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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – FACULDADE NACIONAL DE DIREITO Direito Desportivo I Propedêutica Jusdesportiva Ingrid Caroline Grandini Rodrigues Professor: Angelo Luis de Souza Vargas . ÍNDICE Aula 1 - 13.03.2017 – PROPEDÊUTICA JUSDESPORTIVA 3 SUMÁRIO: Propedêutica Desportiva 3 PROPEDÊUTICA JUSDESPORTIVA 3 1. DESPORTO 3 2. ATLETA 4 3. FUNDAMENTO E ORIGEM FILOSÓFICA DO DESPORTO 4 4. FUNDAMENTO LEGAL NO BRASIL 4 ART. 217º, CF 4 Aula 2 – 20.03.2017: BASE LEGAL DO DIREITO DESPORTIVO NO BRASIL 5 SUMÁRIO: 5 1. ATRIBUTO CONSTITUCIONAL (Art. 217, CRFB) 6 2. DICOTOMIA ENTRE “FUNÇÃO SOCIAL” E “AÇÃO ESTATAL” 7 2.1: Classificação morfológica: 7 3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO DIMENSIONAMENTO DOS DIREITOS 8 3.1: Desporto Educacional 8 3.2: Desporto de participação 8 3.3: Desporto de alto rendimento 8 Aula 3 – 27.03.2017 – Ordenamento Jusdesportivo Brasileiro 8 SUMÁRIO: 8 1. HIERARQUIA DAS LEIS 9 2 2. SISTEMA BRASILEIRO DO DESPORTO 9 2.1 Ministério do Esporte 10 2.2 Conselho Nacional do Esporte 10 3. SISTEMA NACIONAL DO ESPORTE 10 4. SUJEITOS DE DIREITO NO DESPORTO BRASILEIRO 10 5. DIFERENÇAS POR NATUREZA DOS DIREITOS 10 6. JUSTIÇA DESPORTIVA 11 7. COMPETÊNCIA: 11 8. CONTRATOS 12 PRINCIPIOS NORTEADORES DA JUSTIÇA DESPORTIVA BRASILEIRA 12 Aula 5 - 10.04.2017 12 Lei Pelé ( L. 9.615/98) vs. CLT 12 Aula 6 - 17.04.2017 13 Direito de Arena Vs. Direito de Imagem 13 1. Imagem: 13 2. Arena: 13 Aula 7 - 24.04.2017: Estatuto de Defesa do Consumidor 13 Aula 1 - 13.03.2017 – PROPEDÊUTICA JUSDESPORTIVA DESPORTE E ESPORTE => sinônimos 3 O uso do termo DESPORTO é utilizado apenas por estar na letra da lei. SUMÁRIO: Propedêutica Desportiva 1. Desporto: conceito 2. Atleta 3. Fundamento e origem filosófica do desporto 4. Fundamento legal no Brasil PROPEDÊUTICA JUSDESPORTIVA Qual a diferença entre desporto e jogo? Jogo é um direito. Direito internacional. Direito ao jogo. A criança por exemplo tem direito a jogar. O jogo é necessário para o desenvolvimento lúdico. Está nos direitos sociais da criança e do adolescente. A palavra jogo tem um campo semântico muito amplo, mas a essência está no lúdico. 1. DESPORTO - é regulamentado legalmente, tanto que vai haver dele o Direito Desportivo. 1. Ramo do direito que trata das normas regulamentares das modalidades esportivas ex: dimensões do campo de futebol. 2. normas oriundas do direito que regulamentam as competições esportivas ex: Lei 9615 (LEI PELÉ) O direito desportivo é um ramo do direito e logicamente deve ter uma norma ordinária: Lei 9615, a Lei Pelé, que é a norma que regulamente de uma forma geral o funcionamento das competições esportivas e também os Tribunais de Justiça Desportiva (TJD). e temos a norma complementar que é o Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que é o código que vai explicar o funcionamento da justiça desportiva que apesar de ser muito parecido não é igual a justiça comum. 4 O direito desportivo é um direito PRIVADO! pois antes de ser de interesse do Estado, é de interesse do cidadão. o Estado só aparece quando o interesse do cidadão, o interesse das agremiações, das pessoas de direito é inobservado, o Estado aparece. tanto que a justiça desportiva, pelo Art. 217º CF (autonomia da justiça desportiva). 2. ATLETA Quem é o atleta? O atleta é quem prática o esporte? De uma forma geral o atleta é quem se envolve em uma prática desportiva, pratica sistematicamente a modalidade, se envolve, cumpre o regulamento, mas para a matéria legal, para o direito, atleta é aquele que está registrado como atleta pelo clube, registrado por uma entidade de administração do desporto. Registrado pelas entidades práticas, agremiações, que os registram como seus atletas. 