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Estudo dos Gases A Importância do Estudo dos Gases • Do ponto de vista teórico, o estudo dos gases ajudou na compreensão das reações químicas: Lei da Conservação da Massa – Lavoisier (1743-1794) Lei das Proporções Definidas – Proust (1754-1826) Lei das Proporções Volumétricas – Gay-Lussac (1778-1850) Hipótese de Avogadro (1776-1856) • Os gases são altamente compressíveis e ocupam o volume total de seus recipientes. • Quando um gás é submetido à pressão, seu volume diminui. • Os gases sempre formam misturas homogêneas com outros gases. • Os gases ocupam somente cerca de 0,1 % do volume de seus recipientes. • Os gases ocupam todo o volume do recipiente • Os gases possuem massa • O volume dos gases varia muito com a temperatura Características dos gases • Para definir o “estado” de um gás é preciso saber sua quantidade de matéria, volume, pressão e temperatura : • volume: é o próprio volume do recipiente (L, mL, cm3, m3, etc). • pressão: resulta do choque das partículas do gás com as paredes do recipiente. • Unidades de pressão: • SI: 1 N/m2 = 1 Pa. • atm: corresponde à pressão atmosférica ao nível do mar 1 atm = 10000 Pa. • mmHg unidade originada do experimento de Torricelli: Variáveis de Estado dos Gases • A pressão é a força atuando em um objeto por unidade de área: • A gravidade exerce uma força sobre a atmosfera terrestre • Uma coluna de ar de 1 m2 de seção transversal exerce uma força de 105 N. • A pressão de uma coluna de ar de 1 m2 é de 100 kPa. A F P Pressão • Unidades SI: 1 N = 1 kg m/s2; 1 Pa = 1 N/m2. • A pressão atmosférica é medida com um barômetro. • Se um tubo é inserido em um recipiente de mercúrio aberto à atmosfera, o mercúrio subirá 760 mm no tubo. • A pressão atmosférica padrão é a pressão necessária para suportar 760 mm de Hg em uma coluna. • Unidades: 1 atm = 760 mmHg = 760 torr = 1,01325 105 Pa = 101,325 kPa. Pressão A pressão atmosférica e o barômetro Evangelista Torricelli (1608-1647) Pressão A pressão atmosférica e o barômetro • As pressões de gases não abertos para a atmosfera são medidas em manômetros. • Um manômetro consiste de um bulbo de gás preso a um tubo em forma de U contendo Hg: – Se Pgas < Patm então Pgas + Ph2 = Patm. – Se Pgas > Patm então Pgas = Patm + Ph2. Relação pressão-volume: lei de Boyle • Os balões de previsão de tempo são usados como uma consequência prática para a relação entre a pressão e o volume de um gás. • Quando o balão de previsão de tempo sobe, o volume diminui. • Quando o balão de previsão de tempo se distancia da superfície terrestre, a pressão atmosférica diminui. • A Lei de Boyle: o volume de uma quantidade fixa de gás é inversamente proporcional à sua pressão. • Boyle usou um manômetro para executar o experimento. As leis dos gases Robert Boyle (1627-1691) Relação pressão-volume: lei de Boyle Transformação isotérmica • Matematicamente: • Um gráfico de V versus P é um hiperbolóide. • Da mesma forma, um gráfico de V versus 1/P deve ser uma linha reta passando pela origem. As leis dos gases Transformação isotérmica T3 T2 T1 p V V 1/P PV = cte, P1V1 = P2V2 Relação temperatura-volume: lei de Charles Transformação isobárica • Sabemos que balões de ar quente expandem quando são aquecidos. • A lei de Charles: o volume de uma quantidade fixa de gás à pressão constante aumenta com o aumento da temperatura. • Matematicamente: As leis dos gases V T V/T = cte, V1/T1 = V2/T2 Transformações isobáricas Relação temperatura-volume: lei de Charles Transformação Isocórica, isovolumétrica ou Isométrica • Um gráfico de V versus T é uma linha reta. • Quando T é medida em C, a intercepção no eixo da temperatura é -273,15C. • Definimos o zero absoluto, 0 K = -273,15C. • Observe que o valor da constante reflete as suposições: quantidade de gás e pressão. As leis dos gases • Variação da pressão