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DIREITO ADMINISTRATIVO II - RESUMO

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90
ADMINISTRATIVO II
Unidade 1 – agentes públicos
1.1 CONCEITO
 “Agente público é toda pessoa natural que presta serviços à administração direta ou indireta” (Di Pietro)
PESSOAS:
a) Naturais
b) Jurídicas
b.1) Direito privado:
Empresa individual
Partidos políticos
Organizações religiosas
Fundações
Associações
Sociedades (ADM INDIRETA):
 Empresa pública (Correios, Caixa)
 Sociedade de economia mista (Petrobrás)
b.2) Direito público
b.2.1) Interno
	
União 
Estados/DF ADM DIRETA
Municípios
	
Autarquias
Fundações de direito público ADM INDIRETA 
Outros
b.2.2) Externo
Países estrangeiros
Organizações internacionais
Anotações de aula:
 Só é agente público quem trabalha para a adm direta ou indireta
 Conselhos reguladores de profissões são autarquias, logo quem lá trabalha é agente público
 Em caso de terceirização, afasta-se a condição de agente público, uma vez que é um intermediário entre a pessoa natural e o Estado. Neste sentido, é imprescindível a contratação direta
 Fazenda Pública só engloba PJDPI
Condição de agente público/teoria da imputação
São necessários 2 requisitos:
1) ASPECTO FORMAL/SUBJETIVO
 Investidura na função, podendo a designação ser formal ou informal
2) ASPECTO MATERIAL/OBJETIVO
 Natureza estatal da função (inerente à função pública)
Anotações de aula:
 O preenchimento de ambos os requisitos imputa ao Estado os atos praticados pelo agente público
 Em um tiroteio, um PM do Rio de Janeiro mata uma criança. Isso é equivalente a dizer que o Estado matou a criança, logo tem-se uma imputação direta, onde o Estado irá responder
 PM do Rio de Janeiro mata a mulher por ciúmes. O Estado não tem nada a ver com isso
 Falsa blitz não é agente público
 Escoteiros que ajudam na campanha de vacinação são agentes públicos, uma vez que que foram delegados pelo Ministério da Saúde
 Reitora no ato de entrega do diploma: age por delegação do MEC, portanto é um agente público
 Policial Federal sai de uma boate e mata uma pessoa às 3h. União tem responsabilidade pelo uso da arma de fogo. Quem conceder a arma para ele tem responsabilidade por ela, não importando se está ou não está no exercício da função
 Uso de viatura do Estado
 ASSIM, TUDO O QUE SE FIZER NA CONDIÇÃO DE AGENTE PÚBLICO SERÁ IMPUTADO AO ESTADO
1.2 CLASSIFICAÇÕES
Hely Lopes Meireles:
1) Agentes políticos
 São aqueles com alto poder de decisão (os que mandam), que ocupam o todo da hierarquia de cada poder
Exemplos: Presidente, Governadores, Ministros, Secretários, Deputados, Senadores, Vereadores, Juízes e Promotores
2) Agentes administrativos
 Corpo permanente da administração, são os que executam as ordens administrativas
Exemplos: policiais, militares, professores públicos, servidores em geral, funcionários de estatais
3) Agentes honoríficos
 São aqueles que exercem temporariamente funções decorrente de deveres cívicos (munus público)
Exemplos: mesário eleitoral, jurado do júri, recruta no serviço militar (aqueles que estão no serviço obrigatório)
4) Agentes delegados
 Recebem delegações do Estado para exercer função pública em nome próprio, por sua conta e risco
Exemplos: tabelião e registradores
5) Agentes credenciados
 Exercem funções privadas, de entes públicos, eventualmente contratados para a administração de certas tarefas
Exemplo: guincho
Celso Antônio Bandeira de Mello:
1) Agentes políticos
 Vínculo político
2) Servidores estatais
 Vínculo profissional
3) Particulares em colaboração com o poder público
 Não tem vínculo
1.3 PODERES, DEVERES E PRERROGATIVAS
Poderes administrativos: 
 São instrumentos para a execução das funções dos agentes públicos
	HIERÁRQUICO
	DISCIPLINAR
	DE POLÍCIA
	REGULAMENTAR
	 Agente público sobre seus subordinados
	 Poder de punir internamente os servidores
	 Poder de punir cidadãos em geral
	 Explicitar as leis
Formas de exercício:
	VINCULADO
	DISCRICIONÁRIO
	 Duas opções: sim/não
 Existe motivo?
Exemplos: 
a) Agente de trânsito deve autuar a ambulância que passar acima do limite de velocidade permitida no local, independentemente da sirene estar ligada ou desligada. O poder de seu superior é que será discricionário 
b) Licença gestante
	 Juízo de conveniência e oportunidade (o que é melhor naquele caso?). Denominado de mérito administrativo
Exemplo:
a) Licença à capacitação: discricionária pelo chefe. Juiz não pode se substituir na pessoa do administrador em havendo recurso para anular o mérito administrativo, haja vista que estaria violando o art. 2º da CF (separação de poderes). Portanto, a decisão é privativa do administrador. O juiz só poderá anular a decisão se esta contiver vícios
Deveres:
Deveres específicos
Deveres gerais:
 Dever de agir
 Dever de eficiência
 Dever de probidade (agir com ética, moral). Ex: servidor público pode ser demitido por algo fora do trabalho, como realizar concurso em nome de outra pessoa. Ex2: caso dos professores de Odontologia da UFSM, os quais estavam enquadrados no regime de dedicação exclusiva mas mantinham consultórios particulares
 Dever de prestar contas
Relembrando:
Uso anormal do poder:
 Abuso de autoridade
 Excesso de poder
 Desvio de finalidade
CAUSAM INVALIDADE DO ATO
Exemplo: algemas só podem ser utilizadas em caso de tentativa de fuga ou agressão
Prerrogativas:
 Vantagens extras previstas para certos agentes em função da especialidade de sua atuação
Exemplos:
 Porte de arma de fogo
 Gratuidade
 Indenização por km rodado
 Veículo oficial
 Moradia oficial (lembrar do caso da mulher que não quis sair da casa após se separar do marido)
 Auxílio-moradia
 Segurança
 Cartão corporativo
1.4 CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS
CARGOS PÚBLICOS:
 É um lugar na organização administrativa, com denominação, funções e remunerações próprias, destinado à ocupação por um servidor
Criação/extinção/alteração de cargos
	
	FORMA
	INICIATIVA
	EXECUTIVO
(Presidente, Governadores, Prefeitos)
	Lei
	Chefe do Executivo
Exemplo: o HUSM precisa de mais enfermeiros. Para isso deverá haver um projeto de lei
Mexer na remuneração segue a mesma regra, pois é o mesmo que alterar o cargo
	LEGISLATIVO
(Deputados, senadores vereadores)
	Resolução da Casa
	Chefe da Casa
Exemplo: para os Vereadores aumentarem o salário, basta que encaminhem à Câmara de Vereadores
	JUDICIÁRIO
(Ministros, Desembargadores e Juízes)
	Lei
	Presidente do Tribunal
	MP
(Procuradores e Promotores)
	Lei
	Procurador-Geral
Tipos de cargos públicos:
1) Em comissão (cc):
 Jamais gera estabilidade ao ocupante e independe de concurso para entrar e processo administrativo para sair. Portanto, é de livre nomeação e exoneração
 A exoneração não precisa ser motivada (“ad nutum”)
 Apenas para cargos de chefias, assessoramento e direção;
2) Efetivos:
 Ingresso através de concurso público
 Regidos pela lei 8112
 Geram estabilidade após 3 anos de estágio probatório no exercício da função
 Durante os 3 anos, a pessoa pode ser “demitida”
Ex: fiscais da Prefeitura, servidores do INSS
3) Vitalícios:
 Não estão sujeitos a qualquer tipo de processo administrativo para mandar a pessoa embora. Só pode ser afastado mediante sentença judicial transitada em julgado. Ver também a súmula 36 do STF
 A vitaliciedade é adquirida após 2 anos de exercício 
Ex: apenas a Magistratura (95, I), MP (128, pár. 5º, I, a) e Ministros do Tribunal de Contas (73, pár. 3º)
Considerações
 A vitaliciedade só pode ser perdida por decisão judicial com trânsito em julgado
 A estabilidade pode ser perdida nos 4 casos do art. 41, CF:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampladefesa. 
EMPREGOS PÚBLICOS
 Objetivamente, assemelham-se aos cargos públicos (são vagas na Administração com funções específicas), mas tem como característica distintiva o fato de serem regidos pelas mesmas leis dos empregados privados (CLT)
 Ocorrem principalmente nas empresas estatais
Ex: BB, Banrisul, Petrobrás, Correios
Breve histórico:
Até 1988: 
 Não havia regra constitucional expressa sobre um regime jurídico a ser usado pela Administração
CF/88:
Pessoa jurídica de direito público:
União
Estados
DF 
 CARGO PÚBLICO
Municípios
Autarquias
Fundações Públicas
Pessoa jurídica de direito privado:
Empresa pública
 EMPREGO PÚBLICO
Sociedade de economia mista
Observações:
 Denominado também de regime jurídico único. Cada município, cada estado-membro, o Distrito Federal e a União tinham, teoricamente, a liberdade de estabelecer o regime jurídico a que estariam submetidos os agentes públicos de suas administrações diretas, autarquias e fundações públicas, desde que esse regime jurídico fosse unificado para todos os servidores desses órgãos e entidades de cada pessoa jurídica
 Não era obrigatória a adoção de regime jurídico estatutário (legal, não contratual) para os agentes públicos das administrações diretas, autarquias e fundações públicas dos diversos entes federados
 Quem era cc continuou cc. 
1998 EC 19
Pessoa jurídica de direito público: 
 Emprego público (carteira assinada, sem estabilidade)
 Cargo público
Pessoa jurídica de direito privado:
 Emprego 
	REGIME
	ESTATUTÁRIO
	CELETISTA
	Aplicação
	Cargo público
	Emprego público
	Natureza jurídica
	Institucional (lei)
Ex: não há contrato entre a professora e a Prefeitura. 
 Não é possível suprimir direitos em se tratando de vínculo estatutário
 Quem não cumpre seus deveres pode ser demitido
 Não há espaço para negociação coletiva, nem acordo com a chefia
	Contratual (vontade)
Ex: greve dos bancários pode acarretar na mudança de direitos
	Normas aplicáveis
	Estatutos próprios
	CLT
	Foro competente
	Justiça comum:
 Federal (União, INSS, FUNAI...)
 Estadual (Estados, Municípios...)
	Justiça do Trabalho (art. 114, CF)
	Direitos adquiridos
	Não, caso uma lei nova entre em vigor, é possível perder direitos
	Sim, não pode ter direitos suprimidos
	Estabilidade
	Sim, após 3 anos, salvo cc
	Nunca, no máximo em caráter provisório, a exemplo da gestante
	Acesso
	Concurso (salvo cc) 
	Concurso (salvo direção)
	Previdência
	Regimes próprios de previdência
Ex: pensão de viúva de brigadiano (IP)
	Impõe filiação ao RGPS (INSS)
 
