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aula 6 - Atleta Profissional e Atleta não Profissional

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DIREITO 
DESPORTIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica 
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Desportivo 
 
 
São Paulo 
2021 
 
 
 
FICHA TÉCNICA 
Titulação e Nome Completo do Professor@ 
Presidência da Mantenedora 
 
Titulação e Nome Completo do Professor@ 
Vice-presidência Executiva 
 
Titulação e Nome Completo do Professor@ 
Reitoria 
 
Titulação e Nome Completo do Professor@ 
CEO 
 
Titulação e Nome Completo do Professor@ 
Diretoria de EaD 
 
Titulação e Nome Completo do Professor@ 
Coordenador@ Pedagógico 
 
Titulação e Nome Completo do Professor@ 
Coordenador@ de Área 
 
Titulação e Nome Completo do Professor@ 
Revisor de Conteúdo 
 
Rogério Batista Furtado 
Supervisor de Conteúdo 
 
Giovanna Messias Aléo 
Web Designer 
 
Profa. Ma. Natália Bertolo Bonfim 
Autoria 
 
 
Todo material didático disponibilizado, por meio físico ou digital, 
ao longo e para consecução de seu Curso, não poderá ser 
reproduzido, parcial ou integralmente, sob pena de ser 
responsabilizado civil e criminalmente, nos termos da Lei 9.610/98, 
por violação de propriedade intelectual, pois que todo e qualquer 
material é de propriedade da UNIVERSIDADE BRASIL e deverá ser 
utilizado exclusivamente em âmbito privado pel@ ALUN@. 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Car@ Alun@, 
 
Nesta unidade, você aprenderá a distinguir o atleta 
profissional e o não profissional, o atleta autônomo e o atleta em 
formação. Inicialmente, você compreenderá que diferenciação 
entre profissional e não profissional não diz respeito à 
modalidade desportiva, e sim ao atleta. Após, conhecerá a figura 
do atleta autônomo, que se dedica à modalidade desportiva 
como profissão, mas não tem um contrato de trabalho com a 
entidade de prática desportiva. Ao final, estudará a figura do 
atleta em formação, que celebra com o clube um contrato de 
formação sob a forma de “bolsa aprendizagem”. 
Bons estudos! 
NATÁLIA BERTOLO BONFIM 
 
 
 
 
 
DIREITO DESPORTIVO 
 
DIREITO DESPORTIVO DO TRABALHO (PARTE III) 
 
 
 
1. ATLETA PROFISSIONAL E ATLETA NÃO PROFISSIONAL 7 
2. ATLETA AUTÔNOMO 10 
3. ATLETA EM FORMAÇÃO 12 
 ASSINATURA DO PRIMEIRO CONTRATO DE TRABALHO 15 
 DIREITO DE PREFERÊNCIA PARA RENOVAÇÃO 16 
 INDENIZAÇÃO POR FORMAÇÃO 17 
 CLUBE FORMADOR 18 
 SOLIDARIEDADE 21 
REFERÊNCIAS 24 
6 
 
 
6 
 
 
 
AULA 6 
 
 
DIREITO DESPORTIVO DO 
TRABALHO (PARTE III) 
 
 
Objetivo 1. Distinguir o atleta profissional do atleta não 
profissional. 
Objetivo 2. Conhecer a figura do atleta autônomo. 
Objetivo 3. Identificar a figura do atleta em formação. 
 
7 
 
1. ATLETA PROFISSIONAL E ATLETA NÃO 
PROFISSIONAL 
Você já aprendeu que a Constituição Federal de 1988 foi o 
primeiro diploma constitucional a enquadrar o desporto como 
um direito do cidadão, em seu art. 217 e incisos: 
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas 
formais e não-formais, como direito de cada um, observados: 
I — a autonomia das entidades desportivas dirigentes e 
associações, quanto a sua organização e funcionamento; 
II — a destinação de recursos públicos para a promoção 
prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, 
para a do desporto de alto rendimento; 
III — o tratamento diferenciado para o desporto profissional e 
o não- profissional; 
IV — a proteção e o incentivo às manifestações desportivas 
de criação nacional. 
Dentre os princípios previstos no art. 217 da Constituição 
Federal, destaca-se a diferenciação entre desporto profissional 
e não profissional. No Brasil, o atleta pode ser amador ou 
profissional, não sendo permitidas diferenças entre 
modalidades esportivas, sujeitando-se todas elas à Justiça 
Desportiva. 
A Lei Pelé reafirma esse princípio, prevendo-o em seu rol de 
princípios fundamentais (art. 2º, inc. VI), “consubstanciado no 
tratamento específico dado ao desporto profissional e não-
profissional”. 
 
