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APOSTILA DE ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PROFESSOR MESTRE CESAR A R NAVARRO � ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Objetivos Capacitar os participantes a compreender de forma mais abrangente a estrutura financeira e econômica das empresas, partindo do macro para o micro universo, possibilitando identificar a problemática típica das análises das demonstrações e permitindo o domínio conceitual e operacional em relação aos índices econômicos e suas implicações no mercado financeiro. Programa Página Introdução 04 1. Ambiente Financeiro 04 Variáveis Externas 04 Variáveis Internas 05 Mudanças no Ambiente Empresarial 05 2. Estrutura das Demonstrações Financeiras 06 O Balanço Patrimonial 06 Ativo Circulante 06 Ativo Não Circulante 06 Passivo Circulante 07 Passivo Não Circulante 07 Patrimônio Líquido 07 2.2. Importância das Reservas 07 2.3. Estrutura de Capital 07 2.4. Custo de Capital Próprio x Custo de Capital de Terceiros 08 3. Demonstração de Resultados do Exercício 09 Principio de Realização das Receitas 09 Regime de Competência do Exercício x Regime de Caixa 09 Receita Operacional Bruta 09 Impostos sobre as Vendas 09 Receita Operacional Líquida 10 Custos dos Produtos/ Mercadorias/ Serviços Vendidos 10 Lucro Bruto 10 Despesas Operacionais e Não Operacionais 10 Lucro Operacional 11 Lucro Antes do Imposto de Renda 11 Imposto de Renda e Contribuições 11 Lucro Líquido – Contábil/Real 12 Análise de Índices Econômicos e Financeiros 13 Índices de Estrutura de Capitais 13 Participação de Capitais de Terceiros 13 Composição do Endividamento 13 Imobilização do Patrimônio Líquido 13 Imobilização dos Recursos Não Correntes 13 Índices de Liquidez 14 Liquidez Geral 14 Liquidez Corrente 14 Liquidez Seca 14 Índices de Atividades 14 Prazo Médio de Renovação de Estoques 14 Prazo Médio de Recebimento das Vendas 15 Prazo Médio de pagamento das Compras 15 Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro 15 Índices de Rentabilidade 16 Margem de Lucro 16 Giro do Ativo Total 16 Retorno sobre o Ativo Total – R O I 17 Retorno sobre o Patrimônio Líquido 17 Alavancagem Financeira 17 Retorno Segundo o Método “Dupont” 17 Índices de Endividamento 18 Grau de Endividamento 18 Teste de Solvência 18 Análises Horizontal e Vertical 19 Estrutura 19 Tendências 20 Administração do Capital de Giro 21 Conceitos de Capital de Giro ou Circulante 21 Capital Circulante Líquido 21 Capital Circulante Próprio 21 Necessidade de Capital de Giro 21 6.4.1 Análise do Investimento em Capital de Giro 22 Dilema Risco X Retorno 22 Abordagem do Equilíbrio Financeiro 23 Administração de Fluxo de Caixa 23 Demonstrativos em Planilhas 25 Bibliografia 30 Introdução A crescente exposição das empresas à concorrência mundial exige de empresários e analistas de negócios uma atualização e um aprofundamento nos métodos de analise pouco experimentados pelos empresários brasileiros em geral até o inicio dos anos 90. A preocupação com a descrição e a análise das decisões que envolvem a otimização dos resultados para a empresa remonta ao inicio deste século; a preocupação das ciências econômicas e gestão industrial com a prescrição de normas de decisão para a seleção de investimento por parte dos dirigentes de empresas também não é nova, embora relativamente mais recente; porem, nunca a importância de uma sólida compreensão dessas abordagens para o processo de seleção de investimentos, tanto as analíticas quanto às normativas, em todos os seus aspectos, foi tão crucial para as empresas como nesse momento em que se preparam para a competição global. Os dirigentes das empresas têm hoje múltiplas funções, tanto do ponto de vista das estratégias, da gestão, do controle, da captação de recursos e da alocação de capitais da empresa. Tentaremos com este breve trabalho auxiliar os dirigentes na análise e seleção de projetos de investimentos, análise de riscos, tomada de decisões e a compreensão dos aspectos financeiros e econômicos de uma empresa. Ambiente Financeiro Variáveis Externas: os processos atuais dentro do ambiente financeiro recebem influências externas extremamente hostis para a empresa, principalmente devido às turbulências que ocorrem no mercado mundial. Estas turbulências afetam os processos de decisão dentro da empresa, dificultando as análises dos gestores de negócios. Um exemplo simples desta influência é a variação da moeda usada internacionalmente para o comércio, quando ocorrem altas ou quedas no valor desta moeda, o Dólar, ocorrem aumentos de custos e