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Fatos_Sociais_em_Durkheim

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Universidade Federal de Lavras
Departamento de Ciências Humanas
Disciplina de Sociologia
Professor Marcelo Sevaybricker Moreira
Tema da aula: Indivíduo e sociedade: os “fatos sociais” e o projeto de fundação da Sociologia de Émile Durkheim
Bibliografia:
DURKHEIM, Émile. (2007), As regras do método sociológico. São Paulo: Martins Fontes.
Ideias principais: 
# Contexto de fundação da “sociologia objetiva”, de criação do periódico Année Sociologique (comunidade científica). Precocidade e imaturidade intelectual da sociologia frente às outras ciências. Necessidade de delimitação de um objeto próprio (psicologia, economia, etc.)
# Adoção corrente dos juízos do senso comum: “quando nos cremos livres dele, ele nos impõe seus julgamentos sem que o percebamos (2007: XII).
#Método conservador: “considera os fatos sociais como coisas cuja natureza, ainda que dócil e maleável, não é modificável à vontade”(2007: XIII). Racionalismo: a conduta humana é “redutível a relações de causa e efeito” (2007: XIII). Fundamento do método: “os fatos sociais devem ser tratados como coisas”(2007: XVII), isto é, como objetos que não podem ser reduzidos à nossa consciência; boa parte dos fatos sociais nos são legados pelas gerações anteriores.
# Uma observação interior de nossa consciência não é suficiente para compreender as razoes de ser do fato social; “é preciso, pois, encontrar alguns sinais exteriores que a tornem sensível” (2007: XXI), além de ser resultado de causas exteriores à consciência individual, requerendo, portanto, observação empírica.
# Assim como a compreensão da vida celular não pode se resumir à análise das partículas minerais que compõem a célula, o entendimento da sociedade não deve se limitar ao exame dos indivíduos, de sua consciência, etc. O agrupamento de indivíduos que cria a sociedade faz com que essa assuma uma dinâmica própria, inexistente até então. Diferenciação entre consciência coletiva e consciência individual, entre mentalidade dos grupos e mentalidade individual. A matéria da vida social não pode ser, portanto, explicada a partir de fatores psicológicos.
# Instituições: “todas as crenças e todos os modos de conduta instituídos pela coletividade; a sociologia pode ser definida como a ciência das instituições, de sua gênese, de seu funcionamento”(2007: XXX).
# Vencer o “postulado antropocêntrico” (2007: XXXI) significa superar o senso comum através da ciência e convencer o ser humano da existência de forças sociais que não estão totalmente sob seu controle e que não foram diretamente produzidas por ele.
# Os indivíduos são constantemente expostos aos fatos sociais, isto é, aos fenômenos sociais de caráter externo, geral e coercitivo. Caso exemplar: a educação das crianças. O fato de deixarmos de perceber a coerção dos fatos sociais (vivenciada tão intensamente na infância) não significa que ela deixe de existir (“também o ar não deixa de ser pesado, embora não sintamos mais seu peso”[2007: 5]), como verifica-se quando as regras sociais são desrespeitadas. A educação é o processo de produção do “ser social”, por meio de uma pressão constante exercida sobre os infantes, por meio da ação dos pais, mestres, etc.
# Externo porque independe, em grande medida, da sua vontade ou consciência individual; geral, porque afeta todos os indivíduos de uma mesma comunidade (trata-se de uma tendência), que pode ser tanto um país, um bairro, quanto um grupo social específico, como uma classe, uma raça, etc. Há “correntes de opinião” que impelem certos indivíduos ou grupos sociais ao suicídio, ao desemprego, a maior ou menor natalidade, violência, etc. (ver os padrões de ocorrência e as estatísticas); coercitivo, porque se impõe sobre os indivíduos constrangendo e moldando o seu comportamento, sob a ameaça constante da coerção social (que pode ser tanto a prisão, a pena de morte, uma multa, o bullying, a indiferença; assim como para aqueles que respeitam e acatam os fatos sociais há as recompensas sociais – condecoração formal, a simpatia, a amizade, etc.). 
# “Um fato social reconhece-se pelo seu poder de coação externa que exerce ou é suscetível de exercer sobre os indivíduos; e a presença desse poder reconhece-se, por sua vez, pela existência de uma sanção determinada ou pela resistência que o fato opõe a qualquer iniciativa individual que tenda a violentá-lo [...]. É um fato social toda a maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coação exterior, ou ainda, que é geral no conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente das suas manifestações individuais” (2007: 13).

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