3. FUNDAMENTO E ORIGEM FILOSÓFICA DO DESPORTO Remonta ao início do século XX: a primeira preocupação em se criar uma legislação especifica do desporto porque a internacionalização do desporto organizado se dá no séc XIX, (1896), por Gates Freid, para a criação do jogos Olímpico da era moderna, ele cria o princípio do amadorismo, finca a primeira norma do direito internacional: é obrigatório que o participante seja amador. 4. FUNDAMENTO LEGAL NO BRASIL Presente na lei maior, CRFB (Art. 217). ART. 217º, CF Seção III DO DESPORTO Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, 5 como direito de cada um, observados: I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento; II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento; III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional; IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional. § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. § 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final. § 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social. Aula 2 – 20.03.2017: BASE LEGAL DO DIREITO DESPORTIVO NO BRASIL SUMÁRIO: 1. Atributo Constitucional (art. 217. CF) 2. Dicotomia entre a concepção de “direito social” e a efetiva forma de ação estatal – dever de fomento 2.1 Classificação quanto a morfologia 3. Classificação quanto o dimensionamento dos direitos 3.1 Desporto educacional 3.2 Desporto de participação 3.3 Desporto de alto rendimento Como o desporto é histórico no nosso país, como o desporto está ligado, inexoravelmente, ao entretenimento muito mais do que à educação ou à saúde, no nosso país é muito mais recente. A ciência do desporto, os filósofos do desporto, os teóricos do desporto começaram a produzir aquilo que a gente chama de doutrina desportiva, filosofia do desporto, a ponto de mostrar o quanto o desporto é importante para o 6 desenvolvimento do país, para o desenvolvimento de uma nação. Lembrando que as grandes civilizações, me atendo a metade ocidental, principalmente a greco-romana, ambas jogavam e competiam. Toda a filosofia do desporto nasce na civilização greco-romana. Por que não só na grega? Porque a grega foi o esplendor do desporto e nunca ninguém ligou tanto o desporto à educação como os gregos. Não é novidade nenhuma que a CRFB tenha colocado entre os direitos sociais o direito ao desporto educacional. Qual a luminosidade disso? Isso é histórico, vem das civilizações clássicas. Não havia educação grega sem a prática desportiva. o desporto era tão importante quanto uma celebração de um casamento, ou a celebração do ritual de morte dos gregos. Você sabe qual era a atividade preferencial dos gregos quando morria alguém? Era a celebração de jogos, a celebração fazia parte do ritual civilizadorgrego, quando morria alguém muito importante no mundo grego era mandado pelos governantes a celebração de jogos competitivos. Enfim, há uma corrente doutrinária que diz que o direito desportivo nasce justamente com o pensamento Olímpico grego porque ele colocou uma série de restrições como, por exemplo, a não participação das mulheres, nem entrar no estádio! O banimento do esporte hoje é um atributo jurídico. Nós temos casos de atletas brasileiros que por infringirem a ética desportiva, infringiram a legislação desportiva e foram banidos do esporte, o instituto do banimento foi desde a Grécia. Essa corrente conclama que as instituições desportivas nascem na civilização grega e tem seu grande apogeu, que vai coincidir com a necessidade da coercitividade do direito que é o poder de força emanada da norma legal, isso vai acontecer a partir da Civilização Romana e, coincidentemente, vai ocorrer, o direito vai se tornar mais duro e coercitivo justamente com o apogeu da corrupção. Os romanos, no final da civilização romana, quando ela cai em decadência com as suas orgias, festas, abusos dos governantes, com a queda do império romano primeiro diante dos bárbaros, depois diante dos francos, enfim, com o crescimento do cristianismo, o direito desportivo passa a ter muita força, por quê? A maneira que os romanos encontraram de divertir o povo foi através dos jogos, os jogos corrompidos, trapaceados, tanto que se criou o estigma da classe social, os chamados "Os Trapaceiros". 