diminuição de rentabilidade das empresas, que necessitam se proteger através de aplicativos pouco ortodoxos para que os sócios não vejam seus investimentos se perderem. Outro exemplo simples que podemos apontar é a intervenção dos governos, Federal, Estadual ou Municipal, que através de aprovação de Leis interferem na rentabilidade das empresas, aumentos de alíquotas de impostos oneram de forma gradativa os investimentos realizados pelas empresas. Estas variáveis estão fora do alcance dos proprietários, sendo que os mesmos não conseguem interferir nas mesmas. Variáveis Internas: as empresas possuem formas ou ferramentas de controle dos investimentos, que capacita ao investidor apurar de forma sistemática os retornos futuros que a empresa poderá obter. Estas ferramentas de análise ajudam nas variáveis internas das empresas, fazendo com que o administrador possa interferir nos resultados a serem obtidos, alterando ou melhorando as variáveis para que se possa atingir de forma mais objetiva os resultados. Um exemplo simples é o calculo do retorno do investimento dos acionistas, que veremos com mais clareza no capitulo 4.3 deste trabalho, onde o lucro gerado do exercício social é baseado no investimento do acionista, verificando se os resultados atingidos estavam de acordo com os resultados propostos anteriormente. Mudanças no Ambiente Empresarial: todas as atividades empresariais envolvem recursos financeiros e orientam-se para a obtenção de lucros. Os recursos supridos pelos proprietários e pelos credores das empresas encontram-se aplicados em ativos utilizados na produção e comercialização de bens ou na prestação de serviços. As receitas obtidas com as operações devem ser suficientes para cobrir os custos e as despesas incorridas e ainda gerar lucros. Desse modo, cada empresa pode ser visualizada como um sistema que multiplica os recursos financeiros nela investidos. Estas considerações permitem mostrar que o panorama dentro do ambiente empresarial vem sofrendo mudanças, principalmente através da gestão dos recursos financeiros e dos resultados econômicos das atividades empresariais, que necessitam uma maior transparência e realidade, utilizando-se para isso de regras e normas que estarão mostrando os princípios que devem reger as decisões financeiras e econômicas em qualquer ramo de negócios. Estrutura das Demonstrações Financeiras na Análise de Negócios. O Balanço Patrimonial. ATIVO PASSIVO Ativo Circulante Passivo Circulante Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido O Ativo de uma empresa compreende todos os Bens e Direitos que exigem atividades por parte das instituições, como por exemplo, uma conta corrente aberta em Bancos, onde os depósitos efetuados servirão para ativar determinada função dentro da instituição, assim como a aquisição de móveis e equipamentos que serão utilizados para as atividades de negócio desta mesma instituição. O Ativoé o lado do Balanço Patrimonial onde são efetuadas as aplicações de recursos na empresa. O Ativo é dividido em dois componentes, a saber: O Ativo Circulante, onde os bens e direitos devem por natureza ter atividades que girem ou tenham rotatividades dentro da empresa até o término do exercício social seguinte. Exemplo clássico são as contas a receber provenientes das vendas, onde o período de vencimento normalmente não excede 01 ano. O Ativo Não Circulante é composto por: Ativo Realizável a Longo Prazo que são os Bens e Direitos que possuem atividades com rotatividade após o término do exercício social seguinte. Investimentos: São classificadas neste item todas as participações permanentes em outras sociedades, além de Obras de Arte, quotas de clube e provisões para perdas. Imobilizado: compreende a maioria dos bens destinados à manutenção da atividade da empresa, como terrenos, maquinas, instalações, etc. Intangível: são os bens incorpóreos, inclusive o goodwil adquirido. Diferido: Este grupo compreende gastos que não foram apropriados ao resultado do exercício e que serão apropriados em resultados futuros, como, por exemplo, gastos com pesquisa e desenvolvimento de produtos. O Passivo de uma empresa representa todas as obrigações que a instituição possui, tanto para com terceiros como para os proprietários. As obrigações com terceiros são diferenciadas das obrigações com os sócios, apenas no que se refere à data de quitação destas obrigações, sendo que para com os sócios, não existe data pré-determinada, enquanto que para os terceiros, existe uma data de vencimento que devera ser honrada. O Passivo de uma empresa também compreende 03 