Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
. 1 Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais Curso de Formação de Soldados Soldados Bombeiro Militar do Quadro de Praças Combatentes (QP-BM) Propriedades dos Materiais: Estados físicos e mudanças de estado. Variações de energia e do estado de agregação das partículas. Temperatura termodinâmica e energia cinética média das partículas. Propriedades dos materiais: cor, aspecto, cheiro e sabor; temperatura de fusão, temperatura de ebulição, densidade e solubilidade. Substâncias e critérios de pureza. Misturas homogêneas e heterogêneas. Métodos de separação ............................................................................................................................. 1 Estrutura Atômica da Matéria - Constituição dos Átomos: Modelo atômico de Dalton: descrição e aplicações Modelo atômico de Thomson: natureza elétrica da matéria e existência do elétron. Modelo atômico de Rutherford e núcleo atômico. Prótons, nêutrons e elétrons. Número atômico e número de massa. Modelo atômico de Bohr: aspectos qualitativos. Configurações eletrônicas por níveis de energia. .................................................................................................................................................. 16 Periodicidade Química: Periodicidade das propriedades macroscópicas: temperaturas de fusão e ebulição, caráter metálico de substâncias simples, estequiometrias e natureza ácido-básica de óxidos. Critério básico da classificação periódica moderna. Configurações eletrônicas e elétrons de valência. Grupos e períodos. Elétrons de valência, número de oxidação e localização dos elementos. Símbolos de elementos mais comuns. Periodicidade das propriedades atômicas: raio atômico, energia de ionização ................................................................................................................................................ 25 Ligações Químicas e Interações Intermoleculares: Propriedades macroscópicas de substâncias sólidas, líquidas e gasosas e de soluções: correlação com os modelos de ligações químicas e de interações intermoleculares. Energia em processos de formação ou rompimento de ligações químicas e interações intermoleculares. Modelos de ligações químicas e interações intermoleculares. Substâncias iônicas, moleculares, covalentes e metálicas. Polaridade das moléculas. Reconhecimento dos efeitos da polaridade de ligação e da geometria na polaridade das moléculas e a influência desta na solubilidade e nas temperaturas de fusão e de ebulição das substâncias. .................................................................... 33 Reações Químicas e Estequiometria: Reação química: conceito e evidências experimentais. Equações químicas: balanceamento e uso na representação de reações químicas comuns. Oxidação e redução: conceito, balanceamento, identificação e representação de semirreações. Massa atômica, mol e massa molar: conceitos e cálculos. Aplicações das leis de conservação da massa, das proporções definidas, do princípio de Avogadro e do conceito de volume molar de um gás. Cálculos estequiométricos. .............. 52 Soluções Líquidas: Soluções e solubilidade. O efeito da temperatura na solubilidade. Soluções saturadas. O processo de dissolução: interações soluto/solvente; efeitos térmicos. Eletrólitos e soluções eletrolíticas. Concentração de soluções: em g/L, em mol/L e em percentuais. Cálculos. Propriedades coligativas. Relações qualitativas entre a concentração de soluções de solutos não-voláteis e as propriedades: pressão de vapor, temperatura de congelação e de ebulição e a pressão osmótica. ....... 81 Termoquímica: Calor e temperatura: conceito e diferenciação. Processos que alteram a temperatura das substâncias sem envolver fluxo de calor – trabalho mecânico, trabalho elétrico e absorção de radiação eletromagnética. Efeitos energéticos em reações químicas. Calor de reação e variação de entalpia. Reações exotérmicas e endotérmicas: conceito e representação. A obtenção de calores de reação por 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 2 combinação de reações químicas; a lei de Hess. Cálculos. A produção de energia pela queima de combustíveis: carvão, álcool e hidrocarbonetos. Aspectos químicos e efeitos sobre o meio ambiente. .. 