8 
 
Esta diferenciação é estabelecida pelo art. 3º, §1º da Lei Pelé, 
que assim dispõe: 
Art. 3º O desporto pode ser reconhecido em qualquer das 
seguintes manifestações: 
I — desporto educacional, praticado nos sistemas de ensino 
e em formas assistemáticas de educação, evitando-se a 
seletividade, a hipercompetitividade de seus praticantes, com a 
finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e 
a sua formação para o exercício da cidadania e a prática do 
lazer; 
II — desporto de participação, de modo voluntário, 
compreendendo as modalidades desportivas praticadas com a 
finalidade de contribuir para a integração dos praticantes na 
plenitude da vida social, na promoção da saúde e educação e na 
preservação do meio ambiente; 
III — desporto de rendimento, praticado segundo normas 
gerais desta Lei e regras de prática desportiva, nacionais e 
internacionais, com a finalidade de obter resultados e integrar 
pessoas e comunidades do País e estas com as de outras 
nações. 
IV — desporto de formação, caracterizado pelo fomento e 
aquisição inicial dos conhecimentos desportivos que garantam 
competência técnica na intervenção desportiva, com o objetivo 
de promover o aperfeiçoamento qualitativo e quantitativo da 
prática desportiva em termos recreativos, competitivos ou de 
alta competição. 
§ 1º O desporto de rendimento pode ser organizado e 
praticado: 
 
9 
 
I — de modo profissional, caracterizado pela remuneração 
pactuada em contrato formal de trabalho entre o atleta e a 
entidade de prática desportiva; 
II — de modo não-profissional, identificado pela liberdade de 
prática e pela inexistência de contrato de trabalho, sendo 
permitido o recebimento de incentivos materiais e de patrocínio. 
Observe que a diferenciação entre profissional e não 
profissional não diz respeito à modalidade desportiva, e sim ao 
atleta. 
A lei separa o desporte em três categorias: desporto 
educacional, de participação e de rendimento. Dentro do 
desporto de rendimento aparecem as categorias de atletas: 
profissionais ou não profissionais. Portanto, note que não existe 
esporte amador ou profissional; há desportista amador e 
desportista profissional (TASSO apud ROSIGNOLI; RODRIGUES, 
2017, p. 75). 
Deste modo, para a Lei Pelé, o atleta profissional é aquele que 
possui vínculo de trabalho com o clube, enquanto o atleta não 
profissional é aquele que não possui contrato de trabalho com 
nenhum clube, praticando a modalidade desportiva com 
liberdade, mas sendo-lhe permitido o recebimento de incentivos 
materiais e de patrocínio. 
Em 2013, a fim de regulamentar a Lei Pelé, foi editado o 
Decreto nº 7.984 que, dentre vários assuntos, tratou sobre a 
prática desportiva profissional, dispondo sobre a atividade 
profissional, a competição profissional e o atleta profissional. 
A única menção ao atleta não profissional neste Decreto está 
no art. 61, que dispõe que “o atleta não profissional que perceba 
 
10 
 
incentivos materiais na forma de bolsa, conforme disposto no 
art. 4º, parágrafo único, não será considerado contribuinte 
obrigatório do RGPS”. 
Perceba, portanto, que a legislação brasileira ampara apenas 
a figura do atleta profissional, ficando o atleta não profissional 
alheio ao sistema desportivo. 
Por último, devemos chamar a atenção para o seguinte fato: 
ainda que a legislação brasileira exija a existência de um 
contrato de trabalho entre clube e atleta, este não pode ser o 
único critério utilizado para caracterizar um atleta profissional. 
Por exemplo, como dizer que o tenista Guga Kuerten, que 
passou a vida de atleta de alto rendimento disputando 
competições da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), 
não seria um atleta profissional por não ter contrato formal de 
trabalho desportivo celebrado com um clube? (SANTORO, p. 7). 
Logo, outros critérios deverão ser observados para 
considerar um atleta como profissional, como por exemplo, se 
tem a intençãode praticar a modalidade de maneira profissional; 
se se dedica integralmente à modalidade; se tem uma 
alimentação balanceada; se pratica a modalidade como fonte de 
renda; dentre outros. 
2. ATLETA AUTÔNOMO 
Em 2011, a Lei nº 12.395 alterou a Lei Pelé em alguns pontos, 
dentre eles, passou a prever a figura do atleta autônomo no art. 
28-A: 
Art. 28-A. Caracteriza-se como autônomo o atleta maior de 16 
(dezesseis) anos que não mantém relação empregatícia com 
 