componentes, a saber: O Passivo Circulante compreende aquelas obrigações que a empresa devera honrar no prazo Maximo de 01 ano, ou 365 dias a partir da emissão da dívida. Um exemplo a ser dado é o pagamento de salário dos funcionários que deve por lei ser pago no prazo Máximo de 05 dias úteis do período subseqüente à prestação de serviços realizada pelos mesmos. O Passivo Não Circulante compreende aquelas obrigações que terão seus vencimentos acima de 01 ano ou 365 dias a partir da emissão da dívida. Como exemplo, temos os financiamentos a serem pagos como os de imóvel, veículos e maquinas. O Patrimônio Líquido representa os recursos dos acionistas formados por capital – dinheiro ou bens – entregues pelos mesmos à empresa, assim como os lucros gerados e que serão retidos em diversas contas de reserva ou lucros acumulados. Estes recursos são conhecidos como Capital próprio da empresa. A Importância das Reservas. Reservas são contas pertencentes ao Patrimônio Líquido de uma empresa onde se encontram valores provenientes de reavaliação de ativos, correção monetária de capital, de lucros. Estas reservas não constituem dinheiro em caixa, mas sim contas para acertos de valores provenientes de ajustes contábeis. Estrutura de Capital. A estrutura de capital de uma empresa é composta de Capital proveniente dos Sócios, conhecido como o capital próprio da empresa, e o Capital proveniente de Terceiros. Capital Próprio é todo o valor investido pelos sócios ou acionistas da empresa em troca da obtenção de retorno deste investido, através dos lucros advindos da atividade da empresa. O Capital Próprio está vinculado no Balanço Patrimonial no Patrimônio Liquido e não existe um prazo ou data para devolução deste capital investido na empresa. Capital de Terceiros é todo o valor investido por outras pessoas interessadas em vender seus produtos e serviços para a empresa (Credores), sendo que existe uma data de vencimento para quitação deste capital junto a estes terceiros. O Capital Próprio e o Capital de Terceiros são considerados as fontes de recursos de uma empresa, sendo parte do Passivo da Entidade, enquanto que o destino destes valores se encontra no Ativo da empresa e é denominado de aplicação dos recursos. Balanço Patrimonial Ativo Passivo e P. L. Aplicação dos Recursos Origem ou Fonte dos Recursos Custo de Capital Próprio X Custo de Capital de Terceiros. O Custo de Capital corresponde a uma média ponderada das taxas de custos das diversas fontes de financiamento em longo prazo que integram a estrutura de capital da empresa. Os investimentos em Ativos Fixos devem ser financiados com recursos permanentes que integram a estrutura de capital da empresa que é formada pelos recursos próprios, (Capital dos Acionistas), além dos lucros não distribuídos aos acionistas e do Capital de Terceiros, formado por empréstimos de longo prazo. O Custo de Capital Próprio na maioria das vezes é menor que o custo do Capital de Terceiros, principalmente pelo fato de haver a necessidade de maior espaço para ampliação dos investimentos. No caso do Custo de Capital Próprio, o percentual de retorno esperado pelos acionistas nunca excederá a uma margem realista do mercado de ações, enquanto que no custo do Capital de Terceiros incorre o risco da perda ou inadimplência de mercado, além das oscilações das políticas monetárias do governo federal que alteram a taxa básica da economia, para controle de inflação. 3. Demonstração do Resultado do Exercício. 3.1. Principio da Realização das Receitas. Um dos problemas principais do sistema de mensuração contábil é definir quando a receita deve ser reconhecida contabilmente, sendo que existem algumas condições básicas para que a receita possa ser reconhecida: É preciso que exista uma avaliação de mercado objetivamente verificável para o produto ou serviço; O esforço, em tempo de cumprimento de etapas básicas do produto ou da prestação do serviço, precisa ter-se desenvolvido totalmente; É necessário que se tenha condições de estimar, com apreciável grau de precisão, as despesas associadas ao ganho das receitas, cujo reconhecimento deve ser apropriado na contabilidade. 3.2. Regime de Competência do Exercício x Regime de Caixa. A contabilidade geralmente utiliza o regime de competência para registrar nos livros de uma entidade sua receita no momento da geração e não no momento de seu recebimento, da mesma forma, uma despesa deverá ser registrada quando ela ocorrer e não quando for paga. No regime de caixa ocorre o inverso, a receita seria registrada no momento do recebimento e não da geração da receita, assim como as despesas teriam o mesmo lançamento. 