com a temperatura, a volume constante (Lei de Charles). Jaques Alexandre César Charles (1746-1823) P T P/T = cte, P1/T1 = P2/T2 Transformação isovolumétrica http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://territoriofeminino.blogtvbrasil.com.br/img/Image/MulheresPossveis/2007/Novembro/panela_pressao.jpg&imgrefurl=http://fisicacomsabor.blogspot.com/2008_03_09_archive.html&h=278&w=500&sz=21&hl=pt-BR&start=5&um=1&tbnid=bWG68Qda7Lc9fM:&tbnh=72&tbnw=130&prev=/images?q=Press%C3%A3o&um=1&hl=pt-BR&lr=lang_pt http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://territoriofeminino.blogtvbrasil.com.br/img/Image/MulheresPossveis/2007/Novembro/panela_pressao.jpg&imgrefurl=http://fisicacomsabor.blogspot.com/2008_03_09_archive.html&h=278&w=500&sz=21&hl=pt-BR&start=5&um=1&tbnid=bWG68Qda7Lc9fM:&tbnh=72&tbnw=130&prev=/images?q=Press%C3%A3o&um=1&hl=pt-BR&lr=lang_pt Relação quantidade-volume: lei de Avogadro • A lei de Gay-Lussac de volumes combinados: a uma determinada temperatura e pressão, os volumes dos gases que reagem são proporções de números inteiros pequenos. As leis dos gases Amadeo Avogadro (1776-1856) Relação quantidade-volume: lei de Avogadro • A hipótese de Avogadro: volumes iguais de gases à mesma temperatura e pressão conterão o mesmo número de moléculas. • Volume Molar (VM) • É o volume ocupado por um mol de qualquer gás, em determinada pressão e temperatura. • Podemos mostrar que 22,4 L/mol nas CNTP de qualquer gás a 0C contém 6,02 1023 moléculas de gás. • A lei de Avogadro: o volume de gás a uma dada temperatura e pressão é diretamente proporcional à quantidade de matéria do gás. As leis dos gases Relação quantidade-volume: lei de Avogadro As leis dos gases • Considere as três leis dos gases. • Podemos combiná-las em uma lei geral dos gases: • Lei de Boyle: • Lei de Charles: • Lei de Avogadro: A equação do gás ideal • Se R é a constante de proporcionalidade (chamada de constante dos gases), então • A equação do gás ideal é: • R = 0,08206 L atm mol-1 K-1 = 8,314 J mol-1 K-1 • Definimos TPP (temperatura e pressão padrão) = 0C, 273,15 K, 1 atm. • O volume de 1 mol de gás na TPP é: A equação do gás ideal Relacionando a equação do gás ideal e as leis dos gases • Se PV = nRT e n e T são constantes, então PV = constante e temos a lei de Boyle. • Outras leis podem ser criadas de modo similar. • Em geral, se temos um gás sob dois grupos de condições, então: 22 22 11 11 Tn VP Tn VP Densidades de gases e massa molar • A densidade tem unidades de massa por unidades de volume. • Reajustando a equação ideal dos gases com M como massa molar, teremos: RT P d V n RT P V n nRTPV MM Aplicações adicionais da equação do gás ideal • Uma vez que as moléculas de gás estão tão separadas, podemos supor que elas comportam-se independentemente. • A Lei de Dalton: em uma mistura gasosa, a pressão total é dada pela soma das pressões parciais de cada componente: • Cada gás obedece à equação ideal dos gases: 321total PPPP V RT nP ii Mistura de gases e pressões parciais V RT nnnP 321total • Combinando as equações: Pressões parciais e frações em quantidade de matéria • Considere ni a quantidade de matéria de gás i exercendo uma pressão parcial Pi, então onde Xi é a fração em quantidade de matéria (Xi = ni/nt) • ∑ xi = 1 totalPP ii Mistura de gases e pressões parciais Coletando gases sobre a água • É comum sintetizar gases e coletá-los através do deslocamento de um volume de água. • Para calcular a quantidade de gás produzido, precisamos fazer a correção para a pressão parcial da água. Gases reais: desvios do comportamento ideal • Os gases reais exibem desvios em relação à lei dos gases perfeitos porque as moléculas interagem umas com as outras. • Deve-se ter em mente que as forças repulsivas entre as moléculas contribuem para a expansão e as forças atrativas, para a compressão.