FUNÇÃO PÚBLICA
1º) Pode se referir às atribuições específicas de um cargo ou emprego público
**2º) Pode se referir às funções sem cargo ou emprego público correspondente, que é exercida por um agente sem vínculo com a Administração
Ex: professor substituto, agentes contratados para combater endemias
3º) Pode se referir às funções gratificadas ou comissionadas assumidas em caráter extra para servidores
Ex: chefe dos auditores de SM, analista judiciário virar diretor de secretaria
**Regime especial de contratação temporária por excepcional interesse público
Ver art. 198, CF e emendas constitucionais 51/2006 e 63/2010
Art. 37, IX, CF regulamentado pela lei 8.745/93 (na Administração Federal)
 É um regime diferente do celetista e estatutário
Casos em que pode ser aplicado estão dispostos no art. 2º da Lei 8.745, a saber:
Professor substituto, recenseadores, agentes de surtos de endemias
 É um regime de tempo determinado, possuindo um prazo máximo de acordo: art. 4º, Lei 8.745
Ex: professor substituto: 1 ano, prorrogável por 2 anos
 Caso a professora substituta ficar grávida não se aplica a CLT, ou seja, direitos trabalhistas, ela simplesmente será mandada embora
 Não se aplica estabilidade de gestante para estagiário
NUNCA SE PODE EFETIVAR UM TRABALHADOR TEMPORÁRIO, SENDO TAMBÉM VEDADO O NEPOTISMO (art. 37, II, CF)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
Justifica-se a vedação da efetivação pelos seguintes motivos:
1) Existe um prazo máximo de contratação
2) Não possui estabilidade
3) Não realizou concurso público
CASO HAJA EFETIVAÇÃO, O ADMINISTRADOR ESTARÁ COMETENDO IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, CONSTITUINDO UMA ILICITUDE
 PSF: não pode, não é temporário
Uma pessoa contratada temporariamente discute em qual justiça um possível direito?
 Na justiça comum estadual ou federal
1.5 REGRAS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS A AGENTES PÚBLICOS
1.5.1 Acessibilidade (art. 37, I, CF)
“Princípio geral de amplo acesso a cargos/empregos/funções públicas”
Restrições de acesso:
 Ver súmulas 683 e 684 do STF
1º requisito: 
Formal (deve haver LEI que limite o acesso, ou a Constituição)
Ex: limite de idade
2º requisito:
Material (pertinência com funções do cargo)
 Tem sentido é proporcional?
Ex: é lícito realizar um concurso restringindo o acesso para homens? Sim, no caso de agente penitenciária de presídio feminino
Condições que podem restringir (acessibilidade):
Subjetivas:
a) Nacionalidade
 Via de regra, a lei só concede cargo público e emprego público a brasileiro, estrangeiro só pode ocupar cargo temporário. Para ocupar permanentemente, deve se naturalizar brasileiro
 Para as carreiras de Oficial das Forças Armadas e Diplomatas, é exigido brasileiro nato
b) Sexo
c) Idade
d) Compleição física (altura, IMC)
Ex: cargos que usam equipamentos (Força Aérea, Delegados)
e) Saúde:
 Os exames geralmente são solicitados dias antes da posse
 Não se pode admitir ninguém que tenha algum problema de saúde que impeça o exercício da profissão logo após a tomada da posse, uma vez que a pessoa se tornaria inválida, recebendo aposentadoria
f) Antecedentes:
 Certidões negativas da justiça
 Como regra geral, a pessoa não será automaticamente eliminada. Será chamada a prestar informações
Ex: crime no trânsito não nem nada a ver com função cartorial
 Ato infracional arquivado pode complicar. Nesse caso, poderia ser alegado o princípio da presunção inocência, uma vez que não constitui uma sentença judicial com trânsito em julgado. Por outro lado, a Administração pode alegar probidade, moralidade
Objetivas:
a) Nível de formação
b) Habilitação específica
 CNH
 OAB
c) Experiência profissional
Ex: prática forense 
 Pode ser comprovado por 5 atos privativos por advogado a cada ano
3 anos para Juiz e Promotor (o prazo começa a contar somente após a colação de grau). AJURIS conta. Cargo de ensino médio não conta (Oficial de Justiça Estadual). Já, o de nível superior conta (Oficial de Justiça Federal)
2 anos para Delegado, Defensor e Procurador (estágio regular conta como tempo de experiência)
d) Políticas afirmativas (critérios de estímulo)
Cotas para pessoas com deficiência (5%): concorre em uma lista separada. A cada 20 vagas, chama-se 19 da geral e 1 das cotas. Comprovada mediante perícia
Cotas raciais:
2014 União Poder Executivo
1.5.2 CONCURSO PÚBLICO (art. 37, II, III, IV, CF)
 Obrigatório (emprego ou cargo)
 É vedado a troca de cargo na Administração, uma vez que é exigido concurso público. Em emprego privado é possível.
 Não pode, por exemplo, a Prefeitura emitir um Decreto transformando vigilantes em guardas municipais (apesar de em SM isso ter sido admitido)
 É um processo administrativo pelo qual, de forma impessoal, o melhor candidato conquista uma vaga
 É vedada a contratação apenas por entrevista e/ou análise curricular
 Deve ficar adstrito ao que a lei prevê
 Ao concurso aplicam-se todos os princípios típicos do Direito AdministrativoImpessoalidade
Moralidade: não pode haver contato prévio com o candidato
Publicidade
Eficiência: concurso para motorista deve haver prova prática
TIPOS:
Provas
Provas + títulos*
(eliminatório) (classificatório)
*Mesário, jurado, publicações, tempo de experiência, outras graduações, aprovação em outros concursos
FASES DO CONCURSO PÚBLICO
Fase interna: 
a) Verificação da necessidade de contratação
b) Disponibilidade orçamentária
c) Nomeação de uma banca (terceirização da prova). Contrata-se uma empresa para aplicara prova
Fase externa:
 Vincula o candidato e a Adm (não pode alterar as regras do jogo)
a) Inicia-se com o EDITAL de abertura (regulamentar e enunciativo)
b) Hora/data/local e conteúdo das provas
c) Valores dos títulos, critérios de desempate
d) Taxas, isenções, prazos
e) Provas
f) Títulos
g) Classificação 
h) Homologação do resultado final
Obs:
 Até a classificação a empresa contratada é a responsável, uma vez que a homologação deve ser realizada pelo chefe da instituição. Publica-se uma lista de aprovados
 o Edital pode sofrer uma IMPUGNAÇÃO, devendo esta ser dirigida à banca
 Prova, títulos, classificações: pode-se ingressar com RECURSO
 Não precisa esgotar a esfera Administrativa. Pode-se ingressar diretamente com um Mandado de Segurança
 Uma possível liminar não pode comprometer a igualdade
Prazo de validade do concurso (art. 37, III, CF)
Máximo: 2 anos (prorrogável 1 vez por igual período)
Ex:
2 anos (+ 2 anos)
1 ano (+ 1 ano)
6 meses (+ 6 meses)
 Prerrogativa da Adm, não do candidato. Não pode o edital prever a prorrogação.
Preferência do concurso + antigo (art. 37, IV, CF)
 É possível haver dois concursos válidos simultaneamente (o antigo tem preferência)
Direito à nomeação
TEM DIREITO OU MERA EXPECTATIVA DE DIREITO?
 A lei e a CF não garantem o direito
 Até o ano de 2007, a jurisprudência do STJ entendia ser uma mera expectativa de direito. Todavia, de 2007 em diante, passou a entender que há direito à nomeação dentro do número de vagas, os que ficaram foram do número de vagas tem mera expectativa de direito. Caso não haja a nomeação dos aprovados dentro do número de vagas, é possível que estes ingressem com uma ação na justiça a fim de pleitearem o seu direito. Tal entendimento foi confirmado também em 2009 pelo STF
 Portanto, por si só não gera direito à nomeação, MAS SIM APENAS DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS
É lícito um concurso destinado apenas para cadastro de reserva?
Questão polêmica
 Entendimento mais aceito é de que se não tem ninguém para ser chamado, é possível.
1.5.3 INACUMULABILIDADE DE CARGOS/EMPREGOS PÚBLICOS REMUNERADOS (art. 37, XVI, CF)
Regra geral: não se pode acumular cargos/empregos públicos na Administração (ainda que esteja aposentado em um deles)
 Para acumular, é necessário solicitar uma licença (optar por uma das remunerações)
Ex: não se pode acumular o cargo de Auditor Fiscal com um de Servidor Público
EXCEÇÕES
a) 2 cargos na área da saúde (HUSM + HGU)
b) 2 cargos de magistério (UNIFRA + UFSM)
c) 1 cargo técnico + 1 cargo de magistério (Juiz + UFSM)
 Podem ser acumulados desde que haja compatibilidade de horários
1.5.4 TETO MÁXIMO DA REMUNERAÇÃO (art. 37, XI, CF)
Limite: STF: R$ 33.700,00
 Vale mesmo para o acúmulo de 2 cargos
 Incide “abate teto” sobre valores que ultrapassarem esses valores
Verbas remuneratórias:
1) Parcela única (subsídio)
 Agentes políticos, carreiras típicas do Estado (ex: Juiz). Não pode ser agregado por nenhuma outra complementação
2) Vencimento:
a) Vencimento básico (inclui-se o soldo para militar)
b) Adicionais (SUBJETIVA)
 Incide na aposentadoria 
Ex: tempo de serviço. 
c) Gratificações (OBJETIVA)
 Apenas enquanto a pessoa executar o trabalho
 Não incide na aposentadoria
IMPORTANTE!
 Apenas verbas remuneratórias estão sujeitas ao teto!
 Verbas indenizatórias não estão sujeitas ao teto (diárias, substituição, auxílio-moradia, auxílio-creche, auxílio-alimentação)
1.5.4 REVISÃO GERAL ANUAL (art. 37, X, CF) LETRA MORTA
 CF garante aos servidores civis que todos os anos haja um reajuste linear para todos, de forma a recompor o valor de compra de sua remuneração
 Em 2001, o STF ingressou com uma Adin por omissão, uma vez que o governo estava em mora legislativa. Diante disso, os servidores passaram a ingressar com ações solicitando os reajustes atrasados. O STF declinou a competência para julgar o caso, afirmando que estaria interferindo na separação de poderes em relação ao Executivo
 Na prática, o governo tem negociado aumentos individuais para cada carreira
1.5.6 ESTABILIDADE (art. 41, CF)
 Só vale para cargos efetivos estatutários (c/c não tem estabilidade, assim como empregados públicos)
 Em relação a vitaliciedade, a do Juiz se encontra no art. 95, I, CF; a do Promotor, no artigo 128, pár. 5º, I, CF)
 Adquirida após 3 anos de efetivo exercício (até a EC 19/98, era 2 anos)
 Aprovado em concurso nomeação posse exercício (inicia a contagem de 3 anos)
Obs:
 Licença-maternidade interrompe a contagem do tempo
 Se sair para de contar o tempo
 Até 15 dias afastado não interfere na contagem
ESTABILIDADE EXCEPCIONAL
Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37 da Constituição, são considerados estáveis no serviço público. 
 Antes de 1988 todo mundo ficou estável (desde que tenha assumido em 1983), apenas os c/c que não.
SITUAÇÕES EM QUE SE PODE PERDER A ESTABILIDADE
 Deve haver uma indenização
 Quando um concurso é anulado, quem foi nomeado corre riscos
Art. 41, pár. 1º, CF
Art. 169, pár. 4º, CF
1) Por decisão judicial
2) Por processo administrativo disciplinar
3) Por avaliação de desempenho
4) Por redução de gastos com o pessoal
Considerações:
 O vitalício só pode perder o cargo através de sentença judicial com trânsito em julgado. Todavia, pode sofrer a aposentadoria compulsória em processo administrativo disciplinar
 Em relação ao item 4, caso o limite já estiver sido estourado, procede-se da seguinte forma:
1) Corta-se as horas extras, diárias, estagiários e c/c
2) Demite-se os servidores não estáveis
3) Demite-se os servidores estáveis (SITUAÇÃO EXCEPCIONAL, ÚLTIMA ALTERNATIVA)
1.5.7 DIREITOS SOCIAIS DOS AGENTES
	EMPREGADO
	SRVIDORES (civis)
	MILITARES
	Art. 7º
Art. 8º
Art. 9º
Art. 10
Art. 11
Art. 12
CF
	Art. 39, pár. 3º
Art. 37, VI
Art. 37, VII
CF
 Não tem FGTS, insalubridade e participação de lucros
	Art. 142, pár. 3º, VIII
Art. 142, pár. 3º, IV
CF
 Proibido de fazer greve/sindicalizar
 Súmula 13 STF: não tem direito à salário mínimo
LEI 8112
1. NOÇÕES GERAIS
 Aplica-se aos servidores civis federais
 Via de regra, aplica-se o regime jurídico único
 Natureza de Estatuto (INSS; UFSM...)
Art. 2º: conceitua servidor
Art. 3º: conceitua cargo público
Art. 4º: traz a vedação do trabalho gratuito – veda o enriquecimento sem causa da administração pública (quer garantir a independência dos servidores)
 Não se aplica a militares, juízes e MPU
Irrepetibilidade das verbas remuneratórias recebidas por servidor que efetivamente desempenhar sua função. 
Ex: servidor que assumiu o cargo via judicial
 Se uma pessoa trabalhar como servidor, com força de liminar, e esta for derrubada, não é necessário devolver o dinheiro (vedação do enriquecimento sem causa), fundamentado na vedação ao trabalho gratuito. Portanto, quando perde a ação, o servidor não devolve o salário
Código: pretensão de esgotar toda a matéria, ser uma disciplina geral
Estatuto: esgotar uma relação jurídica específica (ECA; torcedor)
2. PROVIMENTO DOS CARGOS PÚBLICOS
 Trata do preenchimento da investidura em cargos
 Originário: 1) Nomeação2) Readaptação 
PROVIMENTO 3) Reversão 
 Horizontais 4) Reintegração
 5) Recondução
 Derivado 6) Aproveitamento 
 