3.3. Receita Operacional Bruta A Receita Operacional Bruta da empresa é constituída pelo valor bruto faturado. O faturamento representa o ingresso bruto de recursos externos proveniente das operações normais de venda a prazo ou a vista, no mercado nacional e exterior, de produtos, mercadorias ou serviços. Outras receitas de caráter operacional secundário devem figurar após o lucro bruto. Da Receita Operacional Bruta devem ser deduzidos: Os impostos incidentes sobre as vendas; as vendas canceladas e os abatimentos concedidos; para se chegar à receita Operacional Líquida; e a esta adiciona os incentivos fiscais sobre exportações. 3.4. Impostos Incidentes sobre Vendas Imposto sobre Produto Industrializado (IPI): é um imposto cobrado pela união sobre os produtos que sofrem industrialização, definida como operação que se modifique a natureza, o funcionamento ou o seu acabamento. A empresa atua como agente arrecadador do IPI. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços: é um imposto incidente sobre o valor agregado em cada circulação de mercadoria. Imposto sobre Serviços: é um imposto cobrado pelos municípios, incidente sobre serviços prestados. 3.5. Receita Operacional Líquida É o resultado das Receitas Brutas abatidas dos Impostos incidentes sobre as vendas, sendo o valor real utilizado pela empresa para abater os custos e as despesas. 3.6. Custo de Produtos, Mercadorias e Serviços Vendidos. Custo de produto se caracteriza pela transformação de bens e sua comercialização.O custo de mercadorias se caracteriza pela atividade de compra de mercadorias para serem revendidas no mercado e custo de serviços, corresponde aos custos incorridos na prestação dos serviços, sendo que algumas empresas alocam estes custos como despesas operacionais, o que é um erro bastante prejudicial na análise do balanço. 3.7. Lucro Bruto É o resultado da receita liquida abatida dos Custos dos produtos, mercadorias e serviços vendidos, sendo que após este resultado as despesas operacionais são reduzidas para obtenção do LAIR. 3.8. Despesas Operacionais e não operacionais. As despesas operacionais, segundo a Lei das Sas, compreendem as despesas necessárias para a empresa funcionar, isto é, vender, administrar e financiar suas atividades. Não se confundem com as despesas de produção, ou seja, aquelas necessárias para se transformar a matéria prima em produto acabado. Despesas com vendas: representam as despesas necessárias para as vendas, bem como as de promoção e distribuição dos produtos da empresa no mercado, e ainda os riscos assumidos pela venda, como garantia e provisão para devedores duvidosos. Despesas Administrativas: compreendem as despesas incorridas para a execução e direção das tarefas administrativas, bem como as despesas gerais que beneficiam os negócios da empresa. Despesas Financeiras: representam a remuneração para terceiros que financiam a empresa, englobando: Comissão e despesas bancárias, descontos concedidos, juros, correção monetária prefixada, variação cambial e correção monetária. Receitas Financeiras: representam os ganhos de capitais aplicados em investimentos temporários, bem como outros ganhos de natureza financeira como: Descontos obtidos, juros ativos e investimentos temporários. Despesas e Receitas não Operacionais são aquelas que não se enquadram na atividade da empresa, ou seja, são gastos ou vendas que não se relacionam com a produção, compra e venda de mercadorias ou mesmo na prestação de Serviços da entidade. 3.9. Lucro Operacional É o resultado obtido após deduções das despesas operacionais e não operacionais, sendo o valor no qual se deduzirá o imposto de renda e as contribuições. 3.10. Lucro Antes do Imposto de Renda Valor referente ao resultado da empresa antes de provisionar o Imposto de Renda, cujo calculo é realizado de acordo com faturamento e tamanho das empresas, caso o resultado seja prejuízo, não se realiza provisão para imposto de renda. 3.11. Imposto de Renda e Contribuições O Imposto de Renda e as Contribuições são calculados pelo Lucro Real ou Lucro Presumido. Todas as empresas podem optar pelo Lucro Real, mas dependendo de sua atividade não pode optar pelo lucro presumido. As empresas que possuem Receita Bruta Inferior a $48 Milhões de Reais podem optar pelo Lucro Presumido, ou ainda, aquelas empresas que iniciaram suas atividades no decorrer do ano anterior, esse limite é de $4 Milhões de Reais multiplicados pelo número de meses de atividade. São várias as atividades que não podem optar pela sistemática de lucro presumido, mas as principais são: entidades Financeiras, Factoring, empresas que aufiram lucros, rendimentos ou ganhos de capital no exterior, entre outras.