94 Cinética e Equilíbrio Químico: Evidências de ocorrência de reações químicas: a variação de propriedades em função do tempo. Velocidade de uma reação química: conceito e determinação experimental. Reações muito rápidas e muito lentas efeito do contato entre os reagentes, de sua concentração, da temperatura, da pressão na velocidade de reações químicas. Catalisadores e inibidores. Colisões moleculares: frequência e energia. Energia de ativação e estado de transição (complexo ativado): conceitos, construção e interpretação de diagramas. Reações químicas reversíveis. Evidências experimentais para o fenômeno da reversibilidade. Equilíbrio químico: caracterização experimental e natureza dinâmica. A modificação do estado de equilíbrio de um sistema: efeitos provocados pela alteração da concentração dos reagentes, da pressão e da temperatura. O princípio de Lê Chatelier. Aplicações. ........................................................................................................................................... 105 Ácidos e Bases: Distinção operacional entre ácidos e bases. Ácidos e bases (fortes e fracos) de Arrhenius; reações de neutralização. Produto iônico da água. pH: conceito, escala e usos. Indicadores ácido-base: conceito e utilização. Distinção operacional entre ácidos e bases de Bronsted – Lowry ... 125 Química Orgânica: Conceituação de grupo funcional e reconhecimento por grupos funcionais de: alquenos, alquinos e arenos (hidrocarbonetos aromáticos), alcoóis, fenóis, éteres, aminas, aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos, ésteres e amidas. Representação de moléculas orgânicas. Carbono tetraédrico, trigonal e digonal e ligações simples e múltiplas. Fórmulas estruturais – de Lewis, de traços, condensadas e de linhas e tridimensionais. Variações na solubilidade e nas temperaturas de fusão e de ebulição de substâncias orgânicas causadas por: aumento da cadeia carbônica, presença de ramificações, introdução de substituintes polares, isomeria constitucional e diastereoisomeria cis/trans. Polímeros: identificação de monômeros, unidades de repetição e polímeros – polietileno, PVC, teflon, poliésteres e poliamidas. Reações Orgânicas. ..................................................................................... 139 Candidatos ao Concurso Público, O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho na prova. As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em contato, informe: - Apostila (concurso e cargo); - Disciplina (matéria); - Número da página onde se encontra a dúvida; e - Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. Bons estudos! 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 1 A matéria que nos rodeia está em constante mudança, sofrendo inúmeras transformações em suas propriedades. Em algumas transformações não há alteração da natureza da matéria, ou seja, as substâncias continuam as mesmas. A química tem um papel determinante no estudo das propriedades dos materiais, sua composição e transformações. As propriedades dos matérias (da matéria) podem ser classificadas em físicas ou químicas. O estudodessas propriedades nos ajuda a compreender as transformações que ocorrem na natureza, como, por exemplo, a formação de fósseis, a atividade vulcânica, a constituição das rochas, a formação de grutas calcárias, a degradação de monumentos de pedra calcária pela erosão e pelas chuvas ácidas, a precipitação de sal nas salinas, enfim, a atividade natural da Terra e a que é devida à intervenção humana. Os químicos e físicos trabalham ao lado de engenheiros, médicos, biólogos, bioquímicos e outros, estudando as propriedades dos materiais conhecidos, com vista a adequá-los para certos fins e a produzir novos materiais, tendo em vista a melhor qualidade de vida e a sustentabilidade do planeta." Propriedades físicas da matéria As propriedades físicas de um material são as que podem ser observadas ou medidas sem que ocorra a modificação na composição do material. Alguns exemplos de propriedades físicas que serão especificadas a seguir são: cor, dureza, sabor, cheiro, estado físico (sólido, líquido e gasoso), densidade, temperatura, condutividade (térmica e elétrica), maleabilidade, ductabilidade, magnetismo ponto de fusão e ebulição, ponto de ebulição e liquefação e calor específico. -Cor: A matéria pode ser colorida ou incolor. Esta propriedade pode ser percebida pela visão. -Dureza: Representa uma medida de resistência do material a ações de origem mecânica sobre sua superfície, resistência à penetração, à deformação plástica e ao risco. -Sabor: Uma substância pode ser insípida (sem sabor) ou sápida (com sabor). Esta propriedade é percebida pelo paladar. -Cheiro: A matéria pode ser inodora (sem cheiro) ou odorífera (com cheiro). Esta propriedade é percebida pelo olfato. -Estado físico: As partículas podem estar mais unidas ou mais afastadas, de acordo com as condições de temperatura e de pressão a que a matéria esteja sendo submetida. Alterando essas condições, podemos efetuar mudanças no estado físico da matéria e este pode ser classificado como: sólido, liquido ou gasoso (figura 01). Propriedades dos Materiais: Estados físicos e mudanças de estado. Variações de energia e do estado de agregação das partículas. Temperatura termodinâmica e energia cinética média das partículas. Propriedades dos materiais: cor, aspecto, cheiro e sabor; temperatura de fusão, temperatura de ebulição, densidade e solubilidade. Substâncias e critérios de pureza. Misturas homogêneas e heterogêneas. Métodos de separação. 