Buscar

materialestudo demontcontab

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons 
Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Fundamentos de finanças: análise técnica x análise 
fundamentalista1.
Contabilidade e seu impacto na tomada de decisão2.
Normas Internacionais de padronização das 
demonstrações financeiras3.
Estrutura das demonstrações financeiras obrigatórias, 
segundo Normas Brasileiras de Contabilidade4.
Sumário clicável
Sumário
CONCEITOS BÁSICOS DE 
FINANÇAS E ESTRUTURA DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
4
Voltar ao sum
ário
No primeiro percurso do componente 
curricular Estrutura e Análise das De-
monstrações Contábeis, estudaremos 
os conceitos básicos de finanças e es-
trutura das demonstrações contábeis. 
Neste sentido, iniciaremos o primeiro 
percurso com um circuito que fará você 
refletir sobre administração financeira, 
os principais modelos financeiros que 
constituem a Moderna Teoria de Finan-
ças, a dinâmica e a interdependência 
das decisões financeiras, análise ris-
co e retorno, bem como os modelos 
de avaliação utilizados para projetar o 
comportamento futuro de investimen-
to em ações: análise técnica e análise 
fundamentalista. A partir do entendi-
mento da necessidade de informações 
úteis para tomada de decisões, no se-
gundo circuito estudaremos a Conta-
bilidade e o seu impacto na tomada de 
decisão. Entenderemos a contabilidade 
como um modelo de representação da 
situação econômico-financeira de uma 
entidade que atende uma grande diver-
sidade de usuários da informação con-
tábil. Em seguida, faremos uma reflexão 
sobre assimetria de informações e as 
características qualitativas que a infor-
mação contábil precisa ter para atender 
aos seus propósitos. O terceiro circuito 
proporcionará a você o entendimento 
sobre as Normas Internacionais de pa-
dronização das demonstrações finan-
ceiras, bem como a necessidade desta 
padronização, suas vantagens e seus 
Olá
Voltar ao sum
ário
5
Fundamentos de finanças: análise técnica x análise 
fundamentalista1.
O processo de globalização tornou as economias mundiais mais interdependentes 
e elevou os riscos de mercado. As operações financeiras assumiram maior complexidade 
e reforçaram a necessidade das empresas de procurar posições protetoras e aperfeiçoar 
sua gestão de riscos, fazendo com que a administração financeira e suas ferramentas se 
destacassem.
A partir do raciocínio financeiro, as políticas econômicas, financeiras, sociais e 
ambientais são adotadas como respostas às várias demandas dos stakeholders, e 
somente se justificam se trouxerem alguma contribuição positiva no valor de mercado 
da empresa. Qualquer política adotada pela empresa só terá sentido se agregar valor 
econômico para seus acionistas, aqueles que assumem a maior parcela de risco no 
investimento. É o conceito capitalista de que a entidade deve remunerar o capital de risco, 
atraindo investidores que assumem os riscos e as incertezas do negócio e que gerarão, 
em consequência, benefícios a toda a sociedade e aos demais stakeholders. 
desafios. No último circuito, vamos es-
tudar a Estrutura das demonstrações 
financeiras obrigatórias, segundo Nor-
mas Brasileiras de Contabilidade. Leia 
os materiais com muita atenção, reali-
ze todas as atividades propostas para 
obter conhecimentos específicos em 
relação aos circuitos trabalhados neste 
percurso de aprendizagem, com base 
na teoria abordada que amadurecerá 
seus conhecimentos e mudará o modo 
de perceber a administração financeira 
e a contabilidade no seu dia a dia e no 
dia a dia das empresas....
Olá
Voltar ao sum
ário
6
IMPORTANTE:
Stakeholders são todos os agentes que atuam em uma organização 
e apresentam alguma capacidade de participar de seus esforços 
no sentido de atingir os objetivos traçados. De forma resumida, 
stakeholder é todo indivíduo (ou grupo de pessoas) que pode 
influenciar os objetivos de uma empresa e também pode ser 
influenciado por suas decisões. Exemplos de stakeholders: acionistas 
(controladores e minoritários), empregados, credores, fornecedores, 
clientes, consumidores, governo etc. 
Vamos, então, partir do pressuposto de que o objetivo da empresa seja maximizar a 
riqueza de seus proprietários (sócios ou acionistas). Para Gitman (2010), uma empresa 
pode ser vista como uma distribuidora de fluxos de caixa gerados com base nas decisões 
financeiras tomadas, a partir de orientações de um modelo de gestão adotado.
Assaf Neto (2020) destaca que decisões financeiras, na Moderna Teoria de Finanças, 
são tomadas a partir de uma base teórica positiva, na qual são avaliadas as possíveis 
consequências para atingir o objetivo de agregação de valor. Considerando esta visão, 
imagine que toda ação deve ser analisada a partir de sua contribuição ao objetivo da 
empresa, como as decisões podem alterar a sua relação risco-retorno.
A Moderna Teoria de Finanças revelou-se a partir da década de 1950, baseada em 
diversos estudos de Finanças Corporativas e Gestão de Portfólio e Risco. O foco das 
finanças passou de normativo para um enfoque de pesquisa positiva, questionadora dos 
resultados, em que são analisados os efeitos das decisões financeiras sobre o valor da 
empresa (ASSAF NETO, 2020).
São destacados no quadro 1 a seguir os principais modelos financeiros desenvolvidos a 
partir da década de 1950 , os quais constituem a Moderna Teoria de Finanças.
Quadro 1- Principais modelos financeiros que constituem a Moderna Teoria de Finanças
Voltar ao sum
ário
7
Fonte: Assaf Neto (2020), adaptado por NTE/Unifor.
Assaf Neto (2010) define a administração financeira como um campo de estudo 
teórico e prático que objetiva, essencialmente, assegurar um melhor e mais eficiente 
processo empresarial de captação e alocação de recursos de capital. Nesse contexto, a 
Voltar ao sum
ário
8
administração financeira envolve-se tanto com a problemática da escassez de recursos 
quanto com a realidade operacional e prática da gestão financeira das empresas, 
assumindo uma definição de maior amplitude.
A área financeira tem apresentado no mundo contemporâneo uma postura mais 
questionadora e reveladora em relação ao comportamento do mercado em geral e ao 
processo de tomada de decisões empresariais (ASSAF NETO, 2020; GITAMAN 2010). 
Neste contexto, a contabilidade, tida como a linguagem dos negócios, possui um papel 
fundamental no fornecimento de informações cruciais ao processo decisório. 
As responsabilidades da administração financeira são mais intensas ainda nos últimos 
tempos, visto que estamos vivenciando uma crise financeira e os reflexos da pandemia do 
COVID 19, em que se têm observado elevadas taxas juros e escassez de recursos, o que 
exige do administrador financeiro habilidades estratégicas para alinhar risco e retorno 
para garantir a sustentabilidade dos negócios. 
AS FUNÇÕES E A DINÂMICA DAS DECISÕES FINANCEIRAS
Dentro do ambiente empresarial, a administração financeira volta-se basicamente para as 
funções apresentadas no quadro 2:
Quadro 2 - Funções da administração financeira 
Fonte: Assaf Neto (2020) e Gitman (2010), adaptado por NTE/Unifor.
Voltar ao sum
ário
9
A dinâmica das decisões financeiras relacionada ao balanço patrimonial pode ser 
percebida ao analisarmos figura 1. 
Figura 1 - Dinâmica das decisões financeiras
Fonte: Assaf Neto (2020), adaptado por NTE/Unifor.
Ao basear-se nas funções financeiras enunciadas, qualquer que seja a natureza de 
sua atividade operacional, uma empresa é avaliada como tomadora de duas grandes 
decisões financeiras: decisão de investimento – aplicações de recursos – e decisão de 
financiamento – captações de recursos. Uma terceira decisão que envolve a alocação do 
resultado líquido da empresa, também conhecida por decisão de dividendos, é geralmente 
incluída na área de financiamento por representar, em última análise, uma alternativa de 
financiar suas atividades (ASSAF NETO, 2020).
Dividendo é uma decisão que envolve, fundamentalmente, a distribuição de 
parte dos lucros aos acionistas,ou o custo de oportunidade de manter esses 
valores retidos, visando lastrear seus negócios.
As decisões financeiras são tomadas pelas empresas de forma contínua e inevitável. A 
decisão de investimento, considerada como a mais importante de todas, envolve todo o 
processo de identificação, avaliação e seleção das alternativas de aplicações de recursos 
na expectativa de se auferirem benefícios econômicos futuros. Por não se ter certeza da 
realização futura de lucros, a decisão de investimento envolve risco, devendo ser avaliada 
em termos da relação risco-retorno.
Voltar ao sum
ário
10
Perceba que, na prática, as empresas têm ao seu dispor variadas fontes de 
captação, tais como fornecedores, instituições financeiras, acionistas etc., 
as quais apresentam diferentes condições de custo, amortizações, prazos e 
garantias exigidas. Essas condições devem ser combinadas de forma a adequar 
o passivo às características de rentabilidade e liquidez das aplicações desses 
recursos (ativo ou investimentos).
Essas duas grandes áreas de decisão das empresas devem apresentar-se de 
maneira bastante integradas entre si. Enquanto as decisões de financiamento 
descrevem as taxas de retorno exigidas pelos detentores de capital, as 
oportunidades de investimento centram suas principais avaliações nos retornos 
esperados. Estabelecem-se, em essência, um portfólio de oferta de fundos 
disponíveis para investimento e outro de alternativas de aplicação desses 
valores, devendo ocorrer, para a atratividade do negócio, uma taxa de retorno 
esperada superior ao custo do financiamento (ASSAF NETO, 2020).
 
Relação risco e retorno em finanças
O risco é um custo sempre presente nos negócios, devendo, por conseguinte, ser 
quantificado. Assaf Neto (2020) afirma que, em Finanças, o risco pode ser entendido 
como uma medida de incerteza associada aos retornos esperados de uma decisão de 
investimento. Dois importantes fatores determinam influências sobre o grau de risco de 
um ativo: volatilidade dos retornos e maturidade. 
