, sendo o excesso de glicose armazenado no fígado na 
forma de glicogênio. O esquema abaixo mostra a atuação dos hormônios 
insulina e glucagon no controle da glicemia. 
 
 
Fig.8 Ação dos hormônios insulina e glucagon no controle da glicemia 
 
3.5 Ovários 
 
 Os ovários são duas estruturas nodulosas, com sua superfície podendo 
apresentar-se lisa, desigual e enrugada, de cor róseo-acinzentada, sendo 
recoberto pelo epitélio germinativo, estando este em continuidade com o 
peritônio. Cada ovário tem aproximadamente 4 cm de comprimento, 2 cm de 
largura e 8 mm de espessura, pesando entre 2 g e 3,5 g e contém um hilo, o 
qual serve de passagem para nervos e vasos, tanto sanguíneos quanto 
linfáticos. Além do epitélio germinal, o ovário é composto por uma região de 
tecido conjuntivo, o estroma, que contém uma camada externa denominada 
21 
 
córtex, na qual estão inseridos os folículos ovarianos; e uma camada interna 
chamada medula, com intensa vascularização. Os folículos ovarianos são a 
unidade funcional do sistema reprodutor feminino, que é basicamente formado 
por folículo primário envolto por células foliculares, os quais vão se desenvolver 
e amadurecer após a puberdade, liberando o óvulo, que poderá ser fecundado 
por espermatozoide ou expelido na menstruação, caso a fecundação não 
ocorra. Os ovários apresentam-se como glândulas endócrinas produtoras de 
estrogênio e progesterona. O estrogênio também estimula o crescimento de 
todos os ossos logo após a puberdade, mas promove rápida calcificação 
óssea, fazendo com que as partes dos ossos que crescem se "extingam" 
dentro de poucos anos, de forma que o crescimento, então, para. A mulher, 
nessa fase, cresce mais rapidamente que o homem, mas para após os 
primeiros anos da puberdade; já o homem tem um crescimento menos rápido, 
porém mais prolongado, de modo que ele assume uma estatura maior que a da 
mulher, e, nesse ponto, também se diferencia os dois sexos. O estrogênio tem, 
igualmente, efeitos muito importantes no revestimento interno do útero, o 
endométrio, no ciclo menstrual. A progesterona tem pouco a ver com o 
desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos; está principalmente 
relacionada com a preparação do útero para a aceitação do embrião; e à 
preparação das mamas para a secreção láctea. Em geral, a progesterona 
aumenta o grau da atividade secretória das glândulas mamárias e também das 
células que revestem a parede uterina, acentuando o espessamento do 
endométrio e fazendo com que ele seja intensamente invadido por vasos 
sanguíneos; determina, ainda, o surgimento de numerosas glândulas 
produtoras de glicogênio. Finalmente, a progesterona inibe as contrações do 
útero e impede a expulsão do embrião que se está implantando ou do feto em 
desenvolvimento. 
 
3.6 Testículos 
 
 Os testículos são glândulas masculinas internas apresentando-se como 
um órgão par, nos quais ocorre a produção dos espermatozoides, ou seja, a 
espermatogênese. Cada testículo é oval, com cerca de 5 cm de comprimento, 
localizado no interior da cavidade abdominal até por volta de dois meses antes 
do nascimento. Após, eles deixam o abdome e descem para o escroto, ficando 
ali suspensos pelos funículos espermáticos. Além do escroto, eles são também 
revestidos por túnicas que provêm das lâminas serosa, muscular e fibrosa da 
parede abdominal, sendo elas a fáscia espermática externa, fáscia 
cremastérica, fáscia espermática interna e túnica vaginal. A fáscia espermática 
externa, também denominada fáscia intercrural ou intercolunar é uma 
membrana fina que se prolonga sobre o funículo e testículos, fazendo parte da 
fáscia de revestimento externo do corpo, por estender-se pelo anel inguinal 
superficial com a fáscia de cobertura do anel inguinal superficial da aponeurose 
do oblíquo externo do abdome. A fáscia cremastérica é formado por feixes 
dispersos do músculo cremaster, que se insere no escroto e age suspendendo 
os testículos, unidos em uma membrana continua pela fáscia cremastérica, que 
compõem a camada espermática média e relaciona-se ao oblíquo interno do 
abdome e sua fáscia. A fáscia espermática interna ou fáscia infundibuliforme é 
uma fina membrana de difícil identificação com relação à fáscia cremastérica, 
porém identificável do funículo e do testículo contidos nela. A túnica vaginal, 
22 
 
