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CAPÍTULO 3 - ESTRUTURA CRISTALINA Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Prof. C. P. Bergmann - DEMAT - EE – UFRGS – março 2003 3. ESTRUTURA CRISTALINA 3-1 INTRODUÇÃO 3-2 ORDENAÇÃO DOS ÁTOMOS 3-3 CÉLULAS UNITÁRIAS 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3-5 METAIS 3-6 CRISTAIS IÔNICOS 3-7 CRISTAIS COVALENTES 3-8 POLÍMEROS 3-9 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-1 INTRODUÇÃO antes de entender fenômenos que determinam propriedades nos materiais a partir da MICROESTRUTURA deve-se primeiramente entender a (ESTRUTURA ATÔMICA) e ESTRUTURA CRISTALINA dos materiais porque estas definem algumas de suas propriedades Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS ESTRUTURA ATÔMICA ESTRUTURA CRISTALINA MICROESTRUTURA ESTRUTURA PROPRIEDADES CIÊNCIA DOS MATERIAIS Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 3-1 INTRODUÇÃO ♦ As propriedades de alguns materiais estão diretamente associadas à sua estrutura cristalina. Ex: magnésio e berílio que têm a mesma estrutura (HC) se deformam muito menos que ouro e prata (CFC) que têm outra estrutura cristalina. Explica a diferença significativa nas propriedades de materiais cristalinos e não cristalinos de mesma composição. Ex: Materiais transparentes, translúcidos opacos e não-cristalinos. As propriedades dos materiais sólidos cristalinos depende da estrutura cristalina, ou seja, da maneira na qual os átomos, moléculas ou íons estão espacialmente dispostos. Ciência dos Materiais-DEMAT-EE-UFRGS 3-1 INTRODUÇÃO A diferença no comportamento mecânico de um material sólido é definida no arranjo atômico, e conseqüentemente na sua estrutura cristalina. Importância da estrutura cristalina Grande parte da diferença das propriedades dos materiais é de interesse tecnológico, assim as diferenças na estrutura cristalina de um mesmo composto é de grande importância na Engenharia. Carbono grafite hexagonal diamante cúbico Nitreto de boro cúbico grafite Fe CCC CFC O que se pode fazer para modificar a resistência mecânica de um material ? Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-1 INTRODUÇÃO Alotropia ou Polimorfismo: 3-2 ORDENAÇÃO DE ÁTOMOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Cristal Vidro Gás Ordem a longo alcance Ordem a curto alcance Sem ordenamento Os materiais sólidos podem ser classificados de acordo com a regularidade na qual os átomos ou íons se dispõem em relação à seus vizinhos. 3-2 ORDENAÇÃO DE ÁTOMOS 3.2.1 Sem ordem Em gases, como o Ar e outros gases nobres. Se confinados, os gases não apresentarão nenhuma ordem entre seus átomos constituintes. Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Argônio Hélio 3-2 ORDENAÇÃO DE ÁTOMOS 3.2.2 Ordenamento a curto alcance Ângulos, distâncias e simetria com ordenação a curto alcance. Ocorre na H2O, que apresenta uma orientação preferencial, no SiO2 e no polietileno. em materiais não-cristalinos ou amorfos Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS H O O H2O SiO2 Polietileno 3-2 ORDENAÇÃO DE ÁTOMOS 3.2.3 Ordem a longo alcance Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Material cristalino Átomos ordenados em longas distâncias atômicas formam uma estrutura tridimensional rede cristalina Metais, muitas cerâmicos e alguns polímeros formam estruturas cristalinas sob condições normais de solidificação 3-2 ORDENAÇÃO DE ÁTOMOS 3.2.3 Ordem a longo alcance A rede é formada por átomos se repete regularmente REDE: conjunto de pontos espaciais que possuem vizinhança idêntica. Na rede a relação com vizinhos é constante: - simetria com os vizinhos; - distâncias define o parâmetro de rede; - ângulos entre arestas Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS PARÂMETROS PELOS QUAIS SE DEFINE UM CRISTAL Exemplo esquemático de rede 3-2 ORDENAÇÃO DE ÁTOMOS 3.2.3 Ordem a longo alcance Na solidificação ou por saturação de uma solução. SOLIDIFICAÇÃO Cristais se formam no sentido contrário da retirada de calor Mais baixa energia livre Maior empacotamento SATURAÇÃO de uma solução. Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Como s cristais se formam? 3-3 CÉLULA UNITÁRIA As estruturas ideais apresentam baixa energia e maior empacotamento, já as reais compreendem os defeitos possíveis nas ideais. As estruturas ideais compreendem: - diferentes sistemas cristalinos ângulos a,b,g tamanho das arestas a, b, c - sistemas cristalinos 7 diferentes - redes de Bravais 14 diferentes Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-3 CÉLULA UNITÁRIA CÉLULA UNITÁRIA menor subdivisão da rede cristalina que retém as características de toda a rede. Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Célula unitária Arranjo de átomos em um cristal Rede cristalina Representação da célula unitária CFC 3-3 CÉLULA UNITÁRIA CÉLULA UNITÁRIA existem diferentes tipos de células unitárias, que dependem da relação entre seus ângulos e arestas. Existem 14 tipos diferentes: redes de Bravais, agrupadas em sete tipos de estruturas cristalinas (sistemas cristalinos). Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Três diferentes tipos de estruturas cristalinas Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-3 CÉLULA UNITÁRIA Sete sistemas cristalinos 3-3 CÉLULA UNITÁRIA Metais cristalizam preferencialmente: - hexagonal - CCC - CFC - CS muito raro Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 7 sistemas cristalinos e 14 redes de Bravais METAIS Ligação metálica não- direcional: não há restrições quanto ao número e posições dos vizinhos mais próximos. Estrutura cristalina dos metais têm geralmente um número de vizinhos grandes e alto empacotamento atômico. Romboédrico Hexagonal 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.1 Número de átomos por célula unitária É o número específico de pontos da rede que define cada célula unitária. - Átomo no vértice da célula unitária cúbica: partilhado por sete células unitárias em contato somente 1/8 de cada vértice pertence a uma célula particular. - Átomo da face centrada: partilhado por duas células unitárias Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-3 CÉLULA UNITÁRIA Cúbico Simples (CS) Cúbico Corpo Centrado (CCC) Cúbico Face Centrada (CFC) 3.3.1 Número de átomos por célula unitária Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS SISTEMA CÚBICO 3-3 CÉLULA UNITÁRIA Cúbico Simples (CS) Cúbico Corpo Centrado (CCC) Cúbico Face Centrada (CFC) 3.3.1 Número de átomos por célula unitária Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS SISTEMA CÚBICO 3-3 CÉLULA UNITÁRIA Cúbico Simples (CS) Cúbico Corpo Centrado (CCC) Cúbico Face Centrada (CFC) 3.3.1 Número de átomos por célula unitária Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS SISTEMA CÚBICO 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.1 Número de átomos por célula unitária Exemplo 1: Determine o número de átomos da rede cristalina por célula no sistema cristalino cúbico. Resposta: CS n° pontos da rede = 8(cantos) *1 = 1 átomocélula unitária 8 Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.1 Número de átomos por célula unitária Exemplo 1: Determine o número de átomos da rede cristalina por célula no sistema cristalino cúbico. Resposta: CCC n° pontos da rede = 8(cantos)*1 + 1 (centro)= 2 átomos célula unitária 8 Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.1 Número de átomos por célula unitária Exemplo 1: Determine o número de átomos da rede cristalina por célula no sistema cristalino cúbico. Resposta: CFC n° pontos da rede = 8(cantos)*1 + 6 (faces)*1= 4 átomos célula unitária 8 2 Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.1 Número de átomos por célula unitária CS 1 átomo CCC 2 átomos CFC 4 átomos Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.2 Relação entre raio atômico e parâmetro de rede Determina-se primeiramente como os átomos estão em contato (direção de empacotamento fechado, ou de maior empacotamento) Geometricamente determina-se a relação entre o raio atômico (r) e o parâmetro de rede (ao). Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.2 Relação entre raio atômico e parâmetro de rede Exemplo 2: Determine a relação entre o raio atômico e o parâmetro da rede cristalina para as células unitárias do sistema cristalino cúbico (CS, CFC, CCC). Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS CÚBICO SIMPLES ao = 2r Contato entre os átomos ocorre através da aresta da célula unitária ao = r + r 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.2 Relação entre raio atômico e parâmetro de rede Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS ao = 4r 21/2 Contato entre os átomos ocorre através da diagonal da face da célula unitária dface 2 = ao 2 + ao 2 (4r)2 = 2ao 2 Exemplo 2: Determine a relação entre o raio atômico e o parâmetro da rede cristalina para as células unitárias do sistema cristalino cúbico (CS, CFC, CCC). CÚBICO DE FACE CENTRADA 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.2 Relação entre raio atômico e parâmetro de rede Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS CÚBICO DE CORPO CENTRADO ao = 4r 31/2 Contato entre os átomos ocorre através da diagonal do cubo da célula unitária Dcubo 2 = ao 2 + dface 2 (4r)2 = 3ao 2 Exemplo 2: Determine a relação entre o raio atômico e o parâmetro da rede cristalina para as células unitárias do sistema cristalino cúbico (CS, CFC, CCC). 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.2 Relação entre raio atômico e parâmetro de rede Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Fe CCC Exemplo3: O raio atômico do ferro é 1,24 A Calcule o parâmetro de rede do Fe CCC e CFC. Fe CFC ao = 4r 31/2 ao = 4 x 1,24 = 2,86 A 31/2 ao = 4r 21/2 ao = 4 x 1,24 = 3,51 A 21/2 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.3 Número de coordenação O número de coordenação é o número de vizinhos mais próximos, depende de: - covalência: o número de ligações covalentes que um átomo pode compartilhar; - fator de empacotamento cristalino. Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS CÚBICO SIMPLES NC = 6 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.3 Número de coordenação Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS CÚBICO DE CORPO CENTRADO NC = 8 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.3 Número de coordenação Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS CÚBICO DE FACE CENTRADA NC = 12 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.3 Número de coordenação Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS HEXAGONAL COMPACTO NC = 12 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.4 Fator de empacotamento Fator de empacotamento é a fração de volume da célula unitária efetivamente ocupada por átomos, assumindo que os átomos são esferas rígidas. FE = (n° átomos / célula) * volume cada átomo volume da célula unitária Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Exemplo 4: Calcule o fator de empacotamento do sistema cúbico (CS, CFC e CCC). 