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 2 Figura 01. Estado físico da matéria e suas propriedades. -Densidade: é a medida da quantidade de matéria (massa) que um material ocupa por volume. -Condutividade térmica: capacidade que determinados materiais tem de conduzir o calor. -Condutividade elétrica: capacidade que determinados materiais tem de conduzir corrente elétrica. -Maleabilidade: A maleabilidade é uma propriedade que apresentam os corpos ao serem moldados por deformação. Ela permite a formação de delgadas lâminas do material sem que este se rompa, ou de outra forma, se estenda. -Ductabilidade: Propriedade que permite transformar materiais em fios. Um exemplo é o cobre, usado em forma de fios em instalações elétricas e o ferro na fabricação de arames. -Magnetismo: Propriedade que algumas substâncias têm de serem atraídas por ímãs, são as substâncias magnéticas. Ponto de fusão e ebulição– são as temperaturas onde a matéria passa da fase sólida para a fase líquida e da fase líquida para a fase sólida, respectivamente. Ponto de ebulição e de liquefação– são as temperaturas onde a matéria passa da fase líquida para a fase gasosa e da fase gasosa para a líquida, respectivamente. Calor específico– é a quantidade de calor necessária para aumentar em 1 grau Celsius (ºC) a temperatura de 1grama de massa de qualquer substância. Pode ser medida em calorias. Propriedades físicas gerais da matéria A massa e o volume são propriedades físicas gerais da matéria, uma vez que toda matéria apresenta massa e volume. Um kilograma pode representar a massa de muitos materiais diferentes, assim como 1 litro pode apresentar o volume de inúmeros materiais. -Massa: é a quantidade de matéria que um corpo apresenta. -Volume: é a quantidade de espaço ocupada por um corpo. Propriedades físicas específicas da matéria O conhecimento da massa ou do volumo de um objeto não permite a identificação do material que ele é feito. Porém, os materiais apresentam propriedades físicas- tais como densidade, temperatura, condutividade ( térmica ou elétrica),maleabilidade, ductabilidade, cor, textura, sabor e cheiro- que variam de um material para outro. Essas são as propriedades físicas específicas da matéria. Cada material apresenta um conjunto exclusivo de propriedades específicas, o que possibilita a sua identificação. 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 3 Cor, sabor e cheiro são propriedades específicas chamadas de organolépticas, isto é, propriedades que são percebidas pelos órgãos dos sentidos. Entretanto, não é aconselhável utilizar essas propriedades para identificar uma substância, uma vez que há gases tóxicos incolores, inodoros e líquidos letais com a mesma aparência da água. Propriedades extensivas e intensivas da matéria As propriedades físicas também podem ser classificadas, de acordo com a quantidade da amostra, em extensivas e intensivas. As propriedades extensivas variam conforme a quantidade de material contido na amostra. É o caso da energia liberada em uma combustão: duplicando, por exemplo, a quantidade de combustível, duplica-se a quantidade de energia liberada. As propriedades intensivas são as que não dependem da quantidade de material contido na amostra. É o caso da temperatura e da densidade, que não se alteram quando a quantidade de material é modificada. Propriedades químicas dos materiais Referem-se àquelas que, quando são coletadas e analisadas, alteram a composição química da matéria, ou seja, referem-se a uma capacidade que uma substância tem de transformar-se em outra por meio de reações químicas. Essas transformações resultam na produção permanente e irreversível de um novo material (produto), com características distintas do inicial (reagente), sendo desse modo classificadas como transformações químicas ou reações químicas. Uma maneira de comprovar a existência de uma transformação química é através da comparação do estado inicial e final do sistema. Algumas evidências podem ser observadas, permitindo verificar a ocorrência dessas