assim como a túnica albugínea e a túnica vasculosa, reveste o testículo. É uma 
bolsa de membrana serosa, com superfície interna lisa revestida por uma 
camada de células mesoteliais e é constituída por uma lâmina visceral e uma 
parietal. 
 Revestindo a maior parte do testículo e do epidídimo, a lâmina visceral 
liga essas duas estruturas por uma prega, partindo da margem posterior da 
glândula até a superfície interna das túnicas escrotais. Já a lâmina parietal 
reveste a porção ventral e medial do funículo espermático e a parte inferior do 
testículo, sendo mais externa que a lâmina visceral, havendo um intervalo entre 
essas duas lâminas formando a cavidade da túnica vaginal. Cada testículo é 
revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo, a túnica albugínea, que por sua 
vez, é recoberta pela túnica vaginal. A túnica albugínea contém um septo 
incompleto chamado mediastino do testículo, do qual partem numerosos septos 
imperfeitos que dividem o testículo em lóbulos. Cada compartimento ou lóbulo 
comporta diversos túbulos enovelados, os túbulos seminíferos, os quais 
possuem células germinativas em vários estágios de desenvolvimento. São 
essas células germinativas no interior dos túbulos seminíferos que, através do 
processo de espermatogênese, irão se desenvolver nos espermatozoides. A 
terceira das três túnicas pelas quais o testículo é revestido é a vascular, que é 
uma camada vascular dos testículos composta por uma rede de vasos 
sanguíneos mantidos por tecido areolar. É recoberto pela túnica albugínea e 
pelos septos do interior da glândula, sendo, portando, um revestimento interno 
dos espaços da glândula. Além das células reprodutoras, os testículos 
possuem as células de Sertoli e as células intersticiais de Leydig, sendo que a 
primeira tem como função a de nutrir e dar suporte aos espermatozoides, e a 
segunda está distribuída entre os túbulos e são responsáveis pela produção de 
hormônio masculino, testosterona. A testosterona é um hormônio sexual 
masculino, responsável pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos 
e dos caracteres sexuais secundários. Estimulam os folículos pilosos para que 
façam crescer a barba masculina e os pelos pubianos; estimulam o 
crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo; produzem o 
aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo aumento 
do tamanho das fibras musculares; promove o crescimento da laringe, tornando 
mais grave a voz entre outras funções. 
 
3.7 Ações do FSH e LH sobre a reprodução 
 
 O FSH ou hormônio folículo estimulante atua sobre ovários e testículos. 
Nos ovários ele induz a seleção de um folículo que se torna dominante e tem 
seu amadurecimento estimulado. Por ação do FSH o hormônio estrógeno é 
produzido pelo ovário, fazendo com que os caracteres sexuais secundários 
aparecem, sendo também responsável pela libido que é aatração sexual. Na 
mulher por volta da metade do seu ciclo menstrual, ocorre a liberação do 
hormônio LH ou luteinizante que induz a ovulação e conseqüente formação do 
corpo lúteo. Esse corpo lúteo será encarregado de produzir o hormônio 
progesterona que inibirá o eixo hipotálamo-hipofisário gonadal e será 
responsável por manter a gravidez inicialmente. Podemos então na mulher 
dividir seu ciclo de 28 dias em média em duas fases: a primeira chamada de 
folicular que faz com haja o desenvolvimento do folículo, culminando com a 
ovulação. Nessa fase existe a predominância do estrógeno. Na segunda fase 
23 
 