 Verticais 7) Promoção 
Carreira: são diversos cargos dentro da mesma função – níveis
Ex: delegado inicial; delegado intermediário; delegado especial
Quadro: conjunto de carreiras dentro de um mesmo ente público
Ex: quadro de servidores do INSS
1) Provimento originário:
 É a forma de ocupação de cargo que não pressupõe cargo anterior
 Deve ser precedido de aprovação em concurso público (art. 37, II, CF)
 É um ato complexo, que se desdobra em 3 momentos especiais
 1º momento 2º momento
 30 dias
 Aprov. em concurso Nomeação posse exercício
 
 3º momento: estágio probatório*
Prazos: art. 13, pár 1º; art. 15, pár. 1º
*Não vale para cc’s
Nomeação:
 Consiste na convocação para começar a ter efeito; é a convocação para assumir o cargo
 Pressupõe que a pessoa tenha sido aprovada em concurso, se efetivo (art. 37, II)
 O candidato deve acompanhar o diário oficial, salvo se houver previsão distinta no edital
Posse:
 Pode se dar por procuração (data da posse + 15 dias para começar no “exercício”). Se não tomar posse a nomeação não tem efeito
 É o momento da comprovação de todos os requisitos necessários para exercer o cargo (IMPORTANTE!); para realizar o concurso é vedada essa exigência
 Alguns, quando não podem tomar posse, solicitam para ir para o fim da fila. ADM não tem obrigação de aceitar.
 A pessoa que toma posse ainda não é servidora
Exercício: 
 É um ato personalíssimo, aqui começa a contar o tempo, a receber R$, é o efetivo desempenho da função SE NÃO ENTRAR EM EXERCÍCIO SERÁ EXONERADO
 Só a partir daqui é que ganhará salário e o tempo começará a contar
Considerações:
 Caso a pessoa seja nomeada e não tome posse, “a fila anda”
 Caso a pessoa tome posse mas não compareça para trabalhar (exercício), é exonerada
Estágio probatório: 
CF: 3 anos (36 meses) art. 41
Lei 8112: 24 meses (art. 20) NÃO VALE MAIS!
 A jurisprudência considera que a CF prevalece
 Nesse período avalia-se a assiduidade (frequência), a disciplina (respeito à autoridade), a iniciativa, a produtividade e a reciprocidade
 Ao final desse tempo temos a confirmação no cargo (é um ato interno) OU a exoneração (publicada no DOU)
 O TCU avalia se a nomeação, a posse e o exercício estão ok aí haverá registro no TCU
 Para os cc’s o TCU avalia se há nepotismo
Provimento derivado horizontal:
 A pessoa já ocupou um cargo anterior
 A essência não muda, recebe o mesmo salário
Provimento derivado vertical
 É um “upgrade”
FORMAS DE PROVIMENTO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL
Readaptação (art. 24)
 Colocação do servidor em cargo compatível com a limitação funcional que passou a ter em virtude de incidente ou doença. Caráter obrigatório. Decisão técnica da junta médica do órgão. Portanto, a inclusão é a junta médica que impõe.
Ex: agente policial que é atingido por uma bala por um bandido e fica paraplégico. A depender do laudo médico, poderá ser readaptado ao cargo de escrivão
Existem 3 possibilidades:
1) Retornar ao cargo
2) Aposentar-se por invalidez
3) Readaptar-se a um cargo distinto
Não esquecer que a partir dos 70 anos se dá a aposentadoria compulsória
Reversão (art. 25)
 Retorno do servidor aposentado ao serviço
Poderá ser:
Obrigatória: 
Cessa a invalidez, devendo o aposentado retornar ao serviço
Voluntária: 
O servidor se aposentou por tempo de serviço, mas quer voltar atrás, para isso:
 A aposentadoria deve ter até 5 anos
 Deve existir vaga
 Ter até 70 anos
 Haver interesse recíproco
Reintegração (art. 28)
 Retorno do servidor demitido
 Ação judicial ou processo administrativo
 5 anos para propor a ação
 Se alguém entrou na vaga dele, esse alguém deve sair
 No caso da ação judicial ou o processo administrativo reintegrarem o servidor, o tempo parado conta como tempo de aposentadoria e a pessoa recebe todos os salários não percebidos (retorno ao “status quo antes”)
Recondução (art. 29, I e II) apenas para servidores estáveis
I: uma pessoa é analista, todavia é aprovada no concurso de Juiz. Caso seja reprovada no estágio probatório para o cargo de Juiz, poderá retornar ao cargo de analista, no prazo de 3 anos
II: é quando o anterior ocupante é reintegrado (“dança das cadeiras”). Quem não tem estabilidade volta para a fila
Aproveitamento (art. 30 a 32) apenas para servidores estáveis
 Se uma pessoa tem estabilidade e o local onde trabalha é extinto, deve ser deslocada para outro local. Fica em disponibilidade e recebendo salário.
 É o retorno do servidor em disponibilidade remunerada, não alterando o salário
Promoção (art. 8º, II):
 Derivação vertical
 Critérios: merecimento e antiguidade
Considerações:
 Na ADM SÓ há demissão por justa causa
 Na reintegração o servidor deverá receber tudo o que teria direito se na ativa estivesse: salário, promoção... volta ao statos quo, ocupando inclusive a mesma vaga
3. ALTERAÇÃO NO EXERCÍCIO DOS CARGOS
Remoção (art. 36)
 Alteração da sede da prestação do serviço
 A pedido ou no interesse da ADM Pública
 No interesse da ADM Pública, terá direito a ajuda de custo, companhia do cônjuge e vaga na faculdade
 É possível o Estado do RS fazer convênio com o Estado de São Paulo
Redistribuição (art. 37)
 Reorganização de carreiras e quadros funcionais sem troca de cidade
 Não gera direitos para o servidor
Substituição (art. 38)
 Ocorre quando há afastamento da chefia
4. VACÂNCIA (art. 33)
1) Morte do servidor
 Fato administrativo. Declara-se vago o cargo
 Gera pensão por morte
2) Aposentadoria
 Por invalidez, idade, tempo de contribuição ou compulsória (70 anos)
3) Promoção
 É, ao mesmo tempo, provimento e vacância
4) Readaptação
5) Posse em cargo inacumulável (art. 37, XVI):
 Pode tomar posse e solicitar retroativo. Só é deferida para quem já tem estabilidade, quem não tem pede, é o primeiro passo para a recondução
 A pessoa deve solicitar vacância em cargo inacumulável (apenas para servidores estáveis)
 Não estável deve solicitar exoneração
6) Demissão
 É a punição disciplinar máxima – é a perda do cargo
 É sempre por justa causa
 Não tem como o servidor pedir
7) Exoneração
 Todos os demais caso
Ex: pedir para sair; corte de gastos; não entrar em exercício 15 dias após a posse; ser reprovado no estágio probatório
REGIME DISCIPLINAR DO SERVIDOR FEDERAL (arts. 116 a 182)
 Penal: só faz coisa julgada para os demais se:
 a) Absolvido por negativa de autoria
Responsabilidade b) Absolvido por inexistência de culpa
(esferas independentes) 
 Civil: sanção pecuniária; improb. adm
 Administrativo: disciplinar
 Infração disciplinar Sanção disciplinar
 
