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90 ADMINISTRATIVO II Unidade 1 – agentes públicos 1.1 CONCEITO “Agente público é toda pessoa natural que presta serviços à administração direta ou indireta” (Di Pietro) PESSOAS: a) Naturais b) Jurídicas b.1) Direito privado: Empresa individual Partidos políticos Organizações religiosas Fundações Associações Sociedades (ADM INDIRETA): Empresa pública (Correios, Caixa) Sociedade de economia mista (Petrobrás) b.2) Direito público b.2.1) Interno União Estados/DF ADM DIRETA Municípios Autarquias Fundações de direito público ADM INDIRETA Outros b.2.2) Externo Países estrangeiros Organizações internacionais Anotações de aula: Só é agente público quem trabalha para a adm direta ou indireta Conselhos reguladores de profissões são autarquias, logo quem lá trabalha é agente público Em caso de terceirização, afasta-se a condição de agente público, uma vez que é um intermediário entre a pessoa natural e o Estado. Neste sentido, é imprescindível a contratação direta Fazenda Pública só engloba PJDPI Condição de agente público/teoria da imputação São necessários 2 requisitos: 1) ASPECTO FORMAL/SUBJETIVO Investidura na função, podendo a designação ser formal ou informal 2) ASPECTO MATERIAL/OBJETIVO Natureza estatal da função (inerente à função pública) Anotações de aula: O preenchimento de ambos os requisitos imputa ao Estado os atos praticados pelo agente público Em um tiroteio, um PM do Rio de Janeiro mata uma criança. Isso é equivalente a dizer que o Estado matou a criança, logo tem-se uma imputação direta, onde o Estado irá responder PM do Rio de Janeiro mata a mulher por ciúmes. O Estado não tem nada a ver com isso Falsa blitz não é agente público Escoteiros que ajudam na campanha de vacinação são agentes públicos, uma vez que que foram delegados pelo Ministério da Saúde Reitora no ato de entrega do diploma: age por delegação do MEC, portanto é um agente público Policial Federal sai de uma boate e mata uma pessoa às 3h. União tem responsabilidade pelo uso da arma de fogo. Quem conceder a arma para ele tem responsabilidade por ela, não importando se está ou não está no exercício da função Uso de viatura do Estado ASSIM, TUDO O QUE SE FIZER NA CONDIÇÃO DE AGENTE PÚBLICO SERÁ IMPUTADO AO ESTADO 1.2 CLASSIFICAÇÕES Hely Lopes Meireles: 1) Agentes políticos São aqueles com alto poder de decisão (os que mandam), que ocupam o todo da hierarquia de cada poder Exemplos: Presidente, Governadores, Ministros, Secretários, Deputados, Senadores, Vereadores, Juízes e Promotores 2) Agentes administrativos Corpo permanente da administração, são os que executam as ordens administrativas Exemplos: policiais, militares, professores públicos, servidores em geral, funcionários de estatais 3) Agentes honoríficos São aqueles que exercem temporariamente funções decorrente de deveres cívicos (munus público) Exemplos: mesário eleitoral, jurado do júri, recruta no serviço militar (aqueles que estão no serviço obrigatório) 4) Agentes delegados Recebem delegações do Estado para exercer função pública em nome próprio, por sua conta e risco Exemplos: tabelião e registradores 5) Agentes credenciados Exercem funções privadas, de entes públicos, eventualmente contratados para a administração de certas tarefas Exemplo: guincho Celso Antônio Bandeira de Mello: 1) Agentes políticos Vínculo político 2) Servidores estatais Vínculo profissional 3) Particulares em colaboração com o poder público Não tem vínculo 1.3 PODERES, DEVERES E PRERROGATIVAS Poderes administrativos: São instrumentos para a execução das funções dos agentes públicos HIERÁRQUICO DISCIPLINAR DE POLÍCIA REGULAMENTAR Agente público sobre seus subordinados Poder de punir internamente os servidores Poder de punir cidadãos em geral Explicitar as leis Formas de exercício: VINCULADO DISCRICIONÁRIO Duas opções: sim/não Existe motivo? Exemplos: a) Agente de trânsito deve autuar a ambulância que passar acima do limite de velocidade permitida no local, independentemente da sirene estar ligada ou desligada. O poder de seu superior é que será discricionário b) Licença gestante Juízo de conveniência e oportunidade (o que é melhor naquele caso?). Denominado de mérito administrativo Exemplo: a) Licença à capacitação: discricionária pelo chefe. Juiz não pode se substituir na pessoa do administrador em havendo recurso para anular o mérito administrativo, haja vista que estaria violando o art. 2º da CF (separação de poderes). Portanto, a decisão é privativa do administrador. O juiz só poderá anular a decisão se esta contiver vícios Deveres: Deveres específicos Deveres gerais: Dever de agir Dever de eficiência Dever de probidade (agir com ética, moral). Ex: servidor público pode ser demitido por algo fora do trabalho, como realizar concurso em nome de outra pessoa. Ex2: caso dos professores de Odontologia da UFSM, os quais estavam enquadrados no regime de dedicação exclusiva mas mantinham consultórios particulares Dever de prestar contas Relembrando: Uso anormal do poder: Abuso de autoridade Excesso de poder Desvio de finalidade CAUSAM INVALIDADE DO ATO Exemplo: algemas só podem ser utilizadas em caso de tentativa de fuga ou agressão Prerrogativas: Vantagens extras previstas para certos agentes em função da especialidade de sua atuação Exemplos: Porte de arma de fogo Gratuidade Indenização por km rodado Veículo oficial Moradia oficial (lembrar do caso da mulher que não quis sair da casa após se separar do marido) Auxílio-moradia Segurança Cartão corporativo 1.4 CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS CARGOS PÚBLICOS: É um lugar na organização administrativa, com denominação, funções e remunerações próprias, destinado à ocupação por um servidor Criação/extinção/alteração de cargos FORMA INICIATIVA EXECUTIVO (Presidente, Governadores, Prefeitos) Lei Chefe do Executivo Exemplo: o HUSM precisa de mais enfermeiros. Para isso deverá haver um projeto de lei Mexer na remuneração segue a mesma regra, pois é o mesmo que alterar o cargo LEGISLATIVO (Deputados, senadores vereadores) Resolução da Casa Chefe da Casa Exemplo: para os Vereadores aumentarem o salário, basta que encaminhem à Câmara de Vereadores JUDICIÁRIO (Ministros, Desembargadores e Juízes) Lei Presidente do Tribunal MP (Procuradores e Promotores) Lei Procurador-Geral Tipos de cargos públicos: 1) Em comissão (cc): Jamais gera estabilidade ao ocupante e independe de concurso para entrar e processo administrativo para sair. Portanto, é de livre nomeação e exoneração A exoneração não precisa ser motivada (“ad nutum”) Apenas para cargos de chefias, assessoramento e direção; 2) Efetivos: Ingresso através de concurso público Regidos pela lei 8112 Geram estabilidade após 3 anos de estágio probatório no exercício da função Durante os 3 anos, a pessoa pode ser “demitida” Ex: fiscais da Prefeitura, servidores do INSS 3) Vitalícios: Não estão sujeitos a qualquer tipo de processo administrativo para mandar a pessoa embora. Só pode ser afastado mediante sentença judicial transitada em julgado. Ver também a súmula 36 do STF A vitaliciedade é adquirida após 2 anos de exercício Ex: apenas a Magistratura (95, I), MP (128, pár. 5º, I, a) e Ministros do Tribunal de Contas (73, pár. 3º) Considerações A vitaliciedade só pode ser perdida por decisão judicial com trânsito em julgado A estabilidade pode ser perdida nos 4 casos do art. 41, CF: Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampladefesa. EMPREGOS PÚBLICOS Objetivamente, assemelham-se aos cargos públicos (são vagas na Administração com funções específicas), mas tem como característica distintiva o fato de serem regidos pelas mesmas leis dos empregados privados (CLT) Ocorrem principalmente nas empresas estatais Ex: BB, Banrisul, Petrobrás, Correios Breve histórico: Até 1988: Não havia regra constitucional expressa sobre um regime jurídico a ser usado pela Administração CF/88: Pessoa jurídica de direito público: União Estados DF CARGO PÚBLICO Municípios Autarquias Fundações Públicas Pessoa jurídica de direito privado: Empresa pública EMPREGO PÚBLICO Sociedade de economia mista Observações: Denominado também de regime jurídico único. Cada município, cada estado-membro, o Distrito Federal e a União tinham, teoricamente, a liberdade de estabelecer o regime jurídico a que estariam submetidos os agentes públicos de suas administrações diretas, autarquias e fundações públicas, desde que esse regime jurídico fosse unificado para todos os servidores desses órgãos e entidades de cada pessoa jurídica Não era obrigatória a adoção de regime jurídico estatutário (legal, não contratual) para os agentes públicos das administrações diretas, autarquias e fundações públicas dos diversos entes federados Quem era cc continuou cc. 1998 EC 19 Pessoa jurídica de direito público: Emprego público (carteira assinada, sem estabilidade) Cargo público Pessoa jurídica de direito privado: Emprego REGIME ESTATUTÁRIO CELETISTA Aplicação Cargo público Emprego público Natureza jurídica Institucional (lei) Ex: não há contrato entre a professora e a