do ciclo, ou seja, nos últimos 14 dias, temos o período luteinizante, devido à 
ação do hormônio progesterona que como já citado tem a nobre função de 
manter a gestação inicial. O endométrio uterino também sofre hipertrofia à 
medida que o ciclo evolui, estando altamente vascularizado e aumentado de 
tamanho no final do 28 º dia do período do ciclo menstrual. 
 No homem, o FSH inicia o período da espermatogênese, onde o 
testículo começa a se desenvolver, aumentando de tamanho e de diâmetro, 
visto que esse hormônio estimula o desenvolvimento das células de Sertoli. O 
LH no homem atua sobre as células de Leydig que estão encarregadas de 
produzirem testosterona que origina os caracteres sexuais secundários e 
também tem importante papel na libido. Os esquemas abaixo descrevem os 
mecanismos aqui discutidos. 
 
 LH
Caracteres sexuais “secundários”:
crescimento linear; pelos axilares e púbicos, etc... surgimento da libido
GnRH
PUBERDADE: Ações das gonadotrofinas
 FSH
 Crescimento testicular 
(9-14 anos)
Ciclos ovulatórios
(10-14 anos)
mas após o surgimento 
dos caracteres sexuais 2ºs
Crescimento ovariano
secreção de Estradiol
(8-12 anos)
Secreção de Testosterona
(10-17 anos)
 
Fig.9 Ação dos hormônios FSH e LH sobre a reprodução 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
CICLO MENSTRUAL
FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO FEMININA
CICLO OVARIANO
CICLO HORMONAL
CICLO 
HIPOTÁLAMO-
HIPOFISÁRIO
caso não 
ocorra a 
fecundação...
preparo para possíveis: FECUNDAÇÃO, 
IMPLANTAÇÃO, GRAVIDEZ E LACTAÇÃO
Fig. 10 Fisiologia da reprodução feminina 
 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
1) O que são hormônios 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
2) Qual a diferença entre um hormônio lipossolúvel e um hidrossolúvel quanto 
ao seu mecanismo de ação? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
25 
 
3) Quais hormônios são produzidos pela adeno e pela neuro hipófise? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________________________________________________ 
 
4) Quais os fatores produzidos pelo hipotálamo que controlam o funcionamento 
da adeno hipófise? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
5) Uma adaptação característica dos animais de deserto consiste na 
eliminação de uma urina altamente concentrada e em baixas quantidades. 
Nessas condições, espera-se encontrar um sangue com 
a) tonicidade diminuída e altos níveis de vasopressina circulante. 
b) tonicidade aumentada e altos níveis de ADH circulante. 
c) tonicidade aumentada e baixos níveis de ADH circulante. 
d) tonicidade diminuída e baixos níveis de vasopressina circulante. 
e) tonicidade diminuída e ausência de ADH circulante. 
 
6) Qual das seguintes afirmativas NÃO é verdadeira em relação aos 
hormônios? 
a) As respostas aos hormônios são geralmente mais lentas e duradouras que 
as respostas estimuladas pelo sistema nervoso. 
b) Os hormônios são geralmente controlados por sistemas de retroalimentação 
negativa. 
c) O hipotálamo inibe a liberação de alguns hormônios 
d) A secreção hormonal é determinada pelas necessidades corporais para 
manter a homeostase 
e) A maioria dos hormônios é liberada prontamente durante todo o dia. 
 
 
 
 
 
26 
 
7) Qual das seguintes afirmativas NÃO é verdadeira em relação a atividade 
hormonal? 
a) Os hormônios provocam alterações nas atividades metabólicas das células. 
b) As células-alvo devem ter receptores para o hormônio 
c) Os hormônios lipossolúveis podem entrar diretamente nas células-alvo e 
ativar genes. 
d) Um hormônio que se liga ao receptor na membrana é denominado primeiro 
mensageiro. 
e) O ATP é um segundo mensageiro comum nas células-alvo 
8) Quais dos seguintes hormônios com efeitos opostos estão pareados 
corretamente? 
a) Hormônio paratireóideo; hormônio tireóideo 
b) Ocitocina; glicocorticóide 
c) Aldosterona;ocitocina 
d) Hormônio tireóideo, tiroxina 
e) Hormônio paratireóideo;calcitonina 
 
