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Estudos Complementares Bruno Q 45 46 47 48 49 50 20 12 SEI unidade I

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Unidade I
ESTUDOS DISCIPLINARES 
Formação Geral 
Prof. Bruno César
Questão 45: Sociedade brasileira – invisibilidade social
Questão 45: Sociedade brasileira – invisibilidade social
A dignidade morreu no horário de pico – María Martín
 Vendedor de doces e balas nos superlotados trens do Rio de 
Janeiro, Adílio dos Santos, como o resto dos colegas de 
profissão, cruzava os trilhos para evitar que os fiscais 
apreendessem sua mercadoria. 
 Até que um maquinista o atropelou na tarde desta terça-feira. 
Ele caiu entre os trilhos e, minutos depois, outro trem passou 
por cima de seu corpo por ordem da empresa que gerencia o 
serviço. 
 O corpo de Adílio estava interrompendo o tráfego, a estação de 
Madureira estava lotada e 6.000 passageiros precisavam que o 
trecho fosse liberado para chegar às suas casas. Adílio dos 
Santos teve o azar de morrer no horário de pico.
Questão 45: Sociedade brasileira – invisibilidade social
 A morte e o tratamento dado ao corpo desse vendedor 
ambulante e ex-presidiário de 33 anos seria invisível não 
fossem os passageiros gravarem a cena com seus celulares. 
 A SuperVia, companhia responsável pelos trens urbanos da 
região metropolitana do Rio, reconheceu que o centro de 
controle da empresa ordenou que o trem continuasse, em um 
“procedimento de exceção, sob absoluto controle”, devido ao 
tráfego intenso de trens com milhares de passageiros. 
 A companhia afirma que Adílio já estava morto, mas a perícia 
ainda não havia chegado para atestá-lo. 
 Horas depois, Eunice Feliciano, mãe de Adílio, assistia 
estarrecida à cena na televisão sem saber que aquele corpo 
pixelado na tela... 
Questão 45: Sociedade brasileira: invisibilidade social
... que sumia embaixo de um trem sob o comando de 
funcionários da estação, era do seu filho.
 “É uma coisa terrível, uma desumanidade, fizeram sinal para 
o trem vir, mas o que é isso?”, desabafou Eunice, de 61 anos, 
aos repórteres. “A gente já estava horrorizada com a situação 
e depois anunciam que era meu filho. Tem como?”, 
questiona, antes de as lágrimas cortarem sua fala.
 A empresa considerou que o trem tinha altura suficiente para 
ultrapassar o corpo sem atingi-lo e que a paralisação da linha 
criaria transtornos para toda a movimentação do horário, 
quando cerca de 200.000 pessoas viajam em todo o sistema 
ferroviário. 
Questão 45: Sociedade brasileira – invisibilidade social
 “Passageiros retidos em trens parados tendem a descer 
irregularmente na linha, aumentando riscos de incidentes, 
como já ocorreu outras vezes”, justificou a SuperVia. 
 O trem que passou por cima do corpo de Adílio liberou o espaço 
para desviar outras duas composições que aguardavam lotadas 
no mesmo trilho. Três trens dando marcha a ré era uma 
“manobra complicada”, diz a empresa.
 Apesar dos potenciais problemas que o corpo de Adílio poderia 
ter causado no sistema, os bombeiros o encontraram por 
coincidência. 
 A empresa assegura que os acionou logo depois do acidente, 
mas o Corpo de Bombeiros nega. 
Questão 45: Sociedade brasileira – invisibilidade social
 Eles foram chamados mais de duas horas após o 
atropelamento por uma ocorrência de trauma, não 
relacionada com a morte de Adílio, na mesma estação. 
 “Durante o atendimento, a equipe foi informada pelos 
funcionários da SuperVia que havia um corpo na linha férrea, 
próximo ao local de atendimento à vítima de trauma. Um 
policial militar já estava no local aguardando perícia”, afirma 
a assessoria do Corpo de Bombeiros. 