 Art. 116
Art. 117
Art. 127
 Advertência
 Suspensão
 Demissão
 Processoadm
 disciplinar 
 O processo adm. disciplinar é inquisitorial, a adm acusa e julga
Advertência:
 Serve como antecedente 
 Não é verbal, mas sim é realizada através de um registro 
 Em caso de 2 advertências, haverá suspensão 
Suspensão:
 Não recebe salário 
 Pode durar até 90 dias
Cassação:
 Aposentadoria. Caso o servidor se aposente durante o PAD, é possível cassá-lo.
Destituição
Considerações:
 O processo é subjetivo. Depende da decisão do chefe apoiado na comissão sindicante que dá um parecer que não vincula o chefe
 A comissão é composta por 3 servidores (do mesmo nível ou superior)
 Deve haver sempre PAD, ampla defesa, recurso, possibilidade de advogado
PAD:
1ª fase:
 Sindicância indicia alguém
 O Foco é nos fatos
2ª fase:
 Inquérito disciplinar para haver defesa
 O Foco é a pessoa
Considerações:
 O PAD obedece ao devido processo legal (ampla defesa; contraditório; possibilidade de recurso)
 Não existe dentro da administração pública a possibilidade de se aplicar diretamente a sanção a um servidor. Para isso, é necessário um processo administrativo. Portanto, não se aplica mais o princípio da verdade sabida (IMPORTANTE)
DOMÍNIO PÚBLICO E BENS PÚBLICOS
BENS PÚBLICOS:
Art. 98, CC:
 Bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno (União, Estados, DF, Municípios, Autarquias, Fundações Públicas)
 Os bens não são públicos por natureza. A pergunta a ser feita é: quem é o dono? A resposta é que o que define se é público ou privado
Exemplos de bens públicos:
 Livro da AGU
 Se eu tiver os bens apreendidos na fronteira por extrapolarem a cota, estes serão públicos
DOMÍNIO PÚBLICO:
 Bens insuscetíveis de apropriação (ex: espaço aéreo, águas internacionais, Antártida)
 Podem ser utilizados por qualquer pessoa
 Bens sujeitos a uso público 
Ex: orelhão da oi. É um bem particular sob domínio público
 O meio-fio das calçadas é a divisão entre público/privado
 Quando vence o prazo do direito intelectual, perde-se o domínio público, isto é, não se recebe mais direitos de imagem (Ex: caso do Mickey)
PÚBLICO X PRIVADO
CC/16: não distinguia público de privado
Empresas estatais:
Havia 3 correntes:
1) Tudo público (Hely Lopes Meirelles)
2) Depende (Bandeira de Mello)
Afetado a serviço público:
PÚBLICO
Ex: na Rede Ferroviária de Santa Maria, nem todos os vagões estão em operação. Desse estes não são tratados como bem públicos, enquanto que os que estão em operação são bens públicos
Sem finalidade pública:
PRIVADO
 É o exemplo dos vagões que não estão em funcionamento, sendo portanto bens privados
 Casas da Vila Belga
Obs:
Posse mansa e pacífica em um terreno de uma empresa por 20 anos. Para Bandeira, teria direito à usucapião
3) Tudo privado (Miguel Reale Jr.)
 Art. 173, CF ; art. 98, CC, 2002 (deve-se tratar todas as empresas igualmente)
ATRIBUTOS DOS BENS PÚBLICOS
1) Imprescritibilidade (ABSOLUTA)
 Bem público não se sujeita à usucapião/prescrição aquisitiva (art. 102, CC e CF/88)
Razões:
 Melhor proteger o coletivo em face do privado
 Administração não sabe quantos bens possui
 Nenhum indivíduo pode se valer da inércia do Estado para enriquecer
2) Impenhorabilidade (ABSOLUTA)
 Bem público não se sujeita a constrições judiciais (ex: penhora)
Art. 100, CF e art. 730, CPC: solução para o problema sistema de precatório ou RPV
 Se o Estado deve, este deve incluir o valor no orçamento do ano seguinte, pois na hora de executar será pago
 Precatórios são requisições de pagamento expedidas pelo Judiciário para cobrar de municípios, estados ou da União, assim como de autarquias e fundações, o pagamento de valores devidos após condenação judicial definitiva.
3) Não onerabilidade (ABSOLUTA)
 Bens públicos não se sujeitam a garantias reais (penhor, hipoteca, anticrese)
 Bens particulares gravados para hipoteca/penhor/anticrese, quando adquiridos pelo poder público, tem esse gravame cancelado e o valor da indenização será pago primeiramente ao credor hipotecário/pignoratício/anticrético
Ex: INCRA escolhe uma Fazenda improdutiva para realizar reforma agrária. Há uma hipoteca. Como ficaria essa hipoteca? Quando se torna público, todas as garantias cessam/desaparecem
Ex2: trabalho análogo à escravidão. Tem-se uma hipoteca no BB. Nesse caso, a hipoteca seria cancelada, pois é dever do BB consultar o cadastro nacional de trabalho escravo. Ademais, o BB não seria indenizado.
Ex3: Veículo com finalidade comercial que extrapola a cota permitida na fronteira. Perde-se o veículo, Receita Federal fica com o carro limpo para circular, livre de restrições
4) Inalienabilidade (RELATIVA)
Regra: bens públicos não podem ser vendidos, doados, permutados, etc
Exceções: é possível alienar bens públicos, desde que observados os seguintes requisitos:
1º) Desafetação (retira-se a finalidade pública do bem)
Voluntária
Tácita
Ex: viatura da Brigada Militar que sofre perda total em um acidente. Perde a finalidade pública, vira sucata.
2º) Lei 8666/93 (art. 17)
Imóvel público:
3 requisitos:
 Avaliação
 Autorização legislativa
 Licitação (concorrência) ou dispensa (entes sem fins lucrativos)
Ex: Prefeito do Município quer atrair uma empresa e doa um pedaço de terra. A Câmara de Vereadores deve aprovar
Ex2: população de baixa renda invade terreno público. Não pode usucapir, mas pode-se doar ou vender a preços populares
Móvel/semovente:
2 requisitos:
Avaliação
Licitação, por meio de leilão (ex: bens apreendidos pela Receita Federal) ou dispensado (ex: creches, asilos, escolas conseguem a doação)
CLASSIFICAÇÃO DE BENS PÚBLICOS 
(art. 99, CC)
a) Bens de uso comum/do povo (AFETADOS)
 USO COLETIVO PELA POPULAÇÃO
 Ex: praias, praças, ruas
 Não permitem a apropriação de ninguém, mesmo que temporariamente
 Terreno particular só começa quando termina a praia
 Deve haver autorização para privatizar
 Titular do bem público pode cobrar o uso (ex: Zona Azul; pedágio)
b) Bens de uso especial (AFETADOS)
 USO PRIVATIVO/RESTRITO
 Reservas Indígenas
 Praias protegidas ambientalmente
 Campos de instrução militar
 Apartamentos funcionais
 Prédios Administrativos/públicos (prefeitura, reitoria)
c) Bens dominicais ou dominiais (DESAFETADOS)
 É DA UNIÃO, MAS ESTÃO SEM USO
 São alienáveis, prontos para serem vendidos
 Terras devolutas (virgens, que nunca tiveram donos)
 Sucata
 Bens apreendidos (caso o notebook for utilizado para o trabalho, será bem especial)
Obs:
 A condição de todos os bens é temporária, podendo o titular alterá-la a qualquer tempo
FORMA DE AQUISIÇÃO DE BENS PÚBLICOS
COMUNS (AFETADOS):
1) Contratos
 Compras, doações recebidas, permutas
Regra: precedido de licitação
2) Usucapião
 Administração não perde por usucapião, mas pode ganhar (CUIDAR)
3) Avulsão, aluvião, formação de ilhas
4) Sucessão causa mortis
Testamentária
Legal (em não havendo herdeiros, o Município onde a pessoa morreu herda. É o 4º na ordem de sucessão)
PRÓPRIOS (DESAFETADOS):
1) Desapropriação (art. 5º, XXIV, CF)
 Transferência compulsória de propriedade, mediante indenização. SEMPRE é indenizado previamente. Vontade do dono é irrelevante
 Só a ADM pode desapropriar, nenhum ente privado pode
2) Perdimento de bens
a) Aduaneira
 Apreensões da receita Federal
b) Penal 
Ex: perdimento de bens – furto, roubo. Será em favor do Estado
c) Confisco (art. 243, CF)
Ex: plantar drogas. Perde-se a propriedade para o Estado, não há indenização
3) Áreas em loteamentos
Obs:
“area non aedificandi”
 São as faixas de terra com largura de 15 (quinze) metros, contados a partir da linha que define a faixa de domínio da rodovia.
FORMAS DE USO PRIVATIVO DE BENS PÚBLICOS
	INSTITUTO
	PREVISÃO LEGAL
	CARACTERÍSTICAS
	EXEMPLOS
	Ocupação
	Ilegal (crime de esbulho)
Obs: poderá haver anistia (Lei 9636), mediante o pagamento de uma taxa de ocupação
	 É o uso não consentido de um bem público
 Não geradireito aos ocupantes
	 Invasões urbanas
 Favelas em áreas de preservação
	Autorização de uso
	Leis Municipais
	 É ato unilateral, discricionário, pelo qual se autoriza o uso de espaço público para atividade irrelevante, que não visam lucro, por pouco tempo
	 Terreno público para depósito de materiais de construção
 Tele entulho
	Permissão de uso
	Lei 9636/98 (art. 22)
Podem cobrar limpeza, taxa de iluminação e até mesmo ingresso
	 É negócio jurídico unilateral, pelo qual se autoriza evento de curta duração, com caráter cultural em espaço público
	 Show em Estádio Municipal
 Corrida de rua
 Olimpíadas
 Comício
	Cessão de uso
	Lei 9636, art. 18 e s/s
Interesse comum
	 São convênios com outros entes públicos ou entes privados sem fins lucrativos para empréstimo
	 Aeroporto Municipal de SM
 Farmácia da 4ª CRS
 Pacaembu
	Concessão de uso
 Bem deve ser devolvido em iguais ou melhores condições
 Não havendo restrição, qualquer bem é passível de concessão de uso
	Lei 8666/93
	 Contrato adm
 Licitação prévia
 Interesse econômico (comercial, industrial, habitação)
 Prazo determinado
 Valor (aluguel)
	 Aeroportos concedidos a empresas
 Espaços comerciais no campus da UFSM
 Fontes de água mineral
 Malha Férrea
 Apart. funcionais
	Concessão de uso especial e autorização de uso especial
 Imóvel público, não pode usucapir
	MP 2220/01
Ver emenda 32
Lei 13465/17 (imprimir para a prova): estendeu o prazo para ter direito
Favelas criadas até 2011 podem ser regularizadas
	 Direito de ocupantes de baixa renda, que moram ou tem negócio em imóveis públicos há mais de 5 anos
 É possível solicitar empréstimo na Caixa
 Direito à luz elétrica, água (aqui, não são clandestinas)
	