� De acordo com a Lei nº. 9.841, de 1999, com valores atualizados pelo Decreto nº. 5.028, de 2004, definiu-se microempresa como sendo a pessoa jurídica ou firma individual que tiver receita bruta anual igual ou inferior a R$ 433 mil e empresa de pequeno porte como sendo a pessoa jurídica ou firma mercantil que tiver receita bruta anual superior a R$ 433 mil e igual ou inferior a R$ 2,2 milhões. Cabe ressaltar que estes valores são atualizados com base na variação acumulada pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) ou por outro índice oficial que venha a substituí-lo. O quadro abaixo mostra as diferenças entre micro, pequenas, médias e grandes empresas de acordo com o BNDES. Receita Operacional Anual em R$mil Porte Microempresa Pequena Empresa Média Empresa Grande Empresa Indústria, Comércio e Serviços. 1.200. 1.200 até 10.500 10.500 até 60.000 Acima de 60.000 3.12. Lucro Líquido ou Contábil O Lucro Líquido ou Contábil é o resultado final do Exercício fiscal de uma empresa, sendo apurado após a dedução dos Impostos e Contribuições Sociais, sendo aceito e registrado como o Lucro Contábil da entidade. 4. Análise de Índices Econômicos e Financeiros para Avaliação de Desempenho 4.1 Índices de Estrutura de Capitais 4.1.1 Participação de Capitais de Terceiros Fórmula: Capitais de Terceiros X 100 Patrimônio Líquido Índica: Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $100,00 de capital próprio investido, ou, quanto a empresa possui de Capital Próprio para cada $1,00 de Capital de Terceiros. Interpretação: Quanto menor melhor na primeira fórmula e quanto maior melhor na segunda fórmula. 4.1.2 Composição do Endividamento Fórmula: Passivo Circulante X 100 Capitais de Terceiros Índica: qual o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais. Interpretação: Quanto menor melhor. 4.1.3 Imobilização do Patrimônio Líquido Fórmula: Ativo – AC – ARLP X 100 Patrimônio Líquido Índica: Quanto a empresa aplicou no ativo permanente para cada $100,00 de Patrimônio Líquido. Interpretação: Quanto menor melhor. 4.1.4 Imobilização de Recursos Não Correntes Fórmula: Ativo – AC – ARLP X 100 Patrimônio Líquido + Exigível de L.P. Índica: que percentual de Recursos Não Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente. Interpretação: Quanto menor melhor. 4.2 Índices de Liquidez 4.2.1 Liquidez Geral: LG Fórmula Ativo Circulante + Realizável à L. P. Passivo Circulante + Passivo Não Circulante Indica: Quanto à empresa possui de Ativos Circulantes e de Longo Prazo para cada $1,00 de divida total. Interpretação: Quanto maior for o índice, melhor é para a empresa. Liquidez Corrente: LC Fórmula: Ativo Circulante Passivo Circulante Indica: Quanto a empresa possui de Ativo Circulante para cada $1,00 de divida de Curto Prazo. Interpretação: Quanto maior for o índice, melhor é para a empresa. Liquidez Seca: LS Fórmula: Ativo Circulante - Estoques Passivo Circulante Indica: Quanto a empresa possui de Disponibilidades de efeitos imediatos para liquidar cada $1,00 de divida de Curto Prazo. Interpretação: Quanto maior for o índice, melhor é para a empresa. Índices de Atividades Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE) Os estoques por estarem diretamente relacionados com as vendas, sua formula é determinada pelo preço de custo das mercadorias vendidas adquiridas pela empresa. Fórmula: Estoques X 360 (dias) CMV Onde CMV= Custo das Mercadorias Vendidas. Prazo Médio de Recebimento das Vendas (PMRV) O volume de investimentos em duplicatas a receber é determinado pelo prazo médio de recebimento das vendas. Sua fórmula é a seguinte: Fórmula: Duplicatas a Receber X 360 (dias) Vendas Anuais Prazo Médio de Pagamento das Compras (PMPC) O volume de Pagamento aos fornecedores é determinado pelo prazo médio de pagamento das compras. Sua fórmula é a seguinte: Fórmula: Fornecedores X 360 (dias) Compras Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro A análise dos prazos médios, só é útil quando os três prazos são analisados conjuntamente. O Prazo de Médio de Renovação de Estoques – PMRE - representa na empresa comercial, o tempo médio de estocagem de vendas; na empresa industrial, o tempo de produção e estocagem. O Prazo Médio de Recebimento de Vendas – PMRV – expressa o tempo decorrido entre a venda e o recebimento. A soma dos prazos, PMRE + PMRV, representa o que se chama Ciclo Operacional, ou seja, o tempo decorridoentre a compra