• Variação da energia potencial de duas moléculas em função da distância entre elas. • A energia potencial muito grande, positiva indica que as interações entre as moléculas são fortemente repulsivas. • Nas distâncias intermediárias, onde a energia potencial é negativa, as interações atrativas são dominantes. • Em separações muito grandes (à direita), a energia potencial é nula e não há interação entre as moléculas. • No ponto “A” a amostra é um gás. • Quando a amostra é comprimida até B a pressão aumenta essencialmente em acordo com a lei de Boyle até chegar ao ponto C • Passando por D e indo até E, verificamos que o pistão pode ser empurrado sem qualquer aumento adicional de pressão. • A redução do volume de E até F se dá às custas de um aumento muito grande de pressão. • Essa variação de pressão com o volume é exatamente o que se espera caso o gás em C condense formando um líquido compacto em E. Isotermas de um gás real O fluído obtido pela compressão de um gás, quando sua temperatura é mais alta que sua temperatura crítica, é denominado de fluído supercrítico. • Se fosse possível observar dentro do recipiente no ponto D, verificar-se-ia que nessa temperatura, a parcela líquida está separada da superfície gasosa por uma superfície bem definida. • Numa temperatura ligeiramente mais alta (30 ºC) forma-se também o líquido, mas pressão mais alta é necessária para que isso aconteça. • Na temperatura especial de 31,04 ºC o estado gasoso parece se transformar continuamente no estado condensado e em nenhum estágio existe uma superfície visível entre os dois estados da matéria. • Nessa temperatura, que é chamada de temperatura crítica, Tc, e em todas as temperaturas mais altas, uma única forma da matéria preenche todo o recipiente em todos os estágios da compressão e não há nenhuma separação de um líquido do gás. • Portanto, um gás não pode ser condensado num líquido por um aumento de pressão a menos que a temperatura esteja abaixo da temperatura crítica. O Fator de compressibilidade • O Fator de compressibilidade, Z, é a razão entre o volume molar real de um gás e o volume molar de um gás perfeito, nas mesmas condições de pressão e temperatura. • Como para um gás perfeito Z = 1 em quaisquer condições, o desvio de Z em relação a 1 é uma medida do afastamento do gás em relação ao comportamento ideal A temperatura crítica (Tc) e o ponto de inflexão de ponto crítico da substância. O volume e a pressão do ponto críticos são chamados de pressão crítica (pc) e volume crítico (Vc) da sustância. Cada substância pura tem um ponto crítico (pc,Vc,Tc) específico • À medida que a pressão em um gás aumenta, as moléculas são forçadas a se aproximarem. • À medida que as moléculas ficam mais próximas, o volume do recipiente torna- se menor. • Quanto menor for o recipiente, mais espaço as moléculas de gás começam a ocupar. • Como conseqüência, quanto maior for a pressão, o gás se torna menos semelhante ao gás ideal. Gases reais: desvios do comportamento ideal • Quanto menor for a distância entre as moléculas de gás, maior a chance das forças de atração se desenvolverem entre as moléculas. • Conseqüentemente, menos o gás se assemelha com um gás ideal. • À medida que a temperatura aumenta, as moléculas de gás se movem mais rapidamente e se distanciam mais entre si. • Altas temperaturas significam também mais energia disponível para a quebra das forças intermoleculares. • Conseqüentemente, quanto maior for a temperatura, mais ideal é o gás. Gases reais: desvios do comportamento ideal A equação de van der Waals • Adicionando dois termos à equação do gás ideal: um para corrigir o volume das moléculas e o outro para corrigir as atrações intermoleculares. • Os termos de correção geram a equação de van der Waals: onde a e b são constantes empíricas. 