IMPORTANTE:
Entenda Volatilidade e Maturidade: 
A volatilidade exprime a frequência de flutuações verificadas em um 
fluxo de retornos e resultados futuros. Por exemplo, a sequência de 
taxas de retornos anuais do ativo A de, respectivamente, 8,9%, 8,7% 
e 8,6%, apresenta-se menos volátil (menor risco) que os resultados 
apresentados pelo ativo B, com taxas anuais de 8,2%, 10,0% e 14,4%, 
cuja flutuação é bem maior.
Outro fator determinante do risco é a maturidade do ativo, ou seja, 
o seu prazo de vencimento. Todo aplicador atribui maior valor ao 
dinheiro disponível hoje do que em alguma data futura. Quando um 
investimento é realizado, sempre existe o risco de o aplicador não 
recuperar o capital aplicado. E quanto maior se apresentar o seu 
prazo de recuperação financeira, mais alto se apresenta o risco da 
alternativa, devendo o investidor ser adequadamente remunerado 
pela incerteza (ASSAF NETO, 2020).
 
Todo investimento deve recompensar os riscos oferecidos. Toda decisão financeira 
racional é formada com base na análise da relação de risco e retorno. 
Voltar ao sum
ário
11
Autores como Assaf Neto (2020) e Gitman (2010) afirmam que os investimentos 
não costumam oferecer certeza com relação aos seus resultados futuros, 
podendo gerar altos e baixos retornos. 
Quando os resultados não flutuam muito, entende-se que a decisão apresenta 
baixo risco. Por exemplo, aplicações em títulos de renda fixa costumam produzir 
retornos mais estáveis e previsíveis do que os retornos em ações, sendo, por 
isso, admitidas como de mais baixo risco. 
Por outro lado, aplicações em ativos com retornos incertos, mais voláteis, são 
admitidas como menos seguras, assumindo maior grau de risco.
Uma possível solução seria, para um mesmo nível de risco, o investidor racional 
seleciona a alternativa de investimento de maior retorno esperado. De outra 
forma, se dois ou mais investimentos apresentarem o mesmo retorno esperado, 
a escolha será daquele que oferecer a menor volatilidade.
 
Não há como se esperar altos retornos de ativos de baixo risco. Maior grau de 
risco deve oferecer maior retorno ao investidor, de maneira a compensá-lo pelo negócio 
mais arriscado. Ao procurar melhores ganhos, o investidor deve incorrer em maior risco. 
A relação entre o risco e retorno é proporcional, devendo sempre ser oferecida uma 
compensação adicional pelo maior risco (ASSAF NETO, 2020; GITMAN, 2010).
Interdependência econômica e financeira
Gitman (2010) e Matias (2017) afirmam que, por meio do desempenho operacional 
ou resultado operacional (APARECE A CAIXA EXPLICANDO O QUE É RESULTADO 
OPERACIONAL), em que é discutida a viabilidade econômica de um empreendimento; 
o lucro operacional define, mais precisamente, os limites de remuneração das fontes de 
capital da empresa; as decisões de investimento são avaliadas, de maneira incremental, 
com base em valores operacionais de caixa; e assim por diante.
Voltar ao sum
ário
12
O resultado operacional, em linhas gerais, representa a geração operacional de 
caixa da companhia, ou seja, o quanto a empresa gera de recursos apenas em 
suas atividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos financeiros 
e de impostos.
O indicador pode ser utilizado na análise da origem dos resultados das empresas 
e, por eliminar os efeitos dos financiamentos e decisões contábeis, pode medir 
com mais precisão a produtividade e a eficiência do negócio.
A sigla EBITDA significa Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and 
Amortization, cuja tradução é Lucro Antes dos Juros, dos Impostos, da 
Depreciação e da Amortização, cuja sigla em português é LAJIDA. Na prática, 
é um dos indicadores utilizados para analisar o desempenho financeiro 
operacional (de geração de caixa) da empresa.
Assim, para a tomada de decisões financeiras, dois fatores e dois tipos de riscos devem 
ser considerados, conforme o Quadro 3:
Quadro 3 - Fatores e tipos de riscos que devem ser considerados na tomada de decisões.
Fonte: Gitman (2010), adaptado por NTE/Unifor.
Voltar ao sum
ário
13
As decisões de administração financeira envolvem riscos na busca de gerir os riscos e 
podem ser utilizados modelos de mensuração e aspectos da moderna teoria do portfólio.
Lucro contábil e lucro econômico
No conceito mais amplo, o lucro pode ser entendido como o retorno em excesso de um 
investimento em relação aos gastos produzidos pela decisão financeira. O lucro contábil 
apura o resultado da empresa pela simples diferença entre as receitas totais auferidas e 
o total dos custos e despesas incorridos em determinado período. O resultado contábil 
prioriza os valores explícitos da operação, não levando em consideração o custo de 
oportunidade (implícito) do capital investido. O lucro econômico, ao contrário, considera a 
remuneração esperada pelo risco em seu cálculo, mensurada pelo custo de oportunidade 
do capital investido, como podemos observar no quadro 4.
O custo de oportunidade é explicado pelo retorno da melhor alternativa de 
investimento disponível a que se renuncia ao se decidir por outra. É o que se 
ganha ou se perde ao selecionar determinado investimento em detrimento de 
outro. É importante acrescentar que a comparação de retorno deve ocorrer entre 
alternativas de investimentos de mesmo risco. 
Por exemplo: o custo de oportunidade de se investir no Investimento A pode ser 
definido pelo que se deixou de ganhar ao não aplicar os recursos no Investimento 
B, considerado de risco similar.
Quanto maior o risco e, consequentemente, o custo de capital, mais elevado 
deve ser o retorno do investimento, de maneira a remunerar adequadamente 
a incerteza associada ao negócio. Por exemplo, os setores financeiros e de 
tecnologia devem oferecer aos seus acionistas uma taxa de retorno maior 
determinada pelo maior risco em relação a setores de mais baixo risco, como 
saneamento básico, alimentos e bebidas. O lucro genuíno é calculado deduzindo-
se das receitas de vendas todos os gastos incorridos,inclusive a remuneração 
exigida pelo risco do negócio.
 
Voltar ao sum
ário
14
Quadro 4 - Lucro contábil x Lucro econômico
Fonte: Elaborado pelo autor (2021), adaptado por NTE/Unifor.
O lucro econômico será obtido sempre que as receitas de vendas superarem todos os 
custos explícitos e também o custo de oportunidade do capital investido.
Uma empresa pode ter lucro contábil e perda econômica sempre que o resultado apurado 
não for suficiente para remunerar a taxa mínima de retorno exigida pelo risco do negócio. 
Uma empresa com perspectivas de perda econômica em longo prazo revela sinais de 
descontinuidade futura. Por ser o custo de oportunidade ignorado pela Contabilidade, o 
lucro econômico tende a ser menor que o lucro contábil.
MODELOS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS NO MERCADO ACIONÁRIO|: ANÁLISE 
TÉCNICA E ANÁLISE FUNDAMENTALISTA
Quando um investidor faz a opção por investir em ações, é racional que essa decisão 
deve ser precedida de uma análise das expectativas dos rendimentos a serem auferidos 
ao longo do tempo, bem como os riscos desse investimento. Neste sentido, o investidor 
busca selecionar ferramentas que possam possibilitar a seleção de alternativas de 
investimentos que venham atender às suas expectativas. 
Os modelos ou critérios de análise de investimentos no mercado acionário podem 
ser utilizados para avaliar o comportamento futuro dos ativos financeiros (ações), 
oferecendo, assim, um suporte ao processo de seleção de alternativas de investimentos. 
Assim sendo, podem ser adotados dois critérios de análise para investimento em ações: 
análise técnica e análise fundamentalista. 
Voltar ao sum
ário
15
Análise Técnica
A análise técnica, também conhecida por análise gráfica, dedica-se a estabelecer projeções 
sobre o comportamento das ações a partir de padrões observados no desempenho 
passado do mercado.
A análise é desenvolvida por meio do estudo do comportamento das ações no mercado, 
sendo considerados, principalmente, os parâmetros de oferta e a procura desses papéis 
e a evolução de suas cotações. A partir desse conhecimento de preços e volumes 
transacionados, são efetuadas projeções sobre o desempenho futuro dos preços das 
ações (GITMAN, 2010, ASSAF NETO, 2020, INFOMONEY, 2021).
A hipótese implícita na análise técnica é que as variações nos preços das ações guardam 
uma relação entre si, descrevendo uma tendência de mercado. Dessa forma, pelas 
movimentações de preços passadas, é possível explicar suas evoluções futuras. Não 
há uma preocupação formal na análise técnica com as causas que determinam certos 
movimentos nos preços do mercado de ações, sendo a atenção direcionada às oscilações 
apresentadas como forma de predizer o futuro (ASSAF NETO, 2020).
A análise técnica parte da premissa de que os gráficos que mapeiam as oscilações de 
cotações e tendências nos preços de ações são capazes de proporcionar ao analista 
a visão e a seleção das melhores oportunidades de investimentos. Gonsales (2021) 
apresenta três tendências principais que um ativo pode ter em um momento, conforme 
o quadro 5. 
Quadro 5 - Principais tendências e características do ativo
Fonte: Elaboração própria, com base em Gonsales (2021), adaptado por NTE/Unifor.
Existem três gráficos que o investidor pode usar para entender a evolução do preço de 
uma ação no tempo: gráfico de linhas; gráfico de barras; e candlestick.
O Candlestick é um método de representação de gráficos amplamente utilizado 
no mercado de ações. Cada candle é formado por quatro pontos relativos a um 
determinado período (dia, hora, minuto, mês, etc.) que se está analisando: o 
preço de abertura, de fechamento, a máxima e a mínima. 
(FONTE: Bússola do Investidor, 2021)
 
Voltar ao sum
ário
16
Indicadores da análise técnica
Para saber quando há uma mudança de tendência apenas observando o gráfico, os 
analistas técnicos identificam uma série de padrões.
Quadro 6 - indicadores da análise técnica
Engolfo de Alta
Engolfo de alta
Entre os padrões de mudança de tendência para alta alguns 
são nomes bastante famosos, como o engolfo, que ocorre 
quando a mínima, a máxima e todo o corpo do candle de um 
período são mais relevantes que o candle do período anterior. 
Sinal de que a ação deve começar a subir.