 A equipe, então, constatou o óbito e continuou o atendimento 
do caso para o qual foi chamada até que os bombeiros foram 
acionados de novo, agora para retirar o cadáver. O corpo de 
Adílio deixou a linha do trem por volta das 20h, três horas 
depois do atropelamento.
Questão 45: Sociedade brasileira – invisibilidade social
 O Governo do Rio pediu punição para os culpados. O 
secretário estadual de Transportes, Carlos Osório, disse que 
os responsáveis devem ser identificados. 
 “O que aconteceu em Madureira é um absurdo, uma situação 
que não pode acontecer em hipótese nenhuma. Foi um 
desrespeito, uma desumanidade você autorizar um trem passar 
por uma via que está interrompida por um corpo de uma 
pessoa morta”, disse Osório.
 A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados 
do Brasil qualificou o episódio como uma “barbaridade” e a 
Agetransp, agência reguladora que fiscaliza os transportes 
no Rio de Janeiro, abriu uma investigação para apurar as 
responsabilidades. 
Questão 45: Sociedade brasileira – invisibilidade social
 A família de Adílio não tinha condições de pagar o funeral. O 
vendedor foi enterrado nesta sexta-feira com o dinheiro da 
SuperVia.
Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2015/07/31/politica/1438377272_774029.html>. Acesso 
em 05 ago. 2015 (com adaptações).
Questão 45: Pergunta
Com base na leitura, analise as afirmativas.
I. A charge e a reportagem revelam a insensibilidade frente à 
morte de pessoas que são consideradas invisíveis pela 
sociedade.
II. A charge e a reportagem denunciam situações de descaso 
em relação aos indivíduos socialmente menos favorecidos.
III. A charge e a reportagem defendem que o interesse coletivo 
deve prevalecer sobre os problemas individuais.
Está correto o que se afirma em:
a) I e II somente.
b) II somente.
c) I e III somente.
d) II e III somente.
e) I, II e III.
Questão 45: Resposta
I. Incorreta: a charge não faz referência à morte.
II. Correta: a charge e a reportagem revelam situações em que 
indivíduos economicamente pouco favorecidos são 
tratados como invisíveis.
III. Incorreta: o objetivo da charge e da reportagem é denunciar 
a invisibilidade de certas pessoas, e não defender que os 
interesses coletivos devem prevalecer sobre os individuais.
Alternativa correta: B.
INTERVALO
Questão 46: Educação – ensino e política
Disponível em 
<https://goo.gl/l
G0QLB>. Acesso 
em 22 jun. 2015.
Questão 46: Pergunta
Com base na leitura, analise as afirmativas.
I. A charge aponta os alunos que não estudam e depredam a 
escola como os responsáveis pela má qualidade do ensino 
brasileiro.
II. O pronome “eles” refere-se aos políticos e o pronome “tu” 
refere-se aos alunos displicentes.
III. A charge estabelece uma relação entre a má qualidade da 
educação brasileira e a escolha de políticos.
IV.Os elementos visuais da charge remetem ao universo da 
escola, e a estrutura do texto simula uma aula de estudo dos 
verbos.
Questão 46: Pergunta
É correto o que se afirma apenas em:
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) I, III e IV.
d) II, III e IV.
e) III e IV.
Questão 46: Resposta
I. Incorreta: a charge menciona a falta de investimento em 
educação como responsável pela má qualidade do ensino 
brasileiro.
II. Incorreta: o pronome “eles” refere-se aos políticos que se 
elegerão, o pronome “eu” refere-se aos alunos que não 
terão boa educação e o pronome “tu” refere-se aos pais, 
que também sofrerão com a situação.
III. Correta: a charge aponta que “eles” não investem em 
educação e “eles” se elegem.
Questão 46: Resposta
IV. Correta: a disposição do texto em blocos com os tempos 
verbais (pretérito, presente e futuro), com os pronomes 
pessoais do caso reto e com as conjugações remete a uma 
aula, o que se confirma com a presença de folha de caderno 
como cenário e de um aluno em uma carteira escolar.