Prefeitura. Não é possível suprimir direitos em se tratando de vínculo estatutário Quem não cumpre seus deveres pode ser demitido Não há espaço para negociação coletiva, nem acordo com a chefia Contratual (vontade) Ex: greve dos bancários pode acarretar na mudança de direitos Normas aplicáveis Estatutos próprios CLT Foro competente Justiça comum: Federal (União, INSS, FUNAI...) Estadual (Estados, Municípios...) Justiça do Trabalho (art. 114, CF) Direitos adquiridos Não, caso uma lei nova entre em vigor, é possível perder direitos Sim, não pode ter direitos suprimidos Estabilidade Sim, após 3 anos, salvo cc Nunca, no máximo em caráter provisório, a exemplo da gestante Acesso Concurso (salvo cc) Concurso (salvo direção) Previdência Regimes próprios de previdência Ex: pensão de viúva de brigadiano (IP) Impõe filiação ao RGPS (INSS) FUNÇÃO PÚBLICA 1º) Pode se referir às atribuições específicas de um cargo ou emprego público **2º) Pode se referir às funções sem cargo ou emprego público correspondente, que é exercida por um agente sem vínculo com a Administração Ex: professor substituto, agentes contratados para combater endemias 3º) Pode se referir às funções gratificadas ou comissionadas assumidas em caráter extra para servidores Ex: chefe dos auditores de SM, analista judiciário virar diretor de secretaria **Regime especial de contratação temporária por excepcional interesse público Ver art. 198, CF e emendas constitucionais 51/2006 e 63/2010 Art. 37, IX, CF regulamentado pela lei 8.745/93 (na Administração Federal) É um regime diferente do celetista e estatutário Casos em que pode ser aplicado estão dispostos no art. 2º da Lei 8.745, a saber: Professor substituto, recenseadores, agentes de surtos de endemias É um regime de tempo determinado, possuindo um prazo máximo de acordo: art. 4º, Lei 8.745 Ex: professor substituto: 1 ano, prorrogável por 2 anos Caso a professora substituta ficar grávida não se aplica a CLT, ou seja, direitos trabalhistas, ela simplesmente será mandada embora Não se aplica estabilidade de gestante para estagiário NUNCA SE PODE EFETIVAR UM TRABALHADOR TEMPORÁRIO, SENDO TAMBÉM VEDADO O NEPOTISMO (art. 37, II, CF) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; Justifica-se a vedação da efetivação pelos seguintes motivos: 1) Existe um prazo máximo de contratação 2) Não possui estabilidade 3) Não realizou concurso público CASO HAJA EFETIVAÇÃO, O ADMINISTRADOR ESTARÁ COMETENDO IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, CONSTITUINDO UMA ILICITUDE PSF: não pode, não é temporário Uma pessoa contratada temporariamente discute em qual justiça um possível direito? Na justiça comum estadual ou federal 1.5 REGRAS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS A AGENTES PÚBLICOS 1.5.1 Acessibilidade (art. 37, I, CF) “Princípio geral de amplo acesso a cargos/empregos/funções públicas” Restrições de acesso: Ver súmulas 683 e 684 do STF 1º requisito: Formal (deve haver LEI que limite o acesso, ou a Constituição) Ex: limite de idade 2º requisito: Material (pertinência com funções do cargo) Tem sentido é proporcional? Ex: é lícito realizar um concurso restringindo o acesso para homens? Sim, no caso de agente penitenciária de presídio feminino Condições que podem restringir (acessibilidade): Subjetivas: a) Nacionalidade Via de regra, a lei só concede cargo público e emprego público a brasileiro, estrangeiro só pode ocupar cargo temporário. Para ocupar permanentemente, deve se naturalizar brasileiro Para as carreiras de Oficial das Forças Armadas e Diplomatas, é exigido brasileiro nato b) Sexo c) Idade d) Compleição física (altura, IMC) Ex: cargos que usam equipamentos (Força Aérea, Delegados) e) Saúde: Os exames geralmente são solicitados dias antes da posse Não se pode admitir ninguém que tenha algum problema de saúde que impeça o exercício da profissão logo após a tomada da posse, uma vez que a pessoa se tornaria inválida, recebendo aposentadoria f) Antecedentes: Certidões negativas da justiça Como regra geral, a pessoa não será automaticamente eliminada. Será chamada a prestar informações Ex: crime no trânsito não nem nada a ver com função cartorial Ato infracional arquivado pode complicar. Nesse caso, poderia ser alegado o princípio da presunção inocência, uma vez que não constitui uma sentença judicial com trânsito em julgado. Por outro lado, a Administração pode alegar probidade, moralidade Objetivas: a) Nível de formação b) Habilitação específica CNH OAB c) Experiência profissional Ex: prática forense Pode ser comprovado por 5 atos privativos por advogado a cada ano 3 anos para Juiz e Promotor (o prazo começa a contar somente após a colação de grau). AJURIS conta. Cargo de ensino médio não conta (Oficial de Justiça Estadual). Já, o de nível superior conta (Oficial de Justiça Federal) 2 anos para Delegado, Defensor e Procurador (estágio regular conta como tempo de experiência) d) Políticas afirmativas (critérios de estímulo) Cotas para pessoas com deficiência (5%): concorre em uma lista separada. A cada 20 vagas, chama-se 19 da geral e 1 das cotas. Comprovada mediante perícia Cotas raciais: 2014 União Poder Executivo 1.5.2 CONCURSO PÚBLICO (art. 37, II, III, IV, CF) Obrigatório (emprego ou cargo) É vedado a troca de cargo na Administração, uma vez que é exigido concurso público. Em emprego privado é possível. Não pode, por exemplo, a Prefeitura emitir um Decreto transformando vigilantes em guardas municipais (apesar de em SM isso ter sido admitido) É um processo administrativo pelo qual, de forma impessoal, o melhor candidato conquista uma vaga É vedada a contratação apenas por entrevista e/ou análise curricular Deve ficar adstrito ao que a lei prevê Ao concurso aplicam-se todos os princípios típicos do Direito AdministrativoImpessoalidade Moralidade: não pode haver contato prévio com o candidato Publicidade Eficiência: concurso para motorista deve haver prova prática TIPOS: Provas Provas + títulos* (eliminatório) (classificatório) *Mesário, jurado, publicações, tempo de experiência, outras graduações, aprovação em outros concursos FASES DO CONCURSO PÚBLICO Fase interna: a) Verificação da necessidade de contratação b) Disponibilidade orçamentária c) Nomeação de uma banca (terceirização da prova). Contrata-se uma empresa para aplicara prova Fase externa: Vincula o candidato e a Adm (não pode alterar as regras do jogo) a) Inicia-se com o EDITAL de abertura (regulamentar e enunciativo) b) Hora/data/local e conteúdo das provas c) Valores dos títulos, critérios de desempate d) Taxas, isenções, prazos e) Provas f) Títulos g) Classificação h) Homologação do resultado final Obs: Até a classificação a empresa contratada é a responsável, uma vez que a homologação deve ser realizada pelo chefe da instituição. Publica-se uma lista de aprovados o Edital pode sofrer uma IMPUGNAÇÃO, devendo esta ser dirigida à banca Prova, títulos, classificações: pode-se ingressar com RECURSO Não precisa esgotar a esfera Administrativa. Pode-se ingressar diretamente com um Mandado de Segurança Uma possível liminar não pode comprometer a igualdade Prazo de validade do concurso (art. 37, III, CF) Máximo: 2 anos (prorrogável 1 vez por igual período) Ex: 2 anos (+ 2 anos) 1 ano (+ 1 ano) 6 meses (+ 6 meses) Prerrogativa da Adm, não do candidato. Não pode o edital prever a prorrogação. Preferência do concurso + antigo (art. 37, IV, CF) É possível haver dois concursos válidos simultaneamente (o antigo tem preferência) Direito à nomeação TEM DIREITO OU MERA EXPECTATIVA DE DIREITO? A lei e a CF não garantem o direito Até o ano de 2007, a jurisprudência do STJ entendia ser uma mera expectativa de direito. Todavia, de 2007 em diante, passou a entender que há direito à nomeação dentro do número de vagas, os que ficaram foram do número de vagas tem mera expectativa de direito. Caso não haja a nomeação dos aprovados dentro do número de vagas, é possível que estes ingressem com uma ação na justiça a fim de pleitearem o seu direito. Tal entendimento foi confirmado também em 2009 pelo STF Portanto, por si só não gera direito à nomeação, MAS SIM APENAS DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS É lícito um concurso destinado apenas para cadastro de reserva? Questão polêmica Entendimento mais aceito é de que se não tem ninguém para ser chamado, é possível. 