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BOT 5120 MORFOLOGIA E SISTEMÁTICA VEGETAL ANGIOSPERMAS (RESUMO DE FAMÍLIAS SELECIONADAS) Professores: Rafael Trevisan e Ana Zannin SUMÁRIO Apiaceae (Umbelliferae)..................................................................................................29 Asteraceae.........................................................................................................................1 Bignoniaceae.....................................................................................................................3 Brassicaceae (Cruciferae)..................................................................................................4 Euphorbiaceae ..................................................................................................................5 Lamiaceae (Labiatae)........................................................................................................7 Lauraceae .........................................................................................................................8 Leguminosae (Fabaceae).................................................................................................10 Myrtaceae........................................................................................................................14 Poaceae (Gramineae).......................................................................................................16 Rosaceae..........................................................................................................................23 Solanaceae ......................................................................................................................27 Rubiaceae.........................................................................................................................26 1 ASTERACEAE (= COMPOSITAE) - Eudicotiledônea: família da margarida, girassol, alface, carqueja, serralha, entre muitas outras. De distribuição cosmopolita, tem cerca de 1600 a 1700 gêneros e 24000-30000 espécies. No Brasil apresenta aproximadamente 260 gêneros e 2000 espécies. HÁBITO: ERVAS, subarbustos, arbustos e lianas, raramente árvores. Às vezes com látex (como no caso da serralha). FOLHAS: ALTERNAS, menos comumente opostas, raramente verticiladas, freqüentemente em ROSETA BASAL; SIMPLES ou algumas vezes compostas ou dissectas; às vezes auriculadas; pecioladas ou sésseis; estípulas ausentes. INFLORESCÊNCIAS CAPÍTULO (do latim: cabecinha), DE UMA A NUMEROSAS FLORES SÉSSEIS SOBRE UM RECEPTÁCULO COMUM, MAIS OU MENOS DILATADO, QUE PODE SER CONVEXO, CÔNICO OU PLANO. O RECEPTÁCULO ENCONTRA-SE, EM GERAL, RODEADO POR NUMEROSAS BRÁCTEAS (BRÁCTEAS INVOLUCRAIS ou FILÁRIAS), QUE CONSTITUEM O INVÓLUCRO OU PERICLÍNIO. Geralmente os capítulos estão dispostos em inflorescências cimosas. Capítulos discóides: todas as flores iguais e com carola tubulosa. Capítulos ligulados: todas as flores iguais e com corola ligulada. Capítulos radiados: com flores do raio (marginais) femininas ou neutras e com corola ligulada e as do disco andróginas com corola tubulosa. GERALMENTE AS FLORES DO CAPÍTULO ESTÃO ACOMPANHADAS POR UMA BRACTÉOLA (PÁLEA). CÁLICE: modificado, formando o "PAPPUS" (papilho, papus) que pode ser cerdoso, piloso, escamoso; às vezes faltando. COROLA GAMOPÉTALA: tubulosa, ou filiforme, ou bilabiada ou ligulada. ANDROCEU ISOSTÊMONE, FILETES LIVRES, EPIPÉTALOS, ANTERAS UNIDAS ENTRE SI (SINANTERIA), formando um tubo através do qual passa o estilete; CONECTIVO PROLONGADO ACIMA DO ÁPICE DA ANTERA. GINECEU: OVÁRIO ÍNFERO, BICARPELAR, UNILOCULAR, UNIOVULADO; ÓVULO BASAL. ESTILETE DIVIDIDO EM DOIS RAMOS. FRUTO CIPSELA (frequentemente referido como AQUÊNIO), com forma variada, coroado ou não por papus. Exemplos: - Lactuca sativa: alface - Cichorium intybus: chicória, escarola, almeirão - Hellianthus annuus: girassol - Leucanthemum vulgare: margarida - Bidens pilosa: picão - Dendranthema grandiflorum: crisântemo - Dahlia x hibrida: dália 2 - Zinia elegans: zínia - Cynara scolymus: alcachofra - Baccharis trimera: carqueja - Matricaria recutita: camomila - Achyrocline satureoides: marcela, macela - Mikania laevigata: guaco - Stevia rebaudiana: estévia - Achillea millefolium: mil-folhas - Sonchus oleraceus: serralha - Taraxacum officinale: dente-de-leão - Soliva pterosperma: roseta - Senecio brasiliensis: maria-mole - Vernonia spp.: Assa-peixe - Baccharis spp.: vassouras CAPÍTULO RADIADO 3 BIGNONIACEAE – Eudicotiledônea: é uma família de plantas de grande potencial ornamental. Possui espécies como o ipê-amarelo, ipê-roxo, trepadeira-sete- léguas, cipó-de-são-joão, jacarandá-mimoso entre outras de flores muito vistosas. Apresenta cerca de 120 gêneros e 800 espécies em regiões tropicais (principalmente nos trópicos americanos). No Brasil está representada por cerca de 30 gêneros e 400 espécies. PRINCIPAIS CARACTERISTÍCAS: - Árvores, arbustos ou lianas. - Folhas compostas (raro simples), muitas vezes com gavinhas. - Filotaxia oposta, raro verticiladas ou alternas. - Flores grandes, vistosas, gamopétalas, zigomorfas, diclamídeas, bissexuadas. - Androceu com 4 estames (didínamos) e 1 estaminódio, epipétalos. - Fruto siliquiforme com muitas sementes, em geral aladas, raro baga. Alguns representantes: - ipês (Tabebuia spp. - Handroanthus spp.) - jacarandá-mimoso (Jacaranda mimosaefolia) - espatódia, tulipeira-africana (Spathodia nilotica) - cipó-de-São-João (Pyrostegia venusta) - trepadeira sete-léguas (Podranea ricasoliana) 4 Brassicaceae (Cruciferae) - Eudicotiledônea: família das couves, com cerca de 340 gêneros e 3700 ssp., originárias principalmente do hemisfério norte temperado. Várias espécies no Brasil são cultivadas e subespontâneas. É uma família com várias espécies hortículas. ERVAS ANUAIS, BIANUAIS, ou perenes, ou muito raramente arbustos. FOLHAS ALTERNAS, raramente opostas, SIMPLES, ou FREQÜENTEMENTE PINATISSÉTICA (profundamente divididas), estípulas ausentes. FLORES EM RACEMOS, 4 SÉPALAS, EM PARES; 4 PÉTALAS EM CRUZ. ESTAMES COMUMENTE 6, 2 MENORES E 4 MAIORES (TETRADINAMIA), raramente 2 ou 4 ou acima de 16. GINECEU BICARPELAR, com ou sem estilete, OVÁRIO SÚPERO, geralmente bilocular pela existência de um falso septo; óvulos poucos a numerosos. FRUTO SÍLIQUA, por vezes fruto indeiscente com uma a poucas sementes. Exemplos de plantas da família: Brassica oleracea var. acephala: couve Brassica oleracea var. botrytis: couve-flor Brassica oleracea var. capitata: repolho Brassica oleracea var. gemmifera: couve-de-bruxelas Brassica oleracea var. italica: brócolis Brassica campestris: mostarda-de-folhas Brassica nigra: mostarda-preta Brassica rapa var. rapa: nabo Brassica napus var. canola: canola Coronopus didymus: mestruço Eruca vesicaria (E. sativa): rúcula Rorippa nasturtium-aquaticum: agrião Raphanus sativus: rabanete OBS.: A beterraba (Beta vulgaris) e o espinafre (Spinaceae oleracea) não pertencem a esta família, pertencem a Amaranthaceae que inclui atualmente a antiga família Chenopodiaceae que abrigava estas duas espécies. 5 Euphorbiaceae – Eudicotiledônea: família da seringueira, mandioca, mamona. De distribuição predominantementepantropical apresenta cerca de 300 gêneros e 6000 espécies. No Brasil ocorrem cerca de 60 gêneros e 900 espécies. Árvores, Arbustos, ervas ou lianas, às vezes áfilas e semelhantes as cactáceas, às vezes espinescentes. CAULE e FOLHAS, MUITO FREQÜENTEMENTE CONTENDO LÁTEX. FOLHAS ALTERNAS ou menos comumente opostas; SIMPLES ou menos freqüentemente compostas, muitas vezes reduzidas; EM GERAL COM ESTÍPULAS (por vezes reduzidas a pêlos, glândulas ou espinhos), freqüentemente com nectários extraflorais no pecíolo ou na face abaxial. FLORES em inflorescências diversas. Em alguns gêneros (Euphorbia, Chamaesyce, Pedylanthus), as flores são individualmente muito reduzidas e agregadas em CIÁTIO (1 flor feminina séssil ou pedunculada composta essencialmente de um pistilo, circundada por flores masculinas compostas por um estame cada; estas flores estão envoltas por brácteas formando um invólucro e neste são encontradas glândulas com apêndices petalóides). FLORES em geral actinomorfas, SEMPRE UNISSEXUADAS (EM PLANTAS MONÓICAS ou DIÓICAS); perianto de inconspícuo a apresentável, mono a diclamídeo, ou faltando, livres ou unidos na base. Estames 5-muitos algumas vezes solitários; livres ou unidos. GINECEU COMUMENTE COM 3 CARPELOS, raramente 2 ou 4; GAMOCARPELAR; ESTILETE COM RAMOS; 2 a PLURILOCULAR (MAIS FREQUENTEMENTE 3- LOCULAR); Óvulos 1 por lóculo, raramente biovulados (gêneros não brasileiros). FRUTO geralmente CAPSULAR, COMUMENTE TRICOCO, raramente drupáceo ou mesmo bacáceo ou samaróide; SEMENTES COMUMENTE COM CARÚNCULA. Exemplos de plantas da família: Hevea brasiliensis: seringueira. Floresta Amazônica Ricinus communis: mamona. África Manihot esculenta (=M. utilissima; M. dulcis): mandioca-brava, aipim, mandioca. América Tropical Euphorbia milii: cora-de-cristo Euphorbia cotinifolia: figueira-de-jardim Euphorbia pulcherrima: flor-do-espírito-santo Aleurites molluccana: nogueira. Arquipélago indo-malaio *Phyllanthus niruri: quebra-pedra. Argentina, Brasil *OBS: em recentes trabalhos de filogenia o gênero Phyllanthus, antes pertencente à Euphorbiaceae, foi transferido para PHYLLANTHACEAE, família de distribuição principalmente pantropical com 60 gêneros e cerca de 1800 espécies (no Brasil ocorrem 14 gêneros e cerca de 120 espécies). Phyllanthaceae diferencia-se de Euphorbiaceae pela ausência de látex e de nectários extraflorais 6 nas folhas, pelos lóculos biovulados e sementes sem carúncula, características estas raras ou ausentes em conjunto nas Euphorbiaceae. O gênero Hyeronima, ao qual pertence a iricurana (Hyeronima alchornioides), espécie comum na porção sul da mata atlântica no Brasil, também foi transferido para Phyllanthaceae. carúncula (fruto) 7 LAMIACEAE (= Labiatae) – Eudicotiledônea: nesta família estão incluídas muitas ervas aromáticas cultivadas no Brasil, como o alecrim, alfavaca, hortelã, erva-cidreira. Apresenta distribuição cosmopolita, incluindo cerca de 300 gêneros e 7500 espécies. No Brasil está representada por 38 gêneros e aproximadamente 500 espécies. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA FAMÍLIA: - Ervas ou arbustos, menos frequentemente árvores. - plantas aromáticas (devido à presença de óleos essenciais, especialmente nas folhas e partes florais como em tricomas do cálice) - maioria com caule quadrangular e folhas opostas ou verticiladas, simples (raro folhas compostas: gênero Vitex) - flores bissexuadas, zigomorfas, diclamídeas, fortemente bilabiadas com 2 ou 4 estames, neste caso didínamos - antera às vezes com uma só teca fértil e a outra transformada em uma alavanca (Salvia) - Ovário súpero com dois carpelos, dois lóculos ou quatro lóculos pelo desenvolvimento de um falso septo, todos uniovulados - O estilete geralmente é ginobásico - Fruto baga ou esquizocárpico (forma pequenas núculas) Várias ervas aromáticas pertencem a esta família, exemplos: Rosmarinus officinalis (alecrim), Mentha spp. (hortelã, menta), Ocimum basilicum (alfavaca, manjericão), Origanum vulgare (orégano), Mentha pulegium (poejo), Thymus vulgaris (tomilho), Plectranthus barbatus (”falso-boldo”), Melissa officinalis (melissa), Lavandula angustifolia (lavanda) Algumas espécies são ornamentais como a Salvia splendens (Salvia) e Solonostemum scutellarioides (tapete, cóleus). Outras são invasoras de cultura como o cordão-de-frade (Leonotis nepentaefolius) e o cordão-de- São Francisco (Leonurus japonicus). 8 LAURACEAE – grupo das Magnoliídeas: família das canelas, louro e abacate. Apresenta cerca de 50 gêneros e 2500 espécies de regiões tropicais e subtropicais, concentradas em florestas da Ásia e Américas. Ocotea é um dos maiores gêneros com aproximadamente 400 espécies. No Brasil a família está representada por cerca de 24 gêneros e 400 espécies. CARACTERISTICAS GERAIS DA FAMÍLIA: HÁBITO: muito uniforme, quase todas as lauráceas são árvores ou arbustos (exceto o gênero Cassytha que é erva escandente e holoparasita). Na casca há células cheias de óleo volátil aromático. FOLHAS: simples, alternas, CORIÁCEAS, geralmente com glândulas contendo óleos voláteis aromáticos que conferem a folha odor especial quando amassadas. FLORES: pequenas, pouco vistosas, geralmente amareladas ou esverdeadas, trímeras (com perigônio formado por 3+3 tépalas sepalóides, às vezes 3+3+3), hermafroditas (às vezes unissexuais). A flor é PERÍGINA (aplica-se a flor com ovário livre provida de hipanto. Em Lauraceae o hipanto é persiste no fruto em forma de cúpula), raramente epíginas. Androceu: com 1-3 verticilos de 3 estames (muito frequëntemente 9 estames), com 2-4 verticilos de estaminódios. Nos filetes encontram-se um par de apêndices nectaríferos na base. MUITO CARACTERÍSTICO DE LAURACEAE SÃO AS ANTERAS EXTRORSAS OU INTRORSAS QUE SE ABREM POR 2 OU 4 VALVAS (DEISCÊNCIA VALVAR), às vezes por apenas uma valva ou pequenos poros. Gineceu: com um único carpelo, um único lóculo e um único óvulo. O ovário é súpero (raro ínfero). FRUTO: baga unisseminada ou drupa, geralmente com cúpula (o abacate não possui cúpula). A CÚPULA (HIPANTO PERSISTENTE) NO FRUTO, É UMA CARACTERÍSTICA MARCANTE EM LAURACEAE. REPRESENTANTES DE LAURACEAE: Persea americana (Persea gratissima) – “abacateiro”. Originária da América Central (existem variedades oriundas das Antilhas, Guatemala e México) e cultivadas em regiões tropicais e subtropicais. No abacate as flores são hermafroditas, mas a época de maturação do gineceu não corresponde a época de deiscência das anteras. Plantas do grupo A : a abertura das flores ocorre pela manhã, o ovário está maduro, mas os estames imaturos (estágio feminino da flor). Doze horas mais tarde os estames estão maduros e emitem pólen, mas o estigma não está mais receptivo (estágio masculino da flor). Plantas do grupo B: quando as flores abrem pela manhã somente os estames estão maduros, coincidindo com a fase feminina das plantas do grupo A, e o estágio feminino do grupo B coincide com a fase masculina do A, na parte da tarde. Este processo garante a fecundação cruzada. 9 Laurus nobilis – “louro”. Originário do mediterrâneo e cultivado em zonas subtropicais do novo mundo, é usado como condimento. As folhas, em tempos remotos, eram utilizadas para coroas de glória, daí o termo “laureado” até hoje utilizado quando uma pessoa é homenageada. CANELAS - pertencem a vários gêneros: Ocotea, Nectandra, Cinammomum, Sassafras.Exemplos: Cinnamomum zeylanicum (C. verum) – “canela-verdadeira”, “canela-de-cheiro”. Originária do Ceilão e cultivada em todos os países tropicais, inclusive no Brasil. A casca é usada para condimento. Cinnamomum camphora – “canforeira”. Japão e China. De todas as partes da planta é isolado o óleo aromático “cânfora” para fins medicinais e industriais. A cânfora atualmente é também obtida de forma sintética através de processos químicos. Ocotea porosa – “imbuia”. Ocorre nas matas do planalto de Santa Catarina e Paraná. ÁRVORE SÍMBOLO DE SC. Ocotea catharinensis – “canela-preta”. Éspécie característica da encosta atlântica do sul do Brasil (de SP ao norte do RS). Ocotea odorifera – “sassafrás”. Ocorre principalmente na mata pluvial da encosta atlântica (da Bahia ao RS). No sul ocorre também nos subosques das matas de pinhais do planalto. A madeira, casca, folhas e raízes possuem óleos essenciais contendo safrol extraído através de destilação. Sassafras albidum – “sassafrás norte-americano”. América do Norte. Cinnamomum Laurus ANTERAS VALVARES FRUTO COM CÚPULA 10 Leguminosae (= FABACEAE) – Eudicotiledônea: possui distribuição cosmopolita e está representada por aproximadamente 650 gêneros e 1900 espécies. No Brasil apresenta cerca de 200 gêneros e 2700 espécies, sendo uma das maiores famílias de angiospermas e também uma das principais famílias do ponto de vista econômico. A circunscrição de Leguminosae e sua divisão em famílias ou subfamílias têm sido alvo de divergências entre diferentes autores. Tradicionalmente foi reconhecida como uma única família, com três subfamílias: Mimosoideae, Caesalpinoideae e Faboideae (=Papilionoideae). Cronquist (1981, 1988) e outros autores, trataram as três subfamílias como famílias distintas: Mimosaceae, Caesalpinaceae e Fabaceae. Este último posicionamento, no entanto, não foi muito aceito, especialmente por especialistas em leguminosas. Estudos recentes de filogenia apontam para o reconhecimento de mais de três subfamílias, entretanto ainda não há clareza sobre os grupos a serem efetivamente formados. Adotaremos aqui Leguminosae com três subfamílias: Mimosoideae, Caesalpinoideae e Faboideae (=Papilionoideae). CARACTERÍSTICAS Gerais de Leguminosae: Folhas alternas, geralmente compostas, com estípulas. Flores geralmente diclamídeas, hermafroditas, ovário súpero, em geral unicarpelar. Fruto geralmente do tipo legume, mas também outros tipos, como sâmara, craspédio, lomento. Subfamília MIMOSOIDEAE ÁRVORES ou ARBUSTOS (alguns lianosos), raramenle ervas; algumas vezes espinhosos ou com acúleos; providos muitas vezes de pêlos glandulosos; comumente APRESENTANDO NÓDULOS DE BACTÉRIAS NAS RAiZES. FOLHAS ALTERNAS, ou raramente opostas, GERALMENTE BIPINADAS com numerosos e pequenos foliólulos, raramente só pinadas ou modificadas (filódios). COM PULVINO funcional ou não; ESTiPULAS GERALMENTE PRESENTES, muitas vezes transformadas em acúleos ou espinhos. FLORES PEQUENAS em racemos, espigas ou glomérulos, HERMAFRODITAS ou raramente unissexuadas; ACTINOMORFAS ou raramente zigomorfas; COROLA GERALMENTE DE 5 PÉTALAS (comumente isômeras com as sépalas), PREFLORAÇÃO VALVAR ou rarrnente imbricada. ESTAMES GERALMENTE NUMEROSOS ou o dobro do número de sépalas ou pétalas, raramente isômeros; FILETES livres ou conatos, GERALMENTE COLORIDOS e saindo longamente para fora do perianto formando a PARTE MAIS CONSPÍCUA DA INFLORESCÊNCIA. GINECEU COM UM ÚNICO CARPELO (ou em poucos gêneros de 2 a muitos) ÓVULOS de 2 a muitos sobre a placenta marginal. FRUTO GERALMENTE LEGUME TÍPICO, algumas vezes indeiscente (ingá, timbaúva), outras vezes, partindo-se transversalmente: CRASPÉDIO (espinheiro). Exemplos: - Enterolobium contortisiliqum - timbaúva, orelha-de-negro. BR, Bolívia, Paraguai, Argentina. - Mimosa bimucronata - espinheiro, maricá, silva. BR, Argentina Paraguai. - Calliandra brevipes -topete-de-cardeal, sarandi. Brasil, Argenlina. - Mimosa scabrella - bracatinga. Brasil. - Acacia mearnsii – acácia-negra. Austrália. 11 - Paraptadenia rigida - angico. Brasil. - Acacia podalyariaefolia - acácia-mimosa. Austrália. - Acacia longifolia - acácia-trinervis. Auslrália. - Piptadenia gonoacantha - pau-jacaré. Brasil - Mimosa pudica - sensitiva, não-me-toque. Brasil. - Leucaena leucocephala - leucena. América Central, Antilhas. - Inga spp. Subfamília CAESALPINOIDEAE ÁRVORES OU ARBUSTOS (alguns lianosos) ou, menos freqüentemente, ervas; algumas vezes espinecentes; raramente raízes com nódulos de bactéria. FOLHAS ALTERNAS, GERALMFNTE PINADAS e menos freqüentemente bipinadas, raramente unifolioladas ou simples. GERALMENTE COM PULVINOS sendo estes funcionais ou não; ESTÍPULAS PRESENTES. FLORES GERALMENTE EM RACEMOS E ESPIGAS; HEMAFRODITAS; PREFLORAÇÃO CARENAL, algumas vezes irregulares. SÉPALAS E PÉTALAS GERALMENTE 5. ESTAMES EM GEIRAL 10, todos semelhantes ou heteromórficos; ESTAMINÓDIOS algumas vezes presentes; ANTERAS abrindo-se por fendas longitudinais ou por poros. GINECEU UNICARPELAR; ÓVULOS 2 OU MAIS SOBRE A PLACENTA MARGINAL. FRUTO EM GERAL LEGUME, também ocorrendo sâmara (canafístula), ou quebrando-se transversalmente (Senna). Exemplos: - Peltophorum dubium - casnafístulla. Brasil, Argentina, Paraguai. - Schizolobium parahyba - garapuvu, guarapuvu. Brasil. - Delonix regia - flamboyant. Madagascar. - Caesalpinia echinata- pau-brasil. - Caesalpinia peltophoroides - sibipiruna. Brasil - Bauhinia spp. - pata-de-vaca - Tamarindus indica - tamarindo. África, Arábia, Índia. - Senna spp.- chuva-de-ouro. - Hymenaea coubaril - jatobá. Desde sul do México Bahia. Subfamília FABOIDEAE (= Papilionoideae) ERVAS, muitas vezes com gavinhas, ou menos freqüentemente arbustos e árvores; raramente espinhosos; COMUMENTE COM NÓDULOS DE BACTÉRIAS NAS RAÍZES. FOLHAS ALTERNAS, ou raramente opostas, COMPOSTAS TRIFOLIOLADAS, menos freqüentemente palmadas ou pinadamente compostas, ALGUMAS VEZES UNIFOLIOLADAS OU MESMO SIMPLES; GERALMENTE COM PULVINO E 12 ESTÍPULAS PRESENTES. FLORES GERALMENTE EM RACEMOS OU ESPIGAS; EM GERAL HERMAFRODITAS; ZIGOMORFAS COM PREFLORAÇÃO VEXILAR; SÉPALAS GERALMENTE 5, UNIDAS; PÉTALAS 5, raramente menos; COROLA TIPICAMENTE PAPILIONADA (VEXILAR); PÉTLA ADAXIAL – VEXILO – MAIS EXTERNA E USUALMENTE MAIOR, mais ou menos dobradas sobre as outras pétalas no botão, 2 PÉTALAS LATERAIS SIMILARES (ASAS, ALAS) livres ou algo aderente à quilha; 2 PÉTALAS MAIS INTERNAS, SIMILARES ENTRE SI (QUILHA, CARENA), GERALMENTE CONATAS NO ÁPICE, ENVOLVENDO O ANDROCEU E O GINECEU. ANDROCEU GERALMENTE COM 10 ESTAMES, raramente 5-9; FILETES COMUMENTE UNIDOS (adelfia) EM 9+1, FORMANDO UMA “BAINHA” AO REDOR DO PISTILO. GINECEU UNICARPELAR; ÓVULOS GERALMENTE 2 OU MAIS EM PLACENTA MARGINAL. FRUTO EM GERAL LEGUME, algumas vezes folicular, ou indeiscente: sâmara (tipuana, araribá), lomento (pega-pega), ou drupáceo (Andira). Exemplos: - Glycine max – soja. Ásia. - Phaseolus vulgaris – feijão. América do Sul. - Lupinus spp. - tremoço. - Medicago sativa – alfafa. Ásia. - Vicia faba – fava. Ásia, Europa. - Pisum sativum – ervilha. Ásia. - Lens culinaris – lentilha. Ásia. - Arachis hypogea – amendoim. América do Sul, provavelmente da Bolívia. - Cajanus cajan – feijão-guandú. África. - Vicia sativa – ervilhaca. Europa. - Tipuana tipu – tipuana, tipa – Argentina, Bolívia. - Desmodium spp. - pega-pega. - Cicer arietinum– grão-de-bico. Ásia. 13 MIMOSOIDEAE CAESALPINOIDEAE (pau-brasil) FABOIDEAE (=PAPILIONOIDEAE) 14 MYRTACEAE - Eudicotiledônea: família da goiaba, pitanga, araçá, guabiroba, eucalipto. Possui cerca de 130 gêneros e 4000 espécies com distribuição predominantemente pantropical e subtropical, com dois principais centros de diversidade, Américas e Austrália. É uma das maiores famílias da flora brasileira, com 22 gêneros e cerca de 1000 espécies. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA FAMÍLIA: HÁBITO: plantas lenhosas constituídas de árvores e arbustos. FOLHAS: simples, opostas (nas espécies americanas) ou alternas (predominantemente nas espécies australianas). LIMBO COM PONTUAÇÕES TRANSLÚCIDAS (glândulas contendo essências aromáticas que conferem um cheiro característico às plantas) e com uma nervura que acompanha a margem do limbo. FLORES: hermafroditas (raro unissexuais), em geral diclamídeas, dímeras, tetrâmeras, pentâmeras ou hexâmeras, em sua grande maioria de pétalas brancas. As flores são solitárias ou reunidas em inflorescências, às vezes inseridas no caule (caulifloria como na jabuticaba). CÁLICE PERSISTENTE EM MUITAS ESPÉCIES. Androceu: polistêmone (raramente não), os estames numerosos são vistosos e funcionam como aparelho chamariz do polinizador. Gineceu: ovário ínfero, com 2-5-muitos carpelos unidos, plurilocular. FRUTO: baga (ex. goiaba, guabiroba, pitanga) ou cápsula (ex. eucalipto, escova-de- garrafa). OBS: muitas espécies de Myrtaceae apresentam o tronco e ramos lisos, muito característicos, devido a perda do ritidoma (conjunto de tecidos mortos da casca). SÃO RECONHECIDAS DUAS SUBFAMÍLIAS PARA MYRTACEAE: SUBFAMÍLIA MYRTOIDEAE: folhas opostas (ou verticiladas) e frutos carnosos (baga) com sementes relativamente grandes. Nesta subfamília encontram-se principalmente os representantes americanos. Exemplos: Psidium guajava- “goiaba”. Cultivada e expontânea na América Tropical e subtropical do México ao Brasil, na China e na Índia. Parece ser originária da América Tropical, onde se desenvolve melhor em ambientes quentes e úmidos. Há diversas cultivares com variação na forma e coloração diferenciada da polpa. Eugenia uniflora- “pitanga”. Encontra-se em todo o Brasil, exceto em regiões semi- áridas do nordeste e regiões muito frias. Fruto comestível, importante para a fauna silvestre. Plinia cauliflora- “jabuticaba”. Várias espécies do gênero são cultivadas no Brasil e conhecidas popularmente como jabuticaba. Fruto comestível (baga com 1-4 sementes). Syzigium cumini- “jambolão”, “jamelão”. Originário da Índia oriental é frequëntemente cultivado no Brasil como árvore ornamental e de sombra. Os frutos (de coloração negro- purpúrea) são apreciados in natura. Syzigium aromaticum- “cravo-da-Índia”. Originária do extremo oriente. Os botões florais são utilizados como condimento. 15 SUBFAMÍLIA LEPTOSPERMOIDEAE: folhas alternas (por vezes opostas), frutos secos (cápsula) e sementes muito pequenas. Predominam na Austrália e têm nos eucaliptos seus representantes mais conhecidos. GÊNERO EUCALYPTUS – possui mais de 600 espécies e variedades nativas especialmente da Áustrália e Tasmânia. Muitas espécies foram introduzidas em diferentes partes do planeta, onde desenvolvem-se em regiões tropicais, subtropicais e temperado-cálida, várias cultivadas no Brasil, produzindo madeira para celulose (papel), lenha, carvão, moirões, postes e construção civil em geral. ESCOVA-DE-GARRAFA(Callistemon citrinus) JAMBO(Syzigium jambos) 16 Poaceae (Gramineae) - Monocotiledônea: família das gramas, bambu, cana- de-açúcar, milho, trigo e outros representantes de interesse econômico. De distribuição cosmopolita, apresenta cerca de 700 gêneros e 10.000 espécies. No Brasil, possui cerca de 170 gêneros e 1500 espécies. Características da família: Quanto ao CICLO DE VIDA: Estivais: desenvolvem-se vegetativamente na primavera e florescem no verão. Ex.: sorgo, milho, arroz. Hibernais: desenvolvem-se vegetativamente no outono e florescem na primavera. Ex.: aveia, alpiste, trigo, azevém. Quanto à DURAÇÃO DE VIDA: ►MONOCÁRPICAS: só florescem uma vez e morrem depois de frutificar. - Anuais: nascem, desenvolvem-se, florescem e frutificam durante um só período vegetativo, cuja duração não passa de um ano. Ex.: aveia, trigo, milho, cevada, centeio. - Plurianuais: a planta vive vegetativamente durante muitos anos, morrendo após florescer e frutificar. Ex.: taquaruçu. ►PLURICÁRPICAS: florescem várias vezes, não morrendo depois de frutificar. Ex.: grama-de-jardim. CAULE: do tipo COLMO COM NÓS E ENTRENÓS: cheios: cana-de-açúcar, ocos: taquara INOVAÇÕES (AFILHOS=BROTOS): estas ramificações do colmo surgem nos nós, nas axilas das bainhas foliares. Intravaginais: o afilho desenvolve-se no interior da bainha da folha e surge sem rompê-la. Extravaginais: o afilho rompe a base da bainha foliar, desenvolvendo-se fora da mesma. Ex.: cana-do-reino (Arundo donax) Quanto ao HÁBITO ● CESPITOSO (TOUCEIRAS): - ereto: capim-limão - prostrado: milhã ● RIZOMATOSO: Sorghum halepense ● ESTOLONÍFERO: capim-paulista FOLHAS: em geral, alternas dísticas; bainha: geralmente aberta, lígula: prolongamento na parte superior interna da bainha, na região limítrofe entre bainha e limbo, pode ser membranosa, pestanosa, membranoso-pestanosa ou ausente. lâmina ou limbo: em geral, linear e paralelinérvia; em certas espécies a lâmina pode estar unida à bainha por um curto pecíolo. aurículas: prolongamentos laterais, em ambos os lados da base da lâmina, que abraçam o caule; estão ausentes na maioria das espécies. 17 PREFOLlAÇÃO: I - conduplicata: a lâmina apresenta-se dobrada sobre a nervura principal. - convoluta: a lâmina apresenta-se enrolada. FLOR: pequena, formada pelo • ANDROCEU: em geral 3 estames; algumas vezes 6 ou 9; raramente 2 ou 1. GINECEU: com 2 ou 3 carpelos, gamocarpelar, unilocular; com 2 ou 3 estiletes; estigmas plumosos; óvulo solitário. LODÍCULAS: perianto rudimentar; 2 ou 3 que se localizam aos lados do ovário As flores em geral são hermafroditas, mas podem ser unissexuadas, como no milho (monóico). Cada flor é protegida por um par de brácteas (LEMA e PÁLEA). LEMA = bráctea inferior, mais externa PÁLEA = bráctea superior, mais interna, oposta ao lema FLOR + 2 BRÁCTEAS (lema e pálea) = ANTÉCIO INFLORESCÊNCIA BÁSICA: ESPIGUETA É formada por um eixo (ráquila), sobre o qual se dispõem antécios. Na base da espigueta encontram-se as GLUMAS (brácteas estéreis, em geral 2): G1 (a inferior) e G2 (a superior). As glumas, o lema e a pálea podem ser ARISTADAS (ponta longa e delgada) ou MÚTICAS (sem arista). As espiguetas podem estar dispostas em panículas, espigas, racemos e variantes destes tipos. FRUTO: CARIOPSE: fruto simples, seco, indeiscente, monospérmico, que apresenta o pericarpo soldado à semente em toda sua extensão. Exemplos: ►Alimentação Humana: Saccharum officinarum: cana-de-açúcar Triticum aestivum: trigo Avena sativa: aveia Oryza sativa: arroz Zea mays: milho Secale cereale.· centeio Hordeum vulgare: cevada►Forrageiras: Brachiaria spp.: braquiárias, capim-marmelada Megathyrsus maximus (=Panicum maximum): capim-colonião 18 Cenchrus purpureus (=Pennisetum purpureum): capim-elefante Paspalum notatum: grama-forquilha, grama-batatais ►Ornamentais/forração: Paspalum notatum: grama-forquilha Axonopus compressus: grama-são-carlos Poa pratensis: grama-azul Stenotaphrum secundatum: grama-inglesa Zoysia tenuifolia: grama-esmeralda Cortaderia selloana: capim-dos-pampas ► Medicinais Cymbopogom citratus: capim-limão Cymbopogon martinii: citronela (repelente de insetos) ► Outros usos: Phalaris canariensis: alpiste Coix lacryma-jobi: lágrimas-de-Nossa-Senhora 19 afilho o Hábito cespitoso-ereto (com afilhos, formando touceira). Ex. aveia, trigo. Hábito Cespitoso-ereto (sem afilhos, não formando touceira). Ex. milho. Hábito estolonífero. Ex. grama-paulista diferentes tipos de lígula 20 Principais Sinflorescências em Poaceae Panícula laxa Ex. Aveia Panícula Contraída Ex. capim-elefante Panículas de ramos espiciformes unilaterais verticilados digitados conjugados alternos Espiga Ex. trigo, azevém. 21 Estruturas associadas a Flor em Poaceae 22 CYPERACEAE (Monocotiledônea) 23 ROSACEAE - Eudicotiledônea: Família de importância econômica em floricultura e fruticultura. É a família da rosa, maçã, pêra, morango. Possui cerca de 100 gêneros e 3000 espécies, com maior representação na Europa, América do Norte e Ásia. No Brasil, ocorrem ca. de 25 espécies nativas pertencentes a sete gêneros, entre eles Prunus, Rubus e Acaena, no entanto, muitas espécies são cultivadas como ornamentais ou frutíferas. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA FAMÍLIA: HÁBITO: árvores, arbustos, ervas ou lianas, com ou sem espinhos. FOLHAS: alternas (raramente opostas), simples ou compostas. Estípulas geralmente presentes. FLORES: períginas (flor com ovário livre em um “receptáculo” côncavo- HIPANTO) ou epíginas (verticilos de proteção acima do ovário), geralmente pentâmeras. Androceu: estames em geral numerosos (às vezes 5 ou 10). Em Rosaceae pode ocorrer o processo de desdobramento (transformação de estames em pétalas), observa-se este fenômeno em rosa e grinalda-de-noiva. Gineceu: formado por um a numerosos pistilos, inseridos, em geral, dentro do HIPANTO (concavidade do receptáculo ou tubo formado pela fusão de partes dos verticilos de proteção) ou em um receptáculo cônico. Ovário súpero ou ínfero. FRUTO: bem variável, aquênio (morango), folículo (grinalda-de-noiva), pomo (maça, pêra, nêspera), drupa (pêssego, ameixa-preta) ou agregado de drupas (framboesa). EM GERAL SÃO RECONHECIDAS QUATRO SUBFAMÍLIAS PARA A FAMÍLIA ROSACEAE: O número de carpelos e a forma peculiar do receptáculo (eixo floral) são as principais características das subfamílias: SUBFAMÍLIA SPIRAEOIDEAE Flores períginas (com hipanto, mas ovário não aderido a este, súpero). Ovário com cinco carpelos livres que originam folículos. Folhas simples. Exemplos: Spiraea spp. – “grinalda-de-noiva”. Arbusto ornamental de flores brancas reunidas em corimbos. Frequentemente cultivado. SUBFAMÍLIA ROSOIDEAE flores períginas (com hipanto, mas ovário não aderido a este, súpero). Ovário com muitos carpelos (raro um), em receptáculo convexo (morango) ou côncavo (rosa), os frutos são pequenos aquênios (morango) ou drupas (framboesa). Folhas compostas. Exemplos: Rosa spp.: conhece-se cerca de 100 espécies silvestres, muitas das quais deram origem as inúmeras variedades cultivadas. Rosa canina é uma espécie de pétalas não dobradas, espontânea na região do mediterrâneo, supõe-se que deu origem as formas dobradas pela transformação de estames em pétalas. 24 Rubus idaeus – “framboesa”. Os frutos são pequenas drupas, concrescidas entre si. Espécie nativa na Europa, América do Norte e Ásia. Cultivada nas regiões serranas do sul do Brasil. Usada na confecção de geléias e doces. Rubus rosifolius – “amora-do-campo-vermelha”. Comestível. Espontânea em estado silvestre no Brasil. Rubus erythrocladus – “amora-do-campo-branca”. Comestível. Espontânea em estado silvestre no Brasil Rubus sellowii – “amora-do-campo-preta”. Comestível. Espontânea em estado silvestre no Brasil. Fragaria x ananassa – “morango”. A parte comestível do morango é o receptáculo ou eixo floral. Os frutos são pequenos aquênios presos ao eixo floral carnoso e comestível. Os aquênios são oriundos do ovário dialicarpelar. O morango é uma planta estolonífera e a propagação é feita geralmente pelos estolhos. Fragaria indica (= Duchesnia indica)- “moranguinho-silvestre”. Adventícia no sul do Brasil, frutos semelhantes ao do morango, porém menores. SUBFAMÍLIA PRUNOIDEAE flores períginas (com hipanto, mas ovário não aderido a este, súpero). Ovário com um único carpelo e o fruto é uma drupa. Folhas simples. Exemplos: Ameixas: pertencem ao gênero Prunus. Exemplo: Prunus domestica, a ameixa européia ou ameixa-preta e Prunus salicina, ameixa-japonesa. Prunus avium – “cereja”. Árvore européia, produz pequenas drupas globosas de cor vermelha. No Brasil é encontrada em conserva. Prunus armeniaca – “damasco”. Nativa do norte da China e Sibéria. Seus frutos são consumidos especialmente na forma de passas. Prunus persica – “pêssego”. Originário da China e muito cultivado pelos seus frutos. Há diversos cultivares. Prunus persica var. nucipersica – “nectarina”. Prunus sellowii: “pessegueiro-do-mato”. Árvore comum nas matas do sul do Brasil. As folhas e frutos são consideradas tóxicas para o gado devido a presença de ácido cianídrico (glicosídio). SUBFAMÍLIA MALOIDEAE (= Pomoideae) flores epíginas (com hipanto, ovário aderido a este, ínfero). Ovário cinco ou menos carpelos concrescidos, fruto pomo. Folhas simples. 25 Exemplos: Malus sylvestris – “maçã”. Originária da Ásia. No Brasil os maiores pomares encontram-se no sul do país. Há muitos cultivares. Pyrus communis – “pêra”. Originária da Europa. Há diversos cultivares plantados no Brasil. Eriobotrya japonica – “nêspera”. Cultivada pelos frutos amarelos comestíveis e também como ornamental. Pequena árvore perenifólia originária do Japão. Cydonia oblonga – “marmelo”. Pequena árvore nativa da Europa e Ásia. Os frutos são utilizados para a preparação de geléias e marmelada. Cultivado no Brasil (especialmente em pomares domésticos do sul do país). Crataegus coccinea. Arbusto do hemisfério norte cultivado como ornamental, relativamente comum nos jardins do sul do Brasil. ROSOIDEAE PRUNOIDEAE MALOIDEAE(= POMOIDEAE) 26 RUBIACEAE – Eudicotiledônea: é a família do café. Apresenta distribuição cosmopolita, mais concentrada nos trópicos. Possui cerca de 550 gêneros e 9000 espécies. No Brasil ocorrem cerca de 120 gêneros e 1400 espécies. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS: - HÁBITO muito variado: ervas, arbustos, árvores até trepadeiras. - FOLHAS simples, opostas ou verticiladas QUASE SEMPRE COM ESTÍPULAS INTERPECIOLARES MUITO CARACTERÍSTICAS. - flores em geral hermafroditas, gamopétalas, brancas ou vermelho amareladas, às vezes azuis. - corola tetrâmera, pentâmera ou hexâmerae mesmo número de estames que são alternos aos lobos da corola - ovário ínfero, bicarpelar e bilocular com um ou dois óvulos por lóculo. - fruto drupa, baga ou seco do tipo cápsula. Coffea arabica, o café, é a principal espécie de interesse econômico na família. O fruto é uma baga com duas sementes (os grãos do café), as quais contém cafeína, alcalóide estimulante. estípulas interpeciolares 27 SOLANACEAE - Eudicotiledônea: família da batatinha, pimentão, tomate, berinjela, jiló, tabaco, petúnia, datura. Apresenta cerca de 150 gêneros e aproximadamente 3000 espécies. No Brasil ocorrem cerca de 30 gêneros e 450 espécies. Possui distribuição cosmopolita, mas é especialmente abundante nas Américas. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA FAMÍLIA: HÁBITO: principalmente ervas e arbustos, com ou sem espinhos. COM RAMIFICAÇÕES EXTRA-AXILARES. FOLHAS: alternas, simples, inteiras ou variadamente partidas (às vezes compostas). FLORES: gamopétalas (com tubo longo ou curto), hermafroditas, pentâmeras, actinomorfas, às vezes ligeiramente zigomorfas. Androceu: geralmente com 5 estames epipétalos. No gênero Solanun (o maior da família, com cerca de 1400 espécies) as anteras são longas e justapostas de forma bem característica e com abertura poricida). Gineceu: com ovário súpero, com dois (ou cinco) carpelos unidos, geralmente com placentação axial e com numerosos óvulos (às vezes reduzido a um por lóculo). FRUTO: baga (tomate, pimentão, berinjela) ou capsula (datura, tabaco). Exemplos: Capsicum annum “pimentão” – com vários cultivares comestíveis (com tamanho, formato e cor de frutos variáveis) e alguns cultivares ornamentais. Diversas espécies de pimenta pertencem ao gênero Capsicum, entre elas a pimenta-malagueta (C. frutescens). O sabor picante ou ardume característico de diversas espécies de pimenta provém de uma substância denominada capsaicina presente na placenta do fruto. Solanum lycopersycum (=Lycopersicum esculentum) - “tomate”- Acredita-se ser originária do México e do Peru. Seu cultivo espalhou-se por todo o mundo. Possui inúmeras variedades selecionadas. Solanum tuberosum “batatinha, batata-inglesa”- a parte comestível é o tubérculo (caule subterrâneo) rico em amido, através do qual é feita a reprodução da planta (raro através de semente). A batatinha é originária dos andes sul-americanos e foi introduzida na Inglaterra. A parte aérea da planta, incluindo os frutos (bagas) possui o alcalóide tóxico solanina. Tubérculos expostos ao sol desenvolvem este alcalóide (assumem coloração esverdeada) tornando-se impróprios para ingestão. Solanum melongena “berinjela”- Não se sabe ao certo a origem, talvez asiática (Schultz, 1985). Cultivada como hortaliça no Brasil e outros países de clima quente. Solanum jilo “jiló”- hortaliça tropical, frutos amargos, comercializados verdes. Solanun paniculatum “jurubeba” – de uso medicinal, também como invasora de cultura. Solanun spp. – outras espécies de Solanum são conhecidas popularmente como joá, fumo-bravo, erva-moura, mata-cavalo (arrebenta cavalo, arrebenta-boi). Nicotiana tabacum “tabaco, fumo” – as folhas contém o alcalóide nicotina. 28 Petunia spp. “petúnia” – diversas espécies utilizadas como ornamentais. SOLANUM 29 APIACEAE (= UMBELLIFERAE) – Eudicotiledônea: família com várias espécies cultivadas no Brasil como condimentares e alimentícias. Possui distribuição cosmopolita, incluindo aproximadamente 400 gêneros e 4000 espécies. No Brasil está representada por nove gêneros e cerca de 80 espécies. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: HÁBITO: ervas, muito raramente arbustos e árvores, geralmente aromáticas. FOLHAS: alternas, com pecíolo invaginante, semelhante a uma bainha, simples (freqüentemente muito partidas) ou compostas. INFLORESCÊNCIA: UMBELA, geralmente umbela composta, às vezes reduzida a um glomérulo (Eryngium). FLORES: hermafroditas (raro unissexuais), actinomorfas, diclamídeas, pentâmeras, dialissépala e dialipétala. ANDROCEU: com 5 estames livres. GINECEU: ovário ínfero (com o desenvolvimento freqüente de um estilopódio), bicarpelar, bilocular, lóculos em geral uniovulados. FRUTO: esquizocárpico, com mericarpos semelhantes a aquênios. Exemplos: - CENOURA (Daucus carota) - Europa. Raiz principal tuberosa, usada na alimentação humana. - MANDIOQUINHA, BATATA-BAROA, BATATA- SALSA (Arracacia xanthorrhiza) – Andina. Raiz principal tuberosa, utilizada na alimentação humana. - AIPO (Anethum graveolens, Apium graveolens)- Europa. Erva cultivada nas hortas. A parte comestível é a base da bainha e do caule engrossadas quando novas. - ERVA-DOCE, ANIS (Pimpinella anisum)- Europa, Ásia. Usada como Condimento e em associações medicamentosas. Flores brancas, fruto ovóide. - FUNCHO (Foeniculum vulgare)- Europa. Mesmo uso da erva-doce. Flores amarelas, fruto oblongo. - SALSA (Petroselinum crispum – P. sativum). Europa. Condimento (folhas). - COENTRO (Coriandrum sativum)- Europa. Condimento (folhas e frutos). - COMINHO (Cuminum cyminum)- Europa.Condimento (fruto). - CICUTA (Conium maculatum)- Apresenta alcalóide tóxico na semente, planta mundialmente conhecida por ter sido utilizada para envenenar o filósofo Sócrates. 30 FIM.
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