Alternativa correta: E.
Questão 47: Movimentos migratórios – xenofobia
Disponível em 
<www.operamundi.uol
.com.br>. Acesso em 
10 set. 2015.
Questão 47: Movimentos migratórios – xenofobia
 A relação dos europeus comos náufragos nas suas costas 
expressa, da forma mais radical, a concepção predominante 
no Velho Continente, conforme o antigo adágio: civilização ou 
barbárie. 
 A preocupação dos governos europeus é apenas a proteção do 
seu território, para que episódios dramáticos, como os que 
vêm acontecendo há tempos e se agudizando nas últimas 
semanas, deixem de ocorrer ou diminuam. 
 Não há nenhuma posição em relação às causas da imigração. 
É de tal forma escandalosa a postura europeia, que nenhum 
governo ou instância africana participa das reuniões que 
buscam soluções para os problemas. 
Questão 47: Movimentos migratórios – xenofobia
 As únicas referências a governos africanos são ao Marrocos e 
à Tunísia, buscando apoiar ações que permitam dificultar a 
saída de embarcações – já que a Líbia, que antes funcionava 
como contenção para essa saída, agora nem sequer um Estado 
tem. 
 O que significa que os governos europeus nem cogitam atacar 
a raiz dos problemas, os que geram a imigração maciça para a 
Europa desde a África. As condições econômicas e sociais dos 
países africanos estão inquestionavelmente na origem do 
problema. E essas condições, por sua vez, têm raízes 
históricas diretamente vinculadas à Europa. A África foi não 
somente explorada profunda e extensamente nos seus 
recursos naturais pelas potências colonizadoras europeias, 
como foi vítima do mais brutal dos crimes – a 
escravidão. 
Questão 47: Movimentos migratórios – xenofobia
 Milhões e milhões de africanos foram arrancados do seu mundo 
para serem transferidos para um continente alheio, para 
trabalhar como raça inferior, produzindo riquezas para a elite 
branca europeia. 
 A África foi colonizada até poucas décadas atrás e, mesmo com 
a independência, não mudou sua situação econômica e social, 
porque seguiu sendo explorada nos seus recursos naturais. 
 A imigração de africanos para um dos continentes mais ricos 
do mundo – em grande medida por ter sido colonizador e 
escravizador – é um fenômeno que ocorre já há 
algumas décadas. 
Questão 47: Movimentos migratórios – xenofobia
 Porém, pelo menos uma parte desses trabalhadores 
imigrantes eram absorvidos, porque eram funcionais a um 
mercado de trabalho que necessita de mão de obra de pouca 
qualificação, para funções secundárias. 
 Quando veio a crise econômica, que atinge frontalmente a 
Europa, em 2008 e ainda sem prazo para acabar, a África foi 
prejudicada de várias maneiras. 
 Por um lado, a retração europeia foi exportada para os países 
africanos pela diminuição da demanda dos seus produtos e 
pela retração nos investimentos. 
 E, por outro, especialmente em alguns deles, pela diminuição 
brusca do turismo, que em alguns países é um fator essencial 
para o emprego e a economia no seu conjunto. 
Questão 47: Movimentos migratórios – xenofobia
 Nestes anos de crise, as tentativas desesperadas dos 
africanos de chegar à Europa se intensificaram, enquanto o 
desemprego e a expulsão de trabalhadores imigrantes nos 
países europeus aumentaram a crise. 
 Como resultado dessa combinação de fatores, a quantidade 
de tentativas de chegada à Europa e o número de pessoas 
envolvidas nelas aumentaram exponencialmente.
Disponível em <www.redebrasilatual.com.br>. Acesso em 10 set. 2015.
Questão 47: Pergunta
I. A charge e o texto propõem ações que solucionam as causas 
da imigração de africanos para o continente europeu. 
II. A crise econômica na Europa tem impulsionado movimentos 
xenófobos, que se opõem à entrada de imigrantes em países 
desse continente. 