	Enfiteuse/aforamento
(Não é um contrato)
 Imune a IPTU, só paga taxas para a União, que é a dona das terras (foro anual)
 Se eu vender para terceiro, recebo laudêmio - comissão
 Enfiteuse antes de 2002: direito adquirido
	Lei 9636, art. 12 e 55
	 Direito Real sobre bem público
 União pode instituir sobre terreno de marinha
 Usufruto perpétuo
	
	Contrato privado
(União se coloca em uma posição igual ao particular)
	
	 Aluguel
 Arrendamento
	
BENS PÚBLICOS EM ESPÉCIE
(em razão desta aula ter sido lecionada através de slides, posteriormente disponibilizados com o professor, com a utilização de imagens, essa parte do conteúdo não será postada, em observância à legislação vigente que versa sobre direitos autorais)
UNIDADE 3
Conceito de Serviço Público
 Art. 170, CF/88
Atividade econômica (lato sensu)
 Todas as atividades humanas mensuráveis em dinheiro, exercidas dentro da lei
Atividade econômica (stricto sensu)
 São aquelas abertas à livre iniciativa, prestadas num regime de direito privado
Finalidade: lucro
Ex: ensino na UNIFRA
Serviço Público:
 São atividades de titularidade estatal, prestadas num regime de direito público
Finalidade: bem comum
Ex: ensino na UFSM
 Só é Serviço Público o que a lei prevê
Conceito de Serviço Público
“É uma atividade econômica que, num determinado tempo e espaço, é considerada tão importante para a coletividade que o Estado passa a entender que não pode ficar à mercê da iniciativa privada, por isso passa a controlá-la e promovê-la”.
	
	DESTINATÁRIO
	CARÁTER
	REGIME
	Serviços Públicos
	Terceiros
	Ampliativo/satisfativo
	Público
	Atividade econômica (stricto sensu)
	
Terceiros
	
Ampliativo
	
Privado
(art. 173, CF)
	Serviços adm
	Estado
	Ampliativo
	Público
	Atividade de poder de polícia
Ex: expedição de CNH
	
Terceiros
	
Restritivo
	
Público
 O Estado também pode atuar no setor privado (ex: BB). Neste caso, não pode ter vantagens, isto é, concorre de igual para igual
Princípios dos Serviços Públicos
1) Dever inescusável do Estado em promovê-los
 Se houver descumprimento, caberá ACP
Ex: exigir que o município abra creches
Linhas interestaduais de ônibus (Governo Federal não tem concedido, razão pela qual a maioria funciona por meio de liminar)
2) Princípio da supremacia do interesse público
Finalidade: está acima do interesse do lucro
 O foco é o bem comum
 Se os direitos individuais estiverem em conflito com o interesse público, este prevalece
Ex: Desapropriação
3) Eficiência/adaptabilidade
 Custo/benefício
 Quanto mais, melhor
 Deve ser pensado sob a ótica do que é mais novo em tecnologia
4) Impessoalidade
 Não se pode negar atendimento para estrangeiros
5) Universalidade (não é absoluta)
 Toda a área do ente responsável
 “Cláusula da Reserva do Possível” (a União pode alegar em defesa, questão orçamentária)
6) Modicidade das tarifas
 Não impedir o acesso à população
 Reajuste (inflação)
 Revisão: aumento/diminuição
7) Continuidade
Exceções (art. 6º, Lei 8987/95):
1) Manutenção técnica:
 Necessita de aviso prévio coletivo
2) Caso fortuito/força maior:
 Não necessita de aviso
3) Falta de pagamento:
 Deve haver aviso de corte/notificação
 Deve ser individual
Obs
Greve: ver art. 10, Lei 7.783/89
8) Cortesia
 Bom atendimento
9) Preservação dos Recursos Naturais
10) Transparência/controle
11) Motivação
Titularidade dos serviços públicos em espécie
	