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.4 Fator de empacotamento Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS CS FE = (1 átomo / célula) * (4r3/3) ao 3 FE = (1 átomo / célula) * (4r3/3) = 0,52 (2r)3 CCC FE = (2 átomo / célula) * (4r3/3) ao 3 FE = (2 átomo / célula) * (4r3/3) = 0,68 (4r/31/2)3 CFC FE = (4 átomo / célula) * (4r3/3) ao 3 FE = (4 átomo / célula) * (4r3/3) = 0,74 (4r/21/2)3 Exemplo 4: Calcule o fator de empacotamento do sistema cúbico. 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.5 Densidade A densidade teórica de um cristal pode ser calculada usando-se as propriedades da estrutura cristalina. = (n° átomos / célula)*(massa atômica de cada átomo) (volume da célula unitária) * (n° de Avogadro) Exemplo 5: Determine a densidade do Fe CCC, que tem um a0 de 2,866 A. Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.5 Densidade A densidade medida é 7,870 Mg/m3. Por que a diferença da densidade teórica e a medida? Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS = (2 átomos / célula)*(55,85 g/g.mol) (23,55 10-24 cm3/célula) * (6,02 1023 átomos/g.mol) = 7,879 Mg/m3 Átomos/célula = 2 átomos Massa atômica = 55,85 g/g.mol Volume da célula unitária = a0 3 = 23,55 10-24 cm3/célula Número de Avogadro = 6,02 1023 átomos/g.mol Exemplo 5: Determine a densidade do Fe CCC, que tem um a0 de 2,866 A. 3-3 CÉLULA UNITÁRIA Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Átomos Número de Parâmetro Fator de por célula coordenação de rede empacotamento CS 1 6 2R 0,52 CCC 2 8 4R/(3)1/2 0,68 CFC 4 12 4R/(2)1/2 0,74 CS CCC CFC Resumo da estrutura cúbica Metais não cristalizam no sistema hexagonal simples o fator de empacotamento é muito baixo Cristais com mais de um tipo de átomo podem cristalizar neste sistema 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.6 Estrutura hexagonal simples Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.7 Estrutura hexagonal compacta O sistema Hexagonal Compacta é mais comum nos metais (ex: Mg, Zn) Neste sistema cada átomo em seu nível está localizado acima ou abaixo do interstício de 3 átomos de níveis adjacentes. Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.7 Estrutura hexagonal compacta O número de coordenação deste sistema é 12, pois cada átomo toca 3 átomos no seu nível inferior, seis no seu próprio plano e mais três no nível superior ao seu, resultando em um. A razão c/a ideal é 1,633, mas a maioria dos metais tem essa razão modificada devido a presença de ligações não metálicas. Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.8 Alotropia ou transformações polimórficas Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma estrutura cristalina dependendo da temperatura e pressão. Materiais de mesma composição química, mas que podem apresentar estruturas cristalinas diferentes, são denominados de alotrópicos ou polimórficos. Geralmente as transformações polimórficas são acompanhadas de mudanças na densidade e mudanças de outras propriedades físicas. Ciência dos Materiais - DEMAT - EE- UFRGS 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.8 Alotropia ou transformações polimórficas Carbono grafite hexagonal diamante cúbico Nitreto de boro cúbico grafite Fe CCC CFC Titânio a b SiC (chega ter 20 modificações cristalinas) Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Exemplos Diamante Grafite 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.8 Alotropia ou transformações polimórficas Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Tambiente FeCCC, NC 8 FE 0,68 910°C FeCFC NC 12 FE 0,74 1390°C FeCCC 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.8 Alotropia ou transformações polimórficas Exemplo 6: Calcule a mudança de volume que ocorre quando o FeCCC é aquecido e transforma-se em FeCFC. Na transformação o parâmetro de rede muda de aCCC = 2,863A para aCFC = 3,591A. Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Volume da célula CCC = a3 = 23,467A3 Volume da célula CFC = a3 = 46,307A3 FeCCC 2 átomos FeCFC 4 átomos 1FeCFC 2FeCCC Mudança de Volume = Vf - Vi * 100 = 46,307 - 46,934 * 100 Vi 46,934 Mudança de Volume = -1,34% 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.8 Alotropia ou transformações polimórficas Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Mudança de Volume = -1,34% TRANSFORMAÇÕES DE FASE VERSUS DILATOMETRIA: a 906°C e 1409°C A diferença deve-se provavelmente a impurezas e à policristalinidade. 3-3 CÉLULA UNITÁRIA 3.3.7 Estrutura hexagonal compacta O sistema Hexagonal Compacta é mais comum nos metais (ex: Mg, Zn) Neste sistema cada átomo em seu nível está localizado acima ou abaixo do interstício de 3 átomos de níveis adjacentes. Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL As propriedades de muitos materiais são direcionais, por exemplo o módulo de elasticidade do FeCCC é maior na diagonal do cubo que na direção da aresta. 3.4.1 Coordenadas dos pontos Pode-se localizar os pontos das posições atômicas da célula unitária cristalina construindo-se um sistema de eixos coordenados. Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.2 Direções da célula unitária Algumas direções da célula unitária são de particular importância, por exemplo os metais se deformam ao longo da direção de maior empacotamento. Algumas propriedades dos materiais dependem da direção do cristal em que se encontram e são medidas. Os índices de Miller das direções são usados para descrever estas direções. Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.2 Direções da célula unitária ÍNDICES DE MILLER PARA DIREÇÕES: 1. Definir dois pontos por onde passa a direção 2. Definir o ponto alvo e origem, fazendo-se: ALVO-ORIGEM 3. Eliminar as frações e reduzir ao m.m.c. 4. Escrever entre colchetes, e se houver n° negativo o sinal é colocado sobre o n°. [h k l] x y z Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.2 Direções da célula unitária Exemplo 7: Determine os Índices de Miller das direções A, B e C, da figura abaixo. Direção A: 1. alvo= 1, 0, 0; origem= 0, 0, 0 2. alvo - origem = 1, 0, 0 3. sem frações 4. [1 0 0] Direção B: 1. alvo= 1,1,1; origem= 0, 0, 0 2. alvo - origem = 1, 1, 1 3. sem frações 4. [1 1 1] Direção C: 1. alvo= 0, 0, 1; origem= 1/2, 1, 0 2. alvo - origem = -1/2, -1, 1 3. 2 (-1/2, -1, 1) = -1, -2, 2 4. [1 2 2] Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.2 Direções da célula unitária Algumas observações: - direção e suas múltiplas são idênticas [111] [222]; - índices de Miller simétricos não são da mesma direção (direções e suas negativas não são idênticas) [111] [111]; FAMÍLIA DE DIREÇÕES: conjunto de Índices de Miller onde todos tem mesma simetria. Exemplo para simetria cúbica: Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Para o sistema cúbico: A simetria da estrutura permite que as direções equivalentes sejam agrupadas: Família de direções: 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.2 Direções da célula unitária Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS <100> para as faces <110> para as diagonais das faces <111> para a diagonal do cubo CCC Família de direções <111> empacotamento atômico fechado CFC Família de direções <110> empacotamento atômico fechado 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.2 Direções da célula unitária Outra maneira de caracterizar as direções é através da distância de repetição, fator de empacotamento e densidade linear. DENSIDADE LINEAR: É o número de átomos por unidades de comprimento. L = número de átomos unidade de comprimento Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.2 Direções da célula unitária Exemplo 8: Calcular a densidade linear na direção [1 0 0] para o potássio. Dados: K - CCC r - 0,2312 nm L = n° átomos unid comprimento L = 1/2 + 1/2 ao ao= 4r/3 1/2 L = 0,187 átomos/Å Exercício: Qual a densidade linear na direção [1 1 0] para o Cu? Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.2 Direções da célula unitária DISTÂNCIA DE REPETIÇÃO: De quanto em quanto se repete o centro de um átomo. É o inverso da densidade linear. FATOR DE EMPACOTAMENTO LINEAR: É quanto da direção está definitivamente coberta por átomos. Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.2 Direções da célula unitária Exemplo 9: Calcule a distância de repetição, densidade linear e o fator de empacotamento para a direção [1 1 1] do Cu CFC. (ao=3,6151 A) Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Distância de repetição o centro do átomo se repete a cada diagonal do cubo Dr = a0 3 1/2 Dr = 3,6151 10 -8*31/2 Dr = 6,262 10 -8 cm 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.2 Direções da célula unitária Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Densidade linear L L = 1/ Dr = 1/ 6,262 10 -8 L = 1,597 10 7 átomos/cm Fator de empacotamento FE FE = 2r/ Dcubo = 0,408 Exercício: Compare a Dr, rL e o FE para as direções [1 1 1] e [1 1 0] do Cu CFC. Exemplo 9: Calcule a distância de repetição, densidade linear e o fator de empacotamento para a direção [1 1 1] do Cu CFC. (ao=3,6151 A) 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.3 Planos Um cristal possui planos de átomos que influenciam as propriedades e o comportamento de um material. Os Índices de Miller também são determinados para planos. ÍNDICES DE MILLER PARA PLANOS: 1. Definir três pontos onde o plano corta x, y e z. 2. Calcular os recíprocos dos valores obtidos. 3. Eliminar as frações sem reduzir ao m.m.c. 4. Escrever entre parênteses, e se houver n° negativo o sinal é colocado sobre este n°. OBS.: Se o plano passar pela origem, desloque-a. (h k l) x y z Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.3 Planos Exemplo 10: Determine os Índices de Miller para os planos A, B e C da figura abaixo. Plano A: 1. 1 1 1 2. 1/1 1/1 1/1 3. Não tem frações 4. (1 1 1) Plano B: 1. 1 2 2. 1/1 1/2 1/ 3. 2 1 0 4. (2 1 0) Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Plano C: passa pela origem (x’, y’, z’) 1. -1 2. 1/ 1/-1 1/ 3. 0 -1 0 4. (0 1 0) 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.3 Planos Observações importantes: - Iguais Índices de Miller para direção e plano, significa que estes apresentam perpendicularidade. Exemplo: (1 0 0) [1 0 0] - Índices de Miller simétricos são o mesmo plano, depende apenas do referencial (planos e seus negativos são idênticos). Exemplo: (0 2 0) (0 2 0) - Planos e seus múltiplos não são idênticos (densidade planar diferente). Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.3 Planos DENSIDADE PLANAR: É o número de átomos por unidades de comprimento. P = número de átomos no plano área do plano FATOR DE EMPACOTAMENTO PLANAR: É quanto da área está efetivamente coberta por átomos. Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS FEP = área dos átomos área do plano 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.3 Planos DISTÂNCIA INTERPLANAR: É a distância de dois planos com mesmos índices de Miller. D (h, k, l) = a0 (h2 + k2 + l2)1/2 Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Para o sistema cúbico d (110) = a (12 + 12 + 02)1/2 d (110) = a 21/2 Ou, geometricamente: d = dface = a 2 1/2 2 2 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.3 Planos Exemplo 11: Calcule a densidade planar e o fator de empacotamento planar para os planos (0 1 0) e (0 2 0), para o sistema cúbico simples do polônio, o qual tem a0 = 3,34 10 -8 cm. planar (0 2 0) = zero FEplanar (0 2 0) = zero planar = n° átomos área planar (0 1 0) = 1 átomo = 8,96 10 14 átomos/cm2 ao 2 FEplanar = área de átomos por face área da face FEplanar (0 1 0) = 1 átomo (pr 2)= 0,79 ao 2 Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS (010) (020) 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.3 Planos Exemplo 12: Calcule a distância interplanar entre dois planos adjacentes [1 1 1 ] no ouro, que tem a0 = 4,0786 Å. d (h, k, l) = a0 (h2 + k2 + l2)1/2 d (h, k, l) = 4,0786 A = 2,355 Å (12 + 12 + 12)1/2 Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.3 Planos Família de planos: em cada célula unitária os planos formam um grupo equivalente que tem índices particulares devido a orientação de suas coordenadas. Exemplo: planos da família {1 1 0} (1 1 0) (1 0 1) (0 1 1) (1 1 0) (1 0 1) (0 1 1) Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS O átomo do centro do cubo é interceptado pela família de planos {111} para o CCC? 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.3 Planos Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS FAMÍLIA DE PLANOS {110} é paralelo a um eixo z y x 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.3 Planos Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS FAMÍLIA DE PLANOS {111} A simetria do sistema cúbico faz com que a família de planos tenha o mesmo arranjo e densidade Deformação em metais envolve deslizamento de planos atômicos Deslizamento ocorre mais facilmente nos planos e direções de maior densidade atômica 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL 3.4.3 Planos Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS CCC Família de planos {110}: maior densidade atômica CFC Família de planos {111}: maior densidade atômica 3.4.4 Índices de Miller para a Célula Hexagonal Chamados índices de Miller Bravais, devido a modificação em relação ao sistema cristalino Estabelece-se 4 eixos, 3 coplanares Tem-se 4 interseções e 4 índices de Miller Índices de Miller Bravais: h k i l onde: h + k = - i Similar aos índices de Miller para plano da estrutura cristalina cúbica, determina-se os Índices de Miller Bravais. 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3.4.4 Índices de Miller para a Célula Hexagonal Direções na célula unitária hexagonal [h k i l] Eixos: a1 a2 a3 c 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3.4.4 Índices de Miller para a Célula Hexagonal Exemplo 13: Determine os índices de Miller para os planos A e B e para as direções C e D Plano A: 1. 1 2. 1/ 1/ 1/ 1/1 3. 0 0 0 1 4. (0 0 0 1) ou (0 0 1) Plano B: 1. 1 1 -1/2 1 2. 1/1 1/1 -2/1 1/1 3. 1 1 -2 1 4. (1 1 -2 1) ou (1 1 1) 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3.4.4 Índices de Miller para a Célula Hexagonal Direção C: 1. alvo= 0, 0, 0, 1; origem= 1, 0, 0, 0 2. alvo - origem = -1, 0, 0, 1 3. sem frações 4. [1 0 01] Direção D: 1. alvo= 0, 1, 0, 0; origem= 1, 0, 0, 0 2. alvo - origem = -1, 1, 0, 0 3. sem frações 4. [1 1 0 0] 3-4 DIREÇÕES E PLANOS NO CRISTAL Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Exemplo 13: Determine os índices de Miller para os planos A e B e para as direções C e D Sistema cúbico Sistema hexagonal compacto 3-5 METAIS Sumarizando: os metais cristalizam preferencialmente em sistemas cúbico(CCC, CFC) ou hexagonal (HC). Logo, a estrutura cristalina destes materiais já foi estudada. Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS CCC CFC Características de cristais metálicos comuns Estrutura a0 x R átomos NC FE Metais por célula Típicos CS a0 = 2R 1 6 0,52 Po CCC a0 = 4R/3 1/2 2 8 0,68 Fe, Ti, W, Mo, Nb, Ta, K, Na, V, Cr, Zr CFC a0 = 4R/2 1/2 4 12 0,74 Fe, U, Al, Au, Ag, Pb, Ni, Pt HC a0 = 2R 6 12 0,74 Ti, Mg, Zn, Be, c0 = 1,633 a0 Co, Zr, Cd 3-5 METAIS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Muitos materiais cerâmicos possuem ligações iônicas entre ânions e cátions. possuem estruturas cristalinas que asseguram a neutralidade elétrica. Relação de raios: ânion (geralmente maior) e cátion Considera-se que o ânion vai formar a rede cristalina e o cátion preencherá os vazios da rede. 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3.6.1 Introdução determina o tipo de arranjo cristalino. Estrutura cristalina de uma célula unitária existem pequenos espaços não ocupados (vazios) sítios intersticiais. Podem ser ocupados por átomos estranhos a rede ex: impurezas e elementos liga nos metais Estruturas iônicas (como muitos cerâmicos) podem ser entendidas como o ânion formando a rede cristalina e o cátion preenchendo os sítios intersticiais, respeitando a neutralidade iônica. 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3.6.2 Sítios intersticiais Localização dos sítios intersticiais nas células unitárias cúbicas e hexagonal. Apenas um de cada grupo está representado. 3.6.2 Sítios intersticiais 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3.6.2 Sítios intersticiais 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS • Um átomo em um sítio intersticial toca dois ou mais átomos da célula unitária NC • O tamanho de cada sítio intersticial pode ser calculado em termos do tamanhodos átomos da posição regular da rede. Exemplo 14: Supondo uma esfera, calcule o tamanho de um sítio intersticial: (a) cúbico (b) octaédrico. 3.6.2 Sítios intersticiais 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 2R + 2r = 2R 2½ r = 2½ R - R r = (2½ - 1) R r /R= 0,414 2R + 2r = 2R 3½ r = 3½ R - R r = (3½ - 1) R r /R= 0,732 Exemplo 14: Supondo uma esfera, calcule o tamanho de um sítio intersticial: (a) cúbico (b) octaédrico. 