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Direito Internacional - Marcelo Fontana

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Direito Internacional
Marcelo Fontana
1 prova: 04/10
TED: 18/10 -> Domínio Púb Internacional: - Mares
 - Espaço aéreo
 - Zonas Polares 
2 prova: 22/11
TED: 08/11 -> Condição Jurídica do estrangeiro:
 - Condições de entrada, permanência e saída de estrangeiros no Brasil.
1. Marcos históricos do direito internacional público
1.1. Direito Romano: é considerado o marco inicial para alguns. Os romanos tinham dois ramos: o jus gentium (direito das gentes, relação do estado romano com os povos bárbaros e também dos cidadãos romanos com esses povos bárbaros) e o jus civile (direito civil, relações entre os cidadãos romanos). Então nossa primeira concepção de que existem direitos diferentes, tratamentos jurídicos diferentes entre pessoas de origens diferentes, a gente considera isso como uma semente do que vem a ser o direito internacional, até porque na primeira fase, no início do estado romano se considerava que o indivíduo sendo romano ou sendo de outros povos, ele tinha uma coisa que era essencialmente humana e isso então considera tanto semente do direito internacional quanto semente dos direitos humanos, só que mesmo no Estado Romano, ai na fase posterior, na fase de dominação, de conquista, o direito da gente tratava principalmente da questão da dominação desses outros povos (conquista de território, captura de escravos...) e nessa concepção de ser um direito de conflito, é uma concepção que durou até muito recentemente, então até pouco tempo atrás o direito internacional foi um direito de conflito entre os estados, a matéria se destinava a regular as relações conflituosas entre os estados.
- Ius Gentium (direito da gente ou das pessoas): internacionalização do direito.
 
1.2. Escola Clássica espanhola - séc.
XVI 
- Consenso: Não existe direito internacional sem consenso (vontades convergentes). Atos unilaterais não são obrigatórios a outros Estados. “Se ne qua non”, ou ação ou condição que é indispensável, que é imprescindível ou que é essencial.
- Ius cogens (direito obrigatório).
- Consenso x cogente: Ao entrar no tratado passa a ser obrigado.
Existem certas matérias, Como direitos humanos, que não podem ser dispostas pelos Estados Soberanos, no qual eles serão coagidos a seguir a norma. 
1.3. Pós Guerras - séc xx 
a) Pós primeira guerra: liga das nações – limitar o uso das armas pelo aumento do poder destrutivo.
a.1. EUA e Rússia não participaram.
a.2. Foi dissolvida diante da segunda guerra. 
b) 1945: Carta de São Francisco - ONU
b.1. Autonomia, desenvolvimento e cooperação.
b.2. Excepcionalidade do recurso ás armas: ->Autodefesa se estendeu para autodeterminação (luta por um regime democrático). Ex: EUA invadindo Iraque pra destruir armas químicas. 
b.3. EUA, Reino Unido, China, França e Rússia: Membros permanentes no conselho de segurança.
- Resolução: 9 favoráveis sem veto de um dos membros permanentes. 
b.4. Positivação: Transformação em lei escrita, a fonte sendo os tratados internacionais, trazendo uma maior segurança jurídica, e não os costumes.
2.Relação entre direito interno e direito internacional:
- Direito internacional x Direito interno: O primeiro tem jurisdição facultativa, aceitar a submissão. O segundo é constituído de normas cogentes.
 2.1. Quanto a aplicação conjunta:
a) Teoria dualista: Defende que direito interno e direito internacional são sistemas jurídicos distintos com aplicações igualmente distintas, sendo o primeiro aplicável pela jurisdição local e o segundo destinado a reger as normas que tratem de direitos humanos (aspecto material), que poderão ter poder normativo de emenda constitucional, tendo que passar por determinado procedimento para ser aprovado (3/5 do votos e 2 turnos no congresso -aspecto formal).