11 
 
entidade de prática desportiva, auferindo rendimentos por conta 
e por meio de contrato de natureza civil. 
§ 1º O vínculo desportivo do atleta autônomo com a entidade 
de prática desportiva resulta de inscrição para participar de 
competição e não implica reconhecimento de relação 
empregatícia. 
§ 2º A filiação ou a vinculação de atleta autônomo a entidade 
de administração ou a sua integração a delegações brasileiras 
partícipes de competições internacionais não caracteriza 
vínculo empregatício. 
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica às modalidades 
desportivas coletivas. 
O Decreto nº 7.984/2013 também conferiu tratamento à 
figura do atleta autônomo em seu art. 47: 
Art. 47. Caracteriza-se como autônomo o atleta maior de 
dezesseis anos sem relação empregatícia com entidade de 
prática desportiva que se dedica à prática desportiva de 
modalidade individual, com objetivo econômico e por meio de 
contrato de natureza civil. 
§ 1º A atividade econômica do atleta autônomo é 
caracterizada quando há: 
I — remuneração decorrente de contrato de natureza civil 
firmado entre o atleta e a entidade de prática desportiva; 
II — premiação recebida pela participação em competição 
desportiva; ou 
 
12 
 
III — incentivo financeiro proveniente de divulgação de 
marcas ou produtos do patrocinador. 
§ 2º O atleta autônomo enquadra-se como contribuinte 
individual no Regime Geral de Previdência Social — RGPS. 
Assim sendo, tem-se que o atleta autônomo é o maior de 16 
anos, que se dedica à modalidade desportiva como profissão, 
mas não tem um contrato de trabalho com a entidade de prática 
desportiva. 
O seu vínculo com a entidade é de natureza civil, isto é, ele irá 
se inscrever para participar de competições, mas sem que isso 
implique no reconhecimento de relação empregatícia. Além 
disso, só se enquadra como atleta autônomo aquele praticante 
de modalidades individuais (ROSIGNOLI; RODRIGUES, 2017, p. 
79). 
Portanto, a remuneração do atleta autônomo decorre de um 
contrato de natureza civil com a entidade de prática desportiva, 
além de poder celebrar contratos de patrocínio ou marketing 
com esta ou com outras pessoas. 
Ainda, a legislação prevê a possibilidade de estabelecer 
premiação ao atleta pela participação em competição 
desportiva. 
3. ATLETA EM FORMAÇÃO 
Segundo o art. 29, §4º da Lei Pelé, o atleta não profissional 
em formação, maior de quatorze e menor de vinte anos de idade, 
poderá receber auxílio financeiro da entidade de prática 
desportiva formadora, sob a forma de bolsa de aprendizagem 
 
13 
 
livremente pactuada mediante contrato formal, sem que seja 
gerado vínculo empregatício entre as partes. 
Neste contexto, o atleta maior de 14 e menor de 20 anos 
poderá celebrar com o clube um contrato de formação sob a 
forma de “bolsa aprendizagem”, e não gera vínculo 
empregatício. 
A teor do art. 29, §6º da Lei Pelé, o contrato de formação 
desportiva deve incluir, obrigatoriamente: 
I — identificação das partes e dos seus representantes legais; 
II — duração do contrato; 
III — direitos e deveres das partes contratantes, inclusive 
garantia de seguro de vida e de acidentes pessoais para cobrir 
as atividades do atleta contratado; e 
IV — especificação dos itens de gasto para fins de cálculo da 
indenização com a formação desportiva. 
Já o art. 50 do Decreto nº 7.984/2013 estabelece que este 
contrato visa propiciar ao atleta: 
I — capacitação técnico-educacional específica para sua 
modalidade desportiva; 
II — conhecimentos teóricos e práticos de atividade física, 
condicionamento e motricidade; 
III — conhecimentos específicos de regras, legislação, 
fundamentos e comportamento do atleta de sua modalidade; 
 