Engolfo de Baixa
Engolfo de baixa
Os padrões de baixa mais famosos são o engolfo em que a 
máxima registrada em um pregão é maior que a da sessão 
anterior, mas o ativo fecha em baixa com uma mínima 
menor que a do dia anterior.
Martelo
Martelo O martelo, que é um candle com longa sombra para baixo, em torno de 2,5 vezes maior que o corpo do candle. Entre 
outras figuras.
Estrela cadente
Estrela cadente
A estrela cadente, que é como um martelo, 
porém invertido. Entre outras figuras.
Média Móvel nos
preços e volumes
Médias Móveis
Um dos indicadores mais utilizados em análise técnica é o 
de médias móveis. Como o próprio nome diz, ele funciona 
tirando a média dos preços de um ativo durante um 
determinado período.
Por exemplo, um traçado de médias móveis de dois dias é 
formado pelos preços médios do papel nos dois dias 
anteriores. Ao colocar em um gráfico de candlestick, as 
médias móveis aparecem como linhas que evoluem 
junto com a cotação do ativo.
Toques nas bandas
tendência de alta
Bandas de Bollinger
INDICADORES DA ANÁLISE TÉCNICA
O mais famoso e mais utilizado é o de suporte e 
resistência. 
Os suportes são regiões de preço que costumam atrair 
compradores sempre que a ação atinge aquele patamar. 
Ou seja, o papel sobe após atingir aquela cotação.
As resistências, ao contrário, são regiões de preços que 
costumam atrair vendas. Ou seja, a ação geralmente cai 
após bater naquela cotação.
Uma regra importante na análise técnica é a da bipolari-
dade, que significa que o suporte, quando rompido se 
torna uma resistência e a resistência, quando superada, 
torna-se um suporte.
Indicador Gráfico
Suporte e resistência
Figuras de 
alta/baixa
Há também as figuras formadas pelos candles, que geralmente são 
seguidos por uma alteração no comportamento dos preços.
Suporte e resistência
Índice de Força
Relativa (IFR)
nov/2020 dez/2020
35,00 B
69,66
-25,00 B
30,00
15,00 B
O Índice de Força Relativa (IFR) é um oscilador, cujo objetivo principal é mostrar regiões de sobrecompra ou 
sobrevenda de um ativo. Ele relaciona a média das cotações nos últimos “n” dias em que o papel subiu dividido 
por “n” com a média nos últimos “n” dias em que a ação caiu também dividida por “n”.
A escala de variação do IFR é de 0 a 100 e a região considerada como sobrecompra, onde o papel tende a cair para voltar 
a um padrão razoável de negociação, é acima de 70. Já a zona chamada de sobrevenda, na qual a ação deve subir, é aquela
abaixo de 30.
O IFR aparece como um traçado dentro de uma escala na parte de baixo de um gráfico.
Projeção de Fibonacci
Projeção de Fibonacci
Baseado nas conclusões do matemático Leonardo Fibonacci, a partir do estudo do 
crescimento de uma população de coelhos no século XIII, o método de Fibonacci 
na análise técnica se apropria da proporção áurea (1,618) para indicar a magnitude 
do próximo movimento de impulsão ou correção de um ativo.
Chama-se impulsão o movimento a favor da tendência, como uma alta dentro de 
uma tendência ascendente ou uma queda em uma tendência descendente. Já as 
correções são os movimentos de queda dentro de uma tendência de alta ou de alta 
dentro de uma tendência de queda.
Ao se projetar Fibonacci em um gráfico, o investidor pode traçar o tamanho da 
impulsão anterior, a partir do seu fundo ou topo para tentar prever para onde vai o 
papel na trajetória atual.
Voltar ao sum
ário
17
Engolfo de Alta
Engolfo de alta
Entre os padrões de mudança de tendência para alta alguns 
são nomes bastante famosos, como o engolfo, que ocorre 
quando a mínima, a máxima e todo o corpo do candle de um 
período são mais relevantes que o candle do período anterior. 
Sinal de que a ação deve começar a subir.
Engolfo de Baixa
Engolfo de baixa
Os padrõesde baixa mais famosos são o engolfo em que a 
máxima registrada em um pregão é maior que a da sessão 
anterior, mas o ativo fecha em baixa com uma mínima 
menor que a do dia anterior.
Martelo
Martelo O martelo, que é um candle com longa sombra para baixo, em torno de 2,5 vezes maior que o corpo do candle. Entre 
outras figuras.
Estrela cadente
Estrela cadente
A estrela cadente, que é como um martelo, 
porém invertido. Entre outras figuras.
Média Móvel nos
preços e volumes
Médias Móveis
Um dos indicadores mais utilizados em análise técnica é o 
de médias móveis. Como o próprio nome diz, ele funciona 
tirando a média dos preços de um ativo durante um 
determinado período.
Por exemplo, um traçado de médias móveis de dois dias é 
formado pelos preços médios do papel nos dois dias 
anteriores. Ao colocar em um gráfico de candlestick, as 
médias móveis aparecem como linhas que evoluem 
junto com a cotação do ativo.
Toques nas bandas
tendência de alta
Bandas de Bollinger
INDICADORES DA ANÁLISE TÉCNICA
O mais famoso e mais utilizado é o de suporte e 
resistência. 
Os suportes são regiões de preço que costumam atrair 
compradores sempre que a ação atinge aquele patamar. 
Ou seja, o papel sobe após atingir aquela cotação.
As resistências, ao contrário, são regiões de preços que 
costumam atrair vendas. Ou seja, a ação geralmente cai 
após bater naquela cotação.
Uma regra importante na análise técnica é a da bipolari-
dade, que significa que o suporte, quando rompido se 
torna uma resistência e a resistência, quando superada, 
torna-se um suporte.
Indicador Gráfico
Suporte e resistência
Figuras de 
alta/baixa
Há também as figuras formadas pelos candles, que geralmente são 
seguidos por uma alteração no comportamento dos preços.
Suporte e resistência
Índice de Força
Relativa (IFR)
nov/2020 dez/2020
35,00 B
69,66
-25,00 B
30,00
15,00 B
O Índice de Força Relativa (IFR) é um oscilador, cujo objetivo principal é mostrar regiões de sobrecompra ou 
sobrevenda de um ativo. Ele relaciona a média das cotações nos últimos “n” dias em que o papel subiu dividido 
por “n” com a média nos últimos “n” dias em que a ação caiu também dividida por “n”.
A escala de variação do IFR é de 0 a 100 e a região considerada como sobrecompra, onde o papel tende a cair para voltar 
a um padrão razoável de negociação, é acima de 70. Já a zona chamada de sobrevenda, na qual a ação deve subir, é aquela
abaixo de 30.
O IFR aparece como um traçado dentro de uma escala na parte de baixo de um gráfico.
Projeção de Fibonacci
Projeção de Fibonacci
Baseado nas conclusões do matemático Leonardo Fibonacci, a partir do estudo do 
crescimento de uma população de coelhos no século XIII, o método de Fibonacci 
na análise técnica se apropria da proporção áurea (1,618) para indicar a magnitude 
do próximo movimento de impulsão ou correção de um ativo.
Chama-se impulsão o movimento a favor da tendência, como uma alta dentro de 
uma tendência ascendente ou uma queda em uma tendência descendente. Já as 
correções são os movimentos de queda dentro de uma tendência de alta ou de alta 
dentro de uma tendência de queda.
Ao se projetar Fibonacci em um gráfico, o investidor pode traçar o tamanho da 
impulsão anterior, a partir do seu fundo ou topo para tentar prever para onde vai o 
papel na trajetória atual.
Voltar ao sum
ário
18
Engolfo de Alta
Engolfo de alta
Entre os padrões de mudança de tendência para alta alguns 
são nomes bastante famosos, como o engolfo, que ocorre 
quando a mínima, a máxima e todo o corpo do candle de um 
período são mais relevantes que o candle do período anterior. 
Sinal de que a ação deve começar a subir.
Engolfo de Baixa
Engolfo de baixa
Os padrões de baixa mais famosos são o engolfo em que a 
máxima registrada em um pregão é maior que a da sessão 
anterior, mas o ativo fecha em baixa com uma mínima 
menor que a do dia anterior.
Martelo
Martelo O martelo, que é um candle com longa sombra para baixo, em torno de 2,5 vezes maior que o corpo do candle. Entre 
outras figuras.
Estrela cadente
Estrela cadente
A estrela cadente, que é como um martelo, 
porém invertido. Entre outras figuras.
Média Móvel nos
preços e volumes
Médias Móveis
Um dos indicadores mais utilizados em análise técnica é o 
de médias móveis. Como o próprio nome diz, ele funciona 
tirando a média dos preços de um ativo durante um 
determinado período.
Por exemplo, um traçado de médias móveis de dois dias é 
formado pelos preços médios do papel nos dois dias 
anteriores. Ao colocar em um gráfico de candlestick, as 
médias móveis aparecem como linhas que evoluem 
junto com a cotação do ativo.
Toques nas bandas
tendência de alta
Bandas de Bollinger
INDICADORES DA ANÁLISE TÉCNICA
O mais famoso e mais utilizado é o de suporte e 
resistência. 
Os suportes são regiões de preço que costumam atrair 
compradores sempre que a ação atinge aquele patamar. 
Ou seja, o papel sobe após atingir aquela cotação.
As resistências, ao contrário, são regiões de preços que 
costumam atrair vendas. Ou seja, a ação geralmente cai 
após bater naquela cotação.
Uma regra importante na análise técnica é a da bipolari-
dade, que significa que o suporte, quando rompido se 
torna uma resistência e a resistência, quando superada, 
torna-se um suporte.
Indicador Gráfico
Suporte e resistência
Figuras de 
alta/baixa
Há também as figuras formadas pelos candles, que geralmente são 
seguidos por uma alteração no comportamento dos preços.
Suporte e resistência
Índice de Força
Relativa (IFR)
nov/2020 dez/2020
35,00 B
69,66
-25,00 B
30,00
15,00 B
O Índice de Força Relativa (IFR) é um oscilador, cujo objetivo principal é mostrar regiões de sobrecompra ou 
sobrevenda de um ativo. Ele relaciona a média das cotações nos últimos “n” dias em que o papel subiu dividido 
por “n” com a média nos últimos “n” dias em que a ação caiu também dividida por “n”.
