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Diagnose e controle de cancro cítrico 2017

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CANCRO CÍTRICO
Medidas essenciais de controle
CANCRO CÍTRICO
O cancro cítrico, causado pela bactéria Xanthomonas citri subsp. citri, pode ocorrer em todas as variedades 
de citros de importância comercial. A doença tem grande 
relevância para a citricultura por causar a desfolha das 
plantas e, principalmente, prejuízos à produção. Frutos 
afetados caem prematuramente e levam à redução da 
produtividade. Além disso, as lesões de cancro cítrico 
depreciam a qualidade dos frutos para o mercado in 
natura e restringem a comercialização da produção. 
Desde 1957, ano da primeira detecção em pomares 
do estado de São Paulo, até 2017, o cancro cítrico foi 
controlado por medidas de exclusão e erradicação. 
Durante esse período o objetivo foi eliminar a doença 
dos pomares ou evitar sua disseminação. No entanto, 
devido ao aumento do cancro cítrico nos últimos anos 
em São Paulo e outros estados, a legislação federal 
que regula o controle da doença foi alterada. A nova 
legislação possibilita que cada estado da federação adote 
diferentes estratégias de controle com base na presença e 
incidência da doença em seus pomares e possibilita pela, 
primeira vez, que o cancro cítrico seja controlado por 
medidas de manejo. Neste caso, as plantas com sintomas 
são mantidas e as medidas de controle visam proteger os 
frutos de infecções e reduzir ou mesmo evitar o impacto 
da doença na produção. 
CICLO
O ciclo do cancro cítrico é composto por quatro fases que estão relacionadas à chegada da 
bactéria no pomar, aos danos às plantas e a continuidade da doença na área. Conhecer o 
ciclo do cancro cítrico auxilia na adoção adequada das medidas de controle. As sucessivas 
fases do ciclo do cancro cítrico e suas principais características são:
DISSEMINAÇÃO: consiste no trânsito da bactéria de uma lesão previamente formada até 
plantas sadias ou até partes sadias de uma planta anteriormente afetada. Pode ocorrer por 
ação de chuvas, por intermédio do homem, de máquinas, ferramentas, equipamentos, 
mudas, material de colheita e vestuário infestados. O cancro cítrico não é disseminado por 
insetos. Nessa fase, o fator ambiental mais importante é a água, que serve como veículo para a 
bactéria. A disseminação por respingos de água da chuva ocorre, principalmente, na própria 
planta e naquelas que estão ao redor. No entanto, quando as chuvas são acompanhadas de 
ventos a bactéria pode ser transportada por alguns quilômetros a partir da árvore afetada.
INFECÇÃO: ocorre quando a bactéria penetra na planta por aberturas naturais, como os 
estômatos, ou por ferimentos causados por equipamentos, atrito entre partes da própria 
planta, abrasão de partículas de poeira e por insetos, como o minador dos citros. A 
existência de ferimentos aumenta significativamente as chances de infecção. A presença 
de água na superfície da planta para onde a bactéria foi disseminada é o fator ambiental 
essencial para o sucesso da infecção.
CICLO
COLONIZAÇÃO: consiste no início da doença. É nesta fase em que os sintomas aparecem. O 
cancro cítrico não é uma doença sistêmica. As bactérias se multiplicam localmente apenas 
no ponto que penetram no tecido vegetal vivo, de onde liberam enzimas que degradam 
as células das plantas para obtenção de nutrientes. O rompimento das células da planta 
confere aspecto encharcado e escurecido ao tecido vegetal afetado. Este processo provoca 
a morte de células e a formação de lesões necróticas. As bactérias continuam o processo 
de colonização radialmente a partir do ponto de penetração e permanecem ativas nas 
margens das lesões. O fator ambiental mais importante nesta fase é a temperatura. A faixa 
mais favorável para a multiplicação da bactéria é de 25oC a 35oC.