14 
 
IV — conhecimentos sobre civismo, ética, comportamento e 
demais informações necessárias à futura formação de atleta 
desportivo profissional; e 
V — preparação para firmar o primeiro contrato especial de 
trabalho desportivo, norteado pelo programa de formação 
técnico-profissional, compatível com o desenvolvimento físico e 
psicológico. 
Ainda, o art. 51 do Decreto permite às partes incluir no 
contrato, facultativamente, algumas obrigações do atleta, tais 
como: 
I — observar as cláusulas do contrato de formação 
desportiva; 
II — cumprir o programa de treinamento e o horário de 
capacitação determinados pela entidade formadora; 
III — assistir às aulas teóricas e práticas programadas pela 
entidade formadora, com satisfatório aproveitamento; 
IV — apresentar-se nas competições desportivas 
preparatórias e oficiais, nas condições, horários e locais 
estabelecidos pela entidade de prática desportiva contratante; 
V — permanecer, sempre que necessário, em regime de 
concentração, observado o limite semanal de três dias 
consecutivos; 
VI — assistir às aulas da instituição educacional em que 
matriculado e apresentar frequência e aproveitamento 
satisfatórios; e 
VII — respeitar as normas internas da entidade formadora. 
 
15 
 
Como formalidade, o contrato de formação deverá ser 
registrado na entidade de administração da respectiva 
modalidade desportiva (art. 29, §13, Lei Pelé). 
 ASSINATURA DO PRIMEIRO CONTRATO DE 
TRABALHO 
Quanto à assinatura do primeiro contrato de trabalho, já 
sabemos que o art. 29, caput da Lei Pelé, autoriza ao atleta 
assinar com o clube, a partir dos 16 anos, o primeiro contrato 
especial de trabalho desportivo, cujo prazo não poderá ser 
superior a 5 anos. 
Lembre-se que, em relação ao futebol, a FIFA determina que 
o contrato celebrado com atleta menor de idade tenha duração 
máxima de 3 anos. Quanto aos demais esportes, a duração dos 
contratos varia de acordo com cada modalidade. 
Além disso, a contratação do atleta em formação será feita 
diretamente pela entidade de prática desportiva formadora, 
sendo vedada a sua realização por meio de terceiros (art. 29, 
§12, Lei Pelé). 
De acordo com o art. 29, §7º da Lei Pelé, a entidade de prática 
desportiva formadora e detentora do primeiro contrato especial 
de trabalho desportivo com o atleta terá o direito de preferência 
para a primeira renovação deste contrato, cujo prazo não poderá 
ser superior a 3 anos, salvo se para equiparação de proposta de 
terceiro. 
Neste sentido, a norma visou assegurar ao clube que investiu 
na formação do atleta estabilidade e segurança, em razão do 
investimento que fez no atleta profissional. 
 
16 
 
 DIREITO DE PREFERÊNCIA PARA RENOVAÇÃO 
Para assegurar seu direito de preferência, a entidade de 
prática desportiva deverá apresentar, até 45 dias antes do 
término do contrato em curso, proposta ao atleta, de cujo teor 
deverá ser cientificada a correspondente entidade regional de 
administração do desporto, indicando as novas condições 
contratuais e os salários ofertados (art. 29, §8º). 
O atleta, então, deverá apresentar resposta à entidade de 
prática desportiva formadora, de cujo teor deverá ser notificada 
a entidade regional de administração, no prazo de 15 dias 
contados da data do recebimento da proposta, sob pena de 
aceitação tácita (art. 29, §8º). 
A entidade de administração do desporto deverá publicar o 
recebimento da proposta nos seus meios oficiais de divulgação, 
no prazo de 5 dias contados da data do recebimento (art. 29, 
§10). 
Segundo o art. 29, §9º, se outra entidade de prática 
desportiva oferecer proposta mais vantajosa ao atleta, deve-se 
observar o seguinte: 
I — a entidade proponentedeverá apresentar à entidade de 
prática desportiva formadora proposta, fazendo dela constar 
todas as condições remuneratórias; 
II — a entidade proponente deverá dar conhecimento da 
proposta à correspondente entidade regional de administração; 
e 
III — a entidade de prática desportiva formadora poderá, no 
prazo máximo de 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da 
 