A escala de variação do IFR é de 0 a 100 e a região considerada como sobrecompra, onde o papel tende a cair para voltar 
a um padrão razoável de negociação, é acima de 70. Já a zona chamada de sobrevenda, na qual a ação deve subir, é aquela
abaixo de 30.
O IFR aparece como um traçado dentro de uma escala na parte de baixo de um gráfico.
Projeção de Fibonacci
Projeção de Fibonacci
Baseado nas conclusões do matemático Leonardo Fibonacci, a partir do estudo do 
crescimento de uma população de coelhos no século XIII, o método de Fibonacci 
na análise técnica se apropria da proporção áurea (1,618) para indicar a magnitude 
do próximo movimento de impulsão ou correção de um ativo.
Chama-se impulsão o movimento a favor da tendência, como uma alta dentro de 
uma tendência ascendente ou uma queda em uma tendência descendente. Já as 
correções são os movimentos de queda dentro de uma tendência de alta ou de alta 
dentro de uma tendência de queda.
Ao se projetar Fibonacci em um gráfico, o investidor pode traçar o tamanho da 
impulsão anterior, a partir do seu fundo ou topo para tentar prever para onde vai o 
papel na trajetória atual.
Fonte: Adaptado de infomoney (2021). Disponível em: https://www.infomoney.com.br/guias/analise-
tecnica/ 
https://www.infomoney.com.br/guias/analise-tecnica/
https://www.infomoney.com.br/guias/analise-tecnica/
Voltar ao sum
ário
19
Análise Fundamentalista
A análise fundamentalista adota a hipótese da existência de um valor intrínseco para 
cada ação, com base nos resultados apurados pela empresa emitente. O estudo dessa 
análise está baseado no desempenho econômico e financeiro da empresa e processa, 
ainda, sofisticadas avaliações e comparações setoriais, bursáteis e conjunturais. 
A técnica fundamentalista considera a análise das variáveis internas e externas à empresa, 
as quais exerceram influências sobre seu desempenho e, em consequência, sobre o 
valor intrínseco de suas ações. Os principais subsídios desse critério de análise são os 
demonstrativos financeiros da empresa e os diversos dados e informações referentes ao 
setor econômico de atividade, ao mercadoacionário e à conjuntura econômica. De posse 
deste elenco de informações, são aplicados modelos quantitativos e financeiros com o 
objetivo de relacionar as decisões de compra ou venda de determinada ação com seu 
valor de mercado (MURPHY 2021, ASSAF NETO, 2020).
Os índices financeiros são calculados a partir das demonstrações financeiras e 
possibilitam medir a eficiência operacional da empresa. Um índice representa uma 
relação entre contas ou grupos de contas das demonstrações financeiras, que visa 
evidenciar determinado aspecto da situação patrimonial, econômica ou financeira da 
entidade. (PEREZ JUNIOR, 2020). O quadro 6 apresenta os principais Indicadores para 
análise econômico e financeira.
Quadro 7 - Principais Indicadores para análise econômica e financeira
ÍNDICE FÓRMULA O QUE INDICA ANÁLISE
Análise da Estrutura de Capital
Análise da Estrutura de Capital
Análise da Rentabilidade
Legendas
Participação de Capitais 
de Terceiros (Endividamento)
Quanto a empresa tomou de capitais de 
terceiros (PC+PNC) para cada $1,00 de 
capital próprio (PL).CT/PL
 PC/CT
 ANC/PL
 ANC/(PL + PNC)
Quanto a empresa possui de dívidas de curto 
prazo (PC) para cada $1,00 de dívidas totais (PC 
+ PNC).
Quanto a empresa investiu em ativo não circulante 
para cada $1,00 de capital próprio (PL).
Quanto a empresa investiu em ativo não circulante 
para cada $1,00 de recursos não correntes (PL + 
PNC).
Composição do
 Endividamento
Imobilização do 
Patrimônio Líquido
Imobilização dos Recursos
não Correntes
Liquidez Geral
Liquidez Corrente
Liquidez Seca
Liquidez Imediata
Giro do Ativo
Margem Líquida
Rentabilidade do Ativo
Rentabilidade do PL
CT= CAPITAL DE TERCEIROS= PC + PNC
VL= VENDAS LÍQUIDAS
PNC= PASSIVO NÃO CIRCULANTE
PL= PATRIMÔNIO LÍQUIDO
AT= ATIVO TOTALPC= PASSIVO CIRCULANTE
LL= LUCRO LÍQUIDO
AP= ATIVO PERMANENTE = 
(Investimento+ Imobilizado
+Intangível)
Q
UA
N
TO
 M
A
IO
R, M
ELH
O
R
Q
UA
N
TO
 M
A
IO
R, M
ELH
O
R
Q
UA
N
TO
 M
EN
O
R, M
ELH
O
R
VL/AT
LL/VL
 LL/AT
 LL/PL médio Quanto a empresa obteve de lucro para cada $1,00 de capital próprio médio investido no exercício.
Quanto a empresa obteve de lucro para cada $1,00 
de investimento total.
Quanto a empresa obteve de lucro para cada $1,00 
de vendas líquidas.
Quanto a empresa vendeu para cada $1,00 de 
investimento total.
Indica quanto a empresa possui em ativos de curto 
e longo prazos para cada $1,00 de dívida total com 
terceiros.
Indica quanto a empresa possui em ativos de curto 
prazo para cada $1,00 de dívida de curto prazo.
Indica quanto a empresa possui em seus ativos mais 
líquidos disponível, aplicações financeiras e valores 
a receber de clientes - para cada $ de dívida no 
passivo circulante.
Disponível/ PC
AC- Estoques)/PC
AC/PC
LG = (AC+ARLP)
/(PC+PNC)
Voltar ao sum
ário
20
ÍNDICE FÓRMULA O QUE INDICA ANÁLISE
Análise da Estrutura de Capital
Análise da Estrutura de Capital
Análise da Rentabilidade
Legendas
Participação de Capitais 
de Terceiros (Endividamento)
Quanto a empresa tomou de capitais de 
terceiros (PC+PNC) para cada $1,00 de 
capital próprio (PL).CT/PL
 PC/CT
 ANC/PL
 ANC/(PL + PNC)
Quanto a empresa possui de dívidas de curto 
prazo (PC) para cada $1,00 de dívidas totais (PC 
+ PNC).
Quanto a empresa investiu em ativo não circulante 
para cada $1,00 de capital próprio (PL).
Quanto a empresa investiu em ativo não circulante 
para cada $1,00 de recursos não correntes (PL + 
PNC).
Composição do
 Endividamento
Imobilização do 
Patrimônio Líquido
Imobilização dos Recursos
não Correntes
Liquidez Geral
Liquidez Corrente
Liquidez Seca
Liquidez Imediata
Giro do Ativo
Margem Líquida
Rentabilidade do Ativo
Rentabilidade do PL
CT= CAPITAL DE TERCEIROS= PC + PNC
VL= VENDAS LÍQUIDAS
PNC= PASSIVO NÃO CIRCULANTE
PL= PATRIMÔNIO LÍQUIDO
AT= ATIVO TOTALPC= PASSIVO CIRCULANTE
LL= LUCRO LÍQUIDO
AP= ATIVO PERMANENTE = 
(Investimento+ Imobilizado
+Intangível)
Q
UA
N
TO
 M
A
IO
R, M
ELH
O
R
Q
UA
N
TO
 M
A
IO
R, M
ELH
O
R
Q
UA
N
TO
 M
EN
O
R, M
ELH
O
R
VL/AT
LL/VL
 LL/AT
 LL/PL médio Quanto a empresa obteve de lucro para cada $1,00 de capital próprio médio investido no exercício.
Quanto a empresa obteve de lucro para cada $1,00 
de investimento total.
Quanto a empresa obteve de lucro para cada $1,00 
de vendas líquidas.
Quanto a empresa vendeu para cada $1,00 de 
investimento total.
Indica quanto a empresa possui em ativos de curto 
e longo prazos para cada $1,00 de dívida total com 
terceiros.
Indica quanto a empresa possui em ativos de curto 
prazo para cada $1,00 de dívida de curto prazo.
Indica quanto a empresa possui em seus ativos mais 
líquidos disponível, aplicações financeiras e valores 
a receber de clientes - para cada $ de dívida no 
passivo circulante.
Disponível/ PC
AC- Estoques)/PC
AC/PC
LG = (AC+ARLP)
/(PC+PNC)
Fonte: Matarazzo (2010), adaptado por NTE/Unifor.
A partir da análise dos índices é que o usuário poderá ter conhecimento da situação 
financeira do negócio. A coleta e a organização das informações precisas são 
imprescindíveis para manter a empresa no mercado.
PREVISÃO TÉCNICA x FUNDAMENTALISTA
Enquanto a análise técnica foca o estudo da ação do mercado, a análise fundamentalista 
foca as forças econômicas da oferta e demanda que fazem os preços subir, descer ou se 
estabilizar. Para Murphy (2021), a abordagem fundamentalista analisa todos os fatores 
relevantes que afetam os preços no mercado a fim de determinar o valor intrínseco desse 
mercado. O valor intrínseco é o que o ponto de vista fundamentalista indica como sendo o 
verdadeiro valor de algo com base na lei da oferta e demanda. Se esse valor intrínseco for 
menor que o preço atual de mercado, este está sobrevalorizado, e deve ser vendido. Se o 
preço de mercado for menor que o valor intrínseco, então o mercado está subvalorizado, 
e deve ser comprado.
Ambas as abordagens à previsão de mercado tentam resolver o mesmo problema, isto é, 
determinar a provável direção que os preços seguirão. Para Murphy (2021), elas apenas 
tratam a questão a partir de pontos de vista diferentes. Os fundamentalistas estudam 
a causa do movimento do mercado, enquanto os técnicos analisam o efeito. O técnico, 
naturalmente, acredita que o efeito é tudo o que ele precisa saber e que as razões, ou as 
causas, são desnecessárias. O fundamentalista sempre precisa saber o porquê.
Voltar ao sum
ário
21
Contabilidade e seu impacto na tomada de decisão2.
