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PSICOLOGIA FENOMENOLÓGICA

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Fenomenologia e psicologia clínica
Milene coelho
Fenomenologia e psicologia clínica
Fenomenologia – capacidade de refletir sobre aquilo que se mostra para a pessoa humana, nós é que buscamos o significado, o sentido daquilo que se mostra para nós. Percebemos que estamos voltados para essas coisas.
O que mais interessa a nós pessoas humanas é compreender o sentido delas e não o fato delas se mostrarem.
A fenomenologia pode ser um instrumento de terapia psicológica?
A fenomenologia não é psicologia, ela é uma filosofia que diz que o ser humano é um inteiro formado por partes, formado por vários âmbitos que não podem ser separados do inteiro.
Fenomenologia e psicologia clínica
Para podermos ver o ser humano na sua inteireza precisamos alargar os nossos horizontes, caso contrário não compreenderemos o ser humano na sua totalidade e certamente cometeremos erros nos usos que fazemos dos nossos métodos terapêuticos.
Quais dificuldades a pessoa pode superar com esse método?
A fenomenologia se preocupa em perceber o sentido do fato e a psicologia se preocupa em conhecer o processo que leva àquele fato.
A compreensão dessa relação entre a filosofia fenomenológica que nos dá a estrutura da pessoa humana e o processo psicológico voltado para a subjetividade da pessoa que o vivencia e que só pode firmar-se dentro do si mesmo da pessoa, dá ao psicólogo a possibilidade da epoché 
Fenomenologia e psicologia clínica
A psicoterapia procura desenvolver da melhor forma a epoché, ou redução fenomenológica, para conhecer junto com o paciente o sentido do seu sofrimento.
É uma psicoterapia de relação; é uma psicoterapia vivencial onde é evidenciada a capacidade da pessoa humana de se explicar e de se entender a si mesma através das suas vivências.
A postura terapêutica é de aceitação e compreensão dos recursos que nascem da subjetividade do paciente, sem impor ou cobrar dele o que o terapeuta considera, conhece ou quer.
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Na sessão de terapia se vivencia e se busca juntos, do jeito que tanto o paciente quanto o terapeuta dão conta de chegar a vivência que deu origem ao sofrimento do paciente
O fio condutor é a análise da vivência.Só então o paciente é solicitado a se posicionar em relação àquela vivência.
Fenomenologia e psicologia clínica
A Fenomenologia, pode ser complementar à Psicologia Clínica porque é uma atitude ou um método, não uma abordagem teórica com técnicas e estratégias propostas.
A Fenomenologia é considerada uma atitude anterior à afiliação teórica. Isto por não ser uma das orientações citadas, mas uma atitude (Bastos, 2000), uma visão de mundo, um método subjetivo (Jaspers, 2005) que se impõe antes da adoção de qualquer técnica. 
Pela relação estabelecida com o terapeuta, o paciente escapa gradativamente da rotina que o coloca constantemente no lugar que ocupa (Werneck Filho, 2009). Subjetividades se cruzam, objetividades se modificam, a partir do encontro entre pessoas diferentes em essência.
Fenomenologia e psicologia clínica
Postura do terapeuta
A atitude fenomenológica possibilita que o profissional lide com as diferentes pessoas reconhecendo e respeitando as singularidades e apreendendo as essências que não são acessíveis apenas pela observação racional dos fatos.
Existe algo além do evento, além do que está sendo mostrado. A Fenomenologia vai além do fato ocorrido, para captar, por meio da intuição, a essência do fenômeno.
Quando o profissional se deixa circular livremente por essa relação de afetação mútua, fazendo uso de sua intuição, consegue apreender a essência do que acontece à sua volta. A necessidade de explicar deve dar lugar a uma postura compreensiva (por não pretender explicar, mas compreender). Assim, o profissional pode participar do jogo relacional com o paciente, mergulhando na experiência clínica como ela é: uma vivência.
Fenomenologia e psicologia clínica
O DIAGNÓSTICO FENOMENOLÓGICO
A Fenomenologia aparece ora como método, ora como visão de mundo, ora como atitude para que o profissional vise a apreender a essência do problema que tem em mãos, e não a explicar ou diagnosticar de maneira precipitada um amontoado de sinais e sintomas.
No processo diagnóstico, de acordo com a visão fenomenológica e com observações clínicas, muito mais importante é a intuição do que o conhecimento prévio sobre sinais e sintomas de neuroses, psicoses etc.
O conhecimento fenomenológico se dá quando o profissional compreende que devem ser observadas as formas de relação do paciente com o mundo. Não basta categorizar e entrevistar para diagnosticar.
Fenomenologia e psicologia clínica
Para o caso da esquizofrenia, por exemplo, Jaspers considera realmente importante uma avaliação de como o doente lida com o seu mundo. Relações são estabelecidas pelo paciente e são o caminho para uma avaliação criteriosa e eficiente. A descrição do que se vê deve ser relacionada a uma interpretação sem devaneios poéticos. Segundo Jaspers, sobre alguns aspectos do quadro esquizofrênico:
... vai de alterações ligeiras para o lado de incompreensibilidade até quase completa desintegração (...). Todas essas personalidades têm algo de peculiarmente incompreensível, frio, inacessível, rígido, mesmo que se manifestem lúcidas e capazes de conversar, gostando até de exprimir-se. (...) Eles, no entanto, nada vêem de incompreensível no que se nos afigura enigmático. 
O terapeuta deve valorizar as próprias sensações. Quando algo está esquisito, para nós, isto deve ser levado em consideração. A partir daí, toda uma sequência de fatos, impressões ou delírios construirá o encadeamento lógico para a avaliação do caso.
Fenomenologia e psicologia clínica
A classificação e o diagnóstico atual em Psiquiatria (...) baseiam-se em critérios operacionais e regras específicas de uso. Em uma medida ampla, a intuição é excluída do processo diagnóstico. A intuição do elemento esquizofrênico é principalmente identificada com o sentimento precoce. O ‘diagnostique par penetration’ de Minkowsky e o’ diagnóstico atmosférico’ de Tellenbach também são abordagens intuitivas do elemento esquizofrênico. Segundo Wyrsch, o reconhecimento da pessoa esquizofrênica não se baseia em sinais, como expressões faciais ou gestuais ou contato emocional negativo, nem apenas em uma limitação da compreensão dos motivos de outras pessoas. Segundo Wyrsch, o sentimento precoce tem a ver com uma certa modalidade do ser, uma certa maneira de ‘estar no mundo e participar dele’. (in Maj e Sartorius, 2005; p. 49).
O diagnóstico fenomenológico se utiliza da intuição como seu principal instrumento de avaliação. Isto faz com que sejam contempladas as questões existenciais do paciente, realmente importantes no processo terapêutico.
 