1.5.3 INACUMULABILIDADE DE CARGOS/EMPREGOS PÚBLICOS REMUNERADOS (art. 37, XVI, CF) Regra geral: não se pode acumular cargos/empregos públicos na Administração (ainda que esteja aposentado em um deles) Para acumular, é necessário solicitar uma licença (optar por uma das remunerações) Ex: não se pode acumular o cargo de Auditor Fiscal com um de Servidor Público EXCEÇÕES a) 2 cargos na área da saúde (HUSM + HGU) b) 2 cargos de magistério (UNIFRA + UFSM) c) 1 cargo técnico + 1 cargo de magistério (Juiz + UFSM) Podem ser acumulados desde que haja compatibilidade de horários 1.5.4 TETO MÁXIMO DA REMUNERAÇÃO (art. 37, XI, CF) Limite: STF: R$ 33.700,00 Vale mesmo para o acúmulo de 2 cargos Incide “abate teto” sobre valores que ultrapassarem esses valores Verbas remuneratórias: 1) Parcela única (subsídio) Agentes políticos, carreiras típicas do Estado (ex: Juiz). Não pode ser agregado por nenhuma outra complementação 2) Vencimento: a) Vencimento básico (inclui-se o soldo para militar) b) Adicionais (SUBJETIVA) Incide na aposentadoria Ex: tempo de serviço. c) Gratificações (OBJETIVA) Apenas enquanto a pessoa executar o trabalho Não incide na aposentadoria IMPORTANTE! Apenas verbas remuneratórias estão sujeitas ao teto! Verbas indenizatórias não estão sujeitas ao teto (diárias, substituição, auxílio-moradia, auxílio-creche, auxílio-alimentação) 1.5.4 REVISÃO GERAL ANUAL (art. 37, X, CF) LETRA MORTA CF garante aos servidores civis que todos os anos haja um reajuste linear para todos, de forma a recompor o valor de compra de sua remuneração Em 2001, o STF ingressou com uma Adin por omissão, uma vez que o governo estava em mora legislativa. Diante disso, os servidores passaram a ingressar com ações solicitando os reajustes atrasados. O STF declinou a competência para julgar o caso, afirmando que estaria interferindo na separação de poderes em relação ao Executivo Na prática, o governo tem negociado aumentos individuais para cada carreira 1.5.6 ESTABILIDADE (art. 41, CF) Só vale para cargos efetivos estatutários (c/c não tem estabilidade, assim como empregados públicos) Em relação a vitaliciedade, a do Juiz se encontra no art. 95, I, CF; a do Promotor, no artigo 128, pár. 5º, I, CF) Adquirida após 3 anos de efetivo exercício (até a EC 19/98, era 2 anos) Aprovado em concurso nomeação posse exercício (inicia a contagem de 3 anos) Obs: Licença-maternidade interrompe a contagem do tempo Se sair para de contar o tempo Até 15 dias afastado não interfere na contagem ESTABILIDADE EXCEPCIONAL Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37 da Constituição, são considerados estáveis no serviço público. Antes de 1988 todo mundo ficou estável (desde que tenha assumido em 1983), apenas os c/c que não. SITUAÇÕES EM QUE SE PODE PERDER A ESTABILIDADE Deve haver uma indenização Quando um concurso é anulado, quem foi nomeado corre riscos Art. 41, pár. 1º, CF Art. 169, pár. 4º, CF 1) Por decisão judicial 2) Por processo administrativo disciplinar 3) Por avaliação de desempenho 4) Por redução de gastos com o pessoal Considerações: O vitalício só pode perder o cargo através de sentença judicial com trânsito em julgado. Todavia, pode sofrer a aposentadoria compulsória em processo administrativo disciplinar Em relação ao item 4, caso o limite já estiver sido estourado, procede-se da seguinte forma: 1) Corta-se as horas extras, diárias, estagiários e c/c 2) Demite-se os servidores não estáveis 3) Demite-se os servidores estáveis (SITUAÇÃO EXCEPCIONAL, ÚLTIMA ALTERNATIVA) 1.5.7 DIREITOS SOCIAIS DOS AGENTES EMPREGADO SRVIDORES (civis) MILITARES Art. 7º Art. 8º Art. 9º Art. 10 Art. 11 Art. 12 CF Art. 39, pár. 3º Art. 37, VI Art. 37, VII CF Não tem FGTS, insalubridade e participação de lucros Art. 142, pár. 3º, VIII Art. 142, pár. 3º, IV CF Proibido de fazer greve/sindicalizar Súmula 13 STF: não tem direito à salário mínimo LEI 8112 1. NOÇÕES GERAIS Aplica-se aos servidores civis federais Via de regra, aplica-se o regime jurídico único Natureza de Estatuto (INSS; UFSM...) Art. 2º: conceitua servidor Art. 3º: conceitua cargo público Art. 4º: traz a vedação do trabalho gratuito – veda o enriquecimento sem causa da administração pública (quer garantir a independência dos servidores) Não se aplica a militares, juízes e MPU Irrepetibilidade das verbas remuneratórias recebidas por servidor que efetivamente desempenhar sua função. Ex: servidor que assumiu o cargo via judicial Se uma pessoa trabalhar como servidor, com força de liminar, e esta for derrubada, não é necessário devolver o dinheiro (vedação do enriquecimento sem causa), fundamentado na vedação ao trabalho gratuito. Portanto, quando perde a ação, o servidor não devolve o salário Código: pretensão de esgotar toda a matéria, ser uma disciplina geral Estatuto: esgotar uma relação jurídica específica (ECA; torcedor) 2. PROVIMENTO DOS CARGOS PÚBLICOS Trata do preenchimento da investidura em cargos Originário: 1) Nomeação2) Readaptação PROVIMENTO 3) Reversão Horizontais 4) Reintegração 5) Recondução Derivado 6) Aproveitamento Verticais 7) Promoção Carreira: são diversos cargos dentro da mesma função – níveis Ex: delegado inicial; delegado intermediário; delegado especial Quadro: conjunto de carreiras dentro de um mesmo ente público Ex: quadro de servidores do INSS 1) Provimento originário: É a forma de ocupação de cargo que não pressupõe cargo anterior Deve ser precedido de aprovação em concurso público (art. 37, II, CF) É um ato complexo, que se desdobra em 3 momentos especiais 1º momento 2º momento 30 dias Aprov. em concurso Nomeação posse exercício 3º momento: estágio probatório* Prazos: art. 13, pár 1º; art. 15, pár. 1º *Não vale para cc’s Nomeação: Consiste na convocação para começar a ter efeito; é a convocação para assumir o cargo Pressupõe que a pessoa tenha sido aprovada em concurso, se efetivo (art. 37, II) O candidato deve acompanhar o diário oficial, salvo se houver previsão distinta no edital Posse: Pode se dar por procuração (data da posse + 15 dias para começar no “exercício”). Se não tomar posse a nomeação não tem efeito É o momento da comprovação de todos os requisitos necessários para exercer o cargo (IMPORTANTE!); para realizar o concurso é vedada essa exigência Alguns, quando não podem tomar posse, solicitam para ir para o fim da fila. ADM não tem obrigação de aceitar. A pessoa que toma posse ainda não é servidora Exercício: É um ato personalíssimo, aqui começa a contar o tempo, a receber R$, é o efetivo desempenho da função SE NÃO ENTRAR EM EXERCÍCIO SERÁ EXONERADO Só a partir daqui é que ganhará salário e o tempo começará a contar Considerações: Caso a pessoa seja nomeada e não tome posse, “a fila anda” Caso a pessoa tome posse mas não compareça para trabalhar (exercício), é exonerada Estágio probatório: CF: 3 anos (36 meses) art. 41 Lei 8112: 24 meses (art. 20) NÃO VALE MAIS! A jurisprudência considera que a CF prevalece Nesse período avalia-se a assiduidade (frequência), a disciplina (respeito à autoridade), a iniciativa, a produtividade e a reciprocidade Ao final desse tempo temos a confirmação no cargo (é um ato interno) OU a exoneração (publicada no DOU) O TCU avalia se a nomeação, a posse e o exercício estão ok aí haverá registro no TCU Para os cc’s o TCU avalia se há nepotismo Provimento derivado horizontal: A pessoa já ocupou um cargo anterior A essência não muda, recebe o mesmo salário Provimento derivado vertical É um “upgrade” FORMAS DE PROVIMENTO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL Readaptação (art. 24) Colocação do servidor em cargo compatível com a limitação funcional que passou a ter em virtude de incidente ou doença. Caráter obrigatório. Decisão técnica da junta médica do órgão. Portanto, a inclusão é a junta médica que impõe. Ex: agente policial que é atingido por uma bala por um bandido e fica paraplégico. A depender do laudo médico, poderá ser readaptado ao cargo de escrivão Existem 3 possibilidades: 1) Retornar ao cargo 2) Aposentar-se por invalidez 3) Readaptar-se a um cargo distinto Não esquecer que a partir dos 70 anos se dá a aposentadoria compulsória Reversão (art. 25) Retorno do servidor aposentado ao serviço Poderá ser: Obrigatória: Cessa a invalidez, devendo o aposentado retornar ao serviço Voluntária: O servidor se aposentou por tempo de serviço, mas quer voltar atrás, para isso: A aposentadoria deve ter até 5 anos Deve existir vaga Ter até 70 anos Haver interesse recíproco Reintegração (art. 28) Retorno do servidor demitido Ação judicial ou processo administrativo 5 anos para propor a ação Se alguém entrou na vaga dele, esse alguém deve sair No caso da ação judicial ou o processo administrativo reintegrarem o servidor, o tempo parado conta como tempo de aposentadoria e a pessoa recebe todos os salários não percebidos (retorno ao “status quo antes”) Recondução (art. 29, I e II) apenas para servidores estáveis I: uma pessoa é analista, todavia é aprovada no concurso de Juiz. Caso seja reprovada no estágio probatório para o cargo de Juiz, poderá retornar ao cargo de analista, no prazo de 3 anos II: é quando o anterior ocupante é reintegrado (“dança das cadeiras”). Quem não tem estabilidade volta para a fila Aproveitamento (art. 30 a 32) apenas para servidores estáveis Se uma pessoa tem estabilidade e o local onde trabalha é extinto, deve ser deslocada para outro local. Fica em disponibilidade e recebendo salário. É o retorno do servidor em disponibilidade remunerada, não alterando o salário Promoção (art. 8º, II): Derivação vertical Critérios: merecimento e antiguidade Considerações: Na ADM SÓ há demissão por justa causa Na reintegração o servidor deverá receber tudo o que teria direito se na ativa estivesse: salário, promoção... volta ao statos quo, ocupando inclusive a mesma vaga 3. ALTERAÇÃO NO EXERCÍCIO DOS