transformações, como: desprendimento de gás e luz, mudança de coloração e cheiro, formação de precipitados entre outras (figura 01)1. Figura 01- Evidências da ocorrência de transformações químicas. Entretanto, a ausência dessas evidências não significa que não ocorreu uma transformação química, pois algumas ocorrem sem que haja mudança perceptível entre o estado inicial e o final. Para se ter certeza de que ocorreu a transformação química é necessário isolar os materiais obtidos e verificar suas propriedades específicas, como densidade, pontos de ebulição e fusão, solubilidade e outras. Para que as transformações químicas possam acontecer, as ligações entre átomos e moléculas precisam ser rompidas e devem ser restabelecidas de outro modo. Como essas ligações podem ser muito fortes, geralmente é necessária energia na forma de calor para iniciar a reação. As transformações químicas podem ocorrer de distintas maneiras, sendo estas2: 1 GEPEQ. Interações e transformações I: elaborando conceitos sobre transformações químicas. Química - Ensino Médio.Livro do aluno e guia do professor. São Paulo, USP, 2001. 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 4 -Por ação do calor Muitas substâncias são transformadas quando submetidas a uma fonte de calor. O cozimento de alimentos é um exemplo. Quando há decomposição de um material devido ao calor, chamamos o processo de termólise. Ex: Termólise do magnésio Magnésio + oxigênio → óxido de magnésio -Por ação de uma corrente elétrica Algumas substâncias necessitam de energia elétrica para que possam se transformar. A esse processo damos o nome de eletrólise. Para a decomposição da água, em hidrogênio e oxigênio, por exemplo, utilizamos uma corrente elétrica para esta transformação. -Por ação da luz A fotossíntese é um exemplo de reação química que ocorre na presença da luz, onde a água e o dióxido de carbono do ar são transformados em oxigênio e glicose. A transformação do oxigênio em ozônio acontece através da luz ultravioleta. Essa reação por ação da luz também é de extrema importância, pois assim é formada a camada de ozônio que protege a Terra dos raios ultravioletas. -Por ação mecânica Uma ação mecânica (atrito ou choque) é capaz de desencadear transformações em certas substâncias. Um exemplo é o palito de fósforo, que quando entra em atrito com a caixinha que o contém, produz uma faísca, que faz as substâncias inflamáveis do palito entrarem em combustão. A explosão da dinamite e o acender de um isqueiro também são exemplos de transformações por ação mecânica. 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 5 -Pela junção de substâncias Através da junção de duas substâncias podem ocorrer reações químicas. Isso frequentemente ocorre em laboratórios de química. A adição do sódio metálico em água é um exemplo: Estados físicos da matéria Observe a figura abaixo, que representa a substância água sob diferentes condições de níveis de energia: Estado Sólido No estado sólido, as partículas que formam a substância possuem a menor energia cinética; elas permanecem praticamente imóveis, unidas por forças de atração mútuas e dispostas, em geral, de acordo com um arranjo geométrico definido. No caso das moléculas de água, esse arranjo é em forma de anéis, no qual sempre há um átomo de hidrogênio entre dois de oxigênio. O arranjo das moléculas de água, na fase sólida, é o responsável pelo aumento do seu volume. Então, ao se congelar, a água se expande, formando o gelo que é menos denso que a água na fase líquida. Um bloco de mármore, sobre uma mesa, muda de forma e volume com o passar do tempo? Podemos concluir que uma substância sólida possui forma e volume próprios. Estado Líquido No estado líquida as partículas estão um pouco mais unidas em relação às partículas da fase gasosa, mas não totalmente unidas. Não há nenhum arranjo definido. A energia cinética é intermediária entre a fase gasosa e a fase sólida. As partículas nos líquidos “deslizam” umas sobre as outras e se movem. Isto é o que proporciona a fluidez no líquido. Todos os líquidos podem fluir, e alguns mais que os outros. A água, por exemplo, flui com mais facilidade que o mel. Então dizemos que a água tem baixa viscosidade e que o mel tem alta viscosidade. Os líquidos com baixa viscosidade oferecem menor resistência para fluir. Estado gasoso Neste estado as partículas da substância estão com maior energia cinética. Elas ficam muito distantes umas das outras. Movem-se com muita velocidade e colidem entre si. Um gás qualquer colocado dentro de uma garrafa de 1litro adquire a forma da garrafa e seu volume será de 1litro. Podemos dizer que uma substância na fase gasosa possui forma e volume variáveis. 