7 Naquela época, na trapaça, o sujeito jogava uma espada no meio das rodas, cortava a pata do cavalo, dava uma flechada ou no cavalo ou no piloto, então era uma forma de trapacear, e ai o direito surgiu, alavancou. Uma corrente doutrinária mais antiga diz que o direito desportivo nasce com o apogeu da corrupção no esporte que vai acontecer no período clássico, na Roma Antiga. Atravessando os tempos, nós não podemos falar de um direito desportivo, por exemplo, na idade média, pois ela foi totalmente dominada pela igreja católica e as instituições católicas baniram qualquer tipo de jogo, qualquer tipo de desporto, mesmo aquela beleza dos gregos não foi acolhida pelos reis católicos. Porem, nas horas de folga e escondidos da plebe, os frades, os noviços batiam uma bolinha, porém escondido. o povo mesmo era proibido de fazer sob pena de excomunhão e heresia. O renascimento dos Jogos Olímpicos e o renascimento do direito desportivo coincidem por volta do fim do séc. XIX (1896), conclamando todos os povos a comparecerem à Universidade de Paris para um congresso onde discutiram o chamado Principio do Amadorismo (aquilo que não é profissional). O que determina o desporto amador ou profissional não é o ESPORTE. O determinante é o ATLETA, apenas o atleta pode ser considerado profissional ou não! 1. ATRIBUTO CONSTITUCIONAL (Art. 217, CRFB) - é um direito nosso ter o fomento da prática desportiva. e como o Estado fomenta? quando a gente faz a hermenêutica da norma legal, toda norma tem um objetivo, uma faixa de luz, o escopo (espaço/gradiente social na qual a norma rege as ações dos indivíduos). Há também o espírito (o verbo determina se a norma é permissiva ou imperativa). 8 2. DICOTOMIA ENTRE “FUNÇÃO SOCIAL” E “AÇÃO ESTATAL” - a principio é um direito subjetivo, porque eu não sou obrigado a praticar, eu pratico se eu quiser. Há uma subjetividade do mandatário, o sujeito de direito sou eu. É um direito social e subjetivo. A efetiva forma da ação estatal se da na forma de fomento, quer dizer, o Estado pode não me dar a estrutura, porque ele não tem condições "ah! eu não tenho condições de investir no desporto, então, não invisto no desporto". - o desporto não é um direito essencial, não é um direito fundamental (educação, saúde, segurança). é uma outra categoria do direito, mais fungível, menos importante na hierarquia dos direitos da Constituição Brasileira. Com isso, fica fragilizada a implementação do desporto, porque nem sempre os governantes vem o desporto apenas como algo muito bom para as suas estratégias de marketing, porque a maioria da população é jovem-adulto. o desporto ficou legado a segundo plano, pois o bom do desporto para os governantes é a estrutura de marketing. Quando o governo esta em decadência, não tem aceitação popular, ou ele faz um "rock'n rio" ou faz uma competição esportiva de grande alcance, porque ele vai pegar a grande massa jovem. Acontece que nem todos os governos vêm dessa forma e vem no desporto uma forma de disseminar um modelo de saúde, uma forma de disseminar a saúde preventiva, porque está comprovado no planeta que o desporto é uma das formas mais eficazes de preservação da saúde, sobretudo no mundo estressante como está. o desporto, está comprovado, que é um meio de educação sensacional. 2.1: Classificação morfológica: - ligada diretamente a normatização. - essa classificação é importante devido aos direitos. 2.1.1: Prática formal: aquela que é praticada em obediência ou observância da normatividade específica da modalidade desportiva, ou seja, é aquela prática na qual os participantes tomam parte na peleja 9 (competição) e obedecem as regras específicas da modalidade. 