III. O esgotamento dos recursos naturais dos países africanos é 
a principal causa do movimento migratório dos africanos em 
direção aos continentes americano e europeu.
Questão 47: Pergunta
Assinale a alternativa certa:
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
d) Apenas a afirmativa II está correta.
e) Nenhuma afirmativa está correta.
Questão 47: Resposta
I. Incorreta: a charge mostra a reação hostil dos europeus à 
entrada dos imigrantes, e não ações que solucionem as 
causas da imigração. E o texto critica a postura dos países 
europeus ao não olharem para as causas da imigração.
II. Correta: são muitos os casos de agressão e hostilidade aos 
imigrantes praticados por europeus xenófobos.
III. Incorreta: o texto aponta como causa da imigração os 
séculos de exploração, por parte dos europeus, 
principalmente, que o continente africano sofreu, e não o 
esgotamento de seus recursos naturais.
Alternativa correta: D.
INTERVALO
Questão 48: Direitos humanos – literatura e arte
Trecho “O direito à literatura”, de Antonio Candido.
 E aí entra o problema dos que lutam para que isso aconteça, 
ou seja: entra o problema dos direitos humanos. Por quê? 
Porque pensar em direitos humanos tem um pressuposto: 
reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para 
nós é também indispensável para o próximo. Esta me parece 
a essência do problema, inclusive no plano estritamente 
individual, pois é necessário um grande esforço de educação 
e autoeducação a fim de reconhecermos sinceramente este 
postulado. Na verdade, a tendência mais funda é achar que os 
nossos direitos são mais urgentes do que os do próximo. 
Nesse ponto, as pessoas são frequentemente vítimas de uma 
curiosa obnubilação. Elas afirmam que o próximo tem 
direito...
Questão 48: Direitos humanos – literatura e arte
... sem dúvida, a certos bens fundamentais, como casa, comida, 
instrução, saúde, coisas que ninguém bem formado admite hoje 
em dia que sejam privilégio de minorias, como são no Brasil. 
Mas será que pensam que seu semelhante pobre teria direito a 
ler Dostoievski ou ouvir os quartetos de Beethoven? Apesar das 
boas intenções no outro setor, talvez isto não lhes passe pela 
cabeça. E não por mal, mas somente porque quando arrolam os 
seus direitos não estendem todos eles ao semelhante. Ora, o 
esforço para incluir o semelhante no mesmo elenco de bens 
que reivindicamos está na base da reflexão sobre os direitos 
humanos.
Disponível em <https://goo.gl/8sqACq>. Acesso em 19 jun. 2015.
Questão 48: Pergunta
I. As pessoas que reconhecem os direitos humanos à saúde, à 
moradia e à alimentação também estendem aos mais pobres 
o direito à arte.
PORQUE
II. O reconhecimento de que os bens indispensáveis para nós 
são também necessários aos outros é fundamental para a 
discussão dos direitos humanos.
Questão 48: Pergunta
Assim:
a) As asserções I e II são verdadeiras e a segunda justifica a 
primeira.
b) As asserções I e II são verdadeiras e a segunda não justifica 
a primeira.
c) A asserção I é falsa e a II é verdadeira.
d) A asserção I é verdadeira e a II é falsa.
e) As asserções I e II são falsas.
Questão 48: Resposta
I. Asserção falsa: o autor afirma que mesmo pessoas que 
reconhecem os direitos humanos à saúde, à educação e à 
moradia não veem como necessidade básica o acesso à 
arte e à literatura.
II. Asserção verdadeira: de acordo com o texto, reconhecer 
que nossas necessidades não são maiores e nem mais 
urgentes do que as dos outros é pressuposto básico para a 
discussão dos direitos humanos.
Alternativa correta: C.
A asserção I é falsa e a II é verdadeira.
Questão 49: Saúde – vida moderna e obesidade
Reclama pro bispo – Dráuzio Varella
 Os brasileiros não param de engordar. Estão acima do peso 
51% dos adultos (eram 43%, em 2006). São classificados 
como obesos 17% (eram 11%, em 2006). O futuro não parece 
promissor: 1/3 das crianças de 5 a 9 anos tem excesso de 
peso. 