e o recebimento da venda da mercadoria. Ciclo Operacional Compra Venda Recebimento PMRE PMRV O Ciclo Operacional mostra o prazo de investimento, enquanto que o Ciclo Financeiro ocorre quando da necessidade de financiamento das vendas da empresa por parte dos fornecedores. Ciclo Operacional Compra Venda Pagamento Recebimento PMRE PMRV Ciclo Financeiro PMPC Quanto maior o ciclo financeiro, pior para a empresa, pois representa maior tempo de utilização de financiamento e, portanto, maior custo. Índices de Rentabilidade – Análise Econômica Retorno sobre as Vendas Ou Margem Líquida Fórmula: Lucro Líquido X 100 Vendas Líquidas Indica Quanto a empresa obtém de lucro para cada $100,00 vendidos. Interpretação: Quanto maior, melhor. Giro do Ativo Total Fórmula: Vendas Líquidas Ativo Total Indica Quanto a empresa vendeu para cada $1,00 de investimento total. Interpretação: Quanto maior melhor. Retorno sobre o Ativo Total – R O I Fórmula: Lucro Líquido X 100 Ativo Indica quanto a empresa obtém de lucro para cada $100,00 de Investimento total. Interpretação: Quanto maior melhor. Retorno Sobre o Patrimônio Líquido ou Rentabilidade do Capital Próprio Fórmula: Lucro Líquido X 100 Patrimônio Líquido Indica Quanto a empresa obteve de lucro para cada $100,00 de Capital Próprio Investido. Interpretação: Quanto maior melhor. Alavancagem Financeira – GAF - O Retorno do Capital Próprio de uma empresa depende tanto da rentabilidade do negócio quanto da boa Administração Financeira. Fórmula: Rentabilidade do Capital Próprio R.O.I. A Fórmula do Retorno sobre o Ativo é composta do Lucro Antes das Despesas Financeiras dividido pelo Ativo Operacional em percentual. A origem da palavra Alavancagem no sistema financeiro indica que houve uma remuneração dos Investimentos positiva ou negativa. O principal fator para alterações positivas ou negativas do índice de Alavancagem é o pagamento de taxas de juros de financiamento que pode ou não ser superior a taxa de retorno sobre o Ativo, inclusive acarretando uma redução da taxa de retorno sobre o Patrimônio Líquido da empresa. Retorno segundo o Método “Du Pont” É o resultado da equação Margem de Lucro X Giro do Ativo, que resultará na fórmula do Retorno sobre o Ativo (ROI). É a equação de Lucro Líquido Sobre Vendas Líquidas e Vendas Líquidas Sobre o Ativo, conforme demonstrado abaixo. Método Du Pont: Lucro Líquido X 100 × Vendas Líquidas Vendas Líquidas Ativo Este método de análise de desempenho têm tido grande aceitação mundial, pois os desvios e a investigação de todos os fatores que podem ocasionar aumento ou diminuição do retorno e sua respectiva comparação com os objetivos traçados pela empresa fazem deste método uma ferramenta importante para o entendimento do mecanismo empresarial. Obs. Du Pont Conpany é uma empresa americana do Setor Químico. 4.5 Índices de Endividamento 4.5.1 Grau de Endividamento Fórmula: Capital de Terceiros X 100 Ativo Total Índica: Quanto a empresa deve para terceiros em relação ao total de ativos totais existente na empresa. Interpretação: Quanto menor melhor. 4.5.2 Teste de Solvência A fórmula do teste para verificar a capacidade de solvência de uma empresa será o termômetro de Kanitiz, muito utilizado no mercado financeiro, que consiste do seguinte: Fórmula: (0,05 x RCP)+ (1,65 x (AC + RLP) ÷ P) + (3,55 x LS) – (1,06 x LC) – (0,33 x P ÷ PL) O parâmetro esta estabelecido a seguir: SOLVENTE INDEFINIDA INSOLVENTE 7 0 -3 -7 Análise Horizontal e Vertical A Análise Horizontal tem por finalidade principal apontar o crescimento de itens dos Balanços e das Demonstrações de Resultados através dos períodos, a fim de caracterizar tendências, sendo que a tabela de análise sempre é utilizada através de índices em percentual. A Análise Vertical é importante para avaliar a estrutura de composição de itens e sua evolução no tempo, sendo que o índice em percentual de cada conta mostra sua real importância no conjunto. Estrutura A estrutura das Demonstrações Financeiras foi referida anteriormente e são os componentes do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultado do Exercício, Conforme exemplo no Quadro 5.1: Quadro Balanço Patrimonial - Análise Vertical ATIVO PASSIVO Ativo Circulante $250.000,00 – 39% Passivo Circulante $200.000,00 – 31% Ativo Real. LP $100.000,00 – 15% Passivo Exigível LP$110.000,00 – 17% Ativo Perman. $300.000,00 – 46% Patrimônio Líquido $340.000,00 – 52% Total do Ativo $650.000,00 – 100% Total do Passivo $650.000,00 – 100% Percebe-se no quadro acima que o total dos percentuais sempre se dará de acordo com total dos Respectivos