3.6.2 Sítios intersticiais 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS O átomo intersticial - tamanho menor do sítio intersticial - tamanho maior do sítio intersticial Razão entre raios determina NC e a localização do interstício 2 0 - 0,155 3 0,155 - 0,225 4 0,225 - 0,414 6 0,414 - 0,732 8 0,732 - 1,000 NC Razão raios 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3.6.3 Tipos de estruturas 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3.6.3.1 Teoria da rede cristalina para cristais iônicos Modelo matemático da estrutura cristalina de cristais iônicos cálculo de propriedades do cristal: energia de ligação e espaçamento de equilíbrio dos íons no cristal Considera-se que: - rede construída com esferas rígidas que tocam-se em uma direção; as esferas tem um raio fixo e definido; - as esferas são eletricamente carregadas com cargas elementares; - as cargas formam um arranjo periódico; - a rede empacota de forma simples: cúbico, hexagonal ou cúbico de face centrada Ex: NaCl Características da rede: - Arranjo periódico de esferas - Esferas rígidas com raio fixo e definido - Esferas carregadas com cargas elementares - Tamanho dos íons: Na+: 0,98Ả e Cl-: 1,81Ả 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Cálculo da Energia de ligação entre duas esferas vizinhas 2,1 2 21 0 2,1 4 1 r ezz E 121 zz 2,1 2 0 2,1 4 1 r e E As outras esferas também devem ser consideradas CADEIA LINEAR - + - + - + - + + a0 d0 1 2 3 4 5 2’ 3’ 4’ 5’ 2 1413'12141312 2... ''' k CLCL EEEEEEEE Como: CL k CL r e E 2 04 1 )1( e 041031021 3 2 drdrdr Então: ... 5 1 4 1 3 1 2 1 1 4 2 00 2 d e ECL ln 2 00 2 4 d e AE CLCL ACL = 2 ln2 = 1,386 3.6.3.1 Teoria da rede cristalina para cristais iônicos 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS CADEIA LINEAR Por comparação, a energia de ligação de um simples íon em uma molécula de dois íons, separado por uma distância d0, é: 00 2 4 d e EMol Logo, ACL é a razão da energia de ligação de um íon na cadeia linear em relação a um íon na molécula: Mol CL CL E E A IMPORTANTE: ACL > 1 significa que a situação de um íon na cadeia linear é energeticamente mais favorável que em uma molécula de dois íons, embora na cadeia linear, há a repulsão entre cargas. ENERGIA DE LIGAÇÃO EM UMA REDE TRIDIMENSIONAL? 3.6.3.1 Teoria da rede cristalina para cristais iônicos 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS ENERGIA DE LIGAÇÃO EM UMA REDE TRIDIMENSIONAL Caso dos cristais iônicos CONSTANTE DE MADELUNG Energia de ligação de um íon na rede, EG é: com i, k = 1...N Pode-se escrever que: com e A = constante de Madelung Então a primeira aproximação de EG é: Fórmula geral para o cálculo da energia da rede em um cristal iônico: ki ikG EE ik G nd e E 1 4 1 0 2 0 A nik 1 00 2 4 d e AEG Significado de A: Razão entre a energia de ligação do íon na rede cristalina e a energia de ligação do íon na molécula N d ezz AEG 00 2 21 4 3.6.3.1 Teoria da rede cristalina para cristais iônicos 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS ENERGIA DE LIGAÇÃO EM UMA REDE TRIDIMENSIONAL Constante de Madelung de vários cerâmicos: Tipo Estrutura Nome Valor de A AX NaCl Cloreto de sódio 1,748 CsCl Cloreto de césio 1,763 ZnS Blenda de zinco 1,638 ZnS Wurtzita 1,641 AX2 CaF2 Fluorita 5,03 A2X3 Al2O3 Corindum 25,0 • Os valores de A para a estrutura AX não são muito maiores que 1; • Diferença no tipo de estrutura AX difere muito pouco os valores de A; • A ligação mais forte é da estrutura do corindum Material Eteorica (kJ/mol) Eexperimental (kJ/mol) E/ Eteorica NaCl 858 766 - 0,11 CsCl 687 649 - 0,05 • Os valores medidos são menores que os valores teóricos • A diferença pode ser explicada pelo potencial de repulsão Verificação experimental da energia de ligação calculada 3.6.3.1 Teoria da rede cristalina para cristais iônicos Os compostos cerâmicos mais simples possuem igual número de átomos metálicos e não-metálicos. Podem ser iônicos como o MgO (Mg+2, O-2), ou covalentes como o ZnS. NC Três formas principais: CsCl 8 NaCl 6 ZnS 4 3.6.3.2 Estruturas do tipo AX 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Tipo CsCl Cada átomo A tem oito vizinhos X 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS rCs+ = 1,69 Å RCl - = 1,81Å NC = 8 r/R=0,92 3.6.3.2 Estruturas do tipo AX Tipo CsCl 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Dc = 2 (R+r) Os íons se tocam pela diagonal do cubo ao= 2(r+R) 31/2 3.6.3.2 Estruturas do tipo AX Tipo NaCl Cada átomo A tem seis vizinhos intersticiais 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS rNa+= 1,02 Å RCl - = 1,81Å NC = 6 r/R=0,56 Exemplos: MgO, MnS, LiF, FeO Na Cl 3.6.3.2 Estruturas do tipo AX Tipo NaCl 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Os íons se tocam pela aresta do cubo ao= 2(r+R) 3.6.3.2 Estruturas do tipo AX Tipo ZnS Os cátions ocupam 4 das 8 posições intersticiais tetraedrais possíveis. 