17 
 
proposta, comunicar se exercerá o direito de preferência de que 
trata o §7º, nas mesmas condições oferecidas. 
Se o clube formador ofertar as mesmas condições, e, ainda 
assim, o atleta não concordar com a renovação do primeiro 
contrato especial de trabalho desportivo, ele poderá exigir do 
novo clube o valor indenizatório correspondente a, no máximo, 
200 vezes o valor do salário mensal constante da proposta. 
 INDENIZAÇÃO POR FORMAÇÃO 
O art. 29, §5º da Lei Pelé dispõe que: 
§ 5º A entidade de prática desportiva formadora fará jus a 
valor indenizatório se ficar impossibilitada de assinar o primeiro 
contrato especial de trabalho desportivo por oposição do atleta, 
ou quando ele se vincular, sob qualquer forma, a outra entidade 
de prática desportiva, sem autorização expressa da entidade de 
prática desportiva formadora, atendidas as seguintes 
condições: 
I — o atleta deverá estar regularmente registrado e não pode 
ter sido desligado da entidade de prática desportiva formadora; 
II — a indenização será limitada ao montante correspondente 
a 200 (duzentas) vezes os gastos comprovadamente efetuados 
com a formação do atleta, especificados no contrato de que 
trata o § 4º deste artigo; 
III — o pagamento do valor indenizatório somente poderá ser 
efetuado por outra entidade de prática desportiva e deverá ser 
efetivado diretamente à entidade de prática desportiva 
formadora no prazo máximo de 15 (quinze) dias, contados da 
data da vinculação do atleta à nova entidade de prática 
 
18 
 
desportiva, para efeito de permitir novo registro em entidade de 
administração do desporto. 
Assim, na impossibilidade de o atleta assinar o primeiro 
contrato especial desportivo de trabalho com o clube formador, 
que irá elevá-lo à condição de atleta profissional, e assinar com 
outro clube, o clube formador deverá ser indenizado na forma do 
§5º acima transcrito. 
Note que o caput do §5º menciona que o atleta que se 
vincular, sob qualquer forma, a outra entidade de prática 
desportiva, sem autorização expressa da entidade de prática 
desportiva formadora, deverá pagar indenização a esta. 
Assim sendo, o dispositivo não trata apenas da formalização 
de um contrato de trabalho, mas de qualquer outro meio que 
ligue o atleta a outro clube, sem que haja autorização do clube 
formador. Além disso, é necessário que o atleta esteja vinculado 
ao clube formador mediante registro na entidade regional ou 
nacional de administração do desporto e não tenha se desligado 
deste (ROSIGNOLI; RODRIGUES, 2017, p. 83). 
 CLUBE FORMADOR 
Para ser considerado como formador, o clube deverá 
obedecer aos seguintes requisitos previstos no art. 29, §2º da 
Lei Pelé: 
§ 2º É considerada formadora de atleta a entidade de prática 
desportiva que: 
I — forneça aos atletas programas de treinamento nas 
categorias de base e complementação educacional; e 
 
19 
 
II — satisfaça cumulativamente os seguintes requisitos: 
a) estar o atleta em formação inscrito por ela na respectiva 
entidade regional de administração do desporto há, pelo menos, 
1 (um) ano; 
b) comprovar que, efetivamente, o atleta em formação está 
inscrito em competições oficiais; 
c) garantir assistência educacional, psicológica, médica e 
odontológica, assim como alimentação, transporte e 
convivência familiar; 
d) manter alojamento e instalações desportivas adequados, 
sobretudo em matéria de alimentação, higiene, segurança e 
salubridade; 
e) manter corpo de profissionais especializados em 
formação tecnicodesportiva; 
f) ajustar o tempo destinado à efetiva atividade de formação 
do atleta, não superior a 4 (quatro) horas por dia, aos horários do 
currículo escolar ou de curso profissionalizante, além de 
propiciar-lhe a matrícula escolar, com exigência de frequência e 
satisfatório aproveitamento; 
g) ser a formação do atleta gratuita e a expensas da entidade 
de prática desportiva; 
h) comprovar que participa anualmente de competições 
organizadas por entidade de administração do desporto em, 
pelo menos, 2 (duas) categorias da respectiva modalidade 
desportiva; e 
 