Totais do Ativo e do Passivo, mostrando o quanto cada componente do Balanço representa deste valor total, mostrando assim a importância da Análise Vertical no Balanço Patrimonial. Em relação à Análise Horizontal, conforme demonstrado no Quadro 5.2 percebe-se a variação dos componentes no tempo, ou seja, de um período para outro, verificando assim a evolução dos caminhos percorridos pela empresa. Quadro Balanço Patrimonial - Análise Horizontal ATIVO X2 ATIVO X3 Variação Ativo PASSIVO X2 PASSIVO X3 Variação Passivo AC $250.000 AC $350.000 40% PC $200.000 PC $230.000 15% ARLP $100.000 ARLP $150.000 50% PELP $110.000 PELP $130.000 18% AP $300.000 AP $350.000 17% PL $340.000 PL $490.000 44% Total $650.000 Total $850.000 31% Total $650.000 Total $850.000 31% Tendências As tendências são baseadas nos indicadores da Análise Horizontal e Vertical, pois através dos mesmos podemos perceber o quanto esta sendo investido na empresa e em quais contas ou componentes do Balanço Patrimonial, assim como qual a origem dos recursos para este investimento, ou seja, se provém de recursos de terceiros ou de recursos próprios. No Demonstrativo de Resultados, a análise vertical atinge seu ponto Máximo de utilidade, pois toda a atividade de uma empresa gira em torno das vendas, pois, são elas que mostrarão o quanto à empresa deve gastar com custos e despesas para a manutenção operacional da entidade. Portanto a vendas são igualadas a 100 e todos os demais itens têm seu percentual baseado ou calculado em relação às vendas, conforme quadro 5.3: Quadro Demonstrativo de Resultado ano 2.002 / Análise Vertical Receita de Vendas Líquidas $800.000,00 = 100% Custos Das Vendas $450.000,00 = 056% Lucro Bruto $350.000,00 = 044% Despesas Operacionais $220.000,00 = 028% Lucro Operacional $130.000,00 = 016% Imposto de Renda $32.500,00 = 004% Lucro líquido $97.500,00 = 012% Administração do Capital de Giro – Estratégias de Liquidez e Rentabilidade A necessidade de Capital de Giro é a chave para a administração financeira de uma empresa, assim como para as futuras estratégias de financiamento, crescimento e lucratividade. 6.1. Conceito de Capital de Giro Capital de Giro é valor que a empresa utiliza no seu dia a dia para pagamentos e desembolsos, devendo ser controlado através de planilhas denominadas fluxo de caixa. 6.2. Capital Circulante Líquido O Capital Circulante Líquido é a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante, conforme visto anteriormente, ou ainda a soma do Capital Circulante Próprio mais o Exigível de Longo Prazo. 6.3. Conceito de Capital Circulante Próprio O Capital Circulante Próprio é diferença entre o Patrimônio Líquido de uma entidade e a soma do Realizável de LongoPrazo mais o Ativo Permanente, o intuito deste é a verificação de quanto a empresa esta investindo de capital próprio em seu circulante, ao mesmo tempo em que analisa sua dependência de capital de terceiros de curto prazo para financiar seu giro. . A Necessidade do Capital de Giro Segundo Matarazzo (2.004), é a chave para a administração financeira de uma empresa. Fórmula da Necessidade de Capital de Giro NCG = ACO - PCO Onde: NCG - Necessidade de Capital de Giro ACO - Ativo Circulante Operacional PCO - Passivo Circulante Operacional Se ACO < PCO, há uma necessidade da empresa encontrar fontes adequadas de financiamento; Se ACO = PCO, não há necessidade da busca de financiamento para o giro e; Se ACO > PCO, há sobra de recursos, podendo a empresa aplicar no mercado financeiro ou expandir a empresa. As fontes de financiamento da necessidade de Capital de Giro são: Capital Circulante Próprio; Empréstimos e Financiamentos Bancários de longo prazo; Empréstimos Bancários de curto prazo e descontos de duplicata. Outra fórmula mais interessante é a seguinte: CCL + EBCP, onde: CCL: Capital Circulante Líquido e EBPC: Empréstimos Bancários de Curto Prazo Análise e Dimensionamento dos Investimentos em Capital de Giro Figura 6.1 Como localizar a Necessidade de capital de giro no Balanço Estoques Fornecedores Financiamento automático do giro que a empresa pode Contar. Este vazio mostra os financiamentos que a empresa precisa obter para financiar seu ativo Circulante Duplicata a Receber Outros Ativos Circulantes Valor total do Ativo Circulante: Representa o investimento total em giro. A necessidade de Capital de Giro na figura acima é financiada por três fontes: Duplicatas Descontadas e Empréstimos Bancários de Curto Prazo; Financiamentos Bancários de Longo Prazo, e; Parte do Patrimônio Líquido, ou seja, Capital Circulante Próprio. Dilema Risco X