	UNIÃO
	ESTADOS
	MUNICÍPIOS
	Concorrente
	Previsão
	Art. 21, CF
	Art. 25, par. 2º, CF
	Art. 30, V, CF
	Esparsos na CF
	Serviços
	 Transporte aéreo
 Transporte ferroviário
 Transporte rodoviário intermunicipal e internacional
 Correios
 Moeda
 Rádio/TV
 Defesa
 Telefonia
	 Gás canalizado
 Segurança Pública (art. 44)
 Ônibus intermunicipal (Const. Estadual)
	“Serviços locais”
 Táxi
 Ônibus coletivo
 Cemitérios
 Iluminação Pública
...
	 Saúde (M+ E+U)
 Educação (M+E+U)
 Água (M+E)
 Luz (E+U)
SERVIÇOS PÚBLICOS
CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS:
Uso:
Serviços “uti singuli”
REMUNERAÇÃO: TARIFA (preço público, não é tributo, logo não precisa de lei, não reflete no artigo 150 da Constituição). Geralmente é decidida pelo próprio Executivo.
 Singular
 Uso individual/mensurável
Exemplos: telefonia, energia elétrica, água tratada, transportes
 O pedágio é uti singuli, uma vez que é sempre uma tarifa (sempre existem alternativas, posso passar a pé, por exemplo). Não precisa de lei
Serviços “uti universi”
REMUNERAÇÃO: IMPOSTOS; CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA; CONTRIBUIÇÕES (precisa de lei, logo se aplica o artigo 150 da Constituição).
 Coletivo
 Fruídos coletivamente, sem saber-se quanto cada um usou
Exemplos: iluminação pública (artigo. 149-A, CF – não pode utilizar em outras coisas); tratamento de esgoto (impostos, contribuições); asfaltamento (impostos, contribuições de melhoria)
Obs:
 É proibido cobrar taxa para prestar um serviço público, assim como é necessária uma lei para aumenta-la. Só se pode cobrar taxa para atividade de poder de polícia e para serviços uti singuli obrigatórios, a exemplo da coleta de lixo
Lucratividade:
Social:
 Naturalmente deficitário
Econômico:
 TV, rádio, transporte
Delegabilidade:
Indelegáveis:
Ex: emissão de moedas (UNIÃO); Defesa Nacional (Estado não pode contratar grupos); Segurança Pública
Delegáveis:
 Podem ser prestados por particulares
Ex: telefonia, TV, ônibus
FORMAS DE EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Execução direta pelo titular:
Município de SM: saúde, educação asfaltamento
Estado do RS: educação, segurança pública, saúde, DPE, HBSM
União: DPU, exército, aeronáutica, colégio militar, saúde, HGU
 Autarquia não se enquadra aqui
 São todos serviços gratuitos
Obs:
 Às vezes, o ente público terceiriza a execução material do serviço, mas continua responsável diretamente por ele
Ex: asfaltamento (com empreiteira) ingresso com uma ação contra a Prefeitura, o mesmo vale para a luz
 Limpeza urbana (ação contra a Prefeitura)
 Coleta de lixo (ação contra a Prefeitura)
Execução indireta pela descentralização:
 Criação de uma nova PJ (autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista)
 Estimulada pelo DL 200/67
 Responsabilidade da UFSM
UNIÃO –––––––––– UFSM –––––––––– EducaçãoIlegítima para figurar como réu
UNIÃO –––––––––– Petrobrás –––––––––– Refino petróleo
 (Soc. Econ. Mista)
 Justiça Estadual
 (não há previsão no artigo 100, CF)
UNIÃO –––––––––– Correios –––––––––– Serv. Postal
Justiça Federal
(empresa pública, artigo 109)
Estado –––––––––– DAER –––––––––– Asfaltamento
Estado –––––––––– EGR –––––––––– Pedágio
Estado –––––––––– UERGS –––––––––– Educação
CONCESSÃO INDIRETA PARA DELEGAÇÃO CONTRATUAL:
CONTRATOS (ART. 157, CF):
Concessão
Permissão
EXECUÇÃO DE SERVIÇO POR NOVOS MEIOS DE COLABORAÇÃO
1) Consórcio Público (Lei 11.107/05)
 Natureza pública ou privada
 Associação de entes públicos com objetivo em comum
 Podem decidir que será privado (terceirização de serviços)
 Carteira assinada, concurso, tem estabilidade
2) Organizações sociais (Lei 9.637/98)
 Associações privadas (ONGs), interessadas em prestar serviço público social
 Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos
OSCIPs (Lei 9.790):
 Atividade econômica
 Prestar atividades econômicas usando os bens do Estado (dinheiro)
Ex: teatro, lazer. São atividades econômicas, não serviços públicos
3) Parcerias Público-Privadas (Lei 11.079/04)
 Poder-público + empresa privada: sociedade de propósito específico
 Tipo especial de concessão
Ex: aeroportos, parceria com INFRAERO, grupos de investidores (prévia licitação)
 $ público, mão-de-obra privada
 Aplicado apenas a contratos grandes/grandes obras (+ de 20 milhões, período de 5 a 35 anos, especificação de riscos)
CONCESSÃO/PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS (Lei 8.987/95)
 JAMAIS SE TRANSFERE A TITULARIDADE
 SOMENTE SE TRANSFERE A EXPLORAÇÃO DO SERVIÇO
 SÃO CONTRATOS ADM TÍPICOS (supremacia do poder público em relação ao particular, podendo aquele realizar mudanças unilaterais)
	CONCESSÃO
(ex: água, telefonia, coletivo urbano de ônibus)
	PERMISSÃO
(ex. táxi, van escolar)
	Lei 8.987
	Lei 8987, art. 40
	 Só pessoa jurídica (empresa) ou consórcio
	 Pode ser pessoa física ou jurídica
	 Irrevogável (prazo determinado, com indenização de lucros cessantes em caso de encerramento antes do tempo)
	 Precária (revogável a qualquer tempo, sem indenização de lucros cessantes)
	 Aplicada para grandes investimentos; amortizações a longo/médio prazo
	 Não pode ser aplicada em situações que exigem grande investimento do empresário
Comparação com a Lei 8.666 (contrato):
 ADM –––– prestadora
 Bilateral
 ADM paga para receber o serviço
Contrato de concessão (Lei. 8.987)
 Necessita licitação prévia
 Administra Relação de consumo
 (Concede o direito de explorar o risco)
Poder concedente* –––––––––– Concessionária ––––––––––– Relação de consumo
 (Município de SM) Não tem $ (Medianeira) $ tarifa (Passageiro) 
 (Por sua conta e risco) (Usuário**)
 Se eu me acidentar de ônibus, a empresa responde. Idem para táxis
 3 polos => concessão
*NA PRÁTICA, É SUBSTITUÍDO PELAS AGÊNCIAS REGULADORAS
** Na TV aberta é o anunciante. Não existe mais a TV globinho em razão da proibição de propaganda infantil
Agências reguladoras:
 Autárquicas com poder de polícia
 Regime especial que dá estabilidade aos seus diretores durante o mandato
Missão:
 Regular/outorgar/fiscalizar serviços públicos
Exemplo: ANATEL, ANAC, ANTT, ANEEL, ANP
Direitos e deveres nas concessões
 Não vale somente o previsto no contrato, mas também na lei
	PODER CONCEDENTE
	CONCESSIONÁRIA
	USUÁRIO
	 Dever de garantir os meios para prestação de serviços
 Direito a fiscalizar
 Alteração unilateral de cláusula contratual
Ex: segurança no ônibus, dever do Estado conceder, salvo cláusula em contrário
	 Equilíbrio econômico do contrato
Reajuste (anual)
Revisão (alterações)
Ex: caso fortuito
	 Direito a um serviço adequado (Lei 8/987. Art. 6º)
 Dever de atender aos requisitos técnicos para receber os serviços
EXTINÇÃO DAS CONCESSÕES (art. 35 da lei e seguintes da Lei 8987/95)
a) Advento contratual: extinção do contrato após o encerramento de seu prazo de vigência (I, II, III)
b) Encampação/resgate: é a retomada do serviço público, mediante lei autorizadora e prévia indenização, motivadas por razões de interesse público justificadoras da extinção
c) Caducidade: dá-se devido à inexecução total ou parcial do contrato ou devido ao descumprimento de obrigações a cargo da concessionária. Art. 38 – “culpa da concessionária”
 Não extingue o contrato de pleno, devendo ser declarada pelo poder concedente com PAD e ampla defesa
 Atentar para os parágrafos 2º, 3º e 5º
d) Rescisão por culpa do poder concedente: quando o poder concedente descumpre normas contratuais – ação judicial cabível, mas até o trânsito em julgado a concessionária não pode paralisar os serviços
 Indenização pelos danos emergentes e não lucros cessantes
e) Anulação: é a extinção devido ilegalidades ou defeito contratual
 Decretada de ofício ou ação judicial
 Em regra, não cabe indenização, exceto se já houver execução de parte do contrato (art. 59, lei 8666)
f) Falência ou extinção da empresa (art. 35, VI)
 Personalíssimo
INTERVENÇÃO
(art. 32, 33 e 34)
 Natureza cautelar (Estado assume)
 Serve para evitar a descontinuidade do serviço
 Se dá quando há sérios indícios de irregularidade
 Ocupação temporária pelo poder concedente
 Duração de no máximo 180 dias – PAD deve ser instaurado em até 30 dias
 Há o afastamento da direção da empresa – nomeia-se interventor
DIFERE-SE DO ART. 27 - A:
 “assunção temporária da concessionária”
 A adm é entregue aos financiadores da própria concessionária
 Forma de proteção de acionistas minoritários e também serve para regular fusões/aquisições de empresas que prestam serviços públicos
 Reestruturação financeira da empresa concessionária
PPP
(Lei 11.079/2004)
Concessão patrocinada:
 Art. 2º, parágrafo 1º
 Usuário é um 3º
 Tipo especial
 + 20 milhões de reais
 Prazo 5 a 35 anos
 Cria-se uma sociedade de propósito específico
UNIDADE 4 – INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE
“Função social da propriedade”
Art. 5º, XXII, CF: direito de propriedade
Art. 5º, XXIII, CF: função social
Art. 5º, XXIV, CF: desapropriação
Art. 5º, XXV, CF: requisição
FUNDAMENTO: INTERESSE PÚBLICO
a) Necessidade Pública:
 “Caráter geral”
 Calamidade/emergência pública
Ex: utilizar o ginásio do clube Dores para assentar pessoas vítimas do temporal
 Segurança Nacional
Ex: uma Fazenda em Bagé utilizada para construir base militar
b) Utilidade Pública
 “Caráter geral”
 Benfeitorias urbanas/rurais
 Políticas Públicas
c) Interesse Social
 “Caráter singular/específico”
 Ações afirmativas – políticas que promovem interesse específico
Ex: quilombos, desapropriação, ação de prédio para os sem-teto
LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS
a) São imposições gerais
 Valem para todos – erga-omnes – até para o Estado
b) Abstratas
 Só para o futuro (respeito ao direito adquirido)
c) Unilaterais
 Imposição do poder público
d) Gratuitas
 Não geram indenização
e) De ordem pública
 Vem por lei – independe de contrato
f) Que condicionam a propriedade a interesses coletivos
Ex: segurança, higiene, estética
Exemplos gerais:
Largura mínima da calçada
Altura máxima de prédios
Ex: Camobi, por causa do Aeroporto e da Base Aérea
Áreas de Preservação Permanente (APP)
Ex: Cerrito
Zoneamento urbano
Áreas “non edificandi” nas estradas – próximas a rodovias
Pista –––––––– acostamento (faixa de domínio) –––––––– Área non edificandi
Se na faixa de domínio: esbulho, ocupação
Se na área “non edificandi”: construção irregular
Placas de sinalização
Linha dometrô
Obs: estas regras estão em leis esparsas. 
Ex: Plano Diretor Municipal, Lei de ocupação do solo urbano, Código Florestal
Código Florestal:
 Normas de Poder de Polícia. São utilizadas por fiscais através de alvarás, multas, embargar obras
“Ninguém ajeita uma cidade com limitações administrativas, mas sim projeta-se uma”
SERVIDÕES ADMINISTRATIVAS
 São “ônus reais” sobre imóveis privados para fins de serviço público de interesse coletivo
 “Ônus reais” – parte da doutrina exige que o poder público averbe na matrícula do imóvel por exemplo a parada de ônibus, outra parte defende que não há essa necessidade, pois é um direito autônomo da administração pública
Ex: galeria do comércio – particular, mas serve à coletividade do público em relação ao prédio
 Tem efeito concreto, específico (algumas pessoas sofrem os efeitos) e são indenizáveis
Ex: postes de luz (coletivo) na calçada (privado)
 Fiação subterrânea, parada de ônibus na calçada
CUIDADO! IMÓVEL PÚBLICO NÃO SOFRE SERVIDÃO ADMINISTRATIVA!
 A indenização está prevista no art. 40 do decreto-lei 3365/41
 Não existe servidão abstrata, mas apenas concreta/palpável
TOMBAMENTO
Finalidade: proteção cultural (histórico, artístico, natural, arquitetônico)
Dá-se nas três esferas: federal, estadual e municipal:
Em nível federal: decreto-lei número 25 de 1937
 Regulado pela autarquia IPHAN através do Ministério da Cultura
Em nível estadual: uso subsidiário do decreto-lei número 25
 Compete ao IPHAE
Em nível municipal:
 Compete à SECRETARIA DA CULTURA
Em Santa Maria:
Vila Belga: tombada pelo município e Estado
Colégio Olavo Bilac: tombada pelo Estado
Acervo do Caixeiro Viajante: tombado pela União
Obs:
 Várias Igrejas, prédios são tombados pelo município
 Ao derrubar/deteriorar um bem tombado comete-se crime ambiental
Ex: pichar parede da Vila Belga
Efeitos do Tombamento (art. 22):
Preservação - obrigação negativa e positiva – art. 17, 18 e 19:
Negativa:
 Não é possível colocar um Split na Vila Belga
 Responsabilidade primária do proprietário e secundária do poder público
Positiva:
 Preservar o bem (pintar, restaurar)
Considerações:
Proibição de levar para o exterior, salvo autorização (art. 14)
Preferência em leilões judiciais (CUIDADO, art. 22 revogado)
 Antes havia direito de preferência da administração pública/governo em qualquer venda _____; hoje, só há preferência judicial e NÃO mais a extrajudicial
Tomba-se bens móveis, imóveis e materiais
Móveis: quadros, livros
Imateriais: folclore
O bem tombado pode ser público ou privado
 O tombamento NÃO altera a propriedade
Cabe indenização?
NÃO!
É possível destombar?
 SIM, por ato administrativo, se a lei tombou cabe a lei retirá-lo
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
 É uma situação em que a Administração ocupa total ou parcialmente bens particulares para atividades como obras públicas ou serviços em caráter provisório ou temporário
 É uma espécie de “arrendamento forçado”
 Cabe em caso de caducidade – contrato de concessão – serviços públicos
 Há indenização prévia – se houver dano – art. 36 decreto-lei 3365
Ex: pesquisa de lavra, Usina de Asfalto temporário
REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA
 É semelhante à ocupação, porém como há urgência, a indenização é posterior
 Utilização transitória, compulsória, pessoal, discricionária, autoexecutável
Ex: pegar lonas do Walter Beltrame, ocupar o Ginásio das Dores em caso de:
Civis:
 Defesa Civil
 Segurança Pública
 Econômicas – só a União pode fazer para subsidiar produtos necessários
Militar:
 Guerra
 Garantia da Lei e da Ordem (ex: veículo para perseguição a criminosos)
DESAPROPRIAÇÃO (art. 5º, XXIV, CF)
