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Aula 01



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NOÇÕES DE ESTADO
O Estado é uma das mais importantes e, ao mesmo tempo, mais complexas criações do ser humano. Desempenha inúmeras funções para atender às ilimitadas necessidades, geradas pelas várias funções que exerce, o Estado desempenha as atividades financeiras, que é o suporte fundamental de sua ação. Um dos principais instrumentos para a ação financeira do Estado é o Direito.
ORIGEM DO ESTADO
	O homem é um ser social. Não conseguiria viver fora da sociedade, ou seja, da associação com outros indivíduos.
	O homem, por sua inevitável maneira de ser, está vinculado a vários agregados de pessoas onde ele encontra satisfação dos variados interesses.
	Assim como pertence a uma família onde se integra; associa-se a outras coletividades de natureza religiosa, culturais, esportivas, humanísticas etc.; podendo pertencer ainda a grupos para desenvolver atividades econômicas onde vá encontrar recursos com que se manter e a sua família.
	Há, contudo, um outro aglomerado de que o homem participa e que, reunindo expressivo número de indivíduos, dá ao homem a satisfação das necessidades básicas. 
	Essa sociedade mais ampla a que se denomina hoje o ESTADO.
CONCEITO DE ESTADOESTADO - É uma pessoa jurídica formada por uma sociedade que vive num determinado território e subordinada a uma autoridade soberana.
	Os Gregos chamaram-na A CIDADE. Os Romanos denominavam REPÚBLICA, que para eles não constituía contrastes à monarquia. O vocábulo ESTADO com essa noção de aglomerado humano socialmente estruturado só veio ser usado bem mais tarde, de vez que originalmente significava, posição, posição social, maneira de ser.
	Hoje conhecido mais propriamente de país, nação, povo e pátria, o ESTADO é a nação politicamente organizada; é um complexo social que apresenta estrutura política e tem individualidade no plano internacional.
	O ESTADO visa à paz e equilíbrio social que se identificam com ordem jurídica. O Direito é de seu eminente interesse.
	O ESTADO visa a reunir e coordenar forças quando ao aspecto político e econômico para obter a felicidade e a paz de um povo.
ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ESTADO
ESTADO
PODER SOBERANO
TERRITÓRIO
POVO
POVO – É o conjunto dos nacionais. Não se confunde com população, que exprime um conceito aritmético, de caráter quantitativo, compreendendo tanto os nacionais como ainda os estrangeiros e apátridas. Sem essa substância humana não há que cogitar da formação ou existência do Estado.
TERRITÓRIO – É a parte delimitada da superfície terrestre, sobre a qual vigora a ordem jurídica do Estado. O território é patrimônio sagrado e inalienável do povo. É o espaço certo e delimitado onde se exerce o poder do governo sobre os indivíduos. Patrimônio do Povo, não do Estado como instituição.
PODER SOBERANO – É o poder que tem o Governo de efetivar a sua ordem jurídica, sem qualquer subordinação a outra ordem. É a chamada SOBERANIA.
FINALIDADES DO ESTADO
ESTADO
PLANO
INTERNO
PLANO
EXTERNO
FINALIDADE SOCIAL
DEFENDER
SUA
INDEPENDÊNCIA E SEU TERRITÓRIO
MANTER A ORDEM PÚBLICA
DIZER O DIREITO
DISTRIBUIR JUSTIÇA
PROMOVER O BEM PÚBLICO, CABENDO-LHE USAR DE TODOS OS MEIOS PARA FAVORECER AO INDIVÍDUO UMA VIDA MELHOR.
PROMOVENDO:
- SAÚDE
- TRABALHO
- EDUCAÇÃO
- TRANSPORTE
- SEGURANÇA PÚBLICA
- LAZER
ETC.
 Assim, podemos concluir que o Estado é uma das mais importantes e, ao mesmo tempo, mais complexas criações do ser humano. Desempenha inúmeras funções para atender às ilimitadas necessidades, geradas pelas várias funções que exerce, o Estado desempenha as atividades financeiras, que é o suporte fundamental de sua ação. Um dos principais instrumentos para a ação financeira do Estado é o Direito.
		
		O Ramo do Direito que estuda as Finanças do Estado é o Direito Financeiro e o Tributário.