2 2 V an nbV nRT P n RT PV Gases reais: desvios do comportamento ideal nRTnbV V an P 2 2 A equação de van der Waals • Forma geral da equação de van der Waals: 2 2 V an nbV nRT P Correção para o volume das moléculas Correção para a atração molecular Gases reais: desvios do comportamento ideal Essas relações fornecem uma rota alternativa para a determinação de a e b a partir dos valores das constantes críticas. Elas podem ser testadas observando-se que se prevê que o fator de compressibilidade no ponto crítico, Zc. • Ex 1. Obtenha por dedução uma equação para pressão hidrostática exercida na base de uma coluna de líquido massa específica ρ (rô) ou d e altura h na superfície terrestre. • Ex 2. Um barômetro es medindo a pressão atmosférica de 764,7 torr. Uma amostra de gás é colocada em um balão ligado a um manômetro em forma de U com uma extremidade aberta. A altura do Hg no braço da extremidade aberta é 13,4 mm, e a altura do braço em contato com o gás no balão é 103.8 mm. Qual é pressão do gás no balão em (a) atmosfera e (b) em quilo Pascal? • Ex 3. Uma amostra de CaCO3 (s) é decomposta, por aquecimento, em CaO (s) e CO2 (g). O CO2 (g) foi recolhido num balão de 250 mL a uma pressão de 1,3 atm ao final da reação a 31 °C. Quantos mols de CO2 foram produzidos. • Ex 4. O dirigível da Goodyear contém 5,74 x 106 L de hélio a 25 °C e 1 atm. Qual é a massa de em grama do gás dentro do dirigível? • Ex 5. Qual seria a pressão no SI de um mol de gás que ocupa 12 L a 25 °C? • Ex 6. Um grama de N2 e 1 g de O2 foram colocados em um recipiente de 2 L, a 27 °C. Calcular a pressão parcial de cada gás, a pressão total e a composição da mescla dos gases em percentuais. • Ex 7. Uma mistura de N2 e vapor d’água é introduzido num frasco que contém um agente secante. Imediatamente após a introdução a pressão é 760 torr. Após certo tempo, a pressão é de 745 torr. Calcule a composição em percentagem molar da mistura. • Ex 8. Uma amostra de N2 ocupa 65 L a uma pressão de 745 mm Hg. Qual seria a pressão para um novo volume de 25 L em condições isotérmica? Atividades • Ex 9. Uma mistura gasosa de etano e butano é injetada em um bulbo de 200 cm3 de capacidade a uma pressão de 100 KPa a 20 °C. Se a massa do da mistura gasosa é 0,3846 g, qual é a percentagem molar do butano na mistura? • Ex 10. Um bulbo de 138,2 mL de volume contem 0,6946 g a 756,2 torr e 100 °C. Qual a massa molar do gás? • Ex 11. Em certo processo industrial, o nitrogênio é aquecido a 500 K num vaso de volume constante. Se o gás entra no vaso a 100 atm e 300 K, qual a sua pressão na temperatura de trabalho, se o seu comportamento for o de um gás perfeito? • Ex 12. A composição do ar seco em porcentagem ponderal (em massa), ao nível do mar, é aproximadamente 75,5% de N2, 23,2% de O2 e 1,3% de Ar. Qual é a pressão parcial de cada componente quando a pressão total é igual a l,20 atm? 100 bar, é Vºm = 0,416 dm mol . O volume molar do CO2, nas mesmas condições, é Vm = 0,366 dm 3 mol–1. Então, a 500 K qual é o fator de compressibilidade. • Ex 14. É possível que uma amostra de 25 g de argônio gasoso, em um vaso de volume igual a 1,5 dm3, exerça uma pressão de 2 atm, a 30 °C, caso seu comportamento seja de um gás perfeito? Em caso negativo, que pressão ele exerceria? • Ex 15. Certo gás segue a equação de van der Waals com a = 0,76 m6 Pa mol−2. O seu volume é de 4 × 10–4 m3 mol−1, a 288 K e 4,0 MPa. Com esta informação, calcule a constante b de van der Waals. Qual o fator de compressibilidade do gás nessas condições de temperatura e pressão? • Ex 16. As constantes críticas do etano são pc = 48,20 atm, Vc = 148 cm 3 mol–1 e Tc = 305,4 K. Calcule os parâmetros de van der Waals do gás. • Ex 17. Com os parâmetros de van der Waals para o sulfeto de hidrogênio (a = 4,484 L2 atm mol-2 e b = 0,0434 L mol-1), calcule os valores aproximados (i) da temperatura Boyle do gás
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