-Qualquer outra norma internacional que trate de direitos humanos terão caráter supralegal (acima da lei infra constitucional).
b) Teoria monista: Defende que, embora sejam sistemas jurídicos distintos, em determinadas hipóteses a jurisdição local poderá utilizar normas de direito internacional para resolver conflitos a ela submetidos. Nas relações jurídicas, o juiz pode aplicar o direito internacional.
b.1. Monista com prevalência ao direito interno.
b.2. Monista com prevalência ao direito internacional: Não se coloca em dúvida, em parte alguma, a prevalência dos tratados sobre leis internas anteriores à sua promulgação (lex posterior derrogat priori). Mas a prevalência de que trata esse tópico é a que tem indisfarçado valor hierárquico, garantindo ao compromisso internacional plena vigência, apesar de leis posteriores que o contradigam. 
b.3. Monista paritária (não há prevalência) – Brasil.
2.2. CF, artigo 5°, parágrafo 3° - Emenda Constitucional
2.2.1. Para um tratado passar a ser uma emenda, precisa estar válido nos aspectos:
- Formal: 3/5 dos membros em 2 turnos (câmara – senado – câmara)
- Material: Versar sobre Direitos Humanos
Exemplo: Pacto de San José da Costa Rica.
2.3.Quando as normas internacionais prevalecem: 
2.3.1. CTN art 98. Tratados > lei – Os tratados (que vinculam o Brasil) “... revogam ou modificam a legislação interna tributária e serão observados pela que lhes sobrevenha”.
2.3.2. Direitos e garantias fundamentais
- Normas supralegais: Todos os demais tratados sobre Direitos Humanos.
3.Fontes do Direito internacional: 
3.1.Princípios: 
a) soberania (CF, art 4, inc 1, 3, 4, 5) 
b) Proteção dos direitos humanos (CF,art 4, inc 8, 10)
c) Defesa da paz (CF, art 4, inc 6, 7)
d) Cooperação (CF, art 4, inc 9).
3.2. Precedentes: Direito produzido pelas cortes internacionais, decisões do tribunais.
3.3. Costumes: Práticas reiteradas, aceitas e exigidas. Há exigibilidade.
3.4. Tratados Internacionais: Acordo escrito entre sujeitos do direito internacional (Estados e Organizações).
g.1.Elementos: 
I. acordo (norma consensual) 
II. Escrito
III. Sujeitos de direito internacional (Estados, organizações)
IV. Soberania
4. Direito dos Tratados:
-Convenção de Viena: Sobre direito dos tratados/ 1969.
4.1.Fases de conclusão dos tratados:
a) negociação: fase oral, consenso, interesse.
b) assinatura: Confirma a existência do texto.
c) ratificação: Vínculo jurídico.
I) Negociação
a) Legitimados:
➡ chefes de estado, chefes de governo
- originária: Decorre do cargo, não precisa de autorização.
- ampla: Praticar qualquer ato dentro do Tratado Internacional.
➡ Plenipotenciário: Detentor da carta de plenos poderes.
A plenipotência recai, de modo amplo ou limitado, respectivamente, sobre os ministros das relações exteriores e sobre os chefes de missão diplomática, assim como, de modo similar, para aqueles que detém a carta de plenos poderes. O destinatário da carta é, se em um tratado bilateral, o governo compactuam-te, e sua entrega deve preceder o início da negociação, ou a prática do ato ulterior a que se habilita o plenipotenciário. O expedidor formal da carta são os chefes de Estado ou de Governo. O elemento credenciado pela carta há de ser, normalmente, o embaixador ou um servidor público de outra área. A necessidade da credencial específica, nesse caso, é tão certa quanto a de um particular recrutado pelo governo para exercer missão diplomática, com exceção dos ministros das relações exteriores que já é presumida.