Retorno Os empresários ou sócios de empresas, assumem vários riscos no momento do empreendimento e o grande dilema ou questão é se a empresa conseguirá obter retorno dos investimentos aplicados pelos sócios, ou o risco é maior e talvez não seja vantajoso. Para responder esta pergunta, é necessária uma viabilização dos projetos, utilizando as ferramentas existentes necessárias para se obter ou projetar o retorno do investimento, ferramentas como Valor Presente do Investimento, Prazo de Retorno Presente, etc, oferecem certa garantia para o resultado ser positivo. Além disso, é necessária uma pesquisa bem orientada de mercado para alocação dos produtos, mercadorias ou serviços a serem prestado para a sociedade, pois por ser o principal objetivo a venda para obtenção de lucros, os empresários ou empreendedores necessitam ter uma visão clara das necessidades do mercado. E por fim, existe também a necessidade de se gostar do que se faz, pois, caso contrário, desmotivará o empreendedor. Abordagem do Equilíbrio Financeiro O equilíbrio financeiro de uma empresa está intrinsecamente ligado ao seu fluxo de caixa, existindo uma necessidade de controle efetivo das entradas e saídas de caixa. O equilíbrio se dará quando a empresa conseguir receber suas vendas em um prazo menor que o pagamento de suas dividas e/ou despesas. Para tanto é necessário que a empresa possua um sistema de fluxo de caixa claro, homogêneo e extremamente interligado com todos os departamentos, com um controle permanente do departamento financeiro. Administração de Fluxo de Caixa Muitas empresas vão à falência por não saberem administrar seu fluxo de caixa. Fluxo significa movimento e os principais objetivos da Demonstração do fluxo de caixa são: Avaliar alternativas de Investimentos; Avaliar e controlar ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na empresa, com reflexos monetários; Avaliar as situações presente e futura do caixa na empresa, posicionando-a para que não chegue a situações de iliquidez; Certificar que os excessos momentâneos de caixa estão sendo devidamente aplicados. A demonstração do fluxo líquido de caixa permite extrair importantes informações sobre o comportamento financeiro da empresa no exercício, podendo ser preparada facilmente fora da empresa, a partir das demonstrações financeiras publicadas pelas SA. As principais informações dessa demonstração referem-se à capacidade financeira da empresa de; Autofinanciamento das operações de compra, produção e vendas; Independência do sistema bancário no curto prazo; Gerar recursos para manter e expandir o nível de investimento; Amortizar dívidas bancárias de curto e de longo prazo. Indicadores PERÍODOS ÍNDICES FINANCEIROS Índices de Estrutura de Capitais Δ% PCT Participação de Capital de Terceiros (CT ÷ PL) x 100 CE Composição do Endividamento (PC÷ CT) x 100 IPL Imobilização do PL (AP ÷ PL) x 100 IRNC Imobilização de Recursos Não Correntes (AP ÷ (PL+ELP)x 100 Índices Liquidez Δ% LG Liquidez Geral (AC+RLP) ÷ (PC + ELP) LC Liquidez Corrente (AC ÷ PC) LS Liquidez Seca (AC – Estoque) ÷ PC Índices de Endividamento Geral Δ% GE Grau de Endividamento (P ÷ A x 100) TS Teste de Solvência (0,05 x RCP) + (1,65 x (AC + RLP) ÷ P) + (3,55 x LS) – (1,06 x LC) – (0,33 x P ÷ PL) ÍNDICES ECONÔMICOS Retorno dos Acionistas Δ% RCP Rentabilidade do Capital Próprio = (L. L. ÷ PL Médio x 100) Retorno Operacional Δ% ROI Retorno do Investimento Operacional = (Lucro Líquido Ajustado ÷ Ativo Operacional x 100) MDP Método Du Pont = (ML x GA) ML Margem de Lucro = (L. L. ÷ Receitas Líquidas x 100) GA Giro do Ativo = (Receita Líquida ÷ Ativo Operacional) GAF Grau de Alavancagem Financeira = RCP ÷ ROI DESEMPENHO OPERACIONAL PERÍODOS Δ% PMRE Prazo Médio de Renovação de Estoques = (Estoque ÷ CMV x 360 Dias) PMRV Prazo Médio de Recebimento das Vendas = (Média de Clientes ÷ Receitas de Vendas Brutas x 360 Dias) PMPC Prazo Médio de Pagamento das Compras = (Fornecedores ÷ Compra Anual x 360 Dias) Cálculo do Desempenho Operacional Ciclo Operacional = PMRE + PMRV Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional – PMPC Períodos Δ% Ciclo Operacional Ciclo Financeiro Capital Circulante Próprio (CCP) = {PL – (AP+RLP)} Capital Circulante Líquido (CCL) = (CCP + ELP) Necessidade de Capital de Giro (NCG) = (CCL + EBCP) Análise: BIBLIOGRAFIA FIPECAFI – Manual de Contabilidade Societária – Editora Atlas – 2010. Dante C. Matarazzo – Análise Financeira de Balanços – Editora Atlas – 2010. � Manual de Contabilidade Tributária – Atlas. �PAGE � �PAGE �13�
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