2.1.2: Prática não-formal: aquela prática desportiva que é regida pelo princípio da adaptação. - o que difere as duas segundo a morfologia prevista na Constituição da Republica, o que o legislador constituinte diz? Mostrar que existem duas formas de praticar o desporto (formal - com obediência ao regramento - e não-formal - regida pela adaptação) 3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO DIMENSIONAMENTO DOS DIREITOS 3.1: Desporto Educacional - Direito fundamental. - pode constituir legitimadamente, no máximo, os tribunais pedagógicos, além disso, ele não é passível da justiça desportiva. - Objetivo: Visa, sobretudo, a educação do indivíduo, o bem imaterial, o desenvolvimento do cidadão. - próprio da Instituição Escolar (# desporto escolar) - Sujeito de direito: o estudante. - NÃO-FORMAL 3.2: Desporto de participação - Objetivo: participação, desenvolvimento de relações intersociais - desporto mais aleatório, desporto de lazer que é um direito social. - Sujeito de direito: qualquer um - NÃO-FORMAL 3.3: Desporto de alto rendimento - desporto de alta competição, alto impacto que há até um viés falacioso. o atleta 10 é o sujeito da saúde e no desporto de alto rendimento isso é altamente discutido. O atleta do desporto de alto rendimento fica mais na enfermaria do que atuando. Ressentem muito mais das lesões do que aqueles que nunca foram atletas. Há herança das lesões. O atleta pelo desgaste e pelo tempo pode se profissionalizar. - Objetivo: competições, medalhas, desenvolvimento do desporto, desenvolvimento dasmodalidades. - Sujeito de direito: atleta - FORMAL Aula 3 – 27.03.2017 – Ordenamento Jusdesportivo Brasileiro SUMÁRIO: 1. Hierarquia das Leis: CRFB, Lei 9615/98, CBDJ – Resolução 29/2009 – CNE 2. Sistema Brasileiro do Desporto (art. 4º Lei 9615/98) 2.1: Ministério do Esporte (ME) 2.2: Conselho Nacional do Esporte (CNE) 3. Sistema Nacional do Esporte (art. 13º lei 9615/98) 3.1: Comite Olimpico Brasileiro (COB) 3.2: Comite Paralimpico Brasileiro (CPB) 3.3: Entidades Nacionais de Administração do Desporto (EAD) 3.4: Entidades Regionais de Administração do Desporto (EAD-R) 3.5: EPD 3.6: Confederação Brasileira de Clubes 4. Sujeito de Direito do Desporto Brasileiro (EAD, EPD, Atleta, Arbitro) 5. Diferenciação por natureza dos Direitos 5.1: Profissional 5.2: Não-profissional 6. Jurisdição (art.3º CBJD) 7. Competência por afinidade técnica e específica 1. HIERARQUIA DAS LEIS 1º Constituição da Republica Federativa do Brasil (autonomia 11 do desporto) 2º Lei 9615/98: lei “base” do desporto – LEI PELÉ 3º Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): pode ser revogado ou reformulado dependendo da votação da Lei Base. - toda estruturação do Tribunal fica a respeito do próprio tribunal = Tribunal Pleno - O Tribunal de Justiça Desportiva é apartado, ou seja, não é dependente. - o exercício da jurisdição deve ocorrer em no máximo 60 dias. No topo da norma legal nós temos a CRFB e o artigo 217 que legitima a organização da justiça desportiva. Uma pergunta que se vem normalmente: então, a entidade de administração do desporto é responsável pelos tribunais de justiça desportiva? Sim, porém um órgão apartado, não é dependente. A responsabilidade da Entidade de Administração do Desporto é pela estruturação, o tribunal tem autonomia própria para se estruturar mecanicamente com seus operadores do Direito, ou seja, há uma procuradoria estruturada, há um sistema de comissões, tudo fica por conta do próprio tribunal. o órgão é apartado para não haver desconfiança em relação à independência. Se o órgão é da justiça desportiva e ele é nutrido pela EAD é esta que passa a ter a preponderância de influencia sobre o tribunal e não é assim que ocorre. a justiça desportiva não faz parte da estruturação do judiciário brasileiro, mas ela é garantida pelo poder de estado que está na constituição. Então, há uma remessa direta quando o TJD não faz o direito, não diz o direito em 60 dias, imediatamente, o processo pode ser aguçado. 