CARGOS Remoção (art. 36) Alteração da sede da prestação do serviço A pedido ou no interesse da ADM Pública No interesse da ADM Pública, terá direito a ajuda de custo, companhia do cônjuge e vaga na faculdade É possível o Estado do RS fazer convênio com o Estado de São Paulo Redistribuição (art. 37) Reorganização de carreiras e quadros funcionais sem troca de cidade Não gera direitos para o servidor Substituição (art. 38) Ocorre quando há afastamento da chefia 4. VACÂNCIA (art. 33) 1) Morte do servidor Fato administrativo. Declara-se vago o cargo Gera pensão por morte 2) Aposentadoria Por invalidez, idade, tempo de contribuição ou compulsória (70 anos) 3) Promoção É, ao mesmo tempo, provimento e vacância 4) Readaptação 5) Posse em cargo inacumulável (art. 37, XVI): Pode tomar posse e solicitar retroativo. Só é deferida para quem já tem estabilidade, quem não tem pede, é o primeiro passo para a recondução A pessoa deve solicitar vacância em cargo inacumulável (apenas para servidores estáveis) Não estável deve solicitar exoneração 6) Demissão É a punição disciplinar máxima – é a perda do cargo É sempre por justa causa Não tem como o servidor pedir 7) Exoneração Todos os demais caso Ex: pedir para sair; corte de gastos; não entrar em exercício 15 dias após a posse; ser reprovado no estágio probatório REGIME DISCIPLINAR DO SERVIDOR FEDERAL (arts. 116 a 182) Penal: só faz coisa julgada para os demais se: a) Absolvido por negativa de autoria Responsabilidade b) Absolvido por inexistência de culpa (esferas independentes) Civil: sanção pecuniária; improb. adm Administrativo: disciplinar Infração disciplinar Sanção disciplinar Art. 116 Art. 117 Art. 127 Advertência Suspensão Demissão Processoadm disciplinar O processo adm. disciplinar é inquisitorial, a adm acusa e julga Advertência: Serve como antecedente Não é verbal, mas sim é realizada através de um registro Em caso de 2 advertências, haverá suspensão Suspensão: Não recebe salário Pode durar até 90 dias Cassação: Aposentadoria. Caso o servidor se aposente durante o PAD, é possível cassá-lo. Destituição Considerações: O processo é subjetivo. Depende da decisão do chefe apoiado na comissão sindicante que dá um parecer que não vincula o chefe A comissão é composta por 3 servidores (do mesmo nível ou superior) Deve haver sempre PAD, ampla defesa, recurso, possibilidade de advogado PAD: 1ª fase: Sindicância indicia alguém O Foco é nos fatos 2ª fase: Inquérito disciplinar para haver defesa O Foco é a pessoa Considerações: O PAD obedece ao devido processo legal (ampla defesa; contraditório; possibilidade de recurso) Não existe dentro da administração pública a possibilidade de se aplicar diretamente a sanção a um servidor. Para isso, é necessário um processo administrativo. Portanto, não se aplica mais o princípio da verdade sabida (IMPORTANTE) DOMÍNIO PÚBLICO E BENS PÚBLICOS BENS PÚBLICOS: Art. 98, CC: Bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno (União, Estados, DF, Municípios, Autarquias, Fundações Públicas) Os bens não são públicos por natureza. A pergunta a ser feita é: quem é o dono? A resposta é que o que define se é público ou privado Exemplos de bens públicos: Livro da AGU Se eu tiver os bens apreendidos na fronteira por extrapolarem a cota, estes serão públicos DOMÍNIO PÚBLICO: Bens insuscetíveis de apropriação (ex: espaço aéreo, águas internacionais, Antártida) Podem ser utilizados por qualquer pessoa Bens sujeitos a uso público Ex: orelhão da oi. É um bem particular sob domínio público O meio-fio das calçadas é a divisão entre público/privado Quando vence o prazo do direito intelectual, perde-se o domínio público, isto é, não se recebe mais direitos de imagem (Ex: caso do Mickey) PÚBLICO X PRIVADO CC/16: não distinguia público de privado Empresas estatais: Havia 3 correntes: 1) Tudo público (Hely Lopes Meirelles) 2) Depende (Bandeira de Mello) Afetado a serviço público: PÚBLICO Ex: na Rede Ferroviária de Santa Maria, nem todos os vagões estão em operação. Desse estes não são tratados como bem públicos, enquanto que os que estão em operação são bens públicos Sem finalidade pública: PRIVADO É o exemplo dos vagões que não estão em funcionamento, sendo portanto bens privados Casas da Vila Belga Obs: Posse mansa e pacífica em um terreno de uma empresa por 20 anos. Para Bandeira, teria direito à usucapião 3) Tudo privado (Miguel Reale Jr.) Art. 173, CF ; art. 98, CC, 2002 (deve-se tratar todas as empresas igualmente) ATRIBUTOS DOS BENS PÚBLICOS 1) Imprescritibilidade (ABSOLUTA) Bem público não se sujeita à usucapião/prescrição aquisitiva (art. 102, CC e CF/88) Razões: Melhor proteger o coletivo em face do privado Administração não sabe quantos bens possui Nenhum indivíduo pode se valer da inércia do Estado para enriquecer 2) Impenhorabilidade (ABSOLUTA) Bem público não se sujeita a constrições judiciais (ex: penhora) Art. 100, CF e art. 730, CPC: solução para o problema sistema de precatório ou RPV Se o Estado deve, este deve incluir o valor no orçamento do ano seguinte, pois na hora de executar será pago Precatórios são requisições de pagamento expedidas pelo Judiciário para cobrar de municípios, estados ou da União, assim como de autarquias e fundações, o pagamento de valores devidos após condenação judicial definitiva. 3) Não onerabilidade (ABSOLUTA) Bens públicos não se sujeitam a garantias reais (penhor, hipoteca, anticrese) Bens particulares gravados para hipoteca/penhor/anticrese, quando adquiridos pelo poder público, tem esse gravame cancelado e o valor da indenização será pago primeiramente ao credor hipotecário/pignoratício/anticrético Ex: INCRA escolhe uma Fazenda improdutiva para realizar reforma agrária. Há uma hipoteca. Como ficaria essa hipoteca? Quando se torna público, todas as garantias cessam/desaparecem Ex2: trabalho análogo à escravidão. Tem-se uma hipoteca no BB. Nesse caso, a hipoteca seria cancelada, pois é dever do BB consultar o cadastro nacional de trabalho escravo. Ademais, o BB não seria indenizado. Ex3: Veículo com finalidade comercial que extrapola a cota permitida na fronteira. Perde-se o veículo, Receita Federal fica com o carro limpo para circular, livre de restrições 4) Inalienabilidade (RELATIVA) Regra: bens públicos não podem ser vendidos, doados, permutados, etc Exceções: é possível alienar bens públicos, desde que observados os seguintes requisitos: 1º) Desafetação (retira-se a finalidade pública do bem) Voluntária Tácita Ex: viatura da Brigada Militar que sofre perda total em um acidente. Perde a finalidade pública, vira sucata. 2º) Lei 8666/93 (art. 17) Imóvel público: 3 requisitos: Avaliação Autorização legislativa Licitação (concorrência) ou dispensa (entes sem fins lucrativos) Ex: Prefeito do Município quer atrair uma empresa e doa um pedaço de terra. A Câmara de Vereadores deve aprovar Ex2: população de baixa renda invade terreno público. Não pode usucapir, mas pode-se doar ou vender a preços populares Móvel/semovente: 2 requisitos: Avaliação Licitação, por meio de leilão (ex: bens apreendidos pela Receita Federal) ou dispensado (ex: creches, asilos, escolas conseguem a doação) CLASSIFICAÇÃO DE BENS PÚBLICOS (art. 99, CC) a) Bens de uso comum/do povo (AFETADOS) USO COLETIVO PELA POPULAÇÃO Ex: praias, praças, ruas Não permitem a apropriação de ninguém, mesmo que temporariamente Terreno particular só começa quando termina a praia Deve haver autorização para privatizar Titular do bem público pode cobrar o uso (ex: Zona Azul; pedágio) b) Bens de uso especial (AFETADOS) USO PRIVATIVO/RESTRITO Reservas Indígenas Praias protegidas ambientalmente Campos de instrução militar Apartamentos funcionais Prédios Administrativos/públicos (prefeitura, reitoria) c) Bens dominicais ou dominiais (DESAFETADOS) É DA UNIÃO, MAS ESTÃO SEM USO São alienáveis, prontos para serem vendidos Terras devolutas (virgens, que nunca tiveram donos) Sucata Bens apreendidos (caso o notebook for utilizado para o trabalho, será bem especial) Obs: A condição de todos os bens é temporária, podendo o titular alterá-la a qualquer tempo FORMA DE AQUISIÇÃO DE BENS PÚBLICOS COMUNS (AFETADOS): 1) Contratos Compras, doações recebidas, permutas Regra: precedido de licitação 2) Usucapião Administração não perde por usucapião, mas pode ganhar (CUIDAR) 3) Avulsão, aluvião, formação de ilhas 4) Sucessão causa mortis Testamentária Legal (em não havendo herdeiros, o Município onde a pessoa morreu herda. É o 4º na ordem de sucessão) PRÓPRIOS (DESAFETADOS): 1) Desapropriação (art. 5º, XXIV, CF) Transferência compulsória de propriedade, mediante indenização. SEMPRE é indenizado previamente. Vontade do dono é irrelevante Só a ADM pode desapropriar, nenhum ente privado pode 2) Perdimento de bens a) Aduaneira Apreensões da receita Federal b) Penal Ex: perdimento de bens – furto, roubo. Será em favor do Estado c) Confisco (art. 243, CF) Ex: plantar drogas. Perde-se a propriedade para o Estado, não há indenização 3) Áreas em loteamentos Obs: “area non aedificandi” São as faixas de terra com largura de 15 (quinze) metros, contados a