Assaf Neto (2020) comenta que o processo decisório exerce uma forte influência no 
sucesso de toda empresa que vem assumindo complexidade e riscos cada vez maiores na 
economia. Desequilíbrios nas taxas de juros, desajustes de mercado, ausência de poupança 
de longo prazo, intervenções nas regras de mercado da economia, comportamento das 
taxas de inflação, desafios do crescimento da economia, entre outros aspectos, vêm 
exigindo uma capacidade mais questionadora e analítica das unidades decisórias. 
Ao considerarmos que processo decisório implica na seleção de alternativas que 
propiciem a continuidade de um negócio, podemos afirmar que a qualidade das decisões 
é influenciada pelas informações. 
As informações apresentadas nas Demonstrações Contábeis devem ser úteis para as 
tomadas de decisões por parte dos seus usuários. Os usuários das informações contábeis 
são as pessoas físicas e jurídicas que as utilizam para registrar e controlar a movimentação 
de seus patrimônios ou que, direta ou indiretamente, tenham interesse no controle, na 
apuração de resultados, na avaliação da situação patrimonial, econômica e financeira 
e na análise do desempenho (desenvolvimento) de uma ou mais entidades, como, por 
exemplo: empresário (empresas individuais), sócios e acionistas (empresa societárias), 
gerentes, administradores, governo, fornecedores, clientes, bancos, investidores etc.
As Demonstrações Financeiras, também denominadas de Demonstrações Contábeis 
ou ainda de relatórios financeiros, sãoos produtos finais da contabilidade, podem ser 
elaboradas para cumprir exigências legais, que denominamos de demonstrações 
contábeis obrigatórias, ou podem ser elaboradas e apresentadas de maneira voluntária, 
com intuito de manter uma comunicação mais transparente da situação da entidade, que 
chamamos de demonstrações facultativas.
Para entendermos os objetivos da análise das demonstrações contábeis, é necessário 
entender o que é a contabilidade bem como as suas limitações.
A contabilidade deve ser entendida como um modelo de representação da situação 
econômico-financeira de uma entidade para atender a uma grande diversidade de usuários 
da informação contábil (MARTINS, 2020).
Martins (2020) afirma que, no início, as informações contábeis eram destinadas a atender 
a necessidade de informação dos proprietários, que buscavam avaliar as variações de 
riqueza do negócio (patrimônio). No decorrer do tempo, as informações geradas pela 
contabilidade também passaram a ser utilizadas por credores, investidores do mercado 
acionário, fisco, dentre outros.
Voltar ao sum
ário
22
Aliás, o papel crucial do contador é o registro das operações. Ele capta, organiza e compila 
dados contábeis. “Sua matéria-prima são fatos de significado econômico-financeiro 
expressos em moeda. Seu produto final são as demonstrações financeiras” (MATARAZZO, 
2010, p. 5). Já os analistas partem das informações disponíveis nas demonstrações 
contábeis para chegar a informações que suportem a tomada de decisões. Ou seja, eles 
fazem o caminho inverso para chegar aos fatos econômico-financeiros relevantes à vida 
da empresa. 
Qual o objetivo da análise das demonstrações contábeis? De forma ampla, é extrair 
informações das demonstrações contábeis para tomada de decisões. Mas a definição 
de quais informações a serem extraídas depende de qual usuário irá utilizá-las. Como 
se sabe, são muitos os usuários da Contabilidade: credores, acionistas (institucionais, 
como os fundos de investimentos, especuladores de mercado, poupadores etc.), fisco, 
sindicatos, clientes, concorrentes, entre outros, conforme demonstra a Figura 2. 
Figura 2 - Usuários das Demonstrações Contábeis divulgadas
 
Demonstrações
Contábeis
Fornecedores e 
outros credores
comerciais
Credores por
empréstimo
Investidores Público
Clientes
Governo e suas
agências
Empregados
Fonte: Martins (2020), adaptado por NTE/Unifor.
O objetivo da análise depende do usuário, porque cada usuário demanda um tipo específico 
de informação. Os investidores estão interessados em informações sobre o risco inerente 
ao investimento, o retorno que ele produz e a capacidade de pagamento de dividendos; 
alguns com visão de curto prazo e outros de longo prazo. Os credores por empréstimos, 
os fornecedores e outros credores comerciais, por exemplo, estão interessados em 
informações sobre a capacidade da entidade de cumprir suas obrigações nos prazos 
estabelecidos, enquanto sindicados e empregados querem saber sobre a estabilidade e 
a lucratividade de seus empregadores, sobre a capacidade de pagamento dos salários, 
benefícios de aposentadoria e oportunidades de emprego. Já os clientes se preocupam 
Voltar ao sum
ário
23
com a capacidade operacional da empresa de fornecimento de matéria-prima ou insumos; 
os fornecedores se preocupam com seus créditos, enquanto o Governo e suas agências 
estão interessados em informações sobre as atividades empresariais, para que possam 
estabelecer políticas fiscais, destinação de recursos etc. O público de maneira geral pode 
estar interessado em informações sobre a evolução do desempenho da entidade na 
sua cidade, na sua região, os desenvolvimentos recentes, entre outras coisas, conforme 
podemos observar na Figura 3. 
Figura 3 - Objetivo das demonstrações contábeis e as decisões
O OBJETIVO É FORNECER 
INFORMAÇÕES ÚTEIS PARA 
TOMADAS DE DECISÃO, LIGADAS 
AO FORNECIMENTO DE RECURSOS 
PARA A ENTIDADE, PARA OS 
SEGUINTES USUÁRIOS
Investidores 
existentes
Investidores 
ponteciais
Credores por 
empréstimos
Outros 
credores
ESSAS DECISÕES DEPENDEM DOS 
RETORNOS ESPERADOS EM 
TERMOS DE ENTRADAS DE FLUXOS 
DE CAIXA FUTUROS PARA 
A ENTIDADE 
Retorno
esperado de
dividendos
Retorno 
esperando 
de principal 
e juros
Retorno esperado 
de acréscimo no 
preço de mercado 
das ações da
entidade
Fonte: Almeida (2020), adaptado por NTE/Unifor.
Na atualidade, os usuários das informações contábeis são inúmeros. Essa diversidade 
de usuário pode ser explicada levando em consideração a capacidade de a Contabilidade 
abstrair um conjunto de dados econômico-financeiros e mediante um modelo estabelecido 
emitir as informações sobre as variações ocorridas no patrimônio. Com isso, a 
Contabilidade pode ser entendida como a linguagem dos negócios. Por ser fomentadora 
dessas informações, há um interesse mútuo de outras áreas em atuar conjuntamente 
com a contabilidade para alcançar objetivos específicos, como já se vislumbra em áreas, 
como a ambiental, de sustentabilidade, macroeconômica no equilíbrio de contas entre as 
nações, entre outras. Essa amplitude demanda cada vez mais competência do analista 
que irá analisar as demonstrações contábeis desses empreendimentos. 
Voltar ao sum
ário
24
VAMOS REFLETIR: ASSIMETRIA DE INFORMAÇÕES
A assimetria de informações refere-se aos diferentes níveis de informações 
mantidas pelos agentes. A assimetria é identificada quando alguns agentes 
de uma transação possuem informações desconhecidas de outros agentes, 
evidenciando uma evidente vantagem na relação (ASSAF NETO, 2020). Rover e 
Murcia (2010, p. 3) discorrem que a assimetria de informação ocorre, pois “os 
usuários internos estão mais informados, uma vez que têm acesso privilegiado 
às informações da organização”. 
Por exemplo, um investidor de novas ações sabe menos sobre os projetos e a efetiva 
situação da companhia emissora que a administração interna. A reação esperada do 
mercado é reduzir o preço da ação, como uma estratégia defensiva dos investidores 
por não deterem todas as informações relevantes necessárias para a precificação do 
papel. Esse comportamento destrói valor de mercado da empresa.
Para Schettino (2006), a assimetria informacional pode ser considerada uma 
falha que, além de alterar o resultado de determinadas operações, pode influenciar 
significativamente o funcionamento do mercado. Afinal, tal assimetria propicia 
a existência da postura oportunista de determinados agentes, o que acarreta 
o surgimento de um mercado imperfeito e com altos custos de transação 
(CARVALHO et al., 2010).
A assimetria informacional provoca desconfianças que culminam no 
afastamento de investidores, na menor liquidez e na queda dos preços das ações 
(PATAH, 2012). O que ocorre é que, diante da referida assimetria, os investidores 
comumente “buscam uma proteção contra possíveis perdas resultantes de 
negociações com outros agentes mais bem informados, diminuindo o preço no 
qual estão dispostos a pagar por um título e/ou aumentando o preço exigido 
para vender seus títulos” (ROVER e MURCIA, 2010, p. 4). Tal postura origina uma 
diferença entre os preços de oferta e de procura, denominada bid-ask spread 
(também conhecida como spread de compra e venda).
O spread de compra e venda é visto como um aspecto de liquidez de mercado, 
uma vez que as ações de empresas com baixo nível informacional tendem a ter 
menor liquidez e a ficarem mais onerosas. Isso ocorre, pois, diante do menor 
nível de divulgação, os investidores podem supor que enfrentarão proteção nos 
preços no futuro e tal desconfiança gera a redução dos preços que eles estariam 
dispostos a pagar pelos títulos. Esse fato reduz a possibilidade de negociação 
e, em consequência, a liquidez das ações (VERRECCHIA, 2001).
Voltar ao sum
ário
25
Objetivo das demonstrações contábeis
Conforme Martins (2020), o objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral 
é fornecer informações contábil-financeiras acerca da entidade que reporta essa 
informação (reportingentity), que sejam úteis a investidores existentes e em potencial, 
a credores por empréstimos e a outros credores, quando da tomada de decisão ligada 
ao fornecimento de recursos para a entidade. (CPC 00- R2 Estrutura Conceitual para 
Relatório Financeiro) Essas decisões envolvem comprar, vender ou manter participações 
em instrumentos patrimoniais e em instrumentos de dívida, e a oferecer ou disponibilizar 
empréstimos ou outras formas de crédito.
Para avaliar as perspectivas da entidade em termos de entrada de fluxos de caixa futuros, 
investidores existentes e em potencial, credores por empréstimo e outros credores 
necessitam de informação acerca de recursos da entidade (ativos), reivindicações 
(passivos) contra a entidade, e o quão eficiente e efetivamente a administração da 
entidade e seu conselho de administração têm cumprido com suas responsabilidades no 
uso dos recursos da entidade (CPC 00 - R2, 2019).