20 
 
i) garantir que o período de seleção não coincida com os 
horários escolares. 
Estes requisitos são complementados por aqueles previstos 
no art. 49 do Decreto nº 7.984/2013: 
Art. 49. Caracteriza-se como entidade de prática desportiva 
formadora, certificada pela entidade nacional de administração 
da modalidade, aquela que assegure gratuitamente ao atleta em 
formação, sem prejuízo das demais exigências dispostas na Lei 
nº 9.615, de 1998, o direito a: 
I — programas de treinamento nas categorias de base e 
formação educacional exigível e adequada, enquadrando-o na 
equipe da categoria correspondente a sua idade; 
II — alojamento em instalações desportivas apropriadas à sua 
capacitação técnica na modalidade, quanto a alimentação, 
higiene, segurança e saúde; 
III — conhecimentos teóricos e práticos de educação física, 
condicionamento e motricidade, por meio de um corpo de 
profissionais habilitados e especializados, norteados por 
programa de formação técnico-desportiva, compatível com o 
desenvolvimento físico, moral e psicológico do atleta; 
IV — matrícula escolar e presença às aulas da educação 
básica ou de formação técnica em que estiver matriculado, 
ajustando o tempo destinado à efetiva atividade de formação do 
atleta, não superior a quatro horas diárias, aos horários 
estabelecidos pela instituição educacional, e exigindo do atleta 
satisfatório aproveitamento escolar; 
V— assistência educacional e integral à saúde; 
 
21 
 
VI — alimentação com acompanhamento de nutricionista, 
assistência de fisioterapeuta e demais profissionais 
qualificados na formação física e motora, além da convivência 
familiar adequada; 
VII — pagamento da bolsa de aprendizagem até o décimo dia 
útil do mês subsequente ao vencido; 
VIII — apólice de seguro de vida e de acidentes pessoais para 
cobrir as atividades de formação desportiva, durante toda a 
vigência do contrato, incluindo como beneficiários da apólice de 
seguro os indicados pelo atleta em formação; 
IX — período de descanso de trinta dias consecutivos e 
ininterruptos, com a garantia de recebimento dos incentivos 
previstos na Lei coincidente com as férias escolares regulares; 
X — registro do atleta em formação na entidade de 
administração do desporto e inscrição do atleta em formação 
nas competições oficiais de sua faixa etária promovidas pela 
entidade; e 
XI — transporte. 
Segundo o art. 29, §3º, a entidade nacional de administração 
do desporto certificará como entidade de prática desportiva 
formadora aquela que comprovadamente preencha os 
requisitos estabelecidos na Lei Pelé. 
 SOLIDARIEDADE 
No âmbito do futebol, a FIFA estabelece o “mecanismo de 
solidariedade”, uma compensação a ser paga ao clube formador 
na hipótese de transferências internacionais. 
 
22 
 
Neste contexto, a Lei Pelé incluiu, em seu art. 29-A, o 
“mecanismo de solidariedade interno”, compensação a ser paga 
ao clube formador no caso de transferências nacionais. 
Segundo este dispositivo legal, sempre que ocorrer 
transferência nacional, definitiva ou temporária, de atleta 
profissional, até 5% (cinco por cento) do valor pago pela nova 
entidade de prática desportiva serão obrigatoriamente 
distribuídos entre as entidades de práticas desportivas que 
contribuíram para a formação do atleta, na proporção de: 
I — 1% (um por cento) para cada ano de formação do atleta, 
dos 14 (quatorze) aos 17 (dezessete) anosde idade, inclusive; e 
II — 0,5% (meio por cento) para cada ano de formação, dos 18 
(dezoito) aos 19 (dezenove) anos de idade, inclusive. 
O clube que receber o atleta deverá reter do valor a ser pago 
à entidade de prática desportiva cedente 5% do valor acordado 
para a transferência, distribuindo-os às entidades de prática 
desportiva que contribuíram para a formação do atleta (art. 29-
A, §1º). 
Como exceção a essa regra, caso o atleta se desvincule da 
entidade de prática desportiva de forma unilateral, mediante 
pagamento da cláusula indenizatória desportiva, caberá à 
entidade de prática desportiva que recebeu a cláusula 
indenizatória desportiva distribuir 5% (cinco por cento) de tal 
montante às entidades de prática desportiva responsáveis pela 
formação do atleta (art. 29-A, §2º). 
O percentual devido às entidades de prática desportiva 
formadoras do atleta deverá ser calculado de acordo com 
certidão a ser fornecida pela entidade nacional de administração 
 