partir da linha que define a faixa de domínio da rodovia. FORMAS DE USO PRIVATIVO DE BENS PÚBLICOS INSTITUTO PREVISÃO LEGAL CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS Ocupação Ilegal (crime de esbulho) Obs: poderá haver anistia (Lei 9636), mediante o pagamento de uma taxa de ocupação É o uso não consentido de um bem público Não geradireito aos ocupantes Invasões urbanas Favelas em áreas de preservação Autorização de uso Leis Municipais É ato unilateral, discricionário, pelo qual se autoriza o uso de espaço público para atividade irrelevante, que não visam lucro, por pouco tempo Terreno público para depósito de materiais de construção Tele entulho Permissão de uso Lei 9636/98 (art. 22) Podem cobrar limpeza, taxa de iluminação e até mesmo ingresso É negócio jurídico unilateral, pelo qual se autoriza evento de curta duração, com caráter cultural em espaço público Show em Estádio Municipal Corrida de rua Olimpíadas Comício Cessão de uso Lei 9636, art. 18 e s/s Interesse comum São convênios com outros entes públicos ou entes privados sem fins lucrativos para empréstimo Aeroporto Municipal de SM Farmácia da 4ª CRS Pacaembu Concessão de uso Bem deve ser devolvido em iguais ou melhores condições Não havendo restrição, qualquer bem é passível de concessão de uso Lei 8666/93 Contrato adm Licitação prévia Interesse econômico (comercial, industrial, habitação) Prazo determinado Valor (aluguel) Aeroportos concedidos a empresas Espaços comerciais no campus da UFSM Fontes de água mineral Malha Férrea Apart. funcionais Concessão de uso especial e autorização de uso especial Imóvel público, não pode usucapir MP 2220/01 Ver emenda 32 Lei 13465/17 (imprimir para a prova): estendeu o prazo para ter direito Favelas criadas até 2011 podem ser regularizadas Direito de ocupantes de baixa renda, que moram ou tem negócio em imóveis públicos há mais de 5 anos É possível solicitar empréstimo na Caixa Direito à luz elétrica, água (aqui, não são clandestinas) Enfiteuse/aforamento (Não é um contrato) Imune a IPTU, só paga taxas para a União, que é a dona das terras (foro anual) Se eu vender para terceiro, recebo laudêmio - comissão Enfiteuse antes de 2002: direito adquirido Lei 9636, art. 12 e 55 Direito Real sobre bem público União pode instituir sobre terreno de marinha Usufruto perpétuo Contrato privado (União se coloca em uma posição igual ao particular) Aluguel Arrendamento BENS PÚBLICOS EM ESPÉCIE (em razão desta aula ter sido lecionada através de slides, posteriormente disponibilizados com o professor, com a utilização de imagens, essa parte do conteúdo não será postada, em observância à legislação vigente que versa sobre direitos autorais) UNIDADE 3 Conceito de Serviço Público Art. 170, CF/88 Atividade econômica (lato sensu) Todas as atividades humanas mensuráveis em dinheiro, exercidas dentro da lei Atividade econômica (stricto sensu) São aquelas abertas à livre iniciativa, prestadas num regime de direito privado Finalidade: lucro Ex: ensino na UNIFRA Serviço Público: São atividades de titularidade estatal, prestadas num regime de direito público Finalidade: bem comum Ex: ensino na UFSM Só é Serviço Público o que a lei prevê Conceito de Serviço Público “É uma atividade econômica que, num determinado tempo e espaço, é considerada tão importante para a coletividade que o Estado passa a entender que não pode ficar à mercê da iniciativa privada, por isso passa a controlá-la e promovê-la”. DESTINATÁRIO CARÁTER REGIME Serviços Públicos Terceiros Ampliativo/satisfativo Público Atividade econômica (stricto sensu) Terceiros Ampliativo Privado (art. 173, CF) Serviços adm Estado Ampliativo Público Atividade de poder de polícia Ex: expedição de CNH Terceiros Restritivo Público O Estado também pode atuar no setor privado (ex: BB). Neste caso, não pode ter vantagens, isto é, concorre de igual para igual Princípios dos Serviços Públicos 1) Dever inescusável do Estado em promovê-los Se houver descumprimento, caberá ACP Ex: exigir que o município abra creches Linhas interestaduais de ônibus (Governo Federal não tem concedido, razão pela qual a maioria funciona por meio de liminar) 2) Princípio da supremacia do interesse público Finalidade: está acima do interesse do lucro O foco é o bem comum Se os direitos individuais estiverem em conflito com o interesse público, este prevalece Ex: Desapropriação 3) Eficiência/adaptabilidade Custo/benefício Quanto mais, melhor Deve ser pensado sob a ótica do que é mais novo em tecnologia 4) Impessoalidade Não se pode negar atendimento para estrangeiros 5) Universalidade (não é absoluta) Toda a área do ente responsável “Cláusula da Reserva do Possível” (a União pode alegar em defesa, questão orçamentária) 6) Modicidade das tarifas Não impedir o acesso à população Reajuste (inflação) Revisão: aumento/diminuição 7) Continuidade Exceções (art. 6º, Lei 8987/95): 1) Manutenção técnica: Necessita de aviso prévio coletivo 2) Caso fortuito/força maior: Não necessita de aviso 3) Falta de pagamento: Deve haver aviso de corte/notificação Deve ser individual Obs Greve: ver art. 10, Lei 7.783/89 8) Cortesia Bom atendimento 9) Preservação dos Recursos Naturais 10) Transparência/controle 11) Motivação Titularidade dos serviços públicos em espécie UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS Concorrente Previsão Art. 21, CF Art. 25, par. 2º, CF Art. 30, V, CF Esparsos na CF Serviços Transporte aéreo Transporte ferroviário Transporte rodoviário intermunicipal e internacional Correios Moeda Rádio/TV Defesa Telefonia Gás canalizado Segurança Pública (art. 44) Ônibus intermunicipal (Const. Estadual) “Serviços locais” Táxi Ônibus coletivo Cemitérios Iluminação Pública ... Saúde (M+ E+U) Educação (M+E+U) Água (M+E) Luz (E+U) SERVIÇOS PÚBLICOS CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS: Uso: Serviços “uti singuli” REMUNERAÇÃO: TARIFA (preço público, não é tributo, logo não precisa de lei, não reflete no artigo 150 da Constituição). Geralmente é decidida pelo próprio Executivo. Singular Uso individual/mensurável Exemplos: telefonia, energia elétrica, água tratada, transportes O pedágio é uti singuli, uma vez que é sempre uma tarifa (sempre existem alternativas, posso passar a pé, por exemplo). Não precisa de lei Serviços “uti universi” REMUNERAÇÃO: IMPOSTOS; CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA; CONTRIBUIÇÕES (precisa de lei, logo se aplica o artigo 150 da Constituição). Coletivo Fruídos coletivamente, sem saber-se quanto cada um usou Exemplos: iluminação pública (artigo. 149-A, CF – não pode utilizar em outras coisas); tratamento de esgoto (impostos, contribuições); asfaltamento (impostos, contribuições de melhoria) Obs: É proibido cobrar taxa para prestar um serviço público, assim como é necessária uma lei para aumenta-la. Só se pode cobrar taxa para atividade de poder de polícia e para serviços uti singuli obrigatórios, a exemplo da coleta de lixo Lucratividade: Social: Naturalmente deficitário Econômico: TV, rádio, transporte Delegabilidade: Indelegáveis: Ex: emissão de moedas (UNIÃO); Defesa Nacional (Estado não pode contratar grupos); Segurança Pública Delegáveis: Podem ser prestados por particulares Ex: telefonia, TV, ônibus FORMAS DE EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS Execução direta pelo titular: Município de SM: saúde, educação asfaltamento Estado do RS: educação, segurança pública, saúde, DPE, HBSM União: DPU, exército, aeronáutica, colégio militar, saúde, HGU Autarquia não se enquadra aqui São todos serviços gratuitos Obs: Às vezes, o ente público terceiriza a execução material do serviço, mas continua responsável diretamente por ele Ex: asfaltamento (com empreiteira) ingresso com uma ação contra a Prefeitura, o mesmo vale para a luz Limpeza urbana (ação contra a Prefeitura) Coleta de lixo (ação contra a Prefeitura) Execução indireta pela descentralização: Criação de uma nova PJ (autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista) Estimulada pelo DL 200/67 Responsabilidade da UFSM UNIÃO –––––––––– UFSM –––––––––– EducaçãoIlegítima para figurar como réu UNIÃO –––––––––– Petrobrás –––––––––– Refino petróleo (Soc. Econ. Mista) Justiça Estadual (não há previsão no artigo 100, CF) UNIÃO –––––––––– Correios –––––––––– Serv. Postal Justiça Federal (empresa pública, artigo 109) Estado –––––––––– DAER –––––––––– Asfaltamento Estado –––––––––– EGR –––––––––– Pedágio Estado –––––––––– UERGS –––––––––– Educação CONCESSÃO INDIRETA PARA DELEGAÇÃO CONTRATUAL: CONTRATOS (ART. 157, CF): Concessão Permissão EXECUÇÃO DE SERVIÇO POR NOVOS MEIOS DE COLABORAÇÃO 1) Consórcio Público (Lei 11.107/05) Natureza pública ou privada Associação de entes públicos com objetivo em comum Podem decidir que será privado (terceirização de serviços) Carteira assinada, concurso, tem estabilidade 2) Organizações sociais (Lei 9.637/98) Associações privadas (ONGs), interessadas em prestar serviço público social Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos OSCIPs (Lei 9.790): Atividade econômica Prestar atividades econômicas usando os