Exemplos de referidas responsabilidades incluem a proteção de recursos da 
entidade de efeitos desfavoráveis advindos de fatos econômicos, como, por 
exemplo, mudanças de preço e de tecnologia, e a garantia de que a entidade tem 
cumprido as leis, com a regulação e com as disposições contratuais vigentes. 
Informações sobre a aprovação do cumprimento de suas responsabilidades 
são também úteis para decisões a serem tomadas por investidores existentes, 
credores por empréstimo e outros que tenham o direito de votar ou de outro modo 
exerçam influência nos atos praticados pela administração. (MARTINS, 2020)
Para Almeida (2020), muitos investidores, credores por empréstimo e outros credores, 
existentes e em potencial, não podem requerer que as entidades que reportam a 
informação prestem a eles diretamente as informações de que necessitam, devendo 
desse modo confiar nos relatórios contábil-financeiros de propósito geral (conjunto 
de demonstrações contábeis), para grande parte da informação contábil-financeira 
que buscam. Consequentemente, eles são os usuários primários para quem relatórios 
contábil-financeiros de propósito geral são direcionados (MARTINS, 2020).
Entretanto, relatórios financeiros de propósito geral (conjunto de demonstrações 
contábeis) não atendem e não podem atender a todas as informações de que investidores, 
credores por empréstimo e outros credores, existentes e em potencial, necessitam. 
Esses usuários precisam considerar informação pertinente de outras fontes, como, por 
exemplo, condições econômicas gerais e expectativas, eventos políticos e clima político, 
e perspectivas e panorama para a indústria e para a entidade.
Voltar ao sum
ário
26
Relatórios financeiros de propósito geral (conjunto de demonstrações contábeis) não são 
elaborados para se chegar ao valor da entidade que reporta a informação (em outras 
palavras, o patrimônio líquido apresentado no balanço patrimonial não será igual à 
quantidade de ações emitidas pela entidade e multiplicada pela valor de mercado da ação 
em bolsa de valores); a rigor, fornecem informação para auxiliar investidores, credores 
por empréstimo e outros credores, existentes e em potencial, a estimarem o valor da 
entidade que reporta a informação. 
CARACTERISTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL FINANCEIRA ÚTIL
Figura 4 - Características Qualitativas da informação contábil financeira útil de acordo 
com CPC 00 (R2).
Fundamentais
Relevância
Valor preditivo
Valor confirmatório
Completa
Neutra
Livro de erro material
Representação
fidedigna
Comparabilidade
Tempestividade
Compreensibilidade
Capacidade de verificação
De melhorias
Caracteristicas
qualitativas
Fonte: Martins (2020), adaptado por NTE/Unifor.
As características qualitativas de informações financeiras úteis identificam os tipos de 
informações que tendem a ser mais úteis a investidores, credores por empréstimos e 
outros credores, existentes e potenciais, para que tomem decisões sobre a entidade que 
reporta com base nas informações contidas em seu relatório financeiro (informações 
financeiras). Se informações financeiras devem ser úteis, elas devem ser relevantes e 
representar fidedignamente aquilo que pretendem representar.
Características Qualitativas Fundamentais 
Segundo o CPC 00 (R2) (2019), as características qualitativas fundamentais são relevância 
e representação fidedigna.
1) Relevância
Conforme CPC 00 (R2) (2019), as informações financeiras relevantes são capazes de 
fazer diferença nas decisões tomadas pelos usuários. Informações podem ser capazes de 
fazer diferença em uma decisão ainda que alguns usuários optem por não tirar vantagem 
delas ou já tenham conhecimento delas a partir de outras fontes. 
Voltar ao sum
ário
27
As Informações financeiras são capazes de fazer diferença em decisões se tiverem 
valor preditivo ou valor confirmatório, ou ambos. Estas Informações financeiras têm 
valor preditivo se podem ser utilizadas como informações em processos empregados 
pelos usuários para prever resultados futuros. Informações financeiras não precisam ser 
previsões ou prognósticos para ter valor preditivo.
Informações financeiras têm valor confirmatório se fornecem feedback sobre (confirmam 
ou alteram) avaliações anteriores.
Os valores preditivo e confirmatório das informações financeiras estão inter-relacionados. 
Informações que possuem valor preditivo frequentemente possuem também valor 
confirmatório.
1.1) Materialidade
Para o CPC 00 (R2) (2019), a informação é material se a sua omissão, distorção 
ou obscuridade puder influenciar, razoavelmente, as decisões que os principais 
usuários de relatórios financeiros para fins gerais tomam com base nesses 
relatórios, que fornecem informações financeiras sobre entidade específica 
que reporta. Em outras palavras, materialidade é um aspecto de relevância 
específico da entidade com base na natureza ou magnitude, ou ambas, dos 
itens aos quais as informações se referem no contexto do relatório financeiro 
da entidade individual. Consequentemente, não se pode especificar um limite 
quantitativo uniforme para materialidade ou predeterminar o que pode ser 
material em uma situação específica.
2) Representação Fidedigna
Para serem úteis, informações financeiras não devem apenas representar fenômenos 
relevantes, mas também representar de forma fidedigna a essência dos fenômenos que 
pretendem representar.
Para ser representação perfeitamente fidedigna, a representação tem três características. 
Ela é completa, neutra e isenta de erros. Obviamente, a perfeição nunca ou raramente é 
atingida. O objetivo é maximizar essas qualidades tanto quanto possível.
A representação completa inclui todas as informações necessárias para que o usuário 
compreenda os fenômenos que estão sendo representados, inclusive todas as descrições 
e explicações necessárias. Já a representação neutra não é tendenciosa na seleção ou 
na apresentação de informações financeiras. A neutralidade é apoiada pelo exercício da 
prudência. O CPC 00 (R2) (2019) apresenta que a representação fidedigna não significa 
representação precisa em todos os aspectos. Livre de erros significa que não há erros 
ou omissões na descrição do fenômeno e que o processo utilizado para produzir as 
informações apresentadas foi selecionado e aplicado sem erros no processo.
Voltar ao sum
ário
28
Quando valores monetários em relatórios financeiros não puderem ser observados 
diretamente e, em vez disso, devem ser estimados, surge incerteza na mensuração. O uso 
de estimativas razoáveis é parte essencial da elaboração de informações financeiras e 
não prejudica a utilidade das informações se as estimativas são descritas e explicadas de 
forma clara e precisa. Mesmo um elevado nível de incerteza na mensuração não impede 
necessariamente essa estimativa de fornecer informações úteis.
Características Qualitativas de Melhoria
Segundo o CPC 00 (R2) (2019), comparabilidade, capacidade de verificação, tempestividade 
e compreensibilidade são características qualitativas que melhoram a utilidade de 
informações que sejamtanto relevantes como forneçam representação fidedigna do que 
pretendem representar.
1) Comparabilidade
Segundo o CPC 00 (R2) (2019), comparabilidade é a característica qualitativa que 
permite aos usuários identificar e compreender similaridades e diferenças entre itens. 
Diferentemente das outras características qualitativas, a comparabilidade não se refere a 
um único item. A comparação exige, no mínimo, dois itens.
1.1) Consistência
Para o CPC 00 (R2) (2019), a Consistência, embora relacionada à comparabilidade, 
não é a mesma coisa. Consistência refere-se ao uso dos mesmos métodos 
para os mesmos itens, seja de período a período na entidade que reporta ou 
em um único período para diferentes entidades. Comparabilidade é a meta; a 
consistência ajuda a atingir essa meta. Comparabilidade não é uniformidade. 
Para que informações sejam comparáveis, coisas similares devem parecer similares 
e coisas diferentes devem parecer diferentes. A comparabilidade de informações 
financeiras não é aumentada fazendo-se que coisas diferentes pareçam similares, 
tanto quanto se fazendo que coisas similares pareçam diferentes.
2) Capacidade de Verificação
A capacidade de verificação, de acordo com o CPC 00 (R2) (2019), ajuda a garantir aos 
usuários que as informações representem de forma fidedigna os fenômenos econômicos 
que pretendem representar. Capacidade de verificação significa que diferentes observadores 
bem informados e independentes podem chegar ao consenso, embora não a acordo 
necessariamente completo, de que a representação específica é representação fidedigna.
3) Tempestividade
Para o CPC 00 (R2) (2019), tempestividade significa disponibilizar informações aos tomadores 
de decisão a tempo para que sejam capazes de influenciar suas decisões. De modo geral, 
quanto mais antiga a informação, menos útil ela é. Contudo, algumas informações podem 
continuar a ser tempestivas por muito tempo após o final do período de relatório porque, por 
exemplo, alguns usuários podem precisar identificar e avaliar tendências.
Voltar ao sum
ário
29
4) Compreensibilidade
Segundo o CPC 00 (R2) (2019), a compreensibilidade trata-se de uma característica que 
permite ao usuário da informação classificar, caracterizar e apresentar informações de 
modo claro e conciso, a fim de torná-las compreensíveis.
Normas Internacionais de padronização das 
demonstrações financeiras3.
A contabilidade desempenha papel relevante para a atenuação da assimetria informacional. 
Com o processo de convergência que culminou na adoção das IFRS, a possibilidade de 
mitigação da assimetria de informação ficou ainda maior, uma vez que tal padrão de 
contabilidade exige informações mais claras e compreensíveis que auxiliem os usuários 
em suas tomadas de decisões. (GELBCKE et al., 2018) 
No Brasil, o CPC foi criado com o intuito de emitir pronunciamentos convergentes 
com as IFRS e, em 2010, as empresas brasileiras passaram a seguir o padrão 
internacional de contabilidade.
 
Com a elaboração de relatórios de acordo com as IFRS, há uma melhoria na evidenciação 
de informações relevantes tanto para os acionistas majoritários quanto para os 
minoritários. Dessa forma, a adoção das IFRS e a consequente redução da assimetria 
informacional são fatores importantes para o desenvolvimento do mercado de capitais.
Apesar dos obstáculos ainda existentes ao processo de convergência num cenário 
mundial, percebe-se que o padrão internacional exige a apresentação de informações mais 
completas, o que pode contribuir para que os usuários das demonstrações financeiras 
consigam ter maior acesso a informações relevantes, confiáveis e comparáveis. Ademais, 
o aumento da qualidade dos relatórios contábeis e a melhor e maior divulgação das 
informações são mudanças trazidas pelas IFRS para vários países que contribuem para a 
mitigação da assimetria informacional e para o aumento da liquidez das ações (GELBCKE 
et al., 2018).
NORMAS INTERNACIONAIS DE PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
As normas internacionais de contabilidade, que servem de base para elaboração das 
demonstrações contábeis, são emitidas pelo IASB (International Accounting Standards 
Board – Conselho de Normas Contábeis Internacionais). Essas normas são denominadas 
IFRS (International Financial Reporting Standard – Normas Internacionais de Relatório 
Voltar ao sum
ário
30
Financeiro) e de IAS (International Accounting Standard – Normas Internacionais de 
Contabilidade) (ALMEIDA, 2020).
No Brasil, essas normas internacionais de contabilidade são estudadas e emitidas em 
português pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).
PROCESSO FORMAL DO IASB
A seguir, são apresentados os conceitos e os principais desdobramentos da adequação 
da contabilidade brasileira às normas internacionais:
Normas de contabilidade:
•	 A metodologia aplicada pela contabilidade é baseada no conceito de partidas 
dobradas e nas normas de contabilidade.
•	 As normas de contabilidade especificam os critérios de reconhecimento, avaliação 
e desreconhecimento de bens, direitos a receber, dívidas, receitas e despesas.
•	 As normas de contabilidade são emitidas pelo IASB em nível internacional e pelo 
CPC no Brasil.
•	 As normas de contabilidade emitidas pelo CPC são as mesmas normas contábeis 
emitidas pelo IASB, denominadas IFRS, traduzidas para o português.
•	 As normas contábeis emitidas pelo CPC são referendadas pelo Conselho Federal 
de Contabilidade (CFC) e pelos órgãos reguladores (por exemplo, Comissão 
de Valores Mobiliários), que tornam essas normas contábeis praticamente 
obrigatórias para todas as entidades no Brasil.
Histórico do IASB:
•	 O International Accounting Standards Committee (IASC) foi estabelecido em 1973. 
•	 O IASC emitiu normas de contabilidade denominadas IAS. Em 2001, o IASC cessou 
de existir e um novo órgão foi formado (IASB). O IASB adotou as normas contábeis 
IAS emitidas pelo IASC.
•	 O IASB passou a emitir normas contábeis denominadas IFRS.
•	 Segundo Almeida (2020), atualmente, mais de 120 países adotam as normas 
contábeis IFRS.
•	 Processo de emissão de norma de contabilidade:
•	 O IASB decide emitir uma nova norma contábil, por exemplo, Reconhecimento de 
Receita.
•	 O IASB prepara uma minuta da norma contábil.
•	 A minuta da norma contábil é submetida a audiência pública.
•	 O IASB recebe da audiência pública críticas, sugestões, comentários etc.
•	 O IASB faz reuniões para discussão da minuta da norma contábil com usuários e 
com preparadores das DCs. 
Voltar ao sum
ário
31
O IASB segue um processo formal aberto e rigoroso. Todas as reuniões do IASB e de seus 
grupos de trabalho formal são públicas (GELBCKE et al., 2018).
Aprovação de uma Norma com a obtenção de, no mínimo, nove votos (10 votos a partir do 
momento em que houver 16 membros) do IASB e incluir na norma publicada as opiniões 
divergentes.
Os pronunciamentos e publicações do IASB podem ser acessados no site do 
IASB (www.ifrs.org). As Normas do IASB (incluindo orientações de aplicação 
obrigatória, mas não diretrizes de implementação ou bases para conclusões) 
estão disponíveis em seu site para download.
 
Alguns motivos para adoção das IFRS apresentados por Almeida (2020):
Convergências para as normas contábeis internacionais, com número significativo de 
países adotando IFRS.
•	 Necessidade de mais transparência e alto grau de comparabilidade dos relatórios 
contábeis, consistentes com as normas contábeis internacionais, de forma a 
atender aos interesses dos usuários das DC.
•	 Globalização dos mercados de capitais, resultando em aumento da competição 
por recursos de investidores.
•	 Investidores estrangeiros necessitam de informações financeiras de entidades 
locais para tomada de decisões em bases comparáveis com seus competidores 
globais.
•	 Necessidade do mercado de capitais de acompanhar o movimento internacional 
de unificação de padrões contábeis.
•	 Relatórios contábeis em IFRS poderão reduzir o risco do investidor e o custo de 
captação de recursos paraas entidades locais.
ADOÇÃO DAS IFRS NO BRASIL
Como parte do processo de harmonização com as Normas Internacionais de Contabilidade 
iniciado em 2008 e regulamentação das práticas contábeis alteradas a partir da edição 
das Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09 (conversão em lei da Medida Provisória nº 449/08), 
conforme evidencia a figura 5 (ALMEIDA, 2020).
(i) em 2008, 14 pronunciamentos, 1 norma sobre a estrutura conceitual básica e 1 
orientação técnica foram editados pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
(CPC), e aprovados por Deliberações da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) 
e Resoluções do CFC (Conselho Federal de Contabilidade); 
Voltar ao sum
ário
32
(ii) em 2009, o CPC editou mais 27 pronunciamentos, 2 orientações técnicas e 
12 interpretações técnicas, que foram aprovados por Deliberações da CVM e 
Resoluções do CFC; 
(iii) foi editado também o CPC PME, contendo as práticas contábeis que podem 
ser optadas por entidades consideradas como de pequeno e médio portes, 
desde que não sejam companhias abertas (entidades com ações negociadas 
em bolsa de valores), emitentes de títulos de dívida negociados no mercado e 
que não sejam sociedades de grande porte, de acordo com a definição contida 
na Lei nº 11.638/07; 
(iv) em 2010, o CPC editou 1 novo pronunciamento, diversas revisões em 
pronunciamentos emitidos, 2 orientações técnicas e 4 interpretações técnicas. 
(ALMEIDA, 2020)
Figura 5 - Evolução das Normas Contábeis no Brasil
Regulamentação fiscal
das normas IRFS
Mudanças contábeis 
(alterar a Lei nº 6.404/76)
Projeto de 
 Lei nº3.741/2000
Convertida na 
 Lei nº11.638/2007
Lei 
 nº11.941/2009
Lei 
 nº12.973/2014
Mudanças contábeis 
(alterar a Lei nº 6.404/76)
e fiscais
2008 - 1ª etapa da adoção 
das IRFS no Brasil
2010 - 2ª etapa da adoção 
das IRFS no Brasil
Fonte: Almeida (2020), adaptado por NTE/Unifor.
Conforme aprovação pela CVM e CFC, (i) os pronunciamentos editados em 2008 (com 
exceção do CPC 11 que trata de contratos de seguros e aplicável para seguradoras, 
que não derivou de uma mudança específica de prática contábil introduzida pela Lei 
nº 11.638/07 e, portanto, entrou em vigor a partir de janeiro de 2010), por endereçarem 
assuntos que já constavam das alterações introduzidas pela Lei nº 11.638/07 e MP nº 
449/08 (posteriormente convertida na Lei nº 11.941/09), que estavam em vigor em 2008, 
Voltar ao sum
ário
33
tiveram que ser aplicados no próprio exercício de 2008; (ii) os pronunciamentos contábeis 
editados em 2009 são de aplicação obrigatória a partir de 1º de janeiro de 2010; (iii) 
o novo pronunciamento contábil, as orientações técnicas e as interpretações técnicas, 
editados em 2010, são de aplicação obrigatória para os exercícios encerrados a partir de 
dezembro de 2010 (ALMEIDA, 2020).
Para as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco 
Central do Brasil – BC, com exceção dos CPC 00, 01, 03, 05, 10, 23, 24 e 25, que foram 
aprovados por meio de Resoluções do Conselho Monetário Nacional, os demais CPC 
ainda não foram aprovados pelo BC e, portanto, ainda não são aplicáveis na escrituração 
mercantil das entidades reguladas pelo BC. Embora os impactos nos livros estatutários 
tenham sido limitados pelos CPC 00, 01, 03, 05, 10, 23, 24 e 25 aprovados pelo BC, o 
Banco Central, por meio da Resolução nº 3.786/09, requer que as instituições financeiras 
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, constituídas sob a forma de 
companhia aberta ou que sejam obrigadas a constituir comitê de auditoria nos termos da 
regulamentação em vigor, bem como a instituição constituída sob a forma de companhia 
fechada, líder de conglomerado integrado por instituição constituída sob a forma de 
companhia aberta, a elaboração e a divulgação anual de demonstrações contábeis 
consolidadas com base no padrão contábil internacional emitido pelo IASB, traduzidos 
para a língua portuguesa por entidade brasileira credenciada pela Fundação IASC. As 
instituições financeiras também devem observar outras regulamentações relacionadas 
(Circular nº 3.472/09 e Carta-circular nº 3.435/10).
Outro passo importante com relação ao processo de adoção das IFRS no Brasil refere-
se à assinatura do Memorando de Entendimento entre o IASB, o CFC e o CPC (janeiro 
de 2010), no qual se assegura que o CPC continuará a emitir as normas brasileiras de 
contabilidade com base nas normas emitidas pelo IASB (SILVA, 2018). 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC)
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi idealizado a partir da união de esforços 
e comunhão de objetivos das seguintes entidades: ABRASCA; APIMEC NACIONAL; 
BRASIL, BOLSA BALCÃO (B3); CFC; FIPECAFI e IBRACON.
Em função das necessidades de:
• Convergência internacional das normas contábeis (redução de custos de elaboração de 
relatórios contábeis, redução de custos e de riscos nas análises e decisões, redução de 
custos de capital etc.).
• Centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil diversas entidades o 
faziam).
Voltar ao sum
ário
34
• Representação e processo democrático na produção dessas informações (produtores 
das informações contábeis, auditores, usuários, intermediários, academia, governo etc.).
Criado pela Resolução nº 1.055/05 do CFC, o CPC tem por objetivo “o estudo, o preparo e 
a emissão de pronunciamentos técnicos sobre procedimentos contábeis e a divulgação 
de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pelas entidades 
reguladoras brasileiras, visando à centralização e à uniformização do seu processo de 
produção, levando sempre em conta a convergência da contabilidade brasileira aos 
padrões internacionais”.
O CPC é totalmente autônomo das entidades representadas, deliberando por 2/3 dos 
seus membros. O CFC fornece a estrutura necessária. Outras entidades poderão vir a 
ser convidadas futuramente para participarem do CPC. Os membros do CPC, dois por 
entidade, na maioria contadores, não auferem remuneração.
Além dos 12 membros atuais, serão sempre convidados a participar representantes 
dos seguintes órgãos: Banco Central do Brasil; CVM; Secretaria da Receita Federal e 
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
Os produtos do CPC são: pronunciamentos técnicos; orientações técnicas e interpretações 
técnicas.
Os pronunciamentos técnicos serão obrigatoriamente submetidos a audiência pública. 
As orientações técnicas e as interpretações técnicas também poderão ser submetidas a 
esse processo.
No Brasil, em dezembro de 2009, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) aprovou o 
Pronunciamento Técnico PME – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, sendo 
o equivalente da IFRS para PMEs (IASB). O CPC PME foi homologado pela Resolução 
do Conselho Federal de Contabilidade – CFC nº 1.255/09, a qual entrou em vigor nos 
exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 2010 (SILVA, 2017).
Embora o CPC PME seja um grande avanço e facilitador da adoção das normas 
internacionais pelas PMEs brasileiras, o pequeno e médio empresário deve considerar 
sempre a adoção do conjunto completo de normas do CPC, quando seus planos de curto e 
médio prazos indicarem desenquadramento como PME, bem como existir a possibilidade 
de abertura de capital (ALMEIDA, 2020).
Voltar ao sum
ário
35
 CONJUNTO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE ACORDO COM O IAS
Segundo Almeida (2020), o conjunto de demonstrações contábeis em conformidade com 
o IAS 1 é composto por:
•	 balanço patrimonial ao final do período;
•	 demonstração do resultado do período;
•	 demonstração do resultado abrangente do período;
•	 demonstração das mutações do patrimônio líquido do período;
•	 demonstração dos fluxos de caixa do período; e
•	 notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis 
significativas e outras informações elucidativas.
Adicionalmente, consta no CPC 26(R1).10(g) (Apresentação das Demonstrações 
Contábeis) como fazendo parte do conjunto de demonstrações contábeis:
“(g) demonstração do valor adicionado do período,conforme Pronunciamento Técnico 
CPC 09, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo se apresentada 
voluntariamente” (ALMEIDA, 2020).
Figura 6 - Demonstrações Contábeis de Finalidade Geral
Demonstrações
contábeis
DMPL
BP
DRE
DRA
DFC
NE
DVA
Fonte: Almeida (2020), com base no CPC 26 (R1), adaptado por NTE/Unifor.
A demonstração do valor adicionado, que não faz parte do conjunto de demonstrações 
contábeis, de acordo com as normas do IFRS, está prevista no item V do art. 176 da Lei 
nº 6.404/76, e é exigida somente para as companhias abertas. 
Voltar ao sum
ário
36
Estrutura das demonstrações financeiras obrigatórias 
segundo Normas Brasileiras de Contabilidade4.
Conforme estabelece CPC 00 (R2) - Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro 
(2019), as Demonstrações Contábeis são uma representação estruturada da posição 
patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. As Demonstrações Contábeis 
objetivam apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus 
deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados. 
As Demonstrações Contábeis têm por finalidade evidenciar a posição financeira, o 
desempenho, o fluxo de caixa, as variações que ocorrem no Patrimônio Líquido, além da 
origem e da distribuição da riqueza gerada pela entidade em um determinado período. 
Antes de identificarmos as demonstrações, é necessário entender os procedimentos que 
devem ser considerados Reconhecimento de Elementos das Demonstrações Contábeis.
Reconhecimento de Elementos das Demonstrações Contábeis
Somente itens que atendem à definição de ativo, passivo ou patrimônio líquido devem 
ser reconhecidos no balanço patrimonial. De forma similar, somente itens que atendem à 
definição de receitas ou despesas devem ser reconhecidos na demonstração do resultado 
e na demonstração do resultado abrangente.
Conforme destacado CPC 00 (R2) - Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro (2019), 
se não houver a provável realização de benefício econômico futuro, ou se ele não puder 
ser confiavelmente mensurado, não há como reconhecer ativos e receitas. Também 
há a obrigatoriedade de serem prováveis as entregas de ativos para o reconhecimento 
dos passivos e das despesas. É necessária sempre a presença de um custo ou de um 
valor confiáveis. Um ativo deve ser reconhecido quando for provável que benefícios 
econômicos futuros dele provenientes fluirão para a entidade e seu custo ou valor puder 
ser mensurado com confiabilidade. 
Podemos observar também quatro possibilidades de geração de benefícios futuros de um 
ativo: usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos; trocado por outros ativos; 
usado para liquidar um passivo e distribuído aos proprietários. Continuando a nossa 
análise, mas levando agora em consideração que o passivo deve ser reconhecido quando 
for provável que uma saída de recursos detentores de benefícios econômicos seja exigida 
em liquidação de obrigação presente e o valor pelo qual essa liquidação se dará puder 
ser mensurado com confiabilidade. (CPC 00 (R2) - Estrutura Conceitual para Relatório 
Financeiro, 2019). As cinco possíveis situações para liquidação (desreconhecimento) de 
um passivo: pagamento em caixa; transferência por outros ativos; prestação de serviços; 
substituição de obrigação por outra; e conversão da obrigação em item do patrimônio 
líquido. (CPC 00 (R2) - Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro, 2019.
Voltar ao sum
ário
37
Após compreender o reconhecimento dos elementos patrimoniais, vamos entender quando 
devem ser reconhecidos os elementos de resultado, conforme CPC 00 (R2) - Estrutura 
Conceitual para Relatório Financeiro (2019): Uma receita deve ser reconhecida quando 
resultar em aumento nos benefícios econômicos futuros relacionados com aumento de 
ativo ou com diminuição de passivo e puder ser mensurada com confiabilidade. Já a 
despesa deve ser reconhecida quando resultar em decréscimo nos benefícios econômicos 
futuros relacionados com o decréscimo de um ativo ou o aumento de um passivo e puder 
ser mensurada com confiabilidade.
De acordo com Silva (2019), cada Demonstração Contábil ou relatório financeiro evidencia 
informações que se complementam para conhecer uma entidade: 
•	 A posição financeira é evidenciada por meio do Balanço Patrimonial; 
•	 O desempenho da entidade é evidenciado por meio da Demonstração do 
Resultado do Exercício (ou Demonstração do Resultado do Período) e da 
Demonstração do Resultado Abrangente do Período. Os fluxos de caixa são 
evidenciados por meio da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
•	 As variações ocorridas no Patrimônio Líquido são demonstradas por meio da 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); 
•	 E riqueza gerada e distribuída pela entidade é evidenciada por meio da 
demonstração do Valor Adicionado (DVA).
Com base na Figura 7, podemos identificar as demonstrações financeiras e suas principais 
informações. 
Figura 7 - Demonstrações Financeiras e suas principais informações. 
Demonstração das mutações 
do patrimônio líquido do 
exercício, demonstração dos 
fluxos de caixa do exercício
e notas
• Fluxos de caixa.
 • Contribuições dos acionistas e 
distribuições aos acionistas.
 • Informações sobre natureza e riscos 
reconhecidos e não reconhecidos de 
ativos, passivos, patrimônio líquido, 
receitas e despesas. 
• Premissas e julgamentos utilizados nas 
estimativas dos valores apresentados e 
mudanças de premissas e julgamentos.
DRE e demonstração do 
resultado abrangente do 
exercício.
BP
Receitas e despesas
Ativos, passivos e
patrimônio líquido
Fonte: Almeida (2020), adaptado por NTE/Unifor.
Voltar ao sum
ário
38
Dentre as principais normas brasileiras que disciplinam a publicação de Demonstrações 
Contábeis, podemos destacar a Lei nº 6.404/1976 (Lei das Sociedades Anônimas - LSA), 
CPC 00 (R2) - Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro, CPC 26 (R2) – Apresentação 
das Demonstrações Contábeis, CPC PME (R1) – Contabilidade para Pequenas e Médias 
Empresas,
A Lei nº 6.404/1976, com a edição da Lei nº 11.638/2007 e da Lei nº 11.941/2009 (Medida 
Provisória nº 449/2008), sofreu profundas modificações nos artigos que dispõem quanto 
à forma de contabilização e evidenciação dos fatos contábeis das sociedades anônimas 
e das sociedades de grande porte, e na estrutura das demonstrações contábeis, fazendo-
as convergir para os padrões internacionais de contabilidade (SILVA, 2019).
Na busca da Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade, também foi 
estabelecida uma nova Estrutura Conceitual Básica para a Elaboração e Apresentação 
das Demonstrações Contábeis (Conceptual framework), a qual está atualmente 
regulamentada pela Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro - CPC 00 (R2), é um 
instrumento que serve de base para a elaboração das demonstrações contábeis e dos 
demais pronunciamentos técnicos, portanto entendê-la é fundamental: todas as normas 
e as próprias demonstrações precisam basear-se nela. Além disso, auxilia os usuários das 
demonstrações contábeis a interpretarem suas informações. Esta estrutura passou por 
sua primeira revisão em 2011 e uma segunda revisão em 2019. Atualmente denominada 
CPC 00 (R2) - Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro,
o CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis, trata das regras gerais 
para a elaboração das demonstrações contábeis,
O CPC PME (R1) – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas (com Glossário de 
Termos), que tem por base o IFRS for SMES.
Almeida (2020) afirma que muitas entidades apresentam, fora das Demonstrações 
Contábeis, relatório da administração com comentários que descrevem e explicam 
as características principais do desempenho e da posição financeira e patrimonial da 
entidade e as principais incertezas às quais está sujeita, bem como relatórios ambientais 
e sociais. Esses relatórios apresentados fora das Demonstrações Contábeis não estão 
no âmbito dos pronunciamentos contábeis

Outros materiais