Fenomenologia e psicologia clínica
FENOMENOLOGIA NO TRABALHO DE CAMPO
Frequentemente, o profissional iniciante é apresentado a situações ou pessoas que não se encaixam na ‘bula’ fornecida pela formação universitária.
Todo aquele que se inicia tende – compreensivelmente – a ficar um tanto desnorteado com tantas diferentes escolas ou correntes de pensamento, sem ter ideia de como aplicá-las à clínica. No entanto, as diversas concepções teóricas são como os diversos instrumentos de uma orquestra, que, quando o maestro conhece seu ofício, tocam harmoniosamente. O fundamental é a música, não o instrumento. A clínica é uma arte, não uma ciência. Para ser bem aplicada, necessita boa técnica e sólidos conhecimentos científicos, mas deve continuar sendo uma arte.
Fenomenologia e psicologia clínica
Invariavelmente, nas supervisões, os estagiários iniciam o trabalho com perguntas satélites e uma dúvida central, sobre como agir com o grupo. Acontece que muitas vezes, é exatamente o ‘nada fazer’ que funciona.
Exemplo oficina terapêutica.
Muitos outros problemas que ocorrem no trabalho de campo podem ser solucionados conferindo-se o devido valor à intuição e às relações estabelecidas entre equipe e pacientes e entre membros da equipe.

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