SOBREVIVÊNCIA: lesões remanescentes de cancro cítrico existentes na planta de um ano 
para outro são a principal forma de continuidade da bactéria no pomar. Quando ocorre o 
molhamento das lesões, a bactéria nada para o filme de água na superfície da planta de onde 
pode ser disseminada e reiniciar o ciclo da doença. A bactéria não possui plantas hospedeiras 
alternativas aos citros, não possui estruturas especializadas de sobrevivência, como esporos, 
tampouco sobrevive em insetos. Nesta fase não há fator ambiental determinante. A 
sobrevivência da bactéria depende da permanência de lesões velhas na planta. A bactéria 
apresenta um período de sobrevivência muito 
curto fora das plantas cítricas. Esse período 
pode variar de algumas horas, quando as 
células bacterianas se encontram em 
superfícies inertes secas, expostas 
à luz direta e altas temperaturas, 
até alguns meses, quando em 
lesões presentes em restos de 
cultura em decomposição.
SINTOMAS
Os sintomas de cancro cítrico podem 
ocorrer em folhas, frutos e ramos. De modo 
geral, as lesões da doença são semelhantes 
nas diferentes partes da planta.
FOLHA: os sintomas tornam-se visíveis 
em folhas de duas a cinco semanas 
após a infecção. No início, formam-se 
pontos escurecidos, muitas vezes com 
amarelecimento ao redor, resultado da 
multiplicação da bactéria e encharcamento 
do tecido vegetal. Os sintomas evoluem 
para pústulas de coloração marrom-clara. 
As lesões são observadas primeiro na face 
inferior. Com o progresso da doença, 
tornam-se maiores e podem atingir mais 
de um centímetro de diâmetro. Nesta 
fase são circulares, salientes e visíveis nos 
dois lados da folha. Na maioria das vezes, 
apresentam halo amarelado evidente, 
mas é possível encontrar lesões com 
diferentes níveis de amarelecimento ao 
seu redor ou mesmo sem halo. É possível 
ainda que ocorram sintomas com bordas 
mais escuras. Em ferimentos mecânicos 
ou provocados pelo minador dos citros, 
as lesões apresentam a mesma textura e 
coloração, mas o formato e o tamanho 
variam, resultado da penetração da 
bactéria em maior extensão do tecido das 
Halo amarelo Escuras
Ferimento
por minador
Ferimento 
por espinho
LESÕES EM FOLHA
Face
superior
Face
inferior
folhas. De modo geral, as brotações de 
plantas de laranja permanecem suscetíveis 
à infecção por quatro a seis semanas.
FRUTO: é mais comum as lesões aparecerem 
na parte voltada para o exterior da copa 
das plantas. Isso ocorre devido à maior 
exposição desse lado a chuvas e ventos, 
fatores que aumentam a predisposição 
às infecções. À medida que ocorre o 
aumento da área afetada, as lesões em 
frutos podem apresentar anéis circulares 
e rachaduras. As lesões de cancro cítrico 
não afetam diretamente a qualidade da 
polpa dos frutos. Os frutos de laranja são 
suscetíveis durante os primeiros quatro 
meses após a queda de pétalas, até 
atingirem aproximadamente 50 mm de 
diâmetro. 
RAMO: lesões de cancro cítrico em ramos 
são menos frequentes que nos demais 
órgãos. Estas lesões são importantes para 
a sobrevivência da doença no pomar, pois 
permanecem na planta por vários anos. 
Além disso, podem resultar em rachaduras, 
que levam à seca do ramo e prejudicam 
o seu desenvolvimento, sobretudo nos 
primeiros anos da planta. O cancro cítrico 
não provoca a morte das árvores doentes.
FRUTO RAMO
DIFERENÇAS DE OUTRAS DOENÇAS
Os sintomas de cancro cítrico podem ser 
confundidos com outras doenças. Veja as 
principais diferenças:
LEPROSE DOS CITROS: em frutos as lesões 
de leprose diferem das de cancro cítrico 
por serem deprimidas e não corticosas. 
Em folhas são lisas e maiores. Em ramos, 
ocorre a descamação da área lesionada, 
o que não é observado no cancro cítrico.
VERRUGOSE: em folhas e frutos as lesões de 
verrugose são menores. Em folhas podem 
causar deformação e apresentar saliência 
em apenas um dos lados. Dificilmente 
ocorre a formação de halo amarelo ao seu 
redor. Ao contrário do que acontece com 
o cancro cítrico, as lesões de verrugose 
podem ser parcialmente removidas de 
folhas e frutos e nãoocorrem em folhas de 
laranja doce, somente em frutos.