 
 
GABARITO 
5-b; 6-e; 7-e; 8-e . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
SISTEMA RENAL 
 
O sistema renal ou sistema excretor é um dos principais reguladores do 
organismo humano. Quando nos lembramos de renal, a primeira coisa que 
talvez nos venha a cabeça seja a formação da urina, mas veremos que uma 
série de outros processos acontecem ao longo das estruturas que formam essa 
importante região do corpo. Para começar vamos inicialmente enumerar as 
principais funções desempenhadas por esse sistema: 
a. Regulação da composição iônica do sangue : Na +; K+; Ca 2+; Cl – e 
HPO4- 
b. Manutenção da osmolaridade do sangue: regula a perda de água e 
soluto. 
c. Regulação do volume sanguíneo 
d. Regulação da pressão arterial: renina 
e. Regulação do pH: excretando H + ou conservando HCO3 – 
f. Liberação hormonal: eritropoietina 
g. Regulação do nível de glicose: desaminação do AA glutamina: 
gliconeogênese. 
h. Excreção de resíduos e de substâncias estranhas. 
Como podemos observar, o sistema renal desempenha uma série de outras 
funções que são de grande importância para a manutenção da homeostase, 
tais como manutenção da osmolaridade, controle do pH sanguíneo e também 
com algumas funções endócrinas como as que estão relacionadas a produção 
de renina para controle da pressão arterial, conforme estudamos anteriormente 
ou mesmo produzindo a eritropoetina que estimula a medula óssea a produzir 
as células da linhagem vermelha ou hemácias que tem grande importância no 
transporte de gases dentro do corpo.28 
 
1. Organização do sistema renal 
 
Anatomicamente esse sistema está organizado em órgãos diversos, formado 
por dois rins, 2 ureteres, 1 bexiga e a uretra. A organização renal está abaixo 
descrita. 
 
 
 
Fig. 11 Sistema renal humano 
 
Do ponto de vista da fisiologia, devemos nos concentrar na estrutura dos rins 
que são formados por milhões de unidades microscópicas chamadas de 
néfron, existindo cerca de 1 milhão deles em cada rim humano. Vamos agora 
ampliar a visão de um rim para que possamos melhor estudar sua fisiologia. 
 
 
Fig. 12 Estrutura do néfron humano 
29 
 
2. Néfron 
 
O Néfron é formado por uma série de estruturas que estão sendo mostradas na 
figura 12. O sangue que sai do coração pela artéria aorta chega aos rins pelas 
artérias renais que se subdividem e se transformam em uma estrutura 
chamada de arteríola aferente que é a de entrada e eferente que é a de saída. 
Essa arteríola se divide em estruturas mais finas ainda chamadas de capilares 
e adentram uma cápsula formada de tecido conjuntivo, chamada cápsula de 
Bowman onde o a primeira etapa do processo de formação da urina acontece 
que é a filtração. Aquilo que é filtrado continua a percorrer a estrutura renal, 
passando pelos túbulos contorcidos proximais, alça de Henle descendente e 
ascendente, túbulo contorcido distal e ducto coletor. Ao longo desse caminho 
acontecem os outros processos, chamados de reabsorção e filtração 
glomerular. Aquilo que não foi filtrado continua seu caminho pela arteríola 
eferente que formará a veia renal e voltará para o lado direito do coração pelas 
veias cavas. 
 
3. Filtração glomerular 
 
O primeiro evento de formação da urina consiste numa etapa chamada de 
filtração glomerular que funciona como uma filtro que deixa passar somente 
moléculas bem pequenas, mas grandes moléculas não apresentam 
capacidade, nem tamanho para serem filtradas. 
 