DIREITO FINANCEIRO E DIREITO TRIBUTÁRIO
DIREITO FINANCEIRO
Dentre os vários conceitos de Direito Financeiro, destacamos a definição de Giuliani Fonrouge, citado por Celso Ribeiro Bastos, segundo a qual:
“O Direito Financeiro é o conjunto de normas jurídicas que regula a atividade financeira do Estado em seus diferentes aspectos: órgãos que a exercem, meios em que se exterioriza o conteúdo das relações que originam". Ou, então, o conceito sintético deste último, para quem "o Direito Financeiro é a disciplina jurídica da atividade financeira".
"
Conteúdo
O conteúdo que delimita o Direito Financeiro é o estudo das despesas pública, da receita pública, do orçamento público e do crédito público. O Estado pode auferir receita originária de seu próprio patrimônio (receita originária) e pode obter receita derivada do patrimônio e atividades dos particulares (receita derivada). Esta última, a receita derivada, é obtida através da tributação que, constituindo o conteúdo do Direito Tributário, se exclui do conteúdo do Direito Financeiro.
QUADRO SINÓPTICO DO DIREITO FINANCEIRO
DIREITO
FINANCEIRO
ORÇAMENTO
DESPESA
RECEITA
DERIVADA
ORIGINÁRIA
DIREITO
TRIBUTÁRIO
		RECEITA PÚBLICA
		Receita pública é o dinheiro que se recolhe aos cofres públicos e que se incorpora ao patrimônio público. As receitas são espécies do gênero ingresso público, ensejando que toda a receita é ingresso, mas nem todo ingresso é receita.
As receitas públicas são os ingressos de recursos no Estado que custearão as despesas públicas. Receita pública é a forma de ingresso de dinheiros nos cofres públicos.
Execução da Receita - 	O processo de execução orçamentária da receita pública se divide em:
a) Previsão - consiste na organização das listas das estimativas de arrecadação.
b) Arrecadação - consiste no recebimento dos valores devidos ao Estado pelos agentes arrecadadores.
c) Recolhimento - consiste no efetivo ingresso da receita nos cofres estatais.
CLASSIFICAÇÃO: RECEITAS ORIGINÁRIAS E RECEITAS DERIVADAS
 RECEITA ORIGINÁRIA 
As receitas originárias compreendem as rendas provenientes dos bens e empresas comerciais ou industriais do Estado, que os explora à semelhança de particulares, sem exercer os seus poderes de autoridade, nem imprimir coercitivamente à exigência de pagamento ou à utilização de monopólios.
A essas receitas originárias corresponderia a noção de "preços". Nelas, poderiam ser incluídas as receitas decorrentes da prescrição em favor do Estado, bens vacantes, heranças jacentes e etc.
São receitas auferidas sem que o Estado exerça seu poder soberano, consistindo em receitas voluntárias e contratuais. Ex.: Aluguéis, participação em sociedades industriais ou comerciais etc.
RECEITAS DERIVADAS 
Receita auferida pelo Estado através do uso do seu poder soberano, derivando do patrimônio dos particulares. São receitas coercitivas. Ex.: Tributos e multas.
A Multa, no direito público, é a sanção empreendida pelo Estado ao particular que descumprir uma norma jurídica. Como por exemplo ultrapassar o limite de velocidade rodoviária.
No decorrer da atividade financeira do Estado são arrecadadas receitas que viabilizam a atuação estatal. Entre as receitas derivadas, ou seja, aquelas que são adquiridas através do poder de polícia do estado, encontra-se a multa.
Os tributos se caracterizam pela compulsoriedade, ou seja, valores pagos facultativamente jamais serão tributos, residindo neste ponto a diferença entre tributos e preços públicos, ensejando que nos preços na formação da relação jurídica o cidadão tem a faculdade estabelecer o vínculo obrigacional.
	Dessa forma, os tributos são compulsórios e os preços públicos facultativos.
Direito Tributário
CONCEITO
Várias são as definições encontradas, destacamos algumas: Rubens Gomes de Souza citado por Ruy Barbosa Nogueira conceitua Direito Tributário como:
"O ramo do Direito Público que rege as relações jurídicas entre o Estado e os particulares, decorrentes da atividade financeira do Estado no que se refere à obtenção de receitas que correspondam ao conceito de tributo".Ruy Barbosa Nogueira entende que o Direito Tributário "é a disciplina da relação entre fisco e contribuinte, resultante da imposição, arrecadação e fiscalização dos impostos, taxas e contribuições".
CONTEÚDO
O conteúdo do Direito Tributário, como já vimos, é a receita pública tributária, que é também denominada "receita derivada" de vez que "deriva" do patrimônio e atividades dos particulares e não do patrimônio do Estado. Por fim, observe-se que o Direito Tributário também é conhecido por "Direito Fiscal", denominação que atualmente vem sendo menos utilizada.
Classificação e divisão do Direito TRIBUTÁRIO
É clássica a divisão do Direito em Público e Privado, classificando entre os dois ramos principais os demais sub-ramos jurídicos, de um modo geral, em função dos critérios: 
Da pessoa titular do direito (será público se a pessoa titular for de Direito Público, e privado se a pessoa for de Direito Privado);
Da natureza do interesse protegido pelo direito (será Público se o interesse for público, e Privado se o interesse for de natureza privada);
E natureza dos efeitos da norma jurídica (será de Direito Público se for obrigatória e de Direito Privado se for, apenas, permissiva).
DIVISÃO
Assim, de acordo com esses critérios de classificação costuma-se adotar a seguinte divisão do Direito:
EXTERNO
DIREITO PÚBLICO
Direito Internacional Público
INTERNO
Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Financeiro, Direito Tributário, Direito Penal e Direito Processual.
DIREITO PRIVADO
EXTERNO
Direito Internacional Privado
INTERNO
Direito Civil, Direito Comercial e Direito do Trabalho
Como se observa, de acordo com a clássica divisão do Direito, o Direito Tributário enquadra-se como um ramo do Direito Público Interno.
DIREITO PÚBLICO INTERNO
DIREITO FINANCEIRO
DIREITO TRIBUTÁRIO
AUTONOMIA DO DIREITO TRIBUTÁRIO
É grande a polêmica sobre a autonomia de ramos do Direito. Já é antiga a discussão sobre se o Direito Financeiro seria sub-ramo do Direito Administrativo ou ramo autônomo.
O mesmo ocorre com o Direito Tributário relativamente ao Direito Financeiro, que muitos entendem compreender o primeiro. Além disso, muitos autores, como é o caso de Ruy Barbosa Nogueira, distinguem a autonomia didática da autonomia científica. Para ele, a primeira não seria propriamente autonomia porque ela não é feita em razão de princípios específicos. Já a científica seria a verdadeira autonomia porque é feita por diferenciação de princípios, isto é, "existe uma matéria a ser estudada por métodos próprios, constituindo então um sistema de normas jurídicas regidas por princípios diferentes dos princípios que regulam outros ramos jurídicos. É fundamental para a composição de um ramo do Direito, isto é, para que ele possa ser considerado um ramo individualizado, tenha princípios e institutos próprios, compondo seu sistema especial de normas".
NÃO HÁ DÚVIDA, POIS, DE QUE O DIREITO TRIBUTÁRIO É RAMO AUTÔNOMO. 
Ainda mais quando a própria Constituição Federal assim o denomina e consagra um capítulo ao "Sistema Tributário Nacional". Ademais, suas normas está há muito sistematizadas num código: o Código Tributário Nacional - CTN.
RELAÇÃO DO DIREITO TRIBUTÁRIO COM OUTROS RAMOS DO DIREITO
O Direito não foge à regra, juntamente com outras ciências estuda o mesmo fato e, por isso, com elas se relaciona. Demais disso, dentro do próprio Direito, seus ramos se relacionam ao estudar e cuidar do mesmo fato.
No caso específico do Direito, observa-se que ele se relaciona, quanto à matéria de fato, com outras ciências que estudam aspectos afins. E, quanto à matéria de direito com os demais ramos do Direito. O Direito Tributário, quanto à matéria de fato, se relaciona intimamente com a Ciência das Finanças, com a Economia, com a Contabilidade, etc., pois todas gravitam em tomo dos mesmos fatos. E, quanto à matéria de direito, o Direito Tributário se relaciona com os demais ramos do Direito. Em especial com os seguintes:
Direito Constitucional - que lhe traça o arcabouço jurídico constituído pelas competências tributárias, limitações ao poder de tributar e pelos princípios constitucionais tributários;
Direito Financeiro - vez que a receita tributária compõe a receita pública e esta faz parte da atividade financeira desempenhada pelo Estado;
Direito Administrativo - porque o Direito Tributário regula uma parte da atividade administrativa do Estado;
Direito Internacional Público - em face dos acordos para evitar a bi-tributação da renda e dos celebrados no âmbito do comércio exterior;
Direito Internacional Privado - em função dos problemas relativos à nacionalidade, extradição, deportação, etc.;
Direito Penal - já que há inúmeras condutas relacionadas com atividades tributárias tipificadas como delitos criminais;
Direito Processual - que lhe fornece os meios para atingir os seus fins, como no processo de execução fiscal, no mandado de segurança, na ação Anulatória, etc; e, também, com o Direito Privado, como o Civil, Comercial, etc., que lhe fornecem institutos, conceitos e princípios próprios.
CODIFICAÇÃO DO DIREITO TRIBUTÁRIO E CTN
Ensina Ruy Barbosa Nogueira que foi depois da Primeira Guerra Mundial que o Direito Tributário veio a alcançar o status de ramo jurídico autônomo pelo conteúdo e pela forma. Segundo ele, coube, principalmente, aos escritores alemães o grande trabalho de elaboração jurídico-sistemática, sendo relevante também a instituição na Alemanha da Corte Fiscal do Império, hoje Corte Fiscal Federal.
De grande importância, também, foi a promulgação do famoso Código Tributário ao tempo da democrática Constituição de Weimar. Uma nova codificação foi realizada na República Federal da Alemanha e entrou em vigor em 1977.
Ressalta, ainda, aquele mestre que a Organização dos Estados Americanos elaborou um modelo de código tributário e fez a análise comparativa entre o modelo e os códigos vigentes na Argentina, Brasil, Chile, Equador, México e Peru.
No Brasil, o esforço de codificação vem desde o anteprojeto de Código Tributário, não aprovado, elaborado por Rubens Gomes de Souza na década de 50, e culminou na promulgação, em 25 de outubro de 1966, da Lei n° 5.172, que dispôs sobre o Sistema Tributário Nacional e instituiu normas gerais de Direito Tributário aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Territórios e aos Municípios. 
Mais tarde, em 13 de março de 1967, o Ato Complementar n° 36 atribuiu à referida lei a denominação de Código Tributário Nacional, dando-lhe o status de Lei Complementar. Referido Código continua em vigor, mesmo após a promulgação da Constituição de 1988, por ter sido recepcionado pela nova ordem jurídica.
TEORIA DA RECEPÇÃO
Tal fenômeno é explicado pela Teoria da Recepção, segundo a qual a ordem jurídica implantada pela nova Constituição recepciona as normas jurídicas infraconstitucionais vigentes sob a égide da Constituição anterior, desde que sejam compatíveis com a nova Carta Magna. As normas incompatíveis são automaticamente revogadas com a vigência da nova Constituição. O Código Tributário Nacional, conforme veremos, teve recepcionado, a sua maior parte, e revogados, total ou parcialmente, vários dispositivos, como os relativos aos impostos em espécie, aos empréstimos compulsórios, etc.
FONTES DO DIREITO
	Quando falamos de fontes do Direito queremos referir-nos às nascentes, aos mananciais do Direito, ou seja, os meios pelos quais se formam as regras jurídicas.
AS FONTES DO DIREITO SÃO:
FONTES DO DIREITO
DIRETAS
INDIRETAS
OU
MEDIATAS
COSTUME
LEI
JURISPRUDÊNCIA
DOUTRINA
A LEI – É a fonte primária do Direito. Para dirimir uma questão submetida à apreciação do Poder Judiciário, a primeira fonte de que se lança mão é a Lei. Entende-se por Lei a norma jurídica escrita emanada de poder competente.
COSTUME – São normas costumeiras, também chamadas consuetudinárias, que obrigam,igualmente, ainda que não constem de preceitos votados por órgãos competentes.
DOUTRINA – É o conjunto de investigações e reflexões teóricas e princípios metodicamentes expostos, analisados e sustentados pelos autores, tratadistas, jurisconsultos, no estudo das leis.
JURISPRUDÊNCIA – São regras gerais que se extraem das reiteradas decisões dos tribunais superiores (2ª Instância), num mesmo sentido, numa mesma direção interpretativa. Não vincula o juiz, mas costuma dar-lhe importantes subsídios na solução de cada caso.
INTEGRAÇÃO
DA
NORMA JURÍDICA
PRINCÍPIOS
GERAIS DO DIREITO
ANALOGIA
EQUIDADE
	Chama-se integração da norma jurídica o recurso a certos critérios suplementares, para a solução de eventuais dúvidas ou omissões da lei. O juiz não pode eximir-se de sentenciar ou despachar, alegando lacuna ou obscuridade da lei (art. 126 CPC). 
ANALOGIA – Consiste em aplicar a um caso não previsto a norma que rege a caso análogo, pois fatos semelhantes exigem regras semelhantes. A analogia em leis penais deve ser evitada, já que as leis penais restringem a liberdade individual. Não deve o juiz, assim, impor outras limitações além das previstas pelo legislador. Só admite a chamada analogia in bonam partem, isto é aquela que beneficia.
EQUIDADE – É a justiça do caso concreto. É o bom senso. Por vezes o juiz se encontra face a um caso em que a lei lhe impõe determinada decisão, quando a consciência lhe dita uma solução contrária. O julgador deve subordinar-se à lei, e só excepcionalmente, quando expressamente autorizado pelo legislador, poderá socorrer-se da eqüidade. Situa-se a eqüidade em um campo intermediário entre a moral e o Direito, elevando-se a instrumento superior de justiça. O problema transcende do Direito Positivo para significar um aperfeiçoamento da ação de julgar dentro de um ideal de justiça concretamente aplicado.
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO – São fontes subsidiárias, com o qual o aplicador investiga o pensamento mais alto da cultura jurídica, juntamente com a fixação da orientação geral do ordenamento jurídico. Esses princípios não vêm especificados pelo legislador, constituindo seu enunciado manifestação do espírito de uma legislação. Assim, examinando-se o nosso Direito de Família, vamos verificar que seus princípios gerais visam ao reforço do núcleo familiar. No Direito do Trabalho o princípio dominante é a proteção ao empregado.
Ex.: Os contratos devem ser cumpridos; ninguém pode invocar a própria malícia para tirar proveito disso; ninguém deve ser condenado sem ser ouvido.
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
A legislação tributária será interpretada conforme o disposto no CTN.
Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a equidade.
O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.
A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.
INTERPRETA-SE LITERALMENTE A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA QUE DISPONHA SOBRE:
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
A LEI TRIBUTÁRIA QUE DEFINE INFRAÇÕES, OU LHE COMINA PENALIDADES, INTERPRETA-SE DA MANEIRA MAIS FAVORÁVEL AO ACUSADO, EM CASO DE DÚVIDA QUANTO:
I - à capitulação legal do fato;
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
ESPÉCIES E HIERARQUIA DAS NORMAS TRIBUTÁRIAS
O art. 96 do CTN dispõe que "a expressão 'legislação tributária' compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes".
Grande é a amplitude da referida expressão, de vez que compreende, praticamente, todos os atos emanados do poder público competente, que versem sobre matéria tributária, independente do nível hierárquico da norma ou da autoridade. É o significado mais comum que se dá à palavra "lei", no sentido mais amplo possível.
Entretanto, lei, em sentido estrito, é a ordem geral regularmente produzida (de acordo com o processo legislativo estabelecido pela Constituição) pelo Poder Legislativo e sancionada, promulgada e publicada pelo Poder Executivo.
Os atos legais podem ser classificados em níveis hierárquicos, sendo que quanto mais alto o nível maior as dificuldades para a aprovação da norma. Tais dificuldades consistem em exigências quanto à iniciativa da proposição, ao quorum para aprovação, a turnos de votação, etc.
É princípio fundamental o preceito segundo o qual a norma de nível inferior não pode extrapolar os limites fixados pela norma superior. É o que estabelece o art. 99 do CTN: "O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei".
 HIERARQUIA DAS LEIS TRIBUTÁRIAS
1º PLANO
CONSTITUIÇÃO
	É a lei fundamental que dispõe sobre a organização política, institui os poderes públicos, regula as suas funções e delineia os direitos e deveres essenciais dos cidadãos.
No Brasil, as principais normas tributárias são estabelecidas na Constituição Federal. Dispõe ela sobre as competências, as limitações ao poder de tributar, os princípios gerais, e sobre a repartição das receitas tributárias. Fornece, portanto, todo o arcabouço jurídico sobre o qual se erige o Direito Tributário positivo brasileiro.
EMENDA CONSTITUCIONAL
Possui as mesmas características da Constituição, estando, também, no mesmo nível uma vez aprovada. De notar-se, entretanto, que emanada de poder constituinte derivado, e não originário como a primeira, deve a emenda constitucional manter consonância com os preceitos constitucionais já vigentes relativos à sua aprovação e a não-violação de normas pétreas. (art. 60, da Constituição Federal).
2º PLANO
LEIS COMPLEMENTARES
Têm o objetivo de disciplinar os preceitos constitucionais não auto-aplicáveis. Interessante observar que a atual Constituição indica os casos carentes de normatização, ora via lei complementar, ora via lei ordinária. De concluir-se, portanto, que cabe lei complementar, apenas, onde prevista pela Constituição.
Nesse sentido, a Constituição Federal determina que só podem ser instituídos mediante lei complementar os seguintes tributos: empréstimos compúls6rios (art. 148); imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII) (nesse caso a Constituição determina que compete à União instituí-lo nos termos de lei complementar, o que, pelo menos, subordina a sua criação à edição de lei complementar sobre o assunto).
A lei complementar se diferencia da lei ordinária em, basicamente, dois aspectos. Um deles é o aspecto material ou substancial, de vez que, onde a Constituição exigir lei complementar, só ato desta natureza poderá dispor a respeito. Decorre disso o fato de que tais disposições não poderão ser tratadas ou alteradas por lei ordinária, sob pena de inconstitucionalidade.
O outro aspecto é o quórum exigido para aprovação. Na lei complementar, exige-se maioria absoluta(metade mais um) dos membros de cada casa do Congresso e na lei ordinária, maioria simples ou relativa (metade mais um dos presentes, presente à maioria absoluta dos membros).
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.
3° PLANO
LEI ORDINÁRIA
Dispõe sobre instituto jurídico, dentro das limitações traçadas na Constituição.
No campo tributário, em geral, é a lei ordinária que institui o tributo, definindo o seu fato gerador, a base de cálculo, as alíquotas, os contribuintes e responsáveis, além de prescrever as penalidades aplicáveis às infrações previstas. A Constituição, entretanto, determina que certos tributos devem ser instituídos mediante lei complementar, como é o caso de impostos instituídos no uso da competência residual prevista no art. 154, I.
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
CÓDIGO
É a sistematização de assuntos correlatos, sujeitos a disciplinamento de lei ordinária e seus equivalentes.
 LEI DELEGADA
São leis elaboradas pelo Presidente da República, mediante delegação do Congresso Nacional. A delegação terá a forma de resolução que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
§ 2º - A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
§ 3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.
DECRETO-LEI
É norma geral com igual força de lei ordinária. Trata-se de espécie inexistente na atual Constituição, o que não afasta a vigência das que foram recepcionadas pela nova ordem jurídica.
MEDIDA PROVISÓRIA
A edição de medidas provisórias é prevista pelo artigo 62 da Constituição Federal. Tal artigo teve nova redação dadas pelas Emendas Constitucionais e sofreu profundas alterações. 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I - relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; 
II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; 
III - reservada a lei complementar; 
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. 
§ 2º- Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. 
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. 
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. 
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. 
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. 
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. 
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. 
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. 
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. 
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. 
ACORDO OU TRATADO INTERNACIONAL
Os acordos, os tratados ou as convenções internacionais, nos termos do CTN (art. 98), revogam ou modificam a legislação tributária interna, devendo ser observados pela legislação editada posteriormente à sua vigência. Esses atos internacionais passam por várias fases: a negociação e a assinatura (Poder Executivo), a aprovação (Congresso Nacional, mediante decreto legislativo), a promulgação e a publicação (Poder Executivo, através de decreto presidencial) e, finalmente, a aplicação. 
 
Os tratados e acordos internacionais sobre direitos humanos terão hierarquia de Emenda Constitucional, nos termos do art. 5º, § 3º da CF. 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
4° PLANO
DECRETO LEGISLATIVO
São atos do Congresso Nacional editados no uso de sua competência privativa, como, por exemplo, a aprovação de acordos e tratados internacionais. Não se submetem à sanção do Presidente da República.
RESOLUÇÃO
São atos de uma das Casas do Congresso Nacional. Em matéria tributária, ao Senado Federal, por exemplo, compete fixar, por resolução, as alíquotas do ICMS aplicáveis a operações interestaduais e de exportação (art. 155, § 2°, IV).
DECRETO
São atos privativos do Presidente da República. Visam a disciplinar ou a regulamentar a lei. Em matéria tributária, é comum decreto presidencial aprovar o regulamento de determinado tributo instituído em lei.
5° PLANO
(NORMAS COMPLEMENTARES)
PORTARIA MINISTERIAL
É ato de Ministro de Estado, que, em matéria tributária, normalmente disciplina a aplicação de leiou decreto.
INSTRUÇÃO NORMATIVA
Em matéria tributária, é ato baixado pelo Secretário da Receita Federal para normalizar ou disciplinar a aplicação de lei, decreto ou portaria ministerial.
ATO DECLARATÓRIO
Ato do Secretário da Receita Federal ou de coordenadores da Receita Federal que disciplinam ou orientam a aplicação da legislação tributária.
PARECER NORMATIVO
São aprovados por coordenadores da Receita Federal com o fim de orientar a aplicação da legislação tributária.
DECISÕES ADMINISTRATIVAS
São decisões tomadas no âmbito do processo administrativo fiscal pelas autoridades da Receita Federal (delegados, inspetores, etc.) e pelos órgãos colegiados (Conselhos de Contribuintes). Tais decisões não excluem a via judicial.
PRÁTICAS REITERADAS DAS AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS
O contribuinte não pode ser punido se seu comportamento estiver de acordo com práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas.
CONVÊNIOS ENTRE A UNIÃO/ESTADOS/MUNICÍPIOS
São celebrados, no mais das vezes, a fim de uniformizar a aplicação da legislação tributária em todo o território nacional.
 DA PUBLICAÇÃO, VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DAS LEIS NO BRASIL
Para que a lei produza plenamente seus efeitos jurídicos, deve passar por vários momentos importantes que, freqüentemente, são confundidos entre si. Focalizaremos os mais importantes, como a publicação, a vigência, e a aplicação. Comecemos pelos seus conceitos e efeitos.
A PUBLICAÇÃO é o ato de tornar público, proclamar, a existência da lei. Normalmente é feita na imprensa oficial da União, dos Estados e dos Municípios e, onde não houver imprensa oficial, nos jornais de maior circulação. A lei existe a partir de sua publicação. 
A VIGÊNCIA é o atributo pelo qual a lei adquire aptidão para produzir efeitos jurídicos. A lei pode ter sido publicada, mas não estar, ainda, apta a produzir efeitos jurídicos. Para isso, necessita ela da vigência, que é determinada segundo as regras que estudaremos a seguir. 
A APLICAÇÃO é a própria incidência concreta e objetiva da lei nas hipóteses nela definidas, ou seja, a lei é aplicada no momento em que ocorrem na realidade concreta do dia-a-dia aqueles fatos nela definidos hipoteticamente. Um exemplo prático ajudará a entender mais facilmente tais momentos. 
No que pertinente à vigência da legislação tributária, a regra é que se aplicam-lhe os preceitos legais que disciplinam as normas jurídicas em geral, particularmente os arts. de 1º a 6° da Lei de Introdução ao Código Civil (Lei n° 4.657/42). As exceções a essa regra geral estão dispostas nos arts. 102 a 104 do CTN.
Analisemos, então, inicialmente, a regra geral.
Dispõe o art. 1° da LINDB que, salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar no Brasil 45 dias após a sua publicação oficial e, no exterior, após 3 (três) meses.
	A lei é levada ao conhecimento de todos por meio de sua publicação no Diário Oficial.
	Sua força obrigatória, todavia, está condicionada à vigência, ou seja, o dia em que começa a vigorar.
Significa, então, que quando o ato legal não dispõe da cláusula de vigência ("esta lei entra em vigor na data de sua publicação", como é comum) só entrará em vigor em todo o País 45 dias após a sua publicação oficial. O período que medeia entre a publicação da lei e a sua vigência chama-se vacatio legis.
	As próprias Leis costumam indicar a data em que entrarão em vigor.
Se nada dispuserem as leis a respeito, entrarão em vigor 45 dias depois de oficialmente publicadas. (Art. 1º CC).
Fora do País, o prazo é de três meses.
O espaço de tempo compreendido entre a publicação da lei e sua entrada em vigor denomina-se VACATIO LEGIS.
O art. 2º da LINDB dispõe que, "não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue".
De observar-se que só outra lei de mesma ou superior hierarquia pode revogar a lei vigente. Assim, um ato inferior não altera nem revoga um superior.
	Se antes de entrar em vigor a lei, ocorrer nova publicação de seu texto, para correções, o prazo da obrigatoriedade começará a correr da nova publicação.
	De outra parte, as correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
CESSAÇÃO DA OBRIGATORIEDADE DAS LEIS
	Não há leis eternas, perenes ou universais. A lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. Não há revogação pelo desuso da lei.
	Revogar uma lei significa torná-la sem efeito. A revogação pode ser expressa ou tácita.
A revogação é tácita quando a nova lei é incompatível com a anterior ou regula inteiramente a matéria de que a outra tratava.
A revogação é expressa quando a lei nova taxativamente declara revogada a lei anterior.
A ab-rogação - Ou revogação total – atinge toda a Lei revogada.
A derrogação - Ou revogação parcial – atinge apenas parte da Lei. 
A revogação de uma lei só é possível através de outra lei de igual ou superior hierarquia.
REPRISTINAÇÃO
Termo formado da partícula re (retornar, retomar) e pretinus (adjetivo latino = anterior, precedente), para significar revigoração de normas legais em virtude de cessação da vigência de lei que as havia revogado.
Tem caráter excepcional, está previsto no art. 2º, § 3º, da Lei de introdução do Código Civil:
REPRISTINAÇÃO – Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
No Brasil, a repristinação de lei só poderá ocorrer se for expressamente declarada por outra lei.
O art. 3° do CC, também, determina regra importante para a funcionalidade do sistema jurídico quando reza que "ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece".
O art. 4° do CC estabelece que “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito". 
Já o art. 5° do CC dispõe que "na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum". 
Finalmente, o art. 6° do CC completa que "a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada". 
ESSAS SÃO AS REGRAS GERAIS DO CÓDIGO CIVIL. NÃO OBSTANTE, O CTN DISPÕE DE MODO DIFERENTE.
DA PUBLICAÇÃO, VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DAS LEIS TRIBUTÁRIAS – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
SOMENTE A LEI PODE ESTABELECER:
A instituição de tributos, ou a sua extinção;
A majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
A definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
A fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
A cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
As hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
Não constitui majoração de tributo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.
DAS NORMAS COMPLEMENTARES
São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:
Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
As decisões dos órgãos singularesou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
A observância das normas acima referidas exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto no CTN.
A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União.
Salvo disposição em contrário, entram em vigor:
Os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação;
As decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação;
Os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista.
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
Que instituem ou majoram tais impostos;
Que definem novas hipóteses de incidência;
Que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.
De acordo com o art. 102, a Legislação Tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritoriedade os convênios de que participem, ou na forma como disponham esta ou outras leis de normas, gerais expedidas pela União.
O art. 103 contraria frontalmente a regra geral do art. 1º da LICC. Com efeito, enquanto aquele art. 1º fixa a regra para a legislação em geral (na ausência de previsão de vigência, entra em vigor, no Brasil, 45 dias após a publicação, etc.), o art. 103 dispõe que, salvo disposição em contrário.
É importante frisar que, como regra geral, tanto para a legislação tributária como para qualquer outra, a norma entrará em vigor, sempre na data nela prevista. Entretanto, se a norma não contiver a previsão de sua vigência, isto é, no seu silêncio, aí, sim, entrarão em cogitação as demais normas sejam da LICC ou do CTN.
APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
As leis, de um modo geral, não retroagem, a menos que seja para beneficiar. 
No caso das leis tributárias, a regra geral é que elas aplicam-se somente a fatos geradores futuros e pendentes, não retroagindo nem mesmo para beneficiar o contribuinte, salvo, neste último caso, se houver disposição expressa.
Por exemplo, mesmo que as alíquotas do imposto de renda relativas ao presente ano sejam menores do que as vigentes no ano passado, numa declaração do imposto relativa ao ano passado, que seja entregue agora, com atraso, deverão ser aplicadas as alíquotas vigentes no ano passado e, portanto, maiores. Vejamos o que determina o CTN:
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116 do CTN.
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
O art. 106 do CTN prevê alguns casos em que, excepcionalmente, a lei tributária poderá retroagir. De fato, segundo tal artigo, a lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito.
De observar-se que, no primeiro inciso, a legislação retroagirá em qualquer caso, quando for expressamente interpretativa, ou seja, a legislação nova não estará criando ou exigindo nada. Apenas estará interpretando outra lei que, esta sim, criou ou exigiu alguma prestação. Já, no segundo inciso, trata-se de atos ou fatos relacionados com infrações ou penalidades que não tenham sido, ainda, definitivamente, julgados.
Conclui-se, assim, que a nova lei, mesmo sendo mais benéfica, não retroagirá. Esta é a regra geral estabelecida no art. 105 do CTN que determina que a legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja completa nos termos do art. 116.
ATENÇÃO - A LEI TRIBUTÁRIA PODE RETROAGIR EXCEPCIONALMENTE