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Analista e Técnico do TRT/TST – Completo (Português) CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Direito Administrativo Professor: Celso Spitzcovsky Aulas: 06 | Data: 24/04/2015 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO 5. RESPONSABILIDADE DO ESTADO (continuação) 5.3. PERFIL DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO (continuação) 5.4. PRAZOS 6. SERVIDORES PÚBLICOS 6.1. INGRESSO NA ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 5. RESPONSABILIDADE DO ESTADO (continuação) 5.3. Perfil da Responsabilidade do Estado: (continuação) - O critério utilizado é a natureza da atividade que causou o dano. VÍTIMA ---------responsabilidade objetiva (risco administrativo)--------ESTADO PJ Direito Público PJ Direito Privado - Na variante do risco administrativo, o Estado só responderá pelos danos que ele efetivamente causou a pessoa, podendo o Estado usar em sua defesa: caso fortuito (danos causados por terceiros), força maior (danos causados pela natureza) ou culpa da vítima para excluir ou atenuar a sua responsabilidade. - O STF diz que quando o dano resultou de serviço público, a responsabilidade será sempre objetiva. Quem causou o dano? O Poder Público. Se ele causou o dano, ele responderá de forma objetiva. Se a execução do serviço for transferida por um particular, a responsabilidade também será objetiva. Quem sofreu? Usuário ou não (terceiro). - Art. 37, §6º, CF: - Se o Estado for condenado ele ingressará com ação de regresso contra o agente, sendo a sua responsabilidade subjetiva (dolo ou culpa). 5.4. Prazos: a vítima que atua em nome próprio representando seu interesse particular tem prazo de 5 anos para ingressar com a ação, conforme Decreto 20.910/32. No caso do Estado, por sua vez, é imprescritível, não tem prazo, pois atua em nome da coletividade. - Art. 37, §5º, CF. § 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. Página 2 de 6 - O dano que a vítima sofreu resulta de uma OMISSÃO do Poder Público: de acordo com a doutrina e jurisprudência, a responsabilidade continua sendo objetiva. - O dano que a vítima sofreu resulta de exploração de atividade econômica pelo estado: qual a atividade? Excepcionalmente, o estado poderá explorar atividades econômicas para preservar os interesses da coletividade, segurança nacional ou relevante interesse público. Assim, o estado passa a atuar num setor que antes era ocupado exclusivamente pela iniciativa privada. E sendo assim, o estado passa a competir com a iniciativa privada. - Art. 173, CF: Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. § 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. § 3º - A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade. Página 3 de 6 § 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. § 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando- a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular. - Esta competição deverá respeitar os princípios da ordem econômica que aparecem no artigo 170, CF, com destaque para o princípio da livre concorrência. Para que esta concorrência seja livre, o Estado ao explorar atividade econômica deverá se submeter ao mesmo regime jurídico das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias. Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I - soberania nacional; II - propriedade privada; III - função social da propriedade; IV - livre concorrência; V - defesa do consumidor; VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; VII - redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. Página 4 de 6 - Entre as figuras que aparecem na administração indireta só as empresas públicas e as sociedades de economia mista é que poderão ser criadas para explorar atividades econômicas para competir com a iniciativa privada. DEFINIÇÃO FINALIDADE ATIVIDADE PERFIL AUTARQUIAS PJ Direito Público Serviço Público ---- Resp. Objetiva Art. 37, §6º, CF FUNDAÇÕES PJ Direito Público Serviço Público ----- Resp. Objetiva Art. 37, §6º, CF EMPRESAS PJ Direito Privado Serviço Público Atividade Resp. Objetiva Econômica Art. 37, §6º, CF e 173, §1º, II, CF. SOCIEDADES PJ Direito Privado Serviço Público Atividade Resp. Objetiva Econômica Art. 37, §6º, CF e 173, §1º, II, CF. 6. SERVIDORES PÚBLICOS - Há regras constitucionais e regras da Lei 8.112/90. 6.1. Ingresso na Estrutura da Administração Pública a) Quem pode titularizar cargos, empregos dentro da administração? Art. 37, I, CF. Art. 37, I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; b) Como se ingressa? Regra Geral: art. 37, II, CF: II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; - A investidura em cargos e empregos públicos depende de aprovação em concurso público. Investidura é sinônimo de titularização que também é sinônimo de provimento. - A investidura tem um ciclo que só se completa com a posse. São três etapas: Concurso ---- Nomeação ----- Posse - Quem foi aprovado aoconcurso tem direito a nomeação? Depende da forma da aprovação: Aprovação dentro do número de vagas previsto no edital: tem direito a nomeação, significando que a administração está obrigada a nomear o candidato. Neste caso, a nomeação é um ato vinculado, ou seja, Página 5 de 6 a administração é obrigada. No entanto, ela poderá escolher o momento em que essa nomeação ocorrerá. Embora possa escolher o momento, deverá nomear até o término do prazo de validade do concurso. - Prazo máximo do concurso: art. 37, III, CF. Até dois anos, ou seja, no máximo até 2 anos, podendo haver prazo de meses; podendo prorrogar uma vez por igual período. III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período; Aprovação além do número de vagas previsto no edital: embora aprovado, não tem direito a nomeação, o candidato terá apenas uma expectativa de direito. Nessa hipótese a administração não é obrigada, sendo ato discricionário. No entanto, a ordem de classificação deverá ser respeitada. - Súmula 15, STF. DENTRO DO PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO, O CANDIDATO APROVADO TEM O DIREITO À NOMEAÇÃO, QUANDO O CARGO FOR PREENCHIDO SEM OBSERVÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO. - Se aprovado em cadastro de reserva, não tem direito a nomeação. Há discricionariedade por parte da administração pública. - Nomeado, tem ou não direito a posse? Súmula 16, STF: FUNCIONÁRIO NOMEADO POR CONCURSO TEM DIREITO À POSSE. Exceções em relação à regra geral: art. 37, II, parte final, CF: II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; Cargos em Comissão: são de livre nomeação e livre exoneração. Súmula vinculante nº 13, STF. Tendo em vista a súmula, há limites para a nomeação. A NOMEAÇÃO DE CÔNJUGE, COMPANHEIRO OU PARENTE EM LINHA RETA, COLATERAL OU POR AFINIDADE, ATÉ O TERCEIRO GRAU, INCLUSIVE, DA AUTORIDADE NOMEANTE OU DE SERVIDOR DA MESMA PESSOA JURÍDICA INVESTIDO EM CARGO DE DIREÇÃO, CHEFIA OU ASSESSORAMENTO, PARA O EXERCÍCIO DE CARGO EM COMISSÃO OU DE CONFIANÇA OU, AINDA, DE FUNÇÃO GRATIFICADA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA EM QUALQUER DOS PODERES DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E Página 6 de 6 DOS MUNICÍPIOS, COMPREENDIDO O AJUSTE MEDIANTE DESIGNAÇÕES RECÍPROCAS, VIOLA A CONSTITUIÇÃO FEDERAL. - Art. 37, V, CF: V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; Contratação Temporária: art. 37, IX, CF. Contratação sem concurso, mas por prazo determinado para fazer frente a situações de excepcional interesse público. São aquelas situações anormais imprevisíveis em que a administração precisa contratar, mas não tem tempo hábil para abrir concurso público. IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
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