2. SISTEMA BRASILEIRO DO DESPORTO LEI 9615/98 Seção I Da composição e dos objetivos 12 Art. 4º: O Sistema Brasileiro do Desporto compreende: I - o Ministério do Esporte; (Redação dada pela Lei nº 10.672, de 2003) II - (Revogado) (Revogado pela Lei nº 10.672, de 2003) III - o Conselho Nacional do Esporte - CNE; (Redação dada pela Lei nº 10.672, de 2003) IV - o sistema nacional do desporto e os sistemas de desporto dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, organizados de forma autônoma e em regime de colaboração, integrados por vínculos de natureza técnica específicos de cada modalidade desportiva. § 1 o O Sistema Brasileiro do Desporto tem por objetivo garantir a prática desportiva regular e melhorar-lhe o padrão de qualidade. § 2o A organização desportiva do País, fundada na liberdade de associação, integra o patrimônio cultural brasileiro e é considerada de elevado interesse social, inclusive para os fins do disposto nos incisos I e III do art. 5oda Lei Complementar no 75, de 20 de maio de 1993. (Redação dada pela Lei nº 10.672, de 2003) § 3 o Poderão ser incluídas no Sistema Brasileiro de Desporto as pessoas jurídicas que desenvolvam práticas não-formais, promovam a cultura e as ciências do desporto e formem e aprimorem especialistas. 2.1 Ministério do Esporte Órgão máximo do desporto 2.2 Conselho Nacional do Esporte Órgão consultivo e, em alguns casos, deliberativo Por que “Sistema Brasileiro”? Natureza eminentemente ESTATAL Por que “Sistema Nacional”? Natureza mista, ou seja, ESTATAL + PRIVADA 13 3. SISTEMA NACIONAL DO ESPORTE 1.1 COB: filiada ao COI 1.2 CPB: filiada ao CPI 1.3 EAD: confederações e federações nacionais 1.4 EAD-R: confederações e federações regionais 1.5 EPD: possibilidade de associações 4. SUJEITOS DE DIREITO NO DESPORTO BRASILEIRO Quem pode litigar na justiça desportiva? - EAD - EPD - Atletas - Árbitros 5. DIFERENÇAS POR NATUREZA DOS DIREITOS A justiça desportiva, em tese, só se aplica ao Desporto PROFISSIONAL. No desporto NÃO-PROFISSIONAL a punição deve ser disciplinar e não pode ser causadora de trauma. 6. JUSTIÇA DESPORTIVA CBJD Art. 3º São órgãos da Justiça Desportiva, autônomos e independentes das entidades de administração do desporto, com o custeio de seu funcionamento promovido na forma da lei: 14 I - o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), com jurisdição desportiva correspondente à abrangência territorial da entidade nacional de administração do desporto; (NR). II - os Tribunais de Justiça Desportiva (TJD), com jurisdição desportiva correspondente à abrangência territorial da entidade regional de administração do desporto; (NR). III - as Comissões Disciplinares constituídas perante os órgãos judicantes mencionados nos incisos I e II deste artigo. (NR). Art. 3º-A. São órgãos do STJD o Tribunal Pleno e as Comissões Disciplinares. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009). 7. COMPETÊNCIA: -A competência se dá por afinidade técnica ou aptidão. -O Superior Tribunal de Justiça Desportiva do futebol não pode julgar o do basquete por não ter competência Existe o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) que julga competições organizadas pela federação do estado - nela há duas instâncias. Qualquer situação disciplinar do campeonato carioca (futebol, vôlei, basquete, etc) vai ser julgado pelo TJD da federação correspondente. Em casos competições organizadas pela entidade de prática nacional será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Exemplo de questão: Vai ser colocada uma situação de um caso, provavelmente Flamengo X Vasco, deve-se ignorar os times envolvidos, deve ser observada qual competição é alegada na questão. Eventualmente, em uma partida Flamengo X Vasco, Campeonato Brasileiro, fulano foi expulso: julgamento pelo 15 STJD. Caso fosse Campeonato Carioca, TJD. Existe hierarquia, caso as duas instâncias do TJD não sejam suficientes, pode-se recorrer ao STJD - em algumas hipóteses específicas, cabe entrada de recurso no Caes - Tribunal da FIFA (ex: doping). Em casos de Ligas que não tenham federação específica cria-se uma Comissão Disciplinar (um tribunal específico), porém não pode recorrer ao STJD. 8. CONTRATOS Instituto