bens do Estado (dinheiro) Ex: teatro, lazer. São atividades econômicas, não serviços públicos 3) Parcerias Público-Privadas (Lei 11.079/04) Poder-público + empresa privada: sociedade de propósito específico Tipo especial de concessão Ex: aeroportos, parceria com INFRAERO, grupos de investidores (prévia licitação) $ público, mão-de-obra privada Aplicado apenas a contratos grandes/grandes obras (+ de 20 milhões, período de 5 a 35 anos, especificação de riscos) CONCESSÃO/PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS (Lei 8.987/95) JAMAIS SE TRANSFERE A TITULARIDADE SOMENTE SE TRANSFERE A EXPLORAÇÃO DO SERVIÇO SÃO CONTRATOS ADM TÍPICOS (supremacia do poder público em relação ao particular, podendo aquele realizar mudanças unilaterais) CONCESSÃO (ex: água, telefonia, coletivo urbano de ônibus) PERMISSÃO (ex. táxi, van escolar) Lei 8.987 Lei 8987, art. 40 Só pessoa jurídica (empresa) ou consórcio Pode ser pessoa física ou jurídica Irrevogável (prazo determinado, com indenização de lucros cessantes em caso de encerramento antes do tempo) Precária (revogável a qualquer tempo, sem indenização de lucros cessantes) Aplicada para grandes investimentos; amortizações a longo/médio prazo Não pode ser aplicada em situações que exigem grande investimento do empresário Comparação com a Lei 8.666 (contrato): ADM –––– prestadora Bilateral ADM paga para receber o serviço Contrato de concessão (Lei. 8.987) Necessita licitação prévia Administra Relação de consumo (Concede o direito de explorar o risco) Poder concedente* –––––––––– Concessionária ––––––––––– Relação de consumo (Município de SM) Não tem $ (Medianeira) $ tarifa (Passageiro) (Por sua conta e risco) (Usuário**) Se eu me acidentar de ônibus, a empresa responde. Idem para táxis 3 polos => concessão *NA PRÁTICA, É SUBSTITUÍDO PELAS AGÊNCIAS REGULADORAS ** Na TV aberta é o anunciante. Não existe mais a TV globinho em razão da proibição de propaganda infantil Agências reguladoras: Autárquicas com poder de polícia Regime especial que dá estabilidade aos seus diretores durante o mandato Missão: Regular/outorgar/fiscalizar serviços públicos Exemplo: ANATEL, ANAC, ANTT, ANEEL, ANP Direitos e deveres nas concessões Não vale somente o previsto no contrato, mas também na lei PODER CONCEDENTE CONCESSIONÁRIA USUÁRIO Dever de garantir os meios para prestação de serviços Direito a fiscalizar Alteração unilateral de cláusula contratual Ex: segurança no ônibus, dever do Estado conceder, salvo cláusula em contrário Equilíbrio econômico do contrato Reajuste (anual) Revisão (alterações) Ex: caso fortuito Direito a um serviço adequado (Lei 8/987. Art. 6º) Dever de atender aos requisitos técnicos para receber os serviços EXTINÇÃO DAS CONCESSÕES (art. 35 da lei e seguintes da Lei 8987/95) a) Advento contratual: extinção do contrato após o encerramento de seu prazo de vigência (I, II, III) b) Encampação/resgate: é a retomada do serviço público, mediante lei autorizadora e prévia indenização, motivadas por razões de interesse público justificadoras da extinção c) Caducidade: dá-se devido à inexecução total ou parcial do contrato ou devido ao descumprimento de obrigações a cargo da concessionária. Art. 38 – “culpa da concessionária” Não extingue o contrato de pleno, devendo ser declarada pelo poder concedente com PAD e ampla defesa Atentar para os parágrafos 2º, 3º e 5º d) Rescisão por culpa do poder concedente: quando o poder concedente descumpre normas contratuais – ação judicial cabível, mas até o trânsito em julgado a concessionária não pode paralisar os serviços Indenização pelos danos emergentes e não lucros cessantes e) Anulação: é a extinção devido ilegalidades ou defeito contratual Decretada de ofício ou ação judicial Em regra, não cabe indenização, exceto se já houver execução de parte do contrato (art. 59, lei 8666) f) Falência ou extinção da empresa (art. 35, VI) Personalíssimo INTERVENÇÃO (art. 32, 33 e 34) Natureza cautelar (Estado assume) Serve para evitar a descontinuidade do serviço Se dá quando há sérios indícios de irregularidade Ocupação temporária pelo poder concedente Duração de no máximo 180 dias – PAD deve ser instaurado em até 30 dias Há o afastamento da direção da empresa – nomeia-se interventor DIFERE-SE DO ART. 27 - A: “assunção temporária da concessionária” A adm é entregue aos financiadores da própria concessionária Forma de proteção de acionistas minoritários e também serve para regular fusões/aquisições de empresas que prestam serviços públicos Reestruturação financeira da empresa concessionária PPP (Lei 11.079/2004) Concessão patrocinada: Art. 2º, parágrafo 1º Usuário é um 3º Tipo especial + 20 milhões de reais Prazo 5 a 35 anos Cria-se uma sociedade de propósito específico UNIDADE 4 – INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE “Função social da propriedade” Art. 5º, XXII, CF: direito de propriedade Art. 5º, XXIII, CF: função social Art. 5º, XXIV, CF: desapropriação Art. 5º, XXV, CF: requisição FUNDAMENTO: INTERESSE PÚBLICO a) Necessidade Pública: “Caráter geral” Calamidade/emergência pública Ex: utilizar o ginásio do clube Dores para assentar pessoas vítimas do temporal Segurança Nacional Ex: uma Fazenda em Bagé utilizada para construir base militar b) Utilidade Pública “Caráter geral” Benfeitorias urbanas/rurais Políticas Públicas c) Interesse Social “Caráter singular/específico” Ações afirmativas – políticas que promovem interesse específico Ex: quilombos, desapropriação, ação de prédio para os sem-teto LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS a) São imposições gerais Valem para todos – erga-omnes – até para o Estado b) Abstratas Só para o futuro (respeito ao direito adquirido) c) Unilaterais Imposição do poder público d) Gratuitas Não geram indenização e) De ordem pública Vem por lei – independe de contrato f) Que condicionam a propriedade a interesses coletivos Ex: segurança, higiene, estética Exemplos gerais: Largura mínima da calçada Altura máxima de prédios Ex: Camobi, por causa do Aeroporto e da Base Aérea Áreas de Preservação Permanente (APP) Ex: Cerrito Zoneamento urbano Áreas “non edificandi” nas estradas – próximas a rodovias Pista –––––––– acostamento (faixa de domínio) –––––––– Área non edificandi Se na faixa de domínio: esbulho, ocupação Se na área “non edificandi”: construção irregular Placas de sinalização Linha dometrô Obs: estas regras estão em leis esparsas. Ex: Plano Diretor Municipal, Lei de ocupação do solo urbano, Código Florestal Código Florestal: Normas de Poder de Polícia. São utilizadas por fiscais através de alvarás, multas, embargar obras “Ninguém ajeita uma cidade com limitações administrativas, mas sim projeta-se uma” SERVIDÕES ADMINISTRATIVAS São “ônus reais” sobre imóveis privados para fins de serviço público de interesse coletivo “Ônus reais” – parte da doutrina exige que o poder público averbe na matrícula do imóvel por exemplo a parada de ônibus, outra parte defende que não há essa necessidade, pois é um direito autônomo da administração pública Ex: galeria do comércio – particular, mas serve à coletividade do público em relação ao prédio Tem efeito concreto, específico (algumas pessoas sofrem os efeitos) e são indenizáveis Ex: postes de luz (coletivo) na calçada (privado) Fiação subterrânea, parada de ônibus na calçada CUIDADO! IMÓVEL PÚBLICO NÃO SOFRE SERVIDÃO ADMINISTRATIVA! A indenização está prevista no art. 40 do decreto-lei 3365/41 Não existe servidão abstrata, mas apenas concreta/palpável TOMBAMENTO Finalidade: proteção cultural (histórico, artístico, natural, arquitetônico) Dá-se nas três esferas: federal, estadual e municipal: Em nível federal: decreto-lei número 25 de 1937 Regulado pela autarquia IPHAN através do Ministério da Cultura Em nível estadual: uso subsidiário do decreto-lei número 25 Compete ao IPHAE Em nível municipal: Compete à SECRETARIA DA CULTURA Em Santa Maria: Vila Belga: tombada pelo município e Estado Colégio Olavo Bilac: tombada pelo Estado Acervo do Caixeiro Viajante: tombado pela União Obs: Várias Igrejas, prédios são tombados pelo município Ao derrubar/deteriorar um bem tombado comete-se crime ambiental Ex: pichar parede da Vila Belga Efeitos do Tombamento (art. 22): Preservação - obrigação negativa e positiva – art. 17, 18 e 19: Negativa: Não é possível colocar um Split na Vila Belga Responsabilidade primária do proprietário e secundária do poder público Positiva: Preservar o bem (pintar, restaurar) Considerações: Proibição de levar para o exterior, salvo autorização (art. 14) Preferência em leilões judiciais (CUIDADO, art. 22 revogado) Antes havia direito de preferência da administração pública/governo em qualquer venda _____; hoje, só há preferência judicial e NÃO mais a extrajudicial Tomba-se bens móveis, imóveis e materiais Móveis: quadros, livros Imateriais: folclore O bem tombado pode ser público ou privado O tombamento NÃO altera a propriedade Cabe indenização? NÃO! É possível destombar? SIM, por ato administrativo, se a lei tombou cabe a lei retirá-lo OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA É uma