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS rZn+= 0,74 Å RS - = 1,84Å NC = 4 r/R=0,40 Exemplos: BeO 3.6.3.2 Estruturas do tipo AX Tipo ZnS 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Dc = 4 (R+r) Os íons se tocam pela diagonal do cubo ao= 4(r+R) 31/2 3.6.3.2 Estruturas do tipo AX Tipo NiAs 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Estrutura hexagonal com seis interstícios com Ni+2 3.6.3.2 Estruturas do tipo AX Relação de 1 cátion para 2 ânion Estrutura cubica de face centrada 8 interstícios octaédricos ocupados 3.6.3.3 Estruturas do tipo AnXm Ex: estruturas AX2 ou A2X3 Tipo AX2 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Exemplos: UO2, PuO2, ThO2 CaF2 Exemplo: UO2, interstícios octaedrais disponíveis combustível nuclear produtos de fissão acomodados nas posições vazias. Exemplo: ZrO2 Tipo AX2 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3.6.3.3 Estruturas do tipo AnXm Exemplo: Pirita Tipo AX2 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGSFeS2 Fe S 3.6.3.3 Estruturas do tipo AnXm Exemplo: Al2O3 Tipo A2X3 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Mantém neutralidade elétrica devido a valência 3.6.3.3 Estruturas do tipo AnXm Tipo BaTiO3 3.6.3.4 Estruturas do tipo AnBmXP Óxido duplo com dois cátions Estrutura mais complexa devido a presença de mais um átomo 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Estrutura da Perovskita Exemplos: CaTiO3, SrZnO3, SrSnO3, Ferritas e Espinélios Tipo FeAl2O4 3-6 CRISTAIS IÔNICOS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Estrutura do Espinélio A metal valência +2 B metal valência +3 O forma rede CFC A interstício octaédrico B interstício tetraédrico Uso: materiais magnéticos não metálicos em aplicações eletrônicas 3.6.3.4 Estruturas do tipo AnBmXP Exemplo 15: Calcule a densidade e o fator de empacotamento do MgO, sabendo-se que MMg é 24,31 g/mol e do MO é 15,99 g/mol. Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS = m/V Massa cél. unit.= 4Mg+2 + 4O-2 (4.MMg+ 4. MO)/6,02.10 23 íons= 26,78 . 10-23 g Volume da célula unitária = a0 3 = 0,0621 . 10-27m3 = 26,78 . 10-23 g/ 0,0621 . 10-27 m3 = 4,31 . 106 g/m3 ou 4,31 g/cm3 FE = Víons/Vcél. Unit. Vol íons cél. unit.= 4VMg+2 + 4VO-2 (4. 4/3 r 3 + 4. 4/3 R3 )= 0,0433 . 10-29 m3 Volume da célula unitária = a0 3 = 0,0621 . 10-27 m3 FE = 0,0433 . 10-29 m3 / 0,0621 . 10-27 m3 = 69,8% 3-6 CRISTAIS IÔNICOS 3.6.3 Tipos de estruturas Solução: = m/V FE = Víons/Vcél. Unit. ao=? rMg+2= 0,066 nm RO-2 = 0,132 nm rMg+2/ RO-2 = 0,5 NC=6 CFC tipo NaCl ao=(2 RO-2 + 2 rMg+2 ) = 0,396 nm C Ocupação dos interstícios ~ ZnS Totalmente covalente Forma metaestável 3.7.1 Estruturas do Diamante 3-7 CRISTAIS COVALENTES Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Exemplos: Ge, Si, Pb 3.7.1 Estruturas do Diamante Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Dc = 8r Os átomos se tocam pela diagonal do cubo ao= 8r 31/2 3-7 CRISTAIS COVALENTES Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Solução: = m/V Massa cél. unit.= 8 C 8 x 12/6,02.1023 = 15,95 . 10-23 g Volume da célula unitária: ao 3 ao= 8 r / 3 0,5 r = 0,077 nm ao= 8 . 0,077 nm / 3 0,5 = 0,356 nm a0 3 = 0,0451 . 10-27m3 = 15,95 . 10-23 g / 0,0451 . 10-27 m3 = 3,54 . 106 g/m3 ou 3,54 g/cm3 Exemplo 16: Calcule a densidade do Diamante. 3.7.1 Estruturas do Diamante 3-7 CRISTAIS COVALENTES Tipicamente: amorfos (ordem a curto alcance) Sob condições especiais: estrutura cristalina. Ex.: polietileno estrutura ortorrômbica 3-8 POLÍMEROS Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Difração de raios-X diferentes comprimentos de onda 3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Espectro de radiação eletromagnética, salientando o comprimento de onda para a radiação X. A luz visível tem comprimento de onda da ordem de 1000 nm – ranhuras em um vidro 3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Na estrutura cristalina: • Interação do fóton com o orbital de elétrons. • O empilhamento de átomos tem a mesma função que as ranhuras da figura ao lado. 3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS O FENÔMENO DA DIFRAÇÃO: Quando um feixe de raios x é dirigido à um material cristalino, esses raios são difratados pelos planos dos átomos ou íons dentro do cristal • T= fonte de raios X • S= amostra • C= detector • O= eixo no qual a amostra e o detector giram Detector Fonte O DIFRATÔMETRO: 3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS • Para que ocorra a difração, o feixe de raios X precisa estar em fase com os planos do cristal. • De outra maneira, interferências destrutivas de ondas ocorrem e não é possível detectar um feixe de difração intenso. ABC = n AB = BC = d sen Então: n = 2d sen 3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS • Na interferência construtiva, com feixes em fase, a diferença no comprimento da trajetória dos feixes de raios X adjacentes é um número inteiro de comprimentos de onda. ABC = n AB = BC = d sen • Esta relação é dada pela equação de Bragg: n= 2d sen onde d é o espaçamento atômico e é o ângulo de difração com a superfície (2 = ângulo de difração - ângulo medido experimentalmente) d é o espaçamento interplanar – função dos índices de Miller para planos. Distância interplanar (exemplos): Cúbico Dhkl= ao/(h 2+k2+l2)0,5 Hexagonal Dhkl= ao/[4/3(h 2+hk+k2)+l2(ao 2/co 2)]0,5 3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS CS CCC CFC Para o sistema cúbico (estrutura de metais): A lei de Bragg é necessária mas não suficiente. As células unitárias não primitivas provocam difração não prevista pela lei de Bragg para certos ângulos. 