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 6 Esses três estados — sólido, líquido e gasoso — são chamados de estados físicos ou estados de agregação da matéria, e as transformações de um estado para outro são denominadas mudanças de estado físico da matéria. Essas mudanças recebem os nomes gerais mostrados no esquema abaixo: Fusão é a passagem do estado sólido para o líquido. Solidificação é o inverso. Vaporização é a passagem do estado líquido para o gasoso (gás ou vapor). Pode ocorrer de três diferentes formas a seguir: - Evaporação é a vaporização lenta, que ocorre na superfície do líquido, sem agitação nem surgimento de bolhas (lembre-se das roupas secando no varal). - Ebulição é a vaporização rápida, com agitação do líquido e aparecimento de bolhas. - Calefação é uma vaporização muito rápida, com gotas do líquido “pulando” em contato com uma superfície ultra aquecida (uma gota de água caindo numa panela bem aquecida). Liquefação ou Condensação é a passagem do gás ou vapor para o estado líquido. Sublimação é a passagem do estado sólido diretamente para o gasoso (e menos frequentemente usada para a transformação inversa). Sendo assim, podemos dizer que a temperatura de fusão de um material é a temperatura em que ele passa do estado sólido para o líquido (no sentido inverso a temperatura será denominada temperatura de solidificação) e a temperatura de ebulição é aquela em que ocorre a passagem de líquido para vapor (no sentido inverso a temperatura será denominada temperatura de condensação ou liquefação). Ao nível do mar, cada líquido (álcool, acetona etc.) e também cada sólido (como os metais chumbo, ferro etc.), desde que puros, irão se fundir e ferver em temperaturas bem definidas (num único valor. Por isto, o termo “ponto” de fusão). Se for uma mistura irá fundir num “intervalo de temperatura”. Aplica- se este raciocínio a todas as demais mudanças de estado físico. Temperatura termodinâmica e energia cinética média das partículas No final do século XIX, o desenvolvimento da termodinâmica levou a outra visão sobre o tema da teoria cinética dos gases. Embora os fenômenos térmicos possam ser estudados sob o ponto de vista puramente macroscópico, os físicos começaram a imaginar modelos microscópicos para explicar os fenômenos gasosos e, assim, em 1850 o alemão Rudolf Clausius formula o segundo princípio da termodinâmica e a teoria cinética dos gases. Nessa teoria, a temperatura passa a ser uma indicação da energia cinética média das moléculas do gás e, é possível, relacionar o calor específico dos gases com a sua composição molecular. Como os gases se difundem lentamente, Clausius concluiu que, embora as moléculas tenham velocidade alta, elas deviam ter um livre caminho médio bastante pequeno entre as colisões. 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 7 James Maxwell também contribuiu para o desenvolvimento da teoria cinética dos gases, introduzindo a hipótese de que os gases eram compostos por moléculas em constante movimento, colidindo com as paredes do recipiente e umas com as outras. Essa descrição dos gases já tinha sido referida por Bernoulli. Maxwell interessou-se essencialmente pela formulação matemática dos fenômenos físicos deduzindo a distribuição da velocidade das moléculas num gás em equilíbrio, ou seja, a chamada “distribuição de Maxwell”. A partir de 1860 Maxwell, e também Ludwig Botzmann de forma independente, utilizaram métodos estatísticos para analisar as grandes variações de velocidade das moléculas constituintes dos gases, derivando a distribuição de velocidades de Maxwell-Boltzmann. Maxwell também mostrou qual era a dependência dessa distribuição em relação à temperatura, e que o "calor" era armazenado no gás por meio do movimento das suas moléculas. A teoria foi então utilizada para explicar a viscosidade, difusividade e condutividadetérmica dos gases. Maxwell, auxiliado pela sua esposa, descobriu experimentalmente que a viscosidade dos gases é independente da pressão e que a mesma é aproximadamente proporcional à temperatura, aumentando com a mesma, o que corresponde ao comportamento inverso dos líquidos. Passou então a considerar que as moléculas não colidiam elasticamente, mas sim se repeliam com uma força inversamente proporcional à sua distância elevada à quinta potência. Esta conclusão e os trabalhos posteriores de Boltzmann, de 1868, permitiram o completo desenvolvimento da teoria cinética dos gases. Conceito de moléculas e aglomerados iônicos Na evaporação da água de uma piscina, ou no congelamento da superfície de um lago, ocorre destruição