situação em que a Administração ocupa total ou parcialmente bens particulares para atividades como obras públicas ou serviços em caráter provisório ou temporário É uma espécie de “arrendamento forçado” Cabe em caso de caducidade – contrato de concessão – serviços públicos Há indenização prévia – se houver dano – art. 36 decreto-lei 3365 Ex: pesquisa de lavra, Usina de Asfalto temporário REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA É semelhante à ocupação, porém como há urgência, a indenização é posterior Utilização transitória, compulsória, pessoal, discricionária, autoexecutável Ex: pegar lonas do Walter Beltrame, ocupar o Ginásio das Dores em caso de: Civis: Defesa Civil Segurança Pública Econômicas – só a União pode fazer para subsidiar produtos necessários Militar: Guerra Garantia da Lei e da Ordem (ex: veículo para perseguição a criminosos) DESAPROPRIAÇÃO (art. 5º, XXIV, CF) Decreto-lei 3365/41 (força de lei) Forma originária de aquisição da propriedade, própria da administração O terreno vem “limpo” (livre de hipotecas, por exemplo) É um procedimento pelo qual o Estado (sentido amplo) transfere compulsoriamente (independente da vontade do particular) a propriedade de um bem para si ou para outrem, por razão de utilidade pública, necessidade pública ou interesse social Não é auto executória (exige intervenção judicial, precisa de um juiz se não houver acordo em relação à indenização) A adm não precisa “pegar” necessariamente para si. Pode entregar para um particular (ex: assentamento sem-terra, quilombos) Não há contrato, dá-se com base no interesse da Administração (supremacia do interesse público) a) Necessidade Pública Art. 5º, a,b,c, D.L 3365/41 – segurança nacional, defesa, calamidade b) Utilidade Pública Art. 5º, a até p, D.L 3365/41 Preservação de bens de interesse histórico Praças/parques Vias de circulação Cemitérios Aeroportos Estações de tratamento Obras urbanas em geral c) Interesse social Leis específicas *Sanções administrativas por descumprimento da função social c.1) Comum (Lei 4132/62): Projetos em benefício da comunidade ESTADO DEVE TER DINHEIRO PARA COMPRAR Não serve apenas para classes menos favorecidas/baixa renda Ex: não quebrar um banco, como ocorreu na crise dos EUA; quilombos; reservas indígenas, moradia popular (compra) c.2) Para Reforma Agrária (Lei 8629/93) c.3) Para Reforma Urbanística (Lei 102057/01) Ex: por descumprimento de função social, a adm se apodera de um prédio já pronto de propriedade de um particular, desocupado, transformando-o em moradia popular Objetos da desapropriação: Pode-se desapropriar QUALQUER bem com valor pecuniário, EXCETO BENS FEDERAIS que não são passíveis de desapropriação Estado pode comprar qualquer coisa, menos direitos indisponíveis Bens imóveis Bens móveis Bens incorpóreos Ações de sociedades; direitos intelectuais Só se pode desapropriar bens de estruturas inferiores: UNIÃO* ESTADO ESTADO MUNICÍPIO *Não são passíveis de desapropriação os bens federais ASSIM: Particular Bem Municipal (U, E) Público Estadual (U) Obs: bens de estados estrangeiros ou organizações internacionais, por tratados, são imunes à jurisdição Fases da Desapropriação 1ª FASE: DECLARATÓRIA NÃO É DELEGÁVEL ADMINISTRATIVA Apenas os entes com autonomia política, na figura de seus respectivos representantes, podem declarar (União, Estados, Municípios) Autarquias, por exemplo, não podem declarar Vale por 5 anos (utilidade pública); 2 anos (interesse social). Decorrido o tempo, ocorre a caducidade Etapas: Projetos de obras ou serviços públicos ou políticas públicas Identificação dos bens necessários à execução do projeto Verificação das disponibilidades orçamentárias Decreto declaratório: Tipo de interesse (utilidade, necessidade ou interesse social) Especificação do bem a ser desapropriado, com todas as suas características Finalidade da desapropriação OCORRE A PUBLICIZAÇÃO 2ª FASE: EXECUTÓRIA PODE SER DELEGADA PARA OUTRO ENTE PÚBLICO OU CONCESSIONÁRIA 2 possibilidades: 1ª) Acordo com o proprietário em relação ao preço (via administrativa) 2ª) Ação de desapropriação (via judicial) Posse liminar (depósito prévio) Propriedade após o trânsito em julgado AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO: Natureza de ação real (discute propriedade) Foro: foro do imóvel É de competência da Justiça Federal se for proposta pela União ou pelo INCRA Segue o RITO ESPECIAL previsto no próprio decreto-lei 3365/41 (utilização apenas subsidiária do CPC) Rito (exauriente e limitado): 1) Petição inicial Requisitos do CPC + valor do objeto + cópia do decreto 2) Despacho inicial Imissão prévia na posse (urgência, depósito prévio) + citação dos proprietários (casal) 3) Contestação (a partir daqui, segue-se pelo rito comum) SÓ MATÉRIA RELATIVA À INDENIZAÇÃO OU QUESTÕES PROCESSUAIS (CUIDAR) Se quiser questionar/impugnar a desapropriação, deve-se entrar com uma ação própria 4) Sentença Eficácia constitutiva, declaratória, condenatória, mandamental e executiva “Limpa” tudo (ex: hipoteca) Ação de desapropriação indireta: A indenizaçãocontempla: valor do bem + benfeitorias ao tempo da ocupação + correção monetária até o pagamento + juros compensatórios desde a ocupação (caso seja produtiva) + juros moratórios (decorrentes de um ato ilícito do poder público) REQUISITOS DA INDENIZAÇÃO E DESAPROPRIAÇÃO (Art. 5º, XXIV, CF) 1) Procedimento legal Desapropriação segue o rito de uma lei sobre essa matéria Art. 22, II: competência legislativa da União 2) Fundamento Necessidade, utilidade pública, interesse social 3) Indenização justa (súmulas 12, 67, 67, 70, 113, 114, 131, 141, do STJ) Indenização completa 1) Valor de mercado bem ao tempo do decreto de desapropriação + 2) Benfeitorias após o decreto (só as necessárias e as úteis autorizadas) + 3) Atualização monetária (IGPM, IPCAE) + 4) Lucros cessantes Se houver imissão prévia na posse e se o bem era produtivo/habitável Juros compensatórios (art. 15-A, D.L 3365) – até 12% ao ano sobre a diferença entre valor depositado e valor final + 5) Atraso no pagamento (mora) Mora dá direito a juros de mora (art. 15-B, D.L 3365) 6% ao ano, a contar do trânsito em julgado + 6) Honorários advocatícios Só há se o advogado conseguir aumentar o valor proposto na inicial – o honorário é sobre a diferença entre o valor afetado e o valor final 4) Indenização prévia Não é precatório, é dinheiro antes da transferência Quitação antes do registro 5) Honorários Sobre a diferença entre valor ofertado/valor final 6) Indenização em dinheiro Exceções constitucionais: Art. 184, CF – reforma agrária (SEM-TERRA) Títulos da Dívida Agrária (TDA – União emite) São personalíssimos e não podem abater imposto Prazo: 20 anos Art. 182, parágrafo 4º, CF – reforma urbanística (SEM-TETO) Títulos da Dívida Municipal (TDM) Prazo: 10 anos Considerações importantes: SE NÃO HOUVER INDENIZAÇÃO, NÃO HÁ QUE SE FALAR EM DESAPROPRIAÇÃO Ex: Expropriação (art. 243, CF) Sem indenização É uma sanção Drogas, trabalho escravo Confisco (art. 243, parágrafo único, CF) Bens auferidos com crime de tráfico É uma sanção Perdimento de bens Receita Federal Aspectos peculiares da desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária: Apenas a União pode declarara interesse social e só o INCRA pode executar a desapropriação O decreto tem validade de 2 anos Não há possibilidade de acordo prévio e se dá sempre por ação de desapropriação – na Justiça Federal em varas especializadas Deve haver intervenção do MPF, sob pena de nulidade Rito Especial da LC 76/93 – sumário A imissão do INCRA na posse é automática Há imóveis que não podem ser objetos de reforma agrária (art. 185, CF) – a pequena e média propriedade pode ser desapropriada se não for a única propriedade do dono + propriedade produtiva DESAPROPRIAÇÃO DIRETA E INDIRETA Direta: Feita de acordo com a CF e a Lei Indireta: É irregular, geralmente quando o poder público não paga por usar bem do qual se apoderou – “apossamento adm” Resolve-se com indenização ao proprietário por meio do trânsito em julgado – quitação ANTES do registro UNIDADE 5 – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO É OBJETIVA Penal: juiz – penas: PPL, multa, PRD Civil*: entre partes/juiz Responsabilidade Administrativo: inquisitorial (não há juiz) Poder de Polícia: multa, suspensões, embargos Disciplinar: demissão, advertência, suspensão *Contratual: VONTADE Negócio jurídico prévio Ex: Convenção de Condomínio *Extracontratual LEI RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Não há prévia relação jurídica Ex: Bater o carro na rua RESPONSABILIDADE CIVIL = Dever de indenizar Responsabilidade Civil do Estado: Quando não há relação entre agressor e vítima É um tipo de responsabilidade civil extracontratual, que envolve alguma ação/omissão pertinente ao Estado, em sentido amplo Ex: Avião cai: Quem está dentro: CDC, responsabilidade objetiva Quem está fora: CF (art. 37, pár. 6º) Responsabilidade Civil do Estado CC (art. 927) Caput: subjetiva: CULPA; objetiva: RISCO Requisitos da Responsabilidade Civil do Estado A VÍTIMA, DE REGRA, TEM