a) ministros das relações exteriores:
 Os ministros das relações exteriores se entendem como plenipotenciários, no plano internacional. Se distinguem dos chefes de Estado e de governo quanto à representatividade, já que as dos dois últimos são originárias e a dos ministros são derivadas. Os ministros, além disso, possuem uma qualidade representativa ampla e se entende como plenipotenciário (no plano internacional) desde o momento em que é investido nessa função pública pelo chefede Estado, ou pelo chefe de governo. Ele guardará o benefício dessa qualidade independente de qualquer prova documental avulsa, enquanto exercer o cargo.
b) chefes de missão diplomática: 
Também prescinde da carta de plenos poderes os chefes de missão diplomáticas, embaixador ou encarregado de negócios, mas apenas para negociações bilaterais entre Estado acreditante e Estado acreditado. Possuem, portanto, um horizonte de plenipotência presumida muito mais restrita em comparação com os ministros de relações exteriores.
- embaixador: Relação entre os Estados; Legitimidade para conclusão dos tratados internacionais; Só atua em tratados bilaterais: Representado x receptor; Só pode atuar nas fases de negociação e assinatura dos tratados; sua legitimidade é derivada e restrita.
 
➡ Representantes acreditados (delegações nacionais): 
Na fase de negociação, quando a individualidade do plenipotenciário não bastar para à completa colocação dos desígnios do Estado, ele encontra apoio na composição do grupo subordinado à sua chefia, com uma hierarquia indissociável na delegação. Seu chefe, e apenas ele, detém a carta de plenos poderes. Os demais integrantes do grupo têm a incumbência de dar-lhe o suporte que requeira, suprindo, por exemplo, sua eventual ausência em uma mesa de negociação ininterrupta, ou presença simultânea em duas ou mais câmaras, a qual, por especialidade, os trabalhos preparatórios se hajam distribuídos. Não se concebem conflitos dentro da delegação, há de prevalecer sempre a voz do chefe, enquanto autorizada.
➡ legitimados circunstanciais (costumes, mesmo após a convenção de Viena):
 - cargo público no Estado e esse cargo tenha relação com a matéria.
 - Não é comum.
b) assinatura / autenticação: firma que põe termo a uma negociação — quase sempre bilateral — fixando e autenticando, sem dúvida, o texto do compromisso, mas, acima disso, exteriorizando em definitivo o consentimento das pessoas jurídicas de direito das gentes que os signatários representam. Não há, pois, perspectiva de ratificação ou de qualquer gesto confirmatório alternativo. O comprometimento se perfez, e o tratado tem condições de vigência imediata — a
menos que, por conveniência das partes, prefiram diferir a vigência por tempo certo. De todo modo, uma cláusula final terá disciplinado essa matéria.
b.1. adoção do texto: 2/3 das assinaturas pra a negociação não ser frustrada.
b.2. efeitos jurídicos: 
 - Confirmar a existência do texto.
 - Admitir a ratificação.
 
b.3. Versões do texto:
I. Autênticas: versões elaboradas nos idiomas definidos na negociação.
II. Oficiais: traduções unilaterais elaboradas por Estados interessados.
Obs: havendo divergência prevalecerá a autentica.
b.4. Depositário do tratado: Terminada a assinatura, os pactuantes vão se dispensar e o texto vai ficar com o depositário que é nomeado para guardar o tratado. O mesmo depositário será o encarregado por receber, também, os instrumentos de ratificação; mais tarde, se for o caso, os instrumentos de adesão; e, eventualmente, as notificações de denúncia
c) Ratificação: Ato unilateral com que a pessoa jurídica de direito internacional, signatária de um tratado, exprime definitivamente, no plano internacional, sua vontade de obrigar-se. Onde quer que a ratificação se preveja como expressão definitiva de consentimento, deve ela ser expressa. 
Obs: O presidente da república não pode manifestar consentimento definitivo, em relação ao tratado, sem o abono do Congresso Nacional. Este abono, porém, não o obriga à ratificação. Isso significa que a vontade nacional, afirmativa quanto ao compromisso externo, assenta sobre a vontade conjugada de dois poderes políticos. A vontade singular de qualquer um deles é necessária, mas não é suficiente.
5. Entes Personificados em Direito Internacional Público
 - Estados soberanos
 - Organizações internacionais em sentido estrito
5.1.Participação de entes privados em cortes internacionais:
a) Cortes em matéria cível:
I. Direitos humanos
II. Direito Concorrencial
b) Cortes criminais
b.1. Tribunais "AD HOC": Chamado de tribunais de exceção. Criados para julgar casos específicos.
Nuremberg
Ruanda
Iugoslávia
b.2. Tribunal penal internacional (TPI):
- Criação: Tratado de Roma/1998
- Instalação: Haia-2002
- Matérias:
Genocídio
Crimes contra a humanidade
Crimes de guerra
Agressão (uso indevido de forças armadas).
- Subsidiariedade da jurisdição: Prioridade da jurisdição local.
- Conflito entre o Tratado de Roma e a CF/88
- Imposição de pena de prisão perpétua
- Obrigatoriedade da jurisdição.
5.2.Estados Soberanos:
a) Imunidade a jurisdição estatal: positivadas em 1961.
a.1.direito diplomático (imunidade do embaixador e secretário)
- Diplomata x Cônsul: O diplomata representa o Estado de origem junto à soberania local, e para o trato bilateral de assuntos de Estado. Já o cônsul representa o Estado de origem para cuidar, no território onde atue, de interesses privados, os de seus compatriotas que ali se encontrem a qualquer título, e os de elementos locais que tencionem, por exemplo, visitar aquele país, de lá importar bens, ou para lá exportar bens.
a.2.prerrogativas diplomáticas
a.2.1. Imunidade a jurisdição penal: Não podem ser presos e nem processados criminalmente, são atos de agressão contra o próprio Estado, por isso essa imunidade. A imunidade não impede a polícia local de investigar o crime, preparando a informação sobre a qual se presume que a justiça do Estado de origem processará o agente beneficiado pelo privilégio diplomático.
a.2. Imunidade a jurisdição cível.
- exceções (que o embaixador vai se submeter a legislação local)
➡ direitos reais sobre imóveis
➡ direito sucessório
➡ reconvenções (quando réu faz pedido)
➡ Atos no exercício de profissão liberal: É possível, mas perde as imunidades cíveis (continua com a imunidade penal).
a.3. Imunidade tributária
- exceções: 
➡ tributos indiretos (tributos dentro do preço final. Ex: IPI; ICMS)
➡ taxas (contraprestação direta)
OBS: IPTU e IPVA não paga; IPR paga.
b) Alcance das imunidades:
b.1. Familiares: vínculo familiar, dependência econômica, na lista recebe imunidade.
b.2. Quadro administrativo (tradutores, contabilistas, etc.): Desde que oriundos do Estado acreditante, e não recrutados in loco, distinguem-se dos diplomatas no que concerne à jurisdição civil, aqui limitada aos atos praticados no exercício de suas funções.
b.3. Empregados particulares: Não gozam de imunidade, pois não exercem função pública. 
* Estão na lista para que possam entrar no país sem a soberania para entrar.
c) Prerrogativas consulares
c.1. Imunidades funcionais: Os cônsules ou funcionários consulares gozam de inviolabilidade física e de imunidade ao processo, penal ou civil, apenas no tocante aos atos de ofício. Privilégio este que é limitado, e não se estende à membros da família e nem as instalações residenciais.
c.2. Condições para prisão:
- Sentença penal condenatória transitada em julgado.
- Prisões processuais -> Ser determinada por autoridade judicial por ocorrência de crime grave.
d) Elementos comuns ás imunidades:
- proteção dos locais: São fisicamente invioláveis os locais da missão diplomática com todos os bens ali situados, assim como os locais residenciais utilizados pelo quadro administrativo e técnico. Esses imóveis, e os valores mobiliários nele encontráveis, não podem ser objeto de busca, requisição, penhora ou medida qualquer de execução. Os arquivos e documentos de missão diplomática são invioláveis onde quer que se encontrem.
 Já os locais consulares são invioláveis na medida estrita de sua função, e gozam de imunidade tributária. Os arquivos e documentos consulares, a exemplo dos diplomáticos, são invioláveis em qualquer circunstância e onde quer que se encontrem.
- renúncia: O Estado que representa o embaixador pode renunciar sua autoridade, mas o embaixador não pode.
- Declaração como "persona non grata":vai ser retirado do Estado receptor sob pena de se submeter à jurisdição do local.
6. Atos de execução dos tratados:
 
a) Reserva: Declaração pela qual um Estado exclui determinadas cláusulas de um tratado de sua vinculação.
obs: alguns tratados não admitem ou limitam reservas.
 b) Adesão: Ato de vinculação ao tratado para aqueles Estados que não tenham assinado o texto. 
b.1.Podem ser:
- Abertos: Basta que o Estado manifeste vontade que pode aderir ao tratado. Sem restrições. Exemplo: Tratados ambientais.
- Restritos: Devem ser cumpridas algumas condições. Entrada restrita. Exemplo: Tratado da União Europeia.
- Fechado: 
Obs: Tem que passar pelo crivo do congresso para haver adesão, mesmo processo da ratificação.
 
c) Denúncia: É o ato unilateral pelo qual o Estado expressa sua vontade em desvincular-se de um tratado. 
c.1. Prévio aviso: Expressão da vontade da denúncia. 
c.2. Retirada
obs: entre o prévio aviso e a retirada há um prazo de 12 meses.
obs2: Depois da retirada, só se reintegra a partir da adesão.
c.3. Tratados que não admitem:
I. Tratado de vigência estática: São tratados em que a desvinculação de um signatário importaria em ofensa à soberania dos demais.
c.4. Denúncia parcial: Não é admitida se o tratado não admitir reserva. E se for admitida, vai ficar com a cláusula num prazo de 12 meses.
c.5. Denúncia do direito interno:
I. Teoria dos atos de execução: Indica que a denúncia é mero ato de execução do tratado e, portanto, prerrogativa do chefe do executivo. 
II. Teoria dos atos contrários: Considera a denúncia o ato contrário a ratificação e, portanto, necessitaria passar pelo mesmo procedimento autorizativo.
Obs: Brasil adota a teoria dos atos de execução. 
Imunidade de jurisdição entre Estados
1. Não jurisdição entre pares: Significa que Estado soberano não pode julgar outro Estado soberano.
- Par in Parem
- Non habet judicium
1.1. Mitigação do princípio - art. 114, I, CF
(situação que se diz legitimado a julgar outros Estados. - Justiça do trabalho pode julgar relações trabalhistas envolvendo estados estrangeiros).
2. Atos de império: são atos praticados pelos Estados no exercício de sua soberania.
2.1. Atos de gestão: Atos praticados pelos Estados exercendo meras prerrogativas privadas.
3. Organizações em sentido estrito:
3.1. Características:
a) composta por estados soberanos.
b) Criada por tratados (expressa).
c) Clausula de personificação
d) Autonomia: destaca a personalidade da organização da personalidade que compõe a organização. Personalidade própria.
e) Existência de objetivos comuns entre os membros.
3.2. Classificação:
a) Intergovernamentais:
São aquelas em que as decisões da organização somente vinculam aqueles Estados que, expressamente, consentirem.
b) Supranacionais:
São aquelas em que as decisões da organização vinculam todos os membros, independentemente do consentimento individual. Caráter erga omnes.
Obs: Organizações são sempre mescladas, um pouco de um e um pouco de outro. Ex.: ONU.
4. Organização das Nações Unidas.
4.1. Principais órgãos:
a) Assembleia Geral:
- É o órgão mais abrangente da ONU. 
- Ela não funciona de forma permanente. 
- Lida com qualquer assunto que seja de interesse dos Estados membros. Exceto os assuntos reservados aos conselhos de segurança, sobre esses assuntos só o Conselho pode decidir. 
- As resoluções tem força de recomendação, o Estado só se obriga se dar seu consentimento expresso (órgão intergovernamental). 
- Aplica sanções aos Estados-membros, não em virtude da ameaça à paz e segurança mundial, quem faz isso é o Conselho de Segurança.
b) Conselho de segurança:
- Considerado o mais importante órgão da ONU 
- É responsável pela paz e segurança mundial, objetivo central da organização. 
- As decisões do Conselho de Segurança se impõe à todos Estados, membros ou não da organização (órgão supranacional). Única hipótese considerada legítima que se afasta o princípio do consenso. 
- Quem compõe o Conselho são 15 membros, 5 permanentes (EUA, China, Rússia, França, Reino Unido) e 10 transitórios. 
- Em relação aos permanentes, para aprovar uma resolução tem que haver unanimidade, qualquer veto de um dos permanentes reprova a resolução. 
- Os Estados-membros tem o direito de se abster, que não é considerado voto. 
- Para haver uma aprovação, além de não conter nenhum voto contra dos membros permanentes, é preciso que haja, ao todo, 9 votos favoráveis.
c) Corte internacional de justiça (Haia):
- Composto por 15 magistrados, que têm mandato por 9 anos e podem ser reeleitos e precisam ser de nacionalidades diferentes. 
- A corte pode julgar qualquer litígio jurídico entre Estados. 
- Todos os países que fazem parte do Estatuto da Corte Internacional de Justiça podem recorrer a ela sobre qualquer caso. 
- Outros Estados poderão fazê-lo sob certas condições estipuladas pelo Conselho de Segurança, que pode encaminhar à Corte Internacional de Justiça qualquer controvérsia jurídica. 
- A competência da Corte se estende a todas as questões a ela submetidas pelos Estados e a todos os assuntos previstos na Carta da ONU e nos tratados e convenções em vigor. 
- Os Estados podem comprometer-se antecipadamente a aceitar a jurisdição da Corte, em determinados casos, seja por meio de tratados ou convenções que estipulem o recurso à Corte ou por meio de uma declaração especial nesse sentido. 
- Tais declarações aceitando a jurisdição compulsória da Corte podem, contudo, excluir determinados tipos de questões.
 
d) Secretariado:
- Composto pelos funcionários da ONU 
- Não representam nenhum Estado, e sim a própria ONU. 
- Presta serviço a outros órgãos das Nações Unidas e administra os programas e políticas que elaboram. 
- Seu chefe é o secretário-geral, que é nomeado pela Assembleia Geral, seguindo recomendação do Conselho de Segurança. 
- Suas principais funções, são: administrar as forças de paz; analisar problemas econômicos e sociais; organizar conferências internacionais; etc.
Resolução de conflitos internacionais:
1. Meios pacíficos:
1.1. Meios diplomáticos:
- Busca pelo consenso.
- Um terceiro pode ser mediador e prestador de bons ofícios. Podem ou não ser envolvidos. E não é determinante.
1.2. Meios jurídicos:
1.2.1. Características:
a) Imparcialidade dos julgadores.
b) Obrigatoriedade das decisões: Estado precisa cumprir as sentenças internacionais.
c) Decisões são tomadas de acordo com a aplicação do direito internacional.
1.2.3. Arbitragem:
Um arbitro específico pra cada caso.
1.2.4. Cortes internacionais:
1.2.4.1 Características:
a) Submissão e processo na corte de Haia.
Jurisdição facultativa.
b) Hipóteses de submissão:
b.1. Executoriedade das sentenças: 
O Estado que seja favorecido por uma sentença pela Corte de Haia pode solicitar ao conselho de segurança que adote as medidas coercitivas necessárias para o cumprimento.
Obs: Se o conselho entender que o não cumprimento da sentença não ameaça a paz e segurança mundial, o conselho não vai adotar nenhuma medida.
b.2. Acordo geral ou específico:
- acordo geral estabelecido na convenção de Viena. É pré-estabelecido que qualquer litigio será resolvido pela corte internacional, desde que não haja convenção de arbitragem.
- Acordo específico é quando os estados convencionam pra aquela situação especifica.
b.3. Clausula facultativa de jurisdição obrigatória:
- Quando se vinculam a essa clausula eles aceitam e se submetem obrigatoriamente a resolução de litígios à corte. É facultativo aceitar ou não essa clausula.
Só vale naqueles processos em que todos os litigantes se vinculam a clausula (reciprocidade). Quem não se submete, não pode exigir de outros que se submetem.
b.4. Aceitação tácita:
- Quando um Estado, notificado pela corte, apresenta defesa de mérito.
- Quando não apresenta resposta, o processo se extingue.
2. Meios coercitivos sem uso de forças armadas:
2.1. Retorção: São medidas proporcionalmente tomadas por um Estado em resposta a atosde outro(s) Estado (s) que venham a violar seus interesses.
2.2. Represália: São medidas proporcionalmente tomadas por um Estado que afastam a aplicação comum do direito internacional em razão de atos ilícitos contra ele praticados. 
2.3. Embargo/ boicote: Interrupção, total ou parcial, de relações comerciais. Ato unilateral imposto por um Estado. 
Obs: Frequentemente é imposto pelo conselho de segurança (tem validade erga omnes, a todos os Estados, concordando ou não).
2.4. Rompimento de relações diplomáticas: Convocação e expulsão das representações diplomáticas entre Estados litigantes.
Obs: Quando rompe relações diplomáticas é uma resposta de um Estado que não vai resolver de maneira pacífica. Isso resulta em suspensão de todos tratados de conteúdo pacífico, entre os litigantes.
3. Meios coercitivos com uso de forças armadas:
3.1. Hipóteses de licitude:
a) Auto defesa.
a.1. Auto determinação
b) Resolução do conselho de segurança.
3.2. " Jus in bello" - Passa a ter eficácia essas normas (direito aplicável para regular os atos praticados por Estados beligerantes (conflito bélico).
- Convenção de Genebra.
- Quem descumpre comete crime de guerra e pode ser julgado pelo TPI.
3.2.1. Restrição em razão:
a) Das pessoas:
Pessoas que não deveriam ser alvo de ataques durante conflito armado.
Ex.: Embaixador; Civis; Cruz vermelha; médicos, integrantes de tropas.
b) Dos locais: Onde não pode ser objetivado ataque.
Ex.: Hospitais; Escolas; Zonas civis; Monumentos históricos.
c) Dos meios: Armamentos que não podem ser utilizados nos conflitos.
Ex.: Armas químicas; Armas biológicas.
3.2.2. Conflito armado leva a rompimento de relação diplomático:
- Tratados de conteúdo pacífico ficam suspensos.
- Os de Jus in Bello não ficam suspensos.
3.3. Neutralidade:
3.3.1. Direitos:
- Os estados neutros vão ter direito a não ser atacados.
- Não vai haver hostilidade no seu território.
3.3.2.Deveres: relacionados a sua imparcialidade.
- Dever de ser imparcial.
- Podem comercializar com qualquer dos países em conflito. Se deixar de comercializar com um dos conflitantes e só negociar com outro, ele vai deixar de ser neutro, e vai ser considerado beligerante.
4. Termino jurídico do conflito:
a) Armistício: suspensão das hostilidades, regulando-se, provisoriamente, as relações entre os beligerantes (trégua).
- Pode haver tratado de paz.
- Pode haver retorno do conflito.
b) Tratado de paz: Termino definitivo das hostilidades com a definição da "causa bellis" (objeto do litígio), o estabelecimento de direitos e deveres entre beligerantes e a retomada das relações de amizade.
- Compromisso dos Estados em não retomar as hostilidades. Deixar de usar as armas nas relações.
- Muito comum que se estabeleça indenizações (direitos e deveres).
- Os tratados suspensos ou terminados serão retomados.

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