ou formação de novas substâncias? Certamente, perguntas deste tipo foram as primeiras que os cientistas que tentavam identificar a estrutura da água. No entanto, evidências experimentais mostraram que a água, nos estados sólido, líquido ou gasoso, sempre era constituída por muitos conjuntos de átomos, formados por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. Cada um destes conjuntos passou a ser chamado de molécula e representado pela fórmula H2O. Observe que a fórmula H2O é um código que possui duas interpretações: H2O é a fórmula da substância água. H2O é a fórmula da molécula de água que está apresentada segundo o esquema abaixo: Na molécula há certo número de átomos ligados uns aos outros. Observe que existe uma fusão de eletrosferas dos átomos envolvidos. Nos aglomerados iônicos existem os chamados íons, que são átomos ou grupo de átomos carregados eletricamente; por exemplo, no sal de cozinha (NaCl) existem íons positivos (cátions) de sódio (Na+) e íons negativos (ânions) de cloro (Cl-) que se mantém unidos em função da atração elétrica. Neste caso não existe fusão de eletrosfera, mas sim, uma fortíssima força de atração eletrostática entre os íons, que se organizam em função de forças de atração e repulsão, originando compostos sólidos nas condições ambientais e que apresentam elevado ponto de fusão. Estes íons se agrupam formando os cristais, denominados retículos cristalinos. Vejamos alguns exemplos: 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 8 Substância simples Quando a água é submetida a um processo denominado de eletrólise, ela se decompõe em duas outras substâncias, o gás hidrogênio e o gás oxigênio. Representando este processo através de fórmulas teremos: 2 H2O(l) → 2 H2(g) + O2(g) Observe que o gás hidrogênio e o gás oxigênio são constituídos por átomos de um mesmo elemento químico. Neste caso, o gás hidrogênio e o gás oxigênio são classificados como substâncias simples. Portanto, podemos definir substância simples como aquela formada por átomos iguais, ou seja, átomos de um mesmo elemento químico. O gás hidrogênio e o gás oxigênio são constituídos por dois átomos do elemento hidrogênio e do elemento oxigênio, respectivamente. Neste caso, dizemos que o gás hidrogênio e o gás oxigênio são moléculas biatômicas com atomicidade igual a 2. Exemplos: Substância Fórmula Atomicidade Observação Oxigênio O2 2 Molécula biatômica: possui 2 átomos de oxigênio Ozônio O3 3 Molécula triatômica: formada por três átomos de oxigênio Fósforo branco P4 4 Molécula tetratômica: constituída por quatro átomos de fósforo Enxofre S8 8 Molécula octatômica: em cada molécula há 8 átomos de enxofre Neônio Ne 1 Os átomos de neônio, em condições ambiente, não se combinam. Nesse caso, pode-se dizer que sua molécula é Monoatômica Carbono (C)n ou C Indeterminada n indica uma sucessão infinita de átomos, limitada apenas pelo tamanho do corpo Ferro (Fe)n ou Fe Indeterminada Os metais são formados por sucessões infinitas de átomos Substância composta ou composto químico No caso anterior, vimos que a decomposição da água (H2O) originava duas substâncias simples: o gás hidrogênio (H2) e o gás oxigênio (O2), constituídos de átomos de um mesmo elemento químico. E a água? Observe que a molécula H2O é constituída por átomos de elementos químicos diferentes: hidrogênio (H) e oxigênio (O). Neste caso, a água é classificada como substância composta ou composto químico. Portanto podemos definir substância composta ou composto químico como aquela formada por átomos de dois ou mais elementos químicos. Exemplos: Substância Fórmula Elementos Átomos Água H2O Hidrogênio Oxigênio 2 átomos de hidrogênio 1 átomo de oxigênio Gás carbônico CO2 Carbono Oxigênio 1 átomo de carbono 2 átomos de oxigênio Glicose C6H12O6 Carbono Hidrogênio Oxigênio 6 átomos de carbono 12 átomos de hidrogênio 6 átomos de oxigênio Cloreto de sódio NaCl Sódio Cloro 1 átomo de sódio 1 átomo de cloro Misturas Num copo contendo água, você adiciona uma colher de açúcar. Nesse caso, o açúcar e a água, apenas misturados, após a separação e recuperação de ambos, mantêm as mesmas características e 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 9 propriedades que tinham antes de misturar-se sem que ocorra uma reação química com formação de novas substâncias químicas.Da mesma forma, misturando pó de enxofre (amarelo) e limalha de ferro (pó de ferro que é atraído por ímã) observamos que, apesar de estarem misturadas, essas substâncias mantêm suas características e propriedades: o enxofre continua amarelo e o ferro em pó (limalha) ainda é atraído por ímã. No entanto, aquecendo a mistura pó de enxofