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Gases Química Geral I LOQ4031 Profª: Livia Carneiro liviacarneiro@usp.br 15/05/2014 Características dos gases Os gases são o estado mais simples da matéria; Características físicas são muito semelhantes Como todos os gases se comportam de maneira semelhante, o mesmo conjunto de equações pode ser usado para prever seu comportamento; Essas equações descrevem um modelo de gás no qual as moléculas estão em movimento desordenado permanente, e estão tão separadas que não interagem umas com as outras. Gás mais importante do planeta é a atmosfera Ar atmosférico – composição básica: N2 (78%) O2(21%) Metade da massa da atmosfera está abaixo de 5,5 km de altitude Esta camada de gases exerce uma força sobre a superfície terrestre criando uma pressão atmosférica devido à gravidade Os 11 elementos que são gases nas condições normais. Características dos gases • Os gases possuem forças de atração intermoleculares fracas, o que permite que o comportamento de um gás seja praticamente independente da sua composição química; • O comportamento de um gás é controlado pelo seu volume, pressão, temperatura e pelo número de mols da substância; • Os gases são altamente compressíveis e ocupam o volume total de seus recipientes. • Quando um gás é submetido à pressão, seu volume diminui. • Os gases sempre formam misturas homogêneas com outros gases. • No ar que respiramos, por exemplo, as moléculas ocupam apenas aproximadamente 0,1% do volume total, com o restante sendo espaço vazio. Características dos gases Temperatura Volume Pressão Propriedades dos gases medidas com mais facilidade • Os gases são um exemplo de matéria formada por número muito grande de moléculas e suas propriedades são consequência do comportamento dessas partículas. Características dos gases O fato de os gases serem facilmente compressíveis e preencherem o espaço disponível sugere que suas moléculas estão muito afastadas umas das outras e em movimento caótico incessante. Características dos gases Pressão de um gás é o resultado da soma das forças exercidas pelas colisões das moléculas de gás contra as paredes do recipiente (unidade de área) onde está contido. Depende da frequência e intensidade do impacto das moléculas com a superfície. Pressão de um gás A atmosfera está exercendo certa força do lado de fora da lata que é maior que a força dentro da lata quando parte do gás é sugado. Características dos gases A pressão atmosférica e o barômetro Relação entre a altura h, da columa de mercúrio e a pressão atmosférica 760 mm Densidade do mercúrio a 20 ºC: 13.546 kg/m3 g= 9,80665 m/s2 Altura = 760 mm Como a altura da coluna depende da pressão atmosférica? A altura da coluna de Hg é proporcional à pressão atmosférica Pressão – Experiência de Torricelli A F P A pressão atmosférica e o barômetro 760 mm Definição: A pressão atmosférica padrão, que corresponde à pressão típica no nível do mar, é suficiente para suportar uma coluna de mercúrio de 760 mm de altura. Pressão – Experiência de Torricelli A pressão atmosférica e o barômetro • A pressão da atmosfera é medida com um barômetro, inventado no século XVII por Torricelli. • Unidades SI: 1 N = 1 kg m/s2; 1 Pa = 1 N/m2. • A pressão atmosférica padrão é a pressão necessária para suportar 760 mm de Hg em uma coluna. • Em unidades SI Pressão = 1,01325 x 105 Pa • Outras Unidades: 1 atm = 760 mmHg = 760 torr = 1,01325 105 Pa = 101,325 kPa. Pressão Manômetros: medem a pressão de gases confinados • As pressões de gases em sistemas fechados são medidas em manômetros. • Um manômetro consiste de um bulbo de gás preso a um tubo em forma de U contendo Hg: Pressão Manômetros de tubo aberto: a pressão no sistema é igual à da atmosfera quando os níveis do líquido em cada braço do tubo em U são iguais Pressão absoluta: Pressão Manômetro de tubo fechado: um lado está ligado a um frasco fechado (o sistema) e o outro está sob vácuo. A diferença das alturas das duas colunas é proporcional à pressão do sistema. Pressão Manômetro de bourdon Pressão Os experimentos com grande número de gases revela que são necessárias quatro variáveis para definir a condição física, ou estado de um gás: temperatura, T; pressão, P; volume, V; e quantidade de gás, expressado em quantidade de matéria, n. As equações que expressam as relações entre T, P, V e n são conhecidas como Lei dos gases. Todos os gases tem propriedades muito semelhantes, principalmente à altas temperaturas e baixas pressões A lei dos gases Relação pressão-volume: lei de Boyle • A Lei de Boyle (1662): o volume de uma quantidade fixa de gás é inversamente proporcional à sua pressão. • Boyle usou um manômetro para executar o experimento: A lei dos gases Experimento de Boyle Relação pressão-volume: lei de Boyle • Matematicamente: • Um gráfico de V versus P é uma hipérbole. • Da mesma forma, um gráfico de P versus 1/V deve ser uma linha reta passando pela origem. • Temperatura é constante: Transformação isotérmica Relação pressão-volume: lei de Boyle • A Lei de Boyle: o volume de uma quantidade fixa de gás é inversamente proporcional à sua pressão. P2 V2 = P1 V1 Relação temperatura-volume: lei de Charles • Sabemos que balões de ar quente expandem quando são aquecidos. • A lei de Charles: o volume de uma quantidade fixa de gás à pressão constante aumenta com o aumento da temperatura. • Transformação isobárica, sob pressão constante o volume ocupado por um gás é diretamente proporcional à temperatura Relação temperatura-volume: lei de Charles Nenhum gás real possui volume zero e todos os gases reais se condensam a líquidos antes de alcançar a temperatura absoluta (-273,15 ºC ou 0 Kelvin) Relação pressão- temperatura: Gay-Lussac • Variação linear da pressão de uma amostra de gás que é aquecido em um recipiente de volume fixo. A pressão experimental pode ser extrapolada para a pressão zero em -273,15ºC. • Transformação isométrica ou isocórica, sob volume constante P = constante x T Princípio de Avogadro • Nas mesmas condições de temperatura e pressão, um determinado número de moléculas de gás ocupa o mesmo volume, independentemente de sua identidade química. Os volumes dos gases que reagem entre si estão na proporção dos menores números inteiros Coeficientes estequiométricos V n Relação quantidade-volume: lei de Avogadro A força média do impacto das moléculas que colidem com uma dada área da parede depende da sua energia cinética média e, portanto, da sua temperatura Se a temperatura de duas amostras de gás for a mesma, a energia cinética média será a mesma, portanto o número de moléculas por unidade de volume será o mesmo. A lei dos gases Relação quantidade-volume: lei de Avogadro • A hipótese de Avogadro: volumes iguais de gases à mesma temperatura e pressão conterão o mesmo número de moléculas. • A lei de Avogadro: o volume de gás a uma dada temperatura e pressão é diretamente proporcional à quantidade de matéria do gás. A lei dos gases Matematicamente: Relação quantidade-volume: lei de Avogadro • Matematicamente: • Podemos mostrar que 22,4 L de qualquer gás a 0C contém 6,02 1023 moléculas de gás.A lei dos gases • Considere as três leis dos gases. • Podemos combiná-las em uma lei geral dos gases: • Lei de Boyle: • Lei de Charles: • Lei de Avogadro: A equação do gás ideal • Se R é a constante de proporcionalidade (chamada de constante dos gases), então • A equação do gás ideal é: • Constante Universal porque não depende da natureza do gás • R = 0,08206 L atm mol-1 K-1 = 8,314 J mol-1 K-1 • Todas as propriedades são coerentes com um modelo molecular de um gás formado por moléculas muito afastadas em movimento incessante. A equação do gás ideal • Supondo que temos 1 mol de gá a 1 atm e 0ºC, de acordo com a Equação do gás ideal temos o volume do gás: • As condições 0C (273,15 K) e 1 atm referem-se às condições normais de temperatura e pressão (CNTP). • O volume de 1 mol de gás nas CNTP é igual a 22,4 L A equação do gás ideal A lei dos gases Condições : 0ºC e 1 atm Volumes molares medidos para gases reais nas CNTP são comparados a um gás ideal. As diferenças são tão pequenas que na maioria das vezes podemos ignorá-las. Equação de estado: uma expressão que mostra como a pressão de um gás se relaciona com a temperatura, o volume e a quantidade de substância. Gás ideal: gás hipotético que obedece à lei dos gases ideais Todos os gases reais obedecem à equação do gás ideal com precisão crescente à medida que a pressão é reduzida até chegar a zero Lei dos gases ideais – lei limite: válida dentro de certos limites, quando Pressão tende a zero. No entanto, ela é razoavelmente correta em pressões normais, por isso pode-se usá-la para descrever o comportamento de muitos gases nas condições normais. A equação do gás ideal Relacionando a equação do gás ideal e as leis dos gases • Se PV = nRT e n e T são constantes, então PV = constante e temos a lei de Boyle. • Outras leis podem ser criadas de modo similar. • Em geral, se temos um gás sob dois grupos de condições, então: 22 22 11 11 Tn VP Tn VP Lei dos gases combinada Situação: quando P, V e T variam enquanto a quantidade de matéria de gás permanece fixa. Por exemplo: Um balão cheio tem volume de 6,0 L no nível do mar (1,0 atm) e é incitado a subir até que a pressão seja 0,45 atm. Durante a subida a temperatura do gás cai de 22 ºC para -21 ºC. Calcule o volume do balão a essa altitude final. P1 V1 = P2 V2 T1 T2 P V T Inicial 1,0 atm 6,0 L 295 K Final 0,45 atm V2 252 K A equação do gás ideal V = 11,4 L Densidades de gases e massa molar • A equação do gás ideal pode ser usada para definir a relação entre a densidade de um gás e a respectiva massa molar e para calcular os volumes de gases formados ou consumidos em reações químicas. • A densidade tem unidades de massa por unidades de volume. • Reajustando a equação ideal dos gases com M como massa molar, teremos: RT P d V n RT P V n nRTPV MM Aplicações adicionais da equação do gás ideal d = m/V (I) n = m/M m = n. M (II) Subst. (II) em (I) d = n. M/V d/M = n/V Densidades de gases e massa molar • A massa molar de um gás pode ser determinada como se segue: P dRT M A equação do gás ideal Ex: CO2 mais denso que o O2 Massa molar maior d = PM RT Ex: Ar quente e ar frio T - d g/L • Como lidamos com gases compostos de uma mistura de duas ou mais substâncias diferentes • Uma vez que as moléculas de gás estão tão separadas, podemos supor que elas comportam-se independentemente. • A Lei de Dalton: em uma mistura gasosa, a pressão total de uma mistura de gases é dada pela soma das pressões parciais de cada componente: • Cada gás obedece à equação ideal dos gases: 321total PPPP V RT nP ii Mistura de gases e pressões parciais • Combinando as equações: • Todos os gases na mistura estão à mesma temperatura e ocupam o mesmo volume: • Um modo mais fácil de expressar a relação entre a pressão total de uma mistura e as pressões parciais de seus componentes é usar a fração molar, X, de cada componente. V RT nnnP 321total totalPP ii Mistura de gases e pressões parciais • O ar é uma fonte de reagentes em muitos processos químicos. Para determinar a quantidade necessária desses gases nessas reações, é preciso conhecer as pressões parciais dos componentes. Certa amostra de ar seco com massa total de 1,0 g compõe-se quase completamente de 0,76 g de N2 e 0,24 g de O2. Calcule as pressões parciais desses gases quando a pressão total é 0,87 atm. V RT nnnP 321total totalPP ii Ex.: Coletando gases sobre a água • É comum sintetizar gases e coletá-los através do deslocamento de um volume de água. • Para calcular a quantidade de gás produzido, precisamos fazer a correção para a pressão parcial da água. Mistura de gases e pressões parciais Coletando gases sobre a água Mistura de gases e pressões parciais Coletando gases sobre a água • Exemplo: Uma amostra de KClO3 é decomposta parcialmente, produzindo gás O2, coletado sobre a água. O volume de gás coletado é 0,250 L a 26ºC e 765 torr de pressão total. (a) Qual é a quantidade de matéria de O2 coletada? b) qual é a massa, em gramas de KClO3 decomposta? Pressão de vapor de água a 26º C = 25 torr. 0,811 g de KClO3 Mistura de gases e pressões parciais P atm = Pgás + P coluna de água + Pvapor da água Teoria desenvolvida para explicar o comportamento dos gases ao nível molecular Os resultados empíricos resumidos pelas leis dos gases sugeriram um modelo em que um gás ideal é formado por moléculas ampalmente espaçadas: Os gases consistem de um grande número de moléculas em movimento aleatório constante. O volume de moléculas individuais é desprezível comparado às distâncias entre elas. As forças intermoleculares (atrativas e repulsivas) são insignificantes. Teoria cinética molecular dos gases As moléculas se chocam constantemente. A pressão de um gás resulta do número de colisões por unidade de área nas paredes do recipiente (Lei de Boyle- P-V). A ordem de grandeza da pressão é dada pela frequência e pela força da colisão das moléculas. Teoria cinética molecular dos gases As moléculas de gás têm uma energia cinética média. Colisões entre as moléculas Velocidade Cada molécula tem uma energia diferente movem-se a velocidades variadas. A energia cinética média das moléculas é proporcional à temperatura. T Teoria cinética molecular dos gases Ex: N2 N ú m er o d e M o lé cu la s N ú m er o d e M o lé cu la s Temperatura Velocidade u – velocidade média das moléculas DISTRIBUIÇÃO DE VELOCIDADE DE MAXWELL • A energia cinética média de um gás está relacionada à sua massa e a sua velocidade média : • À medida que a temperatura aumenta, a energia cinética média das moléculas de gás aumenta. • Matematicamente: ε = 3 RT 2 2 2 1 um Teoria cinética molecular dos gases M RT u M RT u RTuM MmnRTumn RTum 33 2 3 2 1 2 3 2 1 2 3 2 1 2 2 2 2 Energia cinética média para uma molécula de qualquer gás: M RT u M RT u RTuM MmnRTumn RTum 33 2 3 2 1 / 2 3 2 1 2 3 2 1 2 2 2 2 Se multiplicarmos pelo número de Avogadro (6,023 x 1023) teremos 1 mol de moléculas de qualquer gás Velocidade média é inversamente proporcional a Massa Molar N ú m er o d e M o lé cu la s Gases à mesma T • Quanto menor a massa molar, M, mais elevada a velocidade molecular média EFUSÃO • A efusão é o processo pelo qual as moléculas de um gás sob pressão escapam de um recipiente para outro de pressão mais baixa através de um orifício. • A efusão é mais rápida para as moléculas de gás leves. • Ex: Pneu de bicicleta furado. Fenômenos baseados no movimento dos gases Balões de Hélio murcham mais rapidamente do que os de ar. • A difusão é uma mistura gradual das moléculas de dois ou mais gases devido a seu movimento molecular aleatório (propriedades cinéticas). • A difusão é mais rápida para as moléculas de gás leves. • Ex: A abertura de um frasco de perfume. DIFUSÃO Fenômenos baseados no movimento dos gases Gases Reais – Desvio do Comportamento Ideal Em que o gás real difere do comportamento de um gás ideal? As suposições na teoria cinética molecular: Gás ideal: As moléculas de um gás ideal são pontos abstratos As moléculas do gás não ocupam espaço, As moléculas do gás não se atraem. Mas para Gás Real: as moléculas de um gás têm volume finito; as moléculas de um gás se atraem; À medida que o gás é resfriado, a substância se condensa num líquido com um volume muito menor Observação qualitativa: • Os gases podem se condensar a líquidos quando esfriados ou comprimidos. • Esta propriedade indica que as moléculas de gases tem de se atrair mutuamente, existência de forças intermoleculares, atrações e repulsões entre as moléculas • Os líquidos são comprimidos com muita dificuldade, o que sugere forças repulsivas muito grandes. Observação quantitativa: • Desvios podem ser observados pelo fator de compressão, Z (medida da força e do tipo de força intermolecular). Desvios do Comportamento ideal 𝑍 = 𝑉𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑉𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 repulsão atração • À medida que a temperatura aumenta, as moléculas de gás se movem mais rapidamente e se distanciam mais entre si. • Conseqüentemente, quanto maior for a temperatura, mais ideal é o gás. Gases Reais – Desvio do Comportamento Ideal • Como os gases reais se desviam do comportamento ideal, especialmente a alta pressão e baixa temperatura, a lei dos gases ideais não pode ser usada para se fazer cálculos exatos. • Uma maneira de melhorar a exatidão é modificar a lei dos gases ideais de forma a considerar os fatores que diferenciam um gás real de um gás ideal. Gases reais: desvios do Comportamento ideal Maiores desvios do comportamento de gás ideal ocorrem a: Pressões Temperaturas À temperatura e pressão ambiente, a maioria dos gases se comporta quase como gases ideais. Gases Reais – Desvio do Comportamento Ideal Volume do gás real é maior que o do gás ideal Pressão do gás real é menor que o do gás ideal Volume das moléculas Forças intermoleculares entre as moléculas Gases Reais – Desvio do Comportamento Ideal • Adicionou dois termos à equação do gás ideal: um para corrigir o volume das moléculas e o outro para corrigir as atrações intermoleculares. • Os termos de correção geram a equação de Van der Waals: onde a e b são constantes empíricas - Termodinâmica 2 2 V an nbV nRT P A equação de Van der Waals 2 2 V an nbV nRT P Correção para o volume finito das moléculas Correção para a atração molecular Correção para a Pressão real Correção para o Volume real A equação de Van der Waals Correção do volume ocupado por mol de moléculas do gás Correção da Pressão Forças de atração nRTnbV V an P 2 2 É adicionado um fator de correção para que a Preal se iguale a Pideal Preal é menor que Pideal É subtraído um fator de correção para que a Vreal se iguale a Videal Vreal é maior que Videal • Forma geral da equação de van der Waals: Valor medido experimentalmente Volume do recipiente A equação de Van der Waals • Alguns investigadores estão estudando as propriedades físicas de um gás a ser usado como refrigerante em uma unidade de ar-condicionado. Uma tabela de parâmetros de van der Waals mostra que a = 16,2 L2.atm/mol2 e b = 8,4 x 10-2 L/mol. Estime a pressão obtida quando 1,5 mol é confinado em 5 L em 0ºC. Ex.: Estimativa da pressão de um gás real 2 2 V an nbV nRT P
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