Leprose em folha Verrugose em folha
Verrugose em frutoLeprose em fruto
DIFERENÇAS DE OUTRAS DOENÇAS DIAGNÓSTICO
Existem diversas metodologias 
empregadas para o diagnóstico de 
cancro cítrico. No entanto, na maioria das 
vezes, em condições de campo a doença 
pode ser confirmada em amostras de 
folhas, frutos e ramos apenas pelo 
reconhecimento dos sintomas típicos. 
Caso isso não seja possível pode-se 
utilizar o teste sorológico que é composto 
por uma pequena bolsa plástica com 
solução tampão e uma fita específica 
para detecção da bactéria causadora do 
cancro cítrico. Basta macerar parte ou 
toda a lesão dentro da bolsa com tampão 
e inserir a fita. O resultado aparece em 
poucos minutos. Duas linhas horizontais 
vermelhas na fita confirmam a presença 
da bactéria do cancro cítrico na amostra. 
Quando o resultado é negativo, apenas 
a linha controle aparece. Por não exigir 
infraestrutura e treinamento específicos, 
essa ferramenta é de grande utilidade 
tanto em laboratórios como no campo, 
onde o próprio produtor ou encarregado 
podem confirmar com segurança a 
ocorrência de cancro cítrico.
Teste sorológico
CONTROLE
RESULTADO
POSITIVO
ESTRATÉGIAS DE CONTROLE
De acordo com a nova legislação federal, 
Instrução Normativa nº. 37 de 05/09/2016 
(IN 37), as estratégias de controle do 
cancro cítrico a serem adotadas dependem 
do status fitossanitário da doença na área, 
que pode ser quatro: 
1. ÁREA COM PRAGA AUSENTE: são os 
estados da federação sem ocorrência 
prévia ou presente da doença. Nestes 
locais, as medidas de controle são 
focadas na prevenção da entrada 
do cancro cítrico no estado, como o 
monitoramento do trânsito de material 
vegetal e plantio de mudas sadias. 
2. ÁREA LIVRE DA PRAGA (ALP): área 
específica e definida sem ocorrência 
da doença em estado onde a doença 
está presente. Nestas áreas, as 
medidas de controle também são 
focadas na prevenção da entrada 
do cancro cítrico pelo controle do 
trânsito de material vegetal e uso de 
mudas sadias.
3. ÁREA SOB ERRADICAÇÃO OU 
SUPRESSÃO: área onde a praga ocorre 
com distribuição restrita ou em baixa 
incidência em estado onde a doença 
está presente. Em pomares nesta 
situação, o controle do cancro cítrico 
é feito principalmente pelo plantio 
de mudas sadias e pela eliminação 
de plantas cítricas contaminadas e 
daquelas suspeitas de contaminação. 
4. ÁREA SOB SISTEMA DE 
MITIGAÇÃO DE RISCO 
(SMR): área onde o cancro 
cítrico está amplamente 
distribuído entre as plantas 
em estado onde a doença 
está presente. Nestes pomares o 
controle do cancro cítrico deverá 
ser realizado por um conjunto de 
medidas de manejo que visam reduzir 
o impacto da doença na produção. 
Além disso, frutas para o mercado in 
natura deverão ser beneficiadas em 
unidades de consolidação (UC) para 
evitar a comercialização de frutas com 
sintomas da doença.
ESTADO DE SÃO PAULO: No estado de 
São Paulo, conforme determinado pela 
Resolução da Secretaria de Agricultura 
e Abastecimento nº. 10 de 20/02/2017 
(Resolução SAA 10), a estratégia de 
controle oficial adotada a partir de 2017 é 
o SMR. A mitigação de risco permitirá ao 
citricultor manter as plantas com sintomas 
de cancro cítrico em seus pomares. As 
ações que eram concentradas na inspeção 
de pomares e eliminação de plantas 
doentes passaram a focar na adoção 
de medidas integradas de manejo que 
visam a minimização tanto das perdas 
provocadas pela doença no campo e em 
casas de beneficiamento de frutos como 
dos riscos de comercialização de frutos 
com sintomas da doença.
ESTRATÉGIAS DE CONTROLE
INDÚSTRIA: pomares cuja produção 
é destinada à indústria de suco 
não precisam ser inscritos no SMR. 