da Formação Incentivada: O atleta pode se profissionalizar dos 16 aos 20 anos. Caso chegue aos 20 anos e o atleta não tenha sidoprofissionalizado, não pode ser inscrito em competições profissionais (caso seja, o clube perde ponto). Dos 14 aos 20, o clube deve ter com ele o contrato de formação: O clube é obrigado a dar moradia, alimentação, saúde, educação. ● 14-20 anos: formação do atleta ● 16-20 anos: profissionalização do atleta PRINCIPIOS NORTEADORES DA JUSTIÇA DESPORTIVA BRASILEIRA ● Ampla defesa: direito de defesa da parte ● Celeridade: nada que impeça a agilidade (conversa com a economia processual) - justiça rápida ● Contraditório: se a entidade não puder patrocinar o advogado, o tribunal o fornece. ● Economia processual: prazos curtos para obtenção de um resultado rápido “pedido” pela agilidade das competições. ● Independência: nenhum tribunal deve ser dependente da pressão 16 ● Legalidade: a justificação de um veredito deve estar presente na lei (acolhida da lei) ● Moralidade: como condenar a X se só pode cumprir X-1? ● Motivação: tipicidade do fato ● pró-competição: os resultados obtidos dentro de campo prevaleçam sobre outras situações. (isso não impede indeferimento quando necessário, mas que se prevaleça a questão técnica). Tem o Fair Play: tratamento imparcial; equidade; conformidade com as regras estabelecidas de um esporte, ramo de negócios etc.; jogo limpo. Aula 5 - 10.04.2017 Lei Pelé ( L. 9.615/98) vs. CLT - Rege tudo sobre o desporto trabalhista - normas específicas - exige formalidade de contrato (escrito, espresso, partes capazes) - há prazo mínimo (3 meses) máximo (5 anos): primeiro contrato profissional só com 16 anos (caso não se profissionalize até os 20 anos não pode mais. - vínculo desportivo: o contrato é registrado na federação (acessório) - normas gerais - não exige formalidade necessária de contrato - pode não ter prazo determinado (ou quando determinado no máximo 2 anos) - vínculo trabalhista surge na assinatura do contrato (principal) Aula 6 - 17.04.2017 17 Direito de Arena Vs. Direito de Imagem 1. Imagem: Natureza CIVIL. O atleta CEDE O USO da imagem, pois a imagem é um direito personalístico. Cessão é para o clube por VALOR PECUNIÁRIO (R$). Esse tipo de direito é passível de fraude, porque é um contrato civil e então o clube não precisa pagar nenhum imposto ou tributo devido o direito de imagem. Muitas vezes fazem, exemplo, o atleta ganha R$10.000,00 e se colocava R$8.000,00 para a imagem e R$ 2.000,00 de CLT, para driblar imposto. Com uma mudança na Lei Pelé (L.9615/98) em 2015 que diz que no máximo 40% da remuneração do atleta pode ser composta do direito de imagem, justamente para evitar a fraude. O sujeito de direito é o ATLETA. O uso da imagem deve ser comprovada: foto do time no site, exemplo 2. Arena: O sujeito de direito é o CLUBE (entidade de administração do desporto). O Clube, quando recebe a cota da televisão, exemplo, o Flamengo tem que repassar, obrigatoriamente, no mínimo 5% para o sindicato dos atletas. O sindicato depois repassa para os atletas que participaram da competição.Utilizado na PRÁTICA DESPORTIVA (filmagem dentro de uma partida). Não pacificado, natureza TRABALHISTA. Árbitro não tem direito de arena Aula 7 - 24.04.2017: Estatuto de Defesa do Consumidor Torcedor: é todo aquele que acompanha e segue uma entidade de prática desportiva. Há quem discorde e defenda que o torcedor é só quem tem o ingresso, mesmo que ingresso tácito. Se assimila ao código de defesa do consumidor, sendo assim, fica obrigado a fazer valer tudo o que está no Estatuto do Torcedor para todos os torcedores. A aplicação da Justiça Comum ou da Desportiva no Estatuto do Torcedor varia. 18 Apesar de ser uma legislação desportiva, é federal, logo não cabe somente a justiça desportiva. Bem jurídico tutelado: o direito de assistir ao espetáculo desportivo livre de qualquer ofensa ou ameaça dos direitos fundamentais. 19
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