23 
 
do desporto, e os valores distribuídos proporcionalmente em até 
30 dias da efetiva transferência (art. 29-A, §3º). 
SAIBA MAIS 
Leia a reportagem de Ralph Machado, Projeto inclui atleta 
autônomo em competição esportiva profissional. Disponível em: 
https://www.camara.leg.br/noticias/731375-PROJETO-INCLUI-
ATLETA-AUTONOMO-EM-COMPETICAO-ESPORTIVA-PROFISSIONAL 
VEIGA, Maurício Corrêa da. Atleta em formação não é menor 
aprendiz. Lei em Campo, 23/09/2020. Disponível em: 
https://leiemcampo.com.br/atleta-em-formacao-nao-e-menor-
aprendiz/ 
Assista ao vídeo Quanto ganham os clubes formadores com 
transferências de jogadores? Mecanismo de solidariedade, no canal 
Joga Direito. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=aoxcLuLjomU&ab_channel=Jo
gaDireito 
 
 
https://www.camara.leg.br/noticias/731375-PROJETO-INCLUI-ATLETA-AUTONOMO-EM-COMPETICAO-ESPORTIVA-PROFISSIONAL
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https://leiemcampo.com.br/atleta-em-formacao-nao-e-menor-aprendiz/
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https://www.youtube.com/watch?v=aoxcLuLjomU&ab_channel=JogaDireito
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REFERÊNCIAS 
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jurídicos da Lei Pelé frente às alterações da Lei nº 12.395/2011. São Paulo: LTr, 2013. 
 
CAÚS, Cristiana; GÓES, Marcelo. Direito aplicado à gestão do esporte. São Paulo: 
Trevisan Editora, 2013. 
 
MACHADO. Rubens Approbato et al. Curso de Direito Desportivo Sistêmico. v. 2. São 
Paulo: Quartier Latin, 2010. 
 
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Paulo: Atlas, 2011. 
 
MELO FILHO, Álvaro et al. Direito do Trabalho Desportivo. Atualizado com a Nova Lei 
Pelé. São Paulo: Quartier Latin, 2012. 
 
MELO FILHO, Álvaro. Nova Lei Pelé – Avanços e Impactos. Rio de Janeiro: Ed. 
Maquinária, 2011. 
 
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https://paineira.usp.br/aun/index.php/2019/07/23/formacao-de-atletas-no-brasil-e-
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OLIVEIRA, Leonardo Andreotti P. de et al. Direito do Trabalho e Desporto. São Paulo: 
Quartier Latin, 2014. 
 
ROSIGNOLI, Mariana; RODRIGUES, Sérgio Santos. Manual de direito desportivo. São 
Paulo: LTr, 2017. 
 
SANTORO, Luiz Felipe Guimaraes. O “desporto profissional” no ordenamento jurídico 
brasileiro. Disponível em: https://docplayer.com.br/10708576-O-desporto-
profissional-no-ordenamento-juridico-brasileiro.html Acesso em: 03/2021. 
 
SOUZA, Gustavo Lopes Pires de et al. Direito Desportivo. Belo Horizonte: Arraes 
Editores, 2014. 
 
VEIGA, Maurício de Figueiredo Correa. A Evolução do Futebol e as Normas que o 
Regulamentam – Aspectos Trabalhistas-Desportivos. São Paulo: LTr, 2013. 
 
 
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https://paineira.usp.br/aun/index.php/2019/07/23/formacao-de-atletas-no-brasil-e-precaria/
https://paineira.usp.br/aun/index.php/2019/07/23/formacao-de-atletas-no-brasil-e-precaria/
https://docplayer.com.br/10708576-O-desporto-profissional-no-ordenamento-juridico-brasileiro.html
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