Frutos destinados à produção de 
suco dentro do estado em que foram 
colhidos dispensam a necessidade de 
higienização e triagem em unidade 
de beneficiamento antes de serem 
processados. O cancro cítrico não 
afeta diretamente a qualidade do 
suco. O maior potencial de impacto 
da doença nesses pomares é na 
redução da produção pela queda 
prematura de frutos sintomáticos. No 
entanto, os produtores de fruta para a 
indústria devem empregar as mesmas 
medidas de manejo integrado da 
doença previstas no SMR. Além 
disso não devem dispensar os 
cuidados com o transporte 
da fruta, como por exemplo, 
a cobertura apropriada 
da carga para evitar a 
dispersão involuntária de frutos 
possivelmente contaminados com a 
bactéria causadora do cancro cítrico.
FRUTA DE MESA: pomares destinados à 
produção de frutos de mesa para outros 
estados ou países devem aderir ao SMR. 
Isso exige, em linhas gerais, a inscrição de 
pomares e unidades de consolidação no SMR, 
aplicação de medidas de manejo da doença 
durante o ciclo de cultivo, liberação para 
colheita aos pomares com níveis mínimos 
de frutos sintomáticos e o beneficiamento 
dos frutos em UC devidamente estruturadas 
para higienização dos frutos e detecção de 
lotes de frutos sintomáticos eventualmente 
colhidos. Estes pomares devem 
ser acompanhados durante 
todo o processo por 
um responsável técnico (RT) e auditado 
por órgão de defesa sanitária do estado 
a fim de evitar a comercialização de lotes 
com frutos sintomáticos e o rechaço 
de cargas de frutos exportadas. Frutos 
para mesa produzidos e comercializados 
dentro do estado não precisam passar 
por UC. No entanto, a comercialização 
de frutos com sintomas de cancro cítrico 
não é permitida.
LEGISLAÇÃO
QUALIDADE ASSEGURADA
UC emite o Certificado Fitos-
sanitário de Origem Consoli-
dado (CFCO), que atesta a inexistência 
de sintomas de cancro cítrico nos frutos 
liberados.
LACRE E IDENTIFICAÇÃO
Cabe à CDA garantir que a 
partida enviada seja lacrada 
na origem e que o número do 
lacre conste na PTV.
CAIXA PLÁSTICA RETORNÁVEL
Caso o citricultor opte pelo transporte 
dos frutos em caixa plástica retorná-
vel, o RT encarregado da certificação na origem 
deverá acrescentar no CFO e CFCO uma Decla-
ração Adicional (DA) assegurando que o material 
foi higienizado. 
FRUTA
DE MESA
ADESÃO AO SMR
O citricultor solicita à Coorde-
nadoria de Defesa Agropecuária 
(CDA) o cadastramento do imóvel produtor 
de citros e a inscrição das Unidades de 
Produção (UP) no Sistema de Mitigação de 
Risco (SMR) com antecedência mínima de 
180 dias em relação à colheita. 
MEDIDAS DE CONTROLE
O controle do cancro cítrico deve ser 
realizado pelo plantio de mudas sadias, 
uso de variedades menos suscetíveis à doença, 
aplicação de bactericidas à base de cobre, plan-
tio de quebra-ventos, controle do minador de 
citros,desinfestação de máquinas e ferramentas.
TRANSPORTE
Com CFCO em mãos, o citricultor ob-
tém a Permissão de Trânsito de Vege-
tais (PTV), emitida pela CDA.
HABILITAÇÃO PARA COLHEITA
Para obter o termo de habilitação para colheita, emiti-
do pela CDA, deve-se realizar no máximo até 30 dias 
antes da colheita prevista a inspeção de 10 mil frutos por UP ou 
todos os frutos em UP com até 500 plantas. O relatório deve ser 
assinado pelo citricultor e pelo Responsável Técnico (RT) e enviado 
à CDA até dez dias após a inspeção.
UNIDADE DE CONSOLIDAÇÃO
Acompanhados do CFO, frutos ingressam na Uni-
dade de Consolidação (UC) para higienização, tria-
gem e embalagem. Lotes de frutos com sintoma de cancro 
cítrico serão destruídos (o termo “destruído” admite o proces-
samento pela indústria).
PERMISSÃO PARA 
COLHEITA
Em até 15 dias 
depois de receber o relatório de 
inspeção, a CDA emite a auto-
rização de colheita para as UP 
que apresentarem no máximo 
1% de frutos com sintomas de 
cancro cítrico e o Certificado 
Fitossanitário de Origem (CFO). 
Frutos de UP indeferidas só po-
dem circular dentro do estado 
de São Paulo.
INDÚSTRIA PROCEDIMENTOSO citricultor não precisa inscrever o pomar no SMR. Frutos destinados 
à produção de suco dentro do estado dispensam a necessidade de hi-
gienização e triagem em unidade de beneficiamento antes de serem 
processados. Os produtores devem empregar as mesmas medidas de 
manejo integrado do cancro cítrico previstas no SMR.
MEDIDAS DE CONTROLE
MUDAS SADIAS: as mudas são um meio muito rápido e eficiente de disseminação do 
cancro cítrico. Além disso, pomares jovens são mais vulneráveis ao cancro cítrico pela 
presença abundante de brotações, suscetíveis às infecções. Desta forma, a aquisição 
de mudas de citros certificadas, produzidas em viveiros registrados pela Coordenadoria 
de Defesa Agropecuária (CDA), da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento 
(SAA), é a primeira medida de controle para a formação de um pomar saudável e para 
evitar a rápida disseminação da doença nos pomares do estado.
Altamente suscetível Pomelo (Grapefruit), lima ácida Galego, limões verdadeiros
NÍVEL DE RESISTÊNCIA VARIEDADE/ESPÉCIE
Altamente resistente Calamondim, Kumquat
Resistente
Tangerinas Ponkan, Satsuma, 
Cleopatra, Sunki
Moderadamente resistente Laranja Folha Murcha, lima ácida Tahiti, Mexerica do Rio
Moderadamente suscetível
Laranjas Pera, Valência, Iapar 73, 
Tangerinas Clementina, Dancy, Cravo, 
Tangor Murcott
Suscetível
Laranjas Hamlin, Westin, Rubi, Seleta 
Vermelha, Pineapple, Baía, Baianinha, 
Navelina, Natal
VARIEDADE/ESPÉCIE: esta é a medida de controle de menor custo e de maior eficiência. 
O uso de plantas resistentes ou menos suscetíveis pode dispensar ou reduzir a adoção 
de medidas de controle complementares. Todas as espécies e variedades comerciais 
podem ser afetadas pelo cancro cítrico, mas, existem diferenças significativas de 
suscetibilidade entre os citros.
MEDIDAS DE CONTROLE
QUEBRA-VENTO: é uma medida essencial 
em pomares que produzem fruta para mesa. 
Quando a fruta é destinada à produção de 
suco o uso de quebra-ventos tem maior 
importância em pomares de variedades mais 
suscetíveis ao cancro cítrico ou regiões de 
topografia acidentada com alta incidência 
de ventos. As barreiras de quebra-ventos 
são plantadas nos limites da propriedade e 
também entre talhões. Os quebra-ventos 
não devem formar uma barreira compacta, 
mas permeável. É recomendado colocar os 
quebra-ventos perpendicularmente à direção 
dos ventos predominantes ou em sistemas 
de compartimentação. O espaçamento 
entre as linhas de quebra-vento pode variar 
de 100 a 400 metros. O ideal é que sejam 
instalados antes ou junto com o plantio 
Corymbia torelliana
do pomar para proporcionar proteção nos 
primeiros anos das plantas de citros, quando 
são mais suscetíveis ao cancro. As árvores 
atuam formando um obstáculo natural, 
reduzindo a velocidade de rajadas de vento 
e, consequentemente, sua capacidade de 
disseminar a bactéria do cancro cítrico por 
gotas de chuva e de causar ferimentos nas 
folhas pela abrasão de partículas de poeira e 
atrito de galhos, que facilitam a entrada da 
bactéria. A espécie Corymbia torelliana é a 
mais indicada para as condições do estado 
de São Paulo. Casuarina cunninghamiana 
também é uma opção como quebra-vento, 
porém a morte de plantas de casuarina 
causada pela infestação de brocas no 
sul do Brasil, Argentina e Uruguai tem 
desencorajado seu uso como quebra-vento.
Corymbia torelliana
ESTRATÉGIAS DE CONTROLE
COBRE: a aplicação de cobre não previne a 
entrada da bactéria no pomar. Esta medida 
ajuda a reduzir a quantidade de sintomas 
nas plantas e a queda de frutos. Os produ-
tos usados são à base de cobre fixo como 
oxicloreto de cobre, hidróxido de cobre e 
óxido cuproso. Os cobres fixos apresen-
tam baixa solubilidade em água e, por isso, 
proporcionam efeito residual na planta. 
Quando aplicados, estes bactericidas for-
mam uma camada protetora e agem pre-
ventivamente evitando novas infeções em 
folhas e frutos jovens. As aplicações podem 
ser realizadas utilizando 40 a 50 mg de co-
bre metálico/m3 de copa até atingir 1 kg de 
cobre metálico/ha. Quando isso ocorrer, as 
plantas estarão adultas e menos predispos-
tas à doença e o aumento da dose não é 
necessário. O volume de calda pode variar 
de 40 a 70 mL/m3 de copa. Em pomares 
jovens que ainda não estão em produção as 
aplicações devem ser realizadas durante a 
primavera e verão sempre que houver bro-
tações ou a cada 21 dias. Em pomares em 
produção, as aplicações devem ser realiza-
das a cada 21 dias durante 120 dias a partir 
da floração, até os 
frutos atingirem 
50 mm de diâ-
metro aproxima-
damente. Depois 
desta fase as apli-
cações podem ser 
realizadas quando 
houver brotações 
apenas. Em pomares 
com múltiplas flora-
das as aplicações devem 
ocorrer regularmente a cada 
21 dias durante a primavera, ve-
rão e, caso necessário, início do outono. 
Aplicações de maio a agosto normalmente 
são dispensáveis pela baixa ocorrência de 
chuvas e ausência ou baixa quantidade de 
folhas e frutos jovens.
CONTROLE DO MINADOR DOS CITROS: o 
minador dos citros (Phyllocnistis citrella) é 
um inseto que provoca ferimentos na plan-
ta, principalmente nas brotações e abre 
entradas para a penetração da bactéria do 
cancro cítrico. O controle deste inseto deve 
ser feito preventiva-
mente com insetici-
das à base de aba-
mectina, quando as 
plantas apresentam 
brotações. Inseti-
cidas neonicotinoi-
des, normalmente 
utilizados para o con-
trole de Diaphorina ci-
tri, em plantas de até três 
anos, também promovem o 
controle de adultos do minador.
INDUTORES DE RESISTÊNCIA: os ingredien-
tes ativos mais estudados, com ação com-
provada como indutores de resistência sis-
têmica adquirida para o controle do cancro 
cítrico, e com registro comercial para a cul-
tura de citros no Brasil são os neonicotinoi-
des imidacloprido e tiametoxam. Além de 
promover o controle de importantes pragas 
e vetores que afetam os citros, como o psilí-
deo D. citri, inseto vetor do huanglongbing 
(HLB/greening), esses produtos promovem 
reduções significativas na intensidade do 
cancro cítrico, principalmente em plantas 
jovens, com até três anos. Essa redução não 
ocorre pela ação bactericida desses com-
postos ou somente pelo controle do mi-
nador dos citros, mas principalmente pela 
ativação do sistema de defesa natural das 
plantas. Plantas tratadas com indutores se 
tornam mais resistentes e dificultam a co-
lonização da bactéria causadora do cancro 
cítrico e a formação de lesões da doença. 
Estudos recentes indicam que em pomares 
jovens o controle promovido por estes pro-
dutos pode ser similar àquele obtido com 
aplicações frequentes de cobre.
MEDIDAS COMPLEMENTARES: o controle 
do acesso de pessoas e veículos nos poma-
res, instalação de bins, desinfestação de 
equipamentos e máquinas e inspeções dos 
pomares continuam sendo importantes. 
Em alguns pomares a doença poderá levar 
anos para chegar ou não ser disseminada 
naturalmente com facilidade. Estas medi-
das contribuirão para prevenir ou reduzir a 
disseminação do cancro cítrico entre dife-
rentes talhões ou propriedades.
Av. Dr. Adhemar Pereira de Barros, 201 
Vila Melhado, Araraquara/SP 
16 3301 7000 / 0800 112155 
www.fundecitrus.com.br
Autor: Franklin Behlau, Ivaldo Sala e Renato B. Bassanezi | Revisão: Jaqueline Ribas 
Projeto gráfico: Valmir Campos | Fotos: Arquivo Fundecitrus | 2017 © - 3ª Edição atualizada

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