Nessa toada, daqui a pouco, empataremos com os norte-
americanos. Lá, 3 em cada 4 adultos carregam sobrepeso. 
Mais de 30% da população caem na faixa da obesidade.
 Teoricamente, o problema da obesidade pode ser resumido 
numa equação singela: quem ingere mais calorias do que 
gasta, ganha peso; quem faz o oposto, emagrece.
Questão 49: Saúde – vida moderna e obesidade
 Seria ridículo negar que a agitação e as comodidades da vida 
moderna, a publicidade, a disponibilidade e o baixo custo de 
alimentos altamente calóricos conspiram a favor da 
disseminação da epidemia, mas jogar em fatores ambientais 
a culpa pela gordura que você acumulou no abdômen não vai 
ajudá-lo a evitar as complicações da obesidade (...) O corpo 
humano é uma máquina construída para o movimento. Se você 
precisa ou faz questão de passar o dia sentado, a liberdade à 
mesa fica comprometida. Se no seu dia não sobra um minuto 
para fazer exercício, você está vivendo errado, está deixando 
de levar em consideração seu bem mais precioso: o corpo. 
Enquanto não dá um jeito nessa vida miserável, aumente 
a atividade física no local em que estiver:
Questão 49: Saúde – vida moderna e obesidade
... suba escada, fale ao telefone dando volta na mesa, alongue 
os caminhos a pé, abaixe e levante o tempo inteiro, não ande a 
passos de lesma. No começo, vão achar que você perdeu o 
juízo, mas o povo se acostuma. Sejamos claros: a medicina não 
sabe tratar obesidade. Descontados os conselhos dietéticos ou 
as cirurgias bariátricas indicadas para os casos extremos, 
quase nada temos a oferecer. Se os médicos não dispõem da 
pílula mágica, a responsabilidade com o peso e a sobrevivência 
é individual. É cada um por si e Deus por ninguém, porque gula 
é um dos pecados capitais. 
Disponível em <http://drauziovarella.com.br/obesidade/reclama-pro-bispo/>. Acesso em 05 ago. 2015 
(com adaptações).
Questão 49: Saúde – vida moderna e obesidade
<https://goo.gl/0rZaWB>. Acesso em 31 ago. 2015
Questão 49: Pergunta
I. De acordo com o texto, apenas 25% dos adultos norte-
americanos não apresentam excesso de peso.
II. A crítica da charge direciona-se às informações falsas que 
circulam na internet e ao efeito que elas geram nas pessoas.
III. De acordo com o texto, a obesidade é provocada tanto por 
alimentação inadequada quanto por falta de atividade física.
IV. O título do texto indica a necessidade de que as instituições 
educacionais e religiosas adotem medidas para conscientizar 
as pessoas de que o cuidado com o corpo é importante.
V. A charge direciona seu foco para o problema da obesidade 
infantil, que, de acordo com o texto, já atinge mais de 30% de 
todas as crianças no Brasil.
Questão 49: Pergunta
Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a 
alternativa correta:
a) I, II e III.
b) I, II e V.
c) I e III.
d) III, IV e V.
e) II e III.
Questão 49: Resposta
I. Correta: três em cada quatro adultos norte-americanos 
(75%) apresentam sobrepeso.
II. Incorreta: o foco da charge é a questão do excesso de peso.
III. Correta: o excesso de peso está associado ao fato de as 
pessoas consumirem mais calorias do que gastam no dia a 
dia.
IV. Incorreta: o título tem sentido figurado e não remete, de 
forma alguma, à intervenção de instituições no problema.
V. Incorreta: o foco da charge não é obesidade infantil e o 
texto diz que um terço (33%) das crianças brasileiras de 5 a 
9 anos estão acima do peso (o que não significa que 
estejam obesas).
Alternativa correta: C.