O ÔNUS DE PROVAR ESSES REQUISITOS (ART. 373, I, CPC) 1) Conduta 2) Dano 3) Nexo Causal 4) Ilicitude OBJETIVA: 1+2+3 SUBJETIVA: 1+2+3+4 1) CONDUTA Deve ter pertinência Estatal OU está relacionada a um agente público; OU tem relação com um bem público Comissivas (ações) OBJETIVA (STF) Omissivas (omissões) SUBJETIVA (onde o Estado errou?) Ex: guri de Goiás na escola; buracos nas ruas; Kiss (bombeiros, prefeitura) Relevância jurídica: Dever legal de impedir o dano: Em um afogamento, se o salva-vidas não prestar socorro, estará incorrendo no crime de homicídio Possibilidade fática de impedir o dano: Em um afogamento, um surfista não prestar socorro, estará incorrendo no crime de omissão de socorro ASSIM, NA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO, A CONDUTA DO AGENTE É ATRIBUÍDA AO ENTE A QUE ELE ESTÁ VINCULADO Exemplos: 1) Motorista da Ambulância de Julio de Castilhos fura o sinal vermelho Responsabilidade OBJETIVA 2) Assalto na Rua Não é juridicamente relevante, não tem como colocar um Policial em cada esquina. Todavia, se fosse um foragido do semi-aberto, ou um preso com tornozeleira eletrônica, aí sim o Estado teria responsabilidade 3) Suicídio de preso De acordo com entendimento do STJ, haveria responsabilidade do Estado apenas se o preso desse sinais prévios de que cometeria o ato. Caso contrário, será configurado como culpa exclusiva. 4) Briga de Escola 2) DANO Lesão a um direito subjetivo (situação jurídica protegida) Categoria: Patrimonial: Dano material direito lesado tem valor econômico EXTENSÃO DEFINE INDENIZAÇÃO Extrapatrimonial: Dano moral, direito lesado tem caráter personalíssimo (nome, honra, integridade física, integridade psíquica) ARBITRAMENTO DEFINE INDENIZAÇÃO Obs A PROVA DO DANO SÓ É DISPENSADA SE FOR CONSIDERADO COMO “DANO IN RE IPSA” Ex: SERASA, morte do filho, atraso de vôo (STJ) Morte do irmão não é presumido! Dano estético: Moral + material: Gisele Bündchen (vive disso) Moral Perda de uma chance: Dano material 3) NEXO CAUSAL Relação de causa/efeito entre a conduta e o dano; o liame fático entre dois requisitos Excludentes de nexo causal que podem ser provadas pelos réus (Estado), rompem essas relações, afastando o dever de indenizar 1) Culpa exclusiva da vítima Ex: surfe ferroviário 2) Culpa de terceiro Esse irá pagar Ex: animal entrar na pista. Para o TJ/RS, em estradas rurais, não há como haver fiscalização, portanto a culpa recairá sob o proprietário Freeway: responsabilidade do Estado Ônibus da UFSM: caso seja assaltado, será culpa de terceiro 3) Caso fortuito Natureza 4) Força maior Humana 4) ILICITUDE SÓ É EXIGIDA NOS CASOS DE RESPONSABILIDADE SUJETIVA É uma valoração da conduta; uma análise que indica se essa conduta está de acordo ou não com as normas legais Art. 186, CC – equipara CULPA (lato sensu) a ILÍCITO Dolo: direto; eventual Culpa (Lato sensu) Culpa (sentido estrito): consciente; inconsciente – imprudência, negligência, imperícia ILÍCITO NOS ATOS OMISSIVOS, LEGISLATIVOS E JURISICIONAIS DO ESTADO É NECESSÁRIO PROVAR ESSA ILICITUDE Defesa pode arguir excludentes de ilicitude (legítima defesa, estado de necessidade, exercício regular de direito, estrito cumprimento do dever legal) EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 1ª fase: Irresponsabilidade do Estado “The King can do no wrong” 2ª fase: Responsabilidade Subjetiva do Estado “Rude of law, not of men” Igualdade: todos estão sujeitos à Lei 3ª fase: Culpa presumida do Estado Inversão do ônus da prova (Estado é que deve provar que não errou) “Faute du servisse” é presumida 4ªfase: Responsabilidade Objetiva do Estado +- 1870 (França) Substitui-se a culpa pelo risco “Aresto Blanco” No Brasil: Constituição de 1824: Imperador Inviolável Constituição de 1891: Responsabilidade Subjetiva (igualdade) Constituição de 1946: Responsabilidade Objetiva Constituição de 1988: Art. 37, pár. 6º 5ª fase: Responsabilidade por risco integral 1º caso: CF/88 – art. 21, XXIII, “d” DANO NUCLEAR RISCO INTEGRAL Mesmo rompido o nexo causal haverá indenização O Estado tem o dever de impedir Ex: Césio 137 2º caso: Lei 10.744 ATENTADOS TERRORISTAS: AVIÃO, BARCO... União indeniza RISCO INTEGRAL 3º caso: CUSTÓDIA DE PRESO (jurisprudência) Estado deve garantir a integridade física e psíquica ART. 37, §6º, CF “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa” 1908: Lei das Estradas de Ferro Pela primeira vez, a responsabilidade objetiva é utilizada no Brasil CF/1946: Responsabilidade objetiva se torna a regra geral em termos de responsabilização do Estado Características do artigo: 1) Aplica-se tão somente às pessoas jurídicas. Assim, não se aplica, por exemplo, para um taxista. Mas, pelo artigo 927, parágrafo único, do Código Civil, é possível que o taxista responde objetivamente. Não se pode processar registradores e tabeliões pelo art. 37, pois esses possuem lei específica, cuja responsabilidade é subjetiva 2) Aplica-se à União, aos Estados, ao Município, às Autarquias e às Fundações Públicas Assim, não se aplica às Empresas Públicas e às Sociedades de Economia Mista 3) Aplica-se às concessionárias e permissionárias Considerações: Aplica-se aos Correios, haja vista que, apesar de ser um ente privado, presta serviço público Não se aplica ao Banco do Brasil, este terá sua responsabilidade estabelecida à luz do CDC e do CC Caixa, questão do seguro-desemprego: aplica-se o art. 37. REGRA: O ESTADO ASSUME A RESPONSABILIDADE PELOS ATOS DE SEUS AGENTES Caso de Goiás: Pais respondem, mas os familiares das vítimas podem entrar contra o Estado alegando omissão, pois a arma utilizada pelo menino pertencia ao seu pai, o qual é Policial Militar Responsabilidade Objetiva do Estado (Indenizatória) AUTOR ––––––––– Estado ———— Agente do Estado Responsabilidade Subjetiva* do Agente (Direito de regresso do Estado) *Exige que o Estado prove que seu agente agiu com dolo/culpa Exemplos: 1) Ambulância de Júlio de Castilhos, com a sirene ligada, passa o sinal vermelho e atropela um pedestre. O Estado terá o dever de indenizar a família da vítima, uma vez que responde objetivamente. Todavia, não terá direito de regresso contra o seu agente (motorista da ambulância), uma vez que este encontra-se amparado por uma excludente de ilicitude, qual seja, estrito cumprimento do dever legal. 2) O ato lícito também pode gerar o dever de indenizar. Exemplo é a construção de um viaduto que tape todo o sol de um imóvel. Nesse caso, O proprietário deste terá direito de ser indenizado pelo Estado. 3) Uma pessoa é levada até a Delegacia de Polícia de SM e apanha do Sandro, que comete abuso de autoridade. Pergunta-se: pode a vítima ingressar, na mesma ação, contra o Sandro e contra o Estado? Jurisprudência Federal: exclui o Sandro Jurisprudência Estadual: admite ambos Via de regra, não poderia cumular, pois são responsabilidades distintas. Ademais, deve-se aplicar o art. 37, pár. 6, que só admite pessoas jurídicas no polo passivo. Portanto, de regra, não se admite denunciação à lide do agente causador do dano 4) Considerando o mesmo caso, seria possível ingressar com uma ação somente contra o Sandro? A doutrina majoritária entende que sim, porém alguns autores defendem que após a CF/88 seria vedado PORÉM! CPC/2015: proíbe se for Juiz, membro do MP, Advogado Público e Defensor O PROFESSOR ENTENDE QUE ESTE ARTIGO É INCONSTITUCIONAL! ART. 37, §5º, CF “A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento” A ação regressiva do art. 37, §6º, é IMPRESCRITÍVEL (STF). Ex: caso dos professores da Odonto da UFSM. O Estado está cobrando valores de até 20 anos atrás. Obs: Se um Civil bater no muro do quartel: prazo = 3 anos (CC) Situação em que a ação regressiva fica inviabilizada por impedimento legal: Casos de tortura do regime militar, em razão da Lei da Anistia. Aqui, o Estado deve indenizar os familiares das vítimas. Todavia, não terá direito de regresso contra o Coronel Brilhante Ulstra, por exemplo., em razão da LEI DA ANISTIA. PRESCRIÇÃO DA AÇÃO INDENIZATÓRIA VÍTIMA —————————— ESTADO Concessionária/permissionária: 3 anos (art. 206, CC) Fazenda Pública: 3 anos (CC); 5 anos (Decreto 20910/32) Majoritariamente, aplica-se os 5 anos do Decreto Obs: Tortura; perseguição política: IMPRESCRITÍVEL, mas não esquecer que não é possível ação regressiva posteriormente ATOS JURISDICIONAIS Típicos: Decisões judiciais Condução de processos judiciais (medidas de prisão) VIA DE REGRA, NÃO HÁ RESPONSABILIDADE EXCEÇÕES: art. 5º, LXXV, CF “O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença” Aqui, a responsabilidade será SUBJETIVA Características do ato jurisdicional: Coisa julgada Independência do Juiz Devido processo legal Omissão jurisdicional Tecnicamente é a mesma coisa ATOS LEGISLATIVOS Leis: Atos abstratos, gerais Presumivelmente constitucionais VIA DE REGRA, NÃO GERAM DIREITO À INDENIZAÇÃO PORÉM! EFEITO CONCRETO + INCONSTITUCIONAL: GERA O DEVER DE INDENIZAR. A RESPONSABILIDADE SERÁ SUBJETIVA MACETE! SÓ ATOS ADMINISTRATIVOS COM CONDUTAS ATIVAS ENSEJAM RESPONSABILIDADE OBJETIVA
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