3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Estrutura Difração não ocorre Difração ocorre cristalina CCC h+k+l=número par h+k+l=número ímpar CFC h, k, l (par e ímpar) h, k, l (ou par ou ímpar) HC h+2k=3n, l par (n é inteiro) todos outros casos 3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Exemplo de difração de raios X em um pó de alumínio. = 0,1542 nm (radiação CuKa) 3-9 DIFRAÇÃO DE RAIOS X Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Exemplo 17: Uma amostra de ferro CCC foi colocada num difractômetro de raios X incidentes com = 0,1541nm. A difração pelos planos {110} ocorreu para 2= 44,704o. Calcule o valor do parâmetro de rede do ferro CCC (considere a difração de 1a ordem, com n=1). Solução: d[110] 2= 44,704o = 22,352o = 2.d[hkl] sen d[110]= / 2 sen = 0,1541nm / 2(sen 22,35 o) = 0,2026 nm ao(Fe) d[110]= ao / (h 2+k2+l2)0,5 ao(Fe)= d[110]= ao / (h 2+k2+l2)0,5 = 0,2026nm (1,414) = 0,287 nm 3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Rede sem defeitos, ideal, T= 0K Propriedades:EL, E, diagrama de fases, equilíbrio termodinâmico ESTRUTURA CRISTALINA PERTURBAÇÕES NA ESTRUTURA CRISTALINA Estágio 1: vibração da rede, T>0 Propriedades: k, a, C Estágio 2: defeitos pontuais (vacâncias, átomos intersticiais, substitucionais, Frenkel e Schottky) na rede Propriedades: difusão, processos de transporte condução iônica, reações de estado sólido, transformações de fase, evolução da microestrutura, deformação em Televadas Estágio 3: defeitos lineares, discordâncias Propriedades: mecânicas (deformação plástica), fragilidade, dureza Estágio 4: defeitos planares,falhas, contornos de grãos, de fases. Propriedades: magnéticas e dielétricas Não apresenta rede cristalina, defeito volumétrico. ESTRUTURA AMORFA • Todos os materiais apresentam imperfeições no arranjo de seus átomos, que reflete no comportamento do mesmo. • Controlar as imperfeições, significa obter materiais com diferentes propriedades e para novasaplicações. • Podem existir diferentes tipos de imperfeições na rede: i) vibrações da rede: quantizadas por fônons ii) defeitos pontuais: vacâncias, átomos intersticiais, átomos substitucionais, defeito Frenkel e Schottky; iii) defeitos lineares: discordâncias; iv) defeitos planares: superfícies interna e externa e interfaces (falhas de empilhamento, contorno de fases, superfícies livres); v) defeitos volumétricos: estruturas amorfas ou não-cristalinas Classificados pela ordem de grandeza na estrutura 3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS Defeitos possíveis em um material a partir da dimensão em que ocorrem na estrutura 3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3.10.1 Vibrações na rede As vibrações da rede são quantizadas por fônons. Configuração cristalina ideal só ocorre hipoteticamente temperatura do zero absoluto demais temperaturas vibração dos átomos na rede provoca distorções no cristal perfeito; 3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS 3.10.2 Defeitos pontuais Podem ser classificados segundo: FORMA ORIGEM DO DEFEITO ESTEQUIOMETRIA - vacância - átomo intruso - schottky - frenkel - intrínseco - extrínseco - sub rede de cátions não estequiométrico - sub rede de ânions 3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS VACÂNCIAS: Também denominado de lacuna É a falta de um átomo na rede cristalina Pode resultar do empacotamento imperfeito na solidificação inicial, ou decorrer de vibrações térmicas dos átomos em temperaturas elevadas 3.10.2 Defeitos pontuais 3.10.2.1 Quanto à forma 3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS VACÂNCIAS: O número de vacâncias varia com a temperatura nv = n exp (-Q/RT) onde: nv: n° de vacâncias/cm3 n: n° de pontos na rede/cm3 Q: energia necessária para produzir a vacância (J/mol) R: cte dos gases (8,31 J/molK) T: temperatura em K 3.10.2 Defeitos pontuais 3.10.2.1 Quanto à forma 3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS VACÂNCIAS: Exemplo 18: Calcule o n° de vacâncias por centímetro cúbico e o n° de vacâncias por átomo de cobre, quando o cobre está (a) a temperatura ambiente, (b) 1084°C. Aproximadamente 83600 J/mol são requeridos para produzir uma vacância no cobre. Dados: a0 = 3,6151 x 10 -8 cm Q = 83600 J/mol R = 8,31J/mol K 3.10.2 Defeitos pontuais 3.10.2.1 Quanto à forma 3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS VACÂNCIAS: nv = n exp (-Q/RT) Exemplo 18 - Solução O número de átomos de cobre por parâmetro da rede por cm3 é: n = n° átomos/célula volume da célula unitária n = 4 átomos/célula = 8,47 x 1022 átomos Cu/cm3 (3,6151 x 10-8)3 O que se quer saber? nv a Tamb e a 1084°C 3.10.2 Defeitos pontuais 3.10.2.1 Quanto à forma 3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS VACÂNCIAS: nv = n exp (-Q/RT) Exemplo 18 - Solução (a) Tambiente: T = 25 + 273 = 298 K nv = (8,47 x 10 22) exp [-83600/(8,31 x 298)] nv = 1,847 x 10 8 vacâncias/cm3 nv = 1,847 x 10 8 vacâncias/cm3 n 8,47 x 1022 átomos de Cu/cm3 nv = 2,18 x 10 -15 vacâncias/ átomos de Cu n 3.10.2 Defeitos pontuais 3.10.2.1 Quanto à forma 3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS VACÂNCIAS: Exemplo 18 - Solução nv = n exp (-Q/RT) (b) T = 1084°C: T = 1084 + 273 = 1357 K nv = (8,47 x 10 22) exp [-83600/(8,31 x 1357)] nv = 5,11 x 10 19 vacâncias/cm3 nv = 5,11 x 10 19 vacâncias/cm3 n 8,47 x 1022 átomos de Cu/cm3 nv = 6,03 x 10 -4 vacâncias/ átomos de Cu n 3.10.2 Defeitos pontuais 3.10.2.1 Quanto à forma 3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS VACÂNCIAS: Exemplo 19: O ferro tem a densidade medida de 7,87 Mg/m3. O parâmetro de rede do Fe CCC é 2,866 A. Calcule a percentagem de vacâncias no ferro puro. Dados: a0 = 2,866 A MFe = 55,85g/gmol % vacâncias = ? 3.10.2 Defeitos pontuais 3.10.2.1 Quanto à forma 3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS VACÂNCIAS: Exemplo 19 - Solução Utilizando-se a densidade medida pode-se calcular o n° de átomos por célula unitária: = n° átomos/célula x massa de cada átomo N° Avogadro x volume da célula unitária 7,87 Mg/m3 = n° átomos/célula x 55,85 g/gmol 6,02 x 1023 x (2,866 x 10-8)3 n°át/célula = 1,998 Deveriam ser 2 átomos no Fe CCC % Vacâncias = (2 - 1,998) x 100 / 2 = 0,1% 3.10.2 Defeitos pontuais 3.10.2.1 Quanto à forma 3-10 IMPERFEIÇÕES NO ARRANJO CRISTALINO Ciência dos Materiais - DEMAT - EE - UFRGS
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