INTERVALO
Questão 50: Educação – papel do educador
A complicada arte de ver – Rubem Alves
 Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando 
louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse 
os sinais da sua loucura. 
 “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto 
as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria! 
Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo 
que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem 
surpresas. 
 Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. 
Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis 
perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a 
impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de 
catedral gótica. 
Questão 50: Educação – papel do educador
 De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou 
em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo 
aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, 
tudo o que vejo me causa espanto.”
 Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, 
fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”, 
de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: 
“Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os 
poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela 
que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de 
cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de 
poeta... Os poetas ensinam a ver”.
Questão 50: Educação – papel do educador
 Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de 
todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil 
compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica 
de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece 
refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não 
pertence à física. William Blake sabia disso e afirmou: “A 
árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. 
Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês 
floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali 
está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia 
perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia 
à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito 
trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. 
Só viam o lixo.
Questão 50: Educação – papel do educador
 Adélia Prado disse: “Deus de vez em quando me tira a poesia. 
Olho para uma pedra e vejo uma pedra”. Drummond viu uma 
pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.
 Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem. “Não é 
bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não 
basta abrir a janela para ver os campos e os rios”, escreveu 
Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. 
 O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. 
Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da 
educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a 
sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada 
“satori”, a abertura do “terceiro olho”. 
Questão 50: Educação – papel do educador
 Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o 
fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos meus ouvidos 
acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram”.
 Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de 
dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas, 
eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao 
partir do pão, “seus olhos se abriram”. Vinicius de Moraes 
adota o mesmo mote em “Operário em Construção”: “De 
forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi 
tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que 
tudo naquela mesa – garrafa, prato, facão – era ele quem 
fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção”.
Questão 50: Educação – papel do educador
 A diferença se encontra no lugar onde os olhos são 
guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles 
são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. 
Com eles, vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas –
e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso 
é necessário. Mas é muito pobre. Os olhosnão gozam... Mas, 
quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se 
transformam em órgãos de prazer: brincam com o que veem, 
olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.
 Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos 
dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, 
das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as 
crianças por nossas mestras. 
Questão 50: Educação – papel do educador
 Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um 
menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez 
criança, eternamente: “A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me 
a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas 
flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a 
gente as tem na mão e olha devagar para elas”. Por isso –
porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar 
a ver – eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de 
professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se 
dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos 
da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de 
Caeiro. Sua missão seria partejar “olhos vagabundos”...
Disponível em <https://goo.gl/1n3G5D>. Acesso em 28 jul. 2015.
Questão 50: Pergunta
I. O tipo de professor sugerido pelo autor teria a função de 
reduzir o problema exposto por Alberto Caeiro quando afirma 
que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as 
flores”.
II. De acordo com o texto, a poesia causa perturbações e faz com 
que as pessoas não vejam a realidade tal qual ela é, como no 
caso de Drummond, que não viu a pedra.
III. De acordo com o texto, as crianças gostam de brincar com 
o que veem e o papel do educador é fazer com que elas não 
percam o foco e aprendam a usar os olhos como ferramentas 
de conhecimento.
Questão 50: Pergunta
IV. O autor propõe um novo modelo de educação, em que o 
professor consiga corrigir os desvios individuais da visão e 
revelar aos alunos a noção correta da realidade.
Está correto o que se afirma somente em:
a) I.
b) I e III.
c) III e IV.
d) II e IV.
e) I e II.
Questão 50: Resposta
I. Correta: o autor propõe um tipo de professor que ensine os 
alunos a olharem de fato as coisas do mundo.
II. Incorreta: o texto afirma que os poetas têm uma visão mais 
aguçada do que as demais pessoas, pois sabem olhar o 
mundo de outra forma.
III. Incorreta: de acordo com o texto, o papel do educador é 
ensinar as crianças a olharem o mundo de outra forma.
IV. Incorreta: o texto não propõe um educador que imponha 
uma visão correta do mundo.
Alternativa correta: A.
ATÉ A PRÓXIMA!

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