Fig. 13 Pressões atuantes sobre a filtração glomerular 
 
30 
 
A filtração glomerular poderia ser muito bem associada a uma espécie de um 
filtro que purifica o plasma sanguíneo que chega ao glomérulo. O sangue que 
sai do coração pela aorta do lado esquerdo cardíaco vai sofrendo subdivisões e 
adentra ao rim na forma de uma artéria renal que por sua vez se torna mais 
fina ainda e origina a arteríola aferente mostrada na figura acima. Essa 
arteríola se torna ainda mais delgada, originando o glomérulo que é um 
emaranhado de pequenos vasos chamados de capilares glomerulares que 
estão arranjados dentro de uma cápsula de tecido conjuntivo chamada de 
cápsula de Bowman. Podemos observar que existe uma força de filtração que 
é resultante da diferença das pressões existentes entre a de entrada vinda do 
coração, chamada de pressão hidrostática glomerular e duas outras contrárias, 
chamadas de pressão da própria cápsula e a oncótica glomerular. Via de regra 
temos que a pressão sanguínea que chega ao sistema renal é mais ou menos 
a metade daquela que sai de um coração fisiologicamente normal. Se partirmos 
do princípio que a pressão sistólica fisiológica normal é em torno de 120 mmHg 
(cento e vinte milímetros de mercúrio) essa pressão que chega ao sistema 
renal é em torno de 60 mmHg. Na figura acima temos duas pressões contrárias 
de 32 e 18 mmHg, resultando em uma pressão de filtração em torno de 10 
mmHg. Mas vamos pensar como esse processo acontece? Existem três 
barreiras envolvidas nesse processo que são assim descritas: 
 
1) Endotélio do capilar glomerular fenestrado (impede a passagem de células 
do sangue e com cargas negativas que repelem proteínas plasmáticas) 
2) Lâmina basal (membrana basal): glicoproteínas carregadas negativamente, 
colágeno e outras proteínas: peneira grossa. 
3) Epitélio da cápsula de Bowman (podócitos): deixam a fenda de filtração 
estreita. Temos proteínas como a nefrina e a podocina. 
 
31 
 
 
 
Fig. 14 Barreiras de filtração do nefron 
 
O endotélio do capilar glomerular é do tipo fenestrado, ou seja, apresenta 
pequenos espaços ao longo de seu tecido que são verdadeiras peneiras, 
impedindo a passagem de grandes moléculas como proteínas plasmáticas 
importantes tais como a albumina, o fibrinogênio ou o angiotensinogênio. 
Outras estruturas maiores também não conseguem ultrapassar essa barreira, 
como as células do sangue, quer sejam os leucócitos, as hemácias ou as 
plaquetas que são mantidas no líquido sanguíneo que segue pela arteríola 
eferente e passa por toda a extensão dos capilares peritubulares que estão ali 
em íntimo contato com as alças renais. Uma segunda barreira de filtração é 
feita por proteínas carregadas negativamente que se acumulam na lâmina 
basal do endotélio e aí você pode me perguntar: qual seria a função dessas 
proteínas e aí podemos observar como a fisiologia é perfeita. A grande maioria 
das proteínas que não devem ser filtradas, incluindo aí também os anticorpos 
tem carga negativa e te pergunto: o que uma carga negativa faz com outra 
32 
 
carga negativa? Simplesmente se repelem e ajudam para que as mesmas não 
sejam filtradas. Outra barreira física é determinada pelos podócitos que são 
especializações do epitélio endotelial que diminui a superfície de contato do 
plasma com o glomérulo, dificultando ainda mais a filtração de grandes 
partículas. Mas aí surge uma nova indagação: e o que mesmo será filtrado? O 
sistema renal filtra apenas pequenas moléculas como os íons e água, sendo 
que 99% daquilo que é filtrado sofrem um mecanismo de reabsorção e retorna 
a corrente sanguínea, conforme mostrado na figura abaixo: 
 
Fig. 15 Números da filtração glomerular 
4. Reabsorção e Secreção Renal 
O processo de formação da urina é dividido em três fases distintas. A primeira 
acontece única e exclusivamente no glomérulo e foi o que discutimos 
previamente. O plasma que chega ao néfron é filtrado e da sua constituição é 
retirado moléculas grandes e células sanguíneas que devido a seu tamanho 
não conseguem passar a barreira de filtração, sendo filtrado apenas água e 
micro elementos, notadamente os íons. Na figura 15 observamos que de um 
volume de 100% somente 20% é filtrado por vez, mas observem que mais de 
19% é reabsorvido, ou seja, volta a corrente sanguínea. Isso mesmo, quase 
todo o produto da filtração não é descartado na forma de urina. Algumas 
substâncias por outro lado precisam ser descartadas do sangue, mas elas não 
foram filtradas e agora terão o caminho inverso ao da reabsorção, ou seja, 
serão jogadas dos vasos sanguíneos para os túbulos renais e esse processo 
representa a secreção que apresenta enorme importância quando o corpo 
precisa se livrar de substâncias indesejáveis, tais como toxinas, drogas ou 
mesmo no controle do pH sanguíneo através da eliminação de íons hidrogênio 
33 
 
em casos de acidose ou de íons bicarbonato quando o estado é de alcalose. 
Abaixo temos um esquema que exemplifica esses mecanismos. 
 
Fig. 16. Filtração, reabsorção e secreção renal 
Ao analisarmos a figura acima observamos os três processos de formação da 
urina acontecendo: filtração glomerular na cápsula de Bowman, reabsorção 
tubular que é quando aquilo que for filtrado está sendo devolvido ao vaso 
sanguíneo e a secreção que segue o caminho contrário, ou seja, sai do vaso 
sanguíneo e é jogado nos túbulos renais. 
5. Reabsorção e secreção são regidos por mecanismos de transporte 
transmembranar 
Os mecanismos que regem esses processos são determinados por transportes 
que acontecem ao longo do túbulo renal, podendo acontecer através da 
atuação de transportes ativos ou passivos. O principal mecanismo que conduz 
esse processo é a bomba de sódio e potássioque ao manter a baixa 
concentração de sódio no lado intracelular das células que revestem os túbulos 
renais faz com que outros íons e água consigam se movimentar ao longo 
dessas estruturas. 
34 
 
 
Fig. 17 Mecanismos de reabsorção e excreção renal 
Observem na figura acima que as substâncias podem utilizar uma via chamada 
de paracelular através de pequenos espaços existentes entre as células que 
estão revestindo a estrutura renal ou utilizarem mecanismos de transporte 
quando precisam atravessar a membrana de revestimento, sendo usado os 
transportes ativo com gasto de energia metabólica, o transporte passivo que 
vai a favor do gradiente de concentração e a osmose que será responsável por 
reabsorver quase toda a água filtrada pelo glomérulo. 
 O filtrado que chega a porção inicial do túbulo contorcido proximal tem 
composição muito semelhante aquela do plasma sanguíneo e 
conseqüentemente tem alta concentração de íons sódio. Como o sódio viaja a 
favor de seu gradiente de concentração, este íon começa a se concentrar no 
interior das células epiteliais que revestem a estrutura do túbulo proximal. A 
alta concentração de sódio no meio intracelular é algo que deve ser evitado 
pelo organismo e quem faz com maestria isso é a bomba de sódio e potássio. 
Com o passar do tempo, o sódio começa a se concentrar no espaço entre o 
túbulo renal e o capilar sanguíneo, começando a atrair íons de carga negativa, 
pois o sódio tem carga positiva. Entre esses íons temos o fosfato, o cloro e o 
bicarbonato. Quando todas essas moléculas se concentram, começa a 
35 
 
aumentar a concentração osmótica fora do túbulo proximal, fazendo com que a 
água saia por osmose. Como foi retirado sódio, água e muitos eletrólitos de 
carga negativa, aqueles que têm carga positiva começam a se concentrar e 
criam um gradiente de concentração que favorece a sua reabsorção. A glicose, 
aminoácidos e pequenas proteínas podem ser reabsorvidas através de 
transporte ativo secundário dependente de sódio, pois a medida que o sódio 
caminha a favor do seu gradiente de concentração, essas substâncias se ligam 
a mesma proteína carreadora viajam de forma conjunta. A secreção segue o 
caminho inverso da reabsorção e um dos objetivos desse processo é o 
organismo se livrar de partículas indesejáveis. A secreção de íons hidrogênio 
ou bicarbonato visa ao controle do pH sanguíneo, acontecendo secreção de 
hidrogênio quando está muito ácido e de bicarbonato em situações de alta 
alcalinidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
1. Enumere as principais funções do sistema urinário 
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2. Descreva as estruturas encontradas no glomérulo e suas funções no 
processo de filtração glomerular 
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3. Qual a diferença entre reabsorção e secreção renal? 
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4. No homem, após a filtragem no glomérulo renal, ocorre a formação e 
eliminação da urina. Assinale a opção que associa corretamente as estruturas 
do aparelho urinário humano, apresentadas na coluna I, em algarismos 
romanos, com as funções apresentadas na coluna II, em algarismos arábicos. 
COLUNA I 
I. Uretra. II. Ureter. III. Néfron. IV. Bexiga. 
COLUNA II. 
1. Produz a urina através da filtração, reabsorção e secreção 
2. Conduz urina para o meio externo. 
3. Armazena urina. 
4. Recolhe a urina que surge na pelve renal. 
5. Concentra a urina. 
a) I-2; II-4; III-1; IV-3. 
b) I-2; II-3; III-1; IV-5. 
c) I-4; II-3; III-1; IV-V. 
d) I-4; II-5; III-3; IV-2. 
e) I-3; II-5; III-3; IV-1. 
 
5. Esquema abaixo ilustra as diferentes regiões que compõem o néfron. Cada 
número representa uma dessas regiões. Assinale a alternativa em que se 
associam corretamente regiões do néfron e suas principais funções. 
 
 
 
 
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a) 1 = reabsorção de substâncias úteis; 3 = reabsorção de água; 5 = 
reabsorção de água. 
b) 2 = filtração glomerular; 3 = reabsorção de água; 4 = eliminação ativa de 
compostos indesejáveis. 
c) 1 = filtração glomerular; 2 = reabsorção ativa de substâncias úteis; 5 = 
reabsorção de água. 
d) 1 = filtração glomerular; 2 = secreção ativa de compostos indesejáveis; 4 = 
reabsorção ativa de substâncias úteis. 
e) 1= filtração glomerular, 2= reabsorção ativa de substâncias úteis, 3= 
secreção de compostos indesejáveis 
 
6. Na figura abaixo está esquematizada a unidade fisiológica do sistema 
excretor humano: 
 
As setas 6, 5, 4 e 2 indicam, respectivamente: 
a) Glomérulo, túbulo contorcido proximal, alça de Henle e tubo coletor. 
b) Túbulo contorcido distal, túbulo renal, alça de Henle e tubo coletor. 
c) Alça de Henle, túbulo renal, cápsula de Bowman e tubo coletor. 
d) Cápsula de Bowman, tubo coletor, alça de Henle e túbulo renal. 
e) Glomérulo, cápsula de Bowman, tubo coletor e alça de Henle. 
 
 
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7. Os rins artificiais são aparelhos utilizados por pacientes com distúrbios 
renais. A função desses aparelhos é: 
a) oxigenar o sangue desses pacientes, uma vez que uma menor quantidade 
de gás oxigênio é liberada em sua corrente sanguínea. 
b) Nutrir o sangue desses pacientes, uma vez que sua capacidade de secretar 
nutrientes orgânicos do néfron para o sangue está diminuída. 
c) Reabsorver o excesso de gáscarbônico que se acumula no sangue desses 
pacientes e que não é filtrado pelo glomérulo 
d) Retirar através da secreção o excesso de glicose, proteínas e lipídios que se 
acumula no sangue desses pacientes. 
e) Reabsorver os íons após filtração e secretar resíduos nitrogenados que se 
acumulam no sangue desses pacientes. 
 
 
GABARITO 
4- a; 5-c; 6-a; 7-e

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