Decreto-lei 3365/41 (força de lei)
 Forma originária de aquisição da propriedade, própria da administração
 O terreno vem “limpo” (livre de hipotecas, por exemplo)
 É um procedimento pelo qual o Estado (sentido amplo) transfere compulsoriamente (independente da vontade do particular) a propriedade de um bem para si ou para outrem, por razão de utilidade pública, necessidade pública ou interesse social
 Não é auto executória (exige intervenção judicial, precisa de um juiz se não houver acordo em relação à indenização)
 A adm não precisa “pegar” necessariamente para si. Pode entregar para um particular (ex: assentamento sem-terra, quilombos)
 Não há contrato, dá-se com base no interesse da Administração (supremacia do interesse público)
a) Necessidade Pública
Art. 5º, a,b,c, D.L 3365/41 – segurança nacional, defesa, calamidade
b) Utilidade Pública
Art. 5º, a até p, D.L 3365/41
 Preservação de bens de interesse histórico
 Praças/parques
 Vias de circulação
 Cemitérios
 Aeroportos
 Estações de tratamento
 Obras urbanas em geral
c) Interesse social
 Leis específicas
*Sanções administrativas por descumprimento da função social
c.1) Comum (Lei 4132/62):
 Projetos em benefício da comunidade
 ESTADO DEVE TER DINHEIRO PARA COMPRAR
 Não serve apenas para classes menos favorecidas/baixa renda
Ex: não quebrar um banco, como ocorreu na crise dos EUA; quilombos; reservas indígenas, moradia popular (compra)
c.2) Para Reforma Agrária (Lei 8629/93)
c.3) Para Reforma Urbanística (Lei 102057/01)
Ex: por descumprimento de função social, a adm se apodera de um prédio já pronto de propriedade de um particular, desocupado, transformando-o em moradia popular
Objetos da desapropriação:
 Pode-se desapropriar QUALQUER bem com valor pecuniário, EXCETO BENS FEDERAIS que não são passíveis de desapropriação
 Estado pode comprar qualquer coisa, menos direitos indisponíveis
Bens imóveis
Bens móveis
Bens incorpóreos
 Ações de sociedades; direitos intelectuais
Só se pode desapropriar bens de estruturas inferiores:
UNIÃO* ESTADO
ESTADO MUNICÍPIO
*Não são passíveis de desapropriação os bens federais
ASSIM:
 Particular 
Bem
 Municipal (U, E)
 Público
 Estadual (U)
Obs: bens de estados estrangeiros ou organizações internacionais, por tratados, são imunes à jurisdição
Fases da Desapropriação
1ª FASE: DECLARATÓRIA
 NÃO É DELEGÁVEL
 ADMINISTRATIVA
 Apenas os entes com autonomia política, na figura de seus respectivos representantes, podem declarar (União, Estados, Municípios)
 Autarquias, por exemplo, não podem declarar
 Vale por 5 anos (utilidade pública); 2 anos (interesse social). Decorrido o tempo, ocorre a caducidade
Etapas:
 Projetos de obras ou serviços públicos ou políticas públicas
 Identificação dos bens necessários à execução do projeto
 Verificação das disponibilidades orçamentárias
Decreto declaratório:
 Tipo de interesse (utilidade, necessidade ou interesse social)
 Especificação do bem a ser desapropriado, com todas as suas características
 Finalidade da desapropriação
 OCORRE A PUBLICIZAÇÃO
2ª FASE: EXECUTÓRIA
 PODE SER DELEGADA PARA OUTRO ENTE PÚBLICO OU CONCESSIONÁRIA
2 possibilidades:
1ª) Acordo com o proprietário em relação ao preço (via administrativa)
2ª) Ação de desapropriação (via judicial)
 Posse liminar (depósito prévio)
 Propriedade após o trânsito em julgado
AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO:
 Natureza de ação real (discute propriedade)
 Foro: foro do imóvel
 É de competência da Justiça Federal se for proposta pela União ou pelo INCRA
 Segue o RITO ESPECIAL previsto no próprio decreto-lei 3365/41 (utilização apenas subsidiária do CPC)
Rito (exauriente e limitado):
1) Petição inicial
 Requisitos do CPC + valor do objeto + cópia do decreto
2) Despacho inicial
 Imissão prévia na posse (urgência, depósito prévio) + citação dos proprietários (casal)
3) Contestação (a partir daqui, segue-se pelo rito comum)
 SÓ MATÉRIA RELATIVA À INDENIZAÇÃO OU QUESTÕES PROCESSUAIS (CUIDAR)
 Se quiser questionar/impugnar a desapropriação, deve-se entrar com uma ação própria
4) Sentença
 Eficácia constitutiva, declaratória, condenatória, mandamental e executiva
 “Limpa” tudo (ex: hipoteca)
Ação de desapropriação indireta:
 A indenizaçãocontempla: valor do bem + benfeitorias ao tempo da ocupação + correção monetária até o pagamento + juros compensatórios desde a ocupação (caso seja produtiva) + juros moratórios (decorrentes de um ato ilícito do poder público)
REQUISITOS DA INDENIZAÇÃO E DESAPROPRIAÇÃO
(Art. 5º, XXIV, CF)
1) Procedimento legal
 Desapropriação segue o rito de uma lei sobre essa matéria
Art. 22, II: competência legislativa da União
2) Fundamento
 Necessidade, utilidade pública, interesse social
3) Indenização justa (súmulas 12, 67, 67, 70, 113, 114, 131, 141, do STJ)
 Indenização completa
1) Valor de mercado bem ao tempo do decreto de desapropriação
+
2) Benfeitorias após o decreto (só as necessárias e as úteis autorizadas)
+
3) Atualização monetária (IGPM, IPCAE)
+
4) Lucros cessantes
 Se houver imissão prévia na posse e se o bem era produtivo/habitável
 Juros compensatórios (art. 15-A, D.L 3365) – até 12% ao ano sobre a diferença entre valor depositado e valor final
+
5) Atraso no pagamento (mora)
 Mora dá direito a juros de mora (art. 15-B, D.L 3365)
 6% ao ano, a contar do trânsito em julgado
+
6) Honorários advocatícios
 Só há se o advogado conseguir aumentar o valor proposto na inicial – o honorário é sobre a diferença entre o valor afetado e o valor final
4) Indenização prévia
 Não é precatório, é dinheiro antes da transferência
 Quitação antes do registro
5) Honorários
 Sobre a diferença entre valor ofertado/valor final
6) Indenização em dinheiro
Exceções constitucionais:
Art. 184, CF – reforma agrária (SEM-TERRA)
 Títulos da Dívida Agrária (TDA – União emite)
 São personalíssimos e não podem abater imposto
 Prazo: 20 anos
Art. 182, parágrafo 4º, CF – reforma urbanística (SEM-TETO)
 Títulos da Dívida Municipal (TDM)
 Prazo: 10 anos
Considerações importantes:
 SE NÃO HOUVER INDENIZAÇÃO, NÃO HÁ QUE SE FALAR EM DESAPROPRIAÇÃO
Ex:
Expropriação (art. 243, CF)
 Sem indenização
 É uma sanção
 Drogas, trabalho escravo
Confisco (art. 243, parágrafo único, CF)
 Bens auferidos com crime de tráfico
 É uma sanção
Perdimento de bens
 Receita Federal
Aspectos peculiares da desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária:
 Apenas a União pode declarara interesse social e só o INCRA pode executar a desapropriação
 O decreto tem validade de 2 anos
 Não há possibilidade de acordo prévio e se dá sempre por ação de desapropriação – na Justiça Federal em varas especializadas
 Deve haver intervenção do MPF, sob pena de nulidade
 Rito Especial da LC 76/93 – sumário
 A imissão do INCRA na posse é automática
 Há imóveis que não podem ser objetos de reforma agrária (art. 185, CF) – a pequena e média propriedade pode ser desapropriada se não for a única propriedade do dono + propriedade produtiva
DESAPROPRIAÇÃO DIRETA E INDIRETA
Direta:
 Feita de acordo com a CF e a Lei
Indireta:
 É irregular, geralmente quando o poder público não paga por usar bem do qual se apoderou – “apossamento adm”
 Resolve-se com indenização ao proprietário por meio do trânsito em julgado – quitação ANTES do registro
UNIDADE 5 – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
 É OBJETIVA
 Penal: juiz – penas: PPL, multa, PRD
 Civil*: entre partes/juiz
Responsabilidade
 Administrativo: inquisitorial (não há juiz)
 Poder de Polícia: multa, suspensões, embargos
			 Disciplinar: demissão, advertência, suspensão 
*Contratual:
 VONTADE
 Negócio jurídico prévio
Ex: Convenção de Condomínio
*Extracontratual
 LEI
 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
 Não há prévia relação jurídica
Ex: Bater o carro na rua
RESPONSABILIDADE CIVIL = Dever de indenizar
Responsabilidade Civil do Estado:
 Quando não há relação entre agressor e vítima
 É um tipo de responsabilidade civil extracontratual, que envolve alguma ação/omissão pertinente ao Estado, em sentido amplo
Ex:
Avião cai:
Quem está dentro:
 CDC, responsabilidade objetiva
Quem está fora:
CF (art. 37, pár. 6º) Responsabilidade Civil do Estado
CC (art. 927)
Caput: subjetiva: CULPA; objetiva: RISCO
Requisitos da Responsabilidade Civil do Estado
 A VÍTIMA, DE REGRA, TEM O ÔNUS DE PROVAR ESSES REQUISITOS (ART. 373, I, CPC)
1) Conduta
2) Dano
3) Nexo Causal
4) Ilicitude
OBJETIVA: 1+2+3
SUBJETIVA: 1+2+3+4
1) CONDUTA
 Deve ter pertinência Estatal
OU está relacionada a um agente público; OU tem relação com um bem público
Comissivas (ações)
 OBJETIVA (STF)
Omissivas (omissões)
 SUBJETIVA (onde o Estado errou?)
Ex: guri de Goiás na escola; buracos nas ruas; Kiss (bombeiros, prefeitura)
Relevância jurídica:
Dever legal de impedir o dano:
 Em um afogamento, se o salva-vidas não prestar socorro, estará incorrendo no crime de homicídio
Possibilidade fática de impedir o dano:
 Em um afogamento, um surfista não prestar socorro, estará incorrendo no crime de omissão de socorro
ASSIM,
NA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO, A CONDUTA DO AGENTE É ATRIBUÍDA AO ENTE A QUE ELE ESTÁ VINCULADO
Exemplos:
1) Motorista da Ambulância de Julio de Castilhos fura o sinal vermelho
 Responsabilidade OBJETIVA
2) Assalto na Rua
 Não é juridicamente relevante, não tem como colocar um Policial em cada esquina. Todavia, se fosse um foragido do semi-aberto, ou um preso com tornozeleira eletrônica, aí sim o Estado teria responsabilidade
3) Suicídio de preso
 De acordo com entendimento do STJ, haveria responsabilidade do Estado apenas se o preso desse sinais prévios de que cometeria o ato. Caso contrário, será configurado como culpa exclusiva.
4) Briga de Escola
2) DANO
 Lesão a um direito subjetivo (situação jurídica protegida)
Categoria:
Patrimonial:
 Dano material direito lesado tem valor econômico
 EXTENSÃO DEFINE INDENIZAÇÃO
Extrapatrimonial:
 Dano moral, direito lesado tem caráter personalíssimo (nome, honra, integridade física, integridade psíquica)
 ARBITRAMENTO DEFINE INDENIZAÇÃO
Obs
 A PROVA DO DANO SÓ É DISPENSADA SE FOR CONSIDERADO COMO “DANO IN RE IPSA”
Ex: SERASA, morte do filho, atraso de vôo (STJ)
Morte do irmão não é presumido!
Dano estético:
Moral + material: Gisele Bündchen (vive disso)
Moral
Perda de uma chance:
 Dano material
3) NEXO CAUSAL
 Relação de causa/efeito entre a conduta e o dano; o liame fático entre dois requisitos 
Excludentes de nexo causal que podem ser provadas pelos réus (Estado), rompem essas relações, afastando o dever de indenizar
1) Culpa exclusiva da vítima
Ex: surfe ferroviário
2) Culpa de terceiro
 Esse irá pagar
Ex: animal entrar na pista. Para o TJ/RS, em estradas rurais, não há como haver fiscalização, portanto a culpa recairá sob o proprietário
Freeway: responsabilidade do Estado
Ônibus da UFSM: caso seja assaltado, será culpa de terceiro
3) Caso fortuito
 Natureza
4) Força maior
 Humana
4) ILICITUDE
 SÓ É EXIGIDA NOS CASOS DE RESPONSABILIDADE SUJETIVA
 É uma valoração da conduta; uma análise que indica se essa conduta está de acordo ou não com as normas legais
Art. 186, CC – equipara CULPA (lato sensu) a ILÍCITO
 Dolo: direto; eventual
 Culpa
(Lato sensu)
 Culpa (sentido estrito): consciente; inconsciente – imprudência, 
 negligência, imperícia
ILÍCITO
 NOS ATOS OMISSIVOS, LEGISLATIVOS E JURISICIONAIS DO ESTADO É NECESSÁRIO PROVAR ESSA ILICITUDE
 Defesa pode arguir excludentes de ilicitude (legítima defesa, estado de necessidade, exercício regular de direito, estrito cumprimento do dever legal)
EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
1ª fase: Irresponsabilidade do Estado
“The King can do no wrong”
2ª fase: Responsabilidade Subjetiva do Estado
“Rude of law, not of men”
Igualdade: todos estão sujeitos à Lei
3ª fase: Culpa presumida do Estado
 Inversão do ônus da prova (Estado é que deve provar que não errou)
“Faute du servisse” é presumida
4ªfase: Responsabilidade Objetiva do Estado
+- 1870 (França)
 Substitui-se a culpa pelo risco
“Aresto Blanco”
No Brasil:
Constituição de 1824: Imperador Inviolável
Constituição de 1891: Responsabilidade Subjetiva (igualdade)
Constituição de 1946: Responsabilidade Objetiva
Constituição de 1988: Art. 37, pár. 6º
5ª fase: Responsabilidade por risco integral 
1º caso:
CF/88 – art. 21, XXIII, “d” DANO NUCLEAR
 RISCO INTEGRAL
 Mesmo rompido o nexo causal haverá indenização
 O Estado tem o dever de impedir
Ex: Césio 137
2º caso:
Lei 10.744
ATENTADOS TERRORISTAS: AVIÃO, BARCO...
 União indeniza
 RISCO INTEGRAL
3º caso:
CUSTÓDIA DE PRESO (jurisprudência)
 Estado deve garantir a integridade física e psíquica
ART. 37, §6º, CF
“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”
1908: Lei das Estradas de Ferro Pela primeira vez, a responsabilidade objetiva é utilizada no Brasil
CF/1946: Responsabilidade objetiva se torna a regra geral em termos de responsabilização do Estado
Características do artigo:
1) Aplica-se tão somente às pessoas jurídicas. Assim, não se aplica, por exemplo, para um taxista. Mas, pelo artigo 927, parágrafo único, do Código Civil, é possível que o taxista responde objetivamente.
 Não se pode processar registradores e tabeliões pelo art. 37, pois esses possuem lei específica, cuja responsabilidade é subjetiva
2) Aplica-se à União, aos Estados, ao Município, às Autarquias e às Fundações Públicas
 Assim, não se aplica às Empresas Públicas e às Sociedades de Economia Mista
3) Aplica-se às concessionárias e permissionárias
Considerações:
 Aplica-se aos Correios, haja vista que, apesar de ser um ente privado, presta serviço público
 Não se aplica ao Banco do Brasil, este terá sua responsabilidade estabelecida à luz do CDC e do CC
 Caixa, questão do seguro-desemprego: aplica-se o art. 37.
REGRA:
O ESTADO ASSUME A RESPONSABILIDADE PELOS ATOS DE SEUS AGENTES
Caso de Goiás:
 Pais respondem, mas os familiares das vítimas podem entrar contra o Estado alegando omissão, pois a arma utilizada pelo menino pertencia ao seu pai, o qual é Policial Militar
 
 Responsabilidade Objetiva do Estado
 (Indenizatória)
AUTOR ––––––––– Estado ———— Agente do Estado
 
 Responsabilidade Subjetiva* do Agente 
 (Direito de regresso do Estado)
*Exige que o Estado prove que seu agente agiu com dolo/culpa
 
 
Exemplos:
1) Ambulância de Júlio de Castilhos, com a sirene ligada, passa o sinal vermelho e atropela um pedestre. O Estado terá o dever de indenizar a família da vítima, uma vez que responde objetivamente. Todavia, não terá direito de regresso contra o seu agente (motorista da ambulância), uma vez que este encontra-se amparado por uma excludente de ilicitude, qual seja, estrito cumprimento do dever legal.
2) O ato lícito também pode gerar o dever de indenizar. Exemplo é a construção de um viaduto que tape todo o sol de um imóvel. Nesse caso, O proprietário deste terá direito de ser indenizado pelo Estado.
3) Uma pessoa é levada até a Delegacia de Polícia de SM e apanha do Sandro, que comete abuso de autoridade. Pergunta-se: pode a vítima ingressar, na mesma ação, contra o Sandro e contra o Estado?
Jurisprudência Federal: exclui o Sandro
Jurisprudência Estadual: admite ambos
 Via de regra, não poderia cumular, pois são responsabilidades distintas. Ademais, deve-se aplicar o art. 37, pár. 6, que só admite pessoas jurídicas no polo passivo. Portanto, de regra, não se admite denunciação à lide do agente causador do dano
4) Considerando o mesmo caso, seria possível ingressar com uma ação somente contra o Sandro?
 A doutrina majoritária entende que sim, porém alguns autores defendem que após a CF/88 seria vedado
PORÉM!
CPC/2015: proíbe se for Juiz, membro do MP, Advogado Público e Defensor
 O PROFESSOR ENTENDE QUE ESTE ARTIGO É INCONSTITUCIONAL!
ART. 37, §5º, CF
“A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento”
 A ação regressiva do art. 37, §6º, é IMPRESCRITÍVEL (STF). Ex: caso dos professores da Odonto da UFSM. O Estado está cobrando valores de até 20 anos atrás.
Obs:
 Se um Civil bater no muro do quartel: prazo = 3 anos (CC)
Situação em que a ação regressiva fica inviabilizada por impedimento legal:
 Casos de tortura do regime militar, em razão da Lei da Anistia. Aqui, o Estado deve indenizar os familiares das vítimas. Todavia, não terá direito de regresso contra o Coronel Brilhante Ulstra, por exemplo., em razão da LEI DA ANISTIA.
PRESCRIÇÃO DA AÇÃO INDENIZATÓRIA
VÍTIMA —————————— ESTADO
Concessionária/permissionária: 3 anos (art. 206, CC)
Fazenda Pública: 3 anos (CC); 5 anos (Decreto 20910/32)
 Majoritariamente, aplica-se os 5 anos do Decreto
Obs:
Tortura; perseguição política: IMPRESCRITÍVEL, mas não esquecer que não é possível ação regressiva posteriormente
ATOS JURISDICIONAIS
Típicos:
Decisões judiciais
Condução de processos judiciais (medidas de prisão)
VIA DE REGRA, NÃO HÁ RESPONSABILIDADE
EXCEÇÕES: art. 5º, LXXV, CF
“O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença”
 Aqui, a responsabilidade será SUBJETIVA
Características do ato jurisdicional:
 Coisa julgada
 Independência do Juiz
 Devido processo legal
Omissão jurisdicional
 Tecnicamente é a mesma coisa
ATOS LEGISLATIVOS
Leis:
Atos abstratos, gerais
Presumivelmente constitucionais
VIA DE REGRA, NÃO GERAM DIREITO À INDENIZAÇÃO
PORÉM!
EFEITO CONCRETO + INCONSTITUCIONAL: GERA O DEVER DE INDENIZAR. A RESPONSABILIDADE SERÁ SUBJETIVA
MACETE!
SÓ ATOS ADMINISTRATIVOS COM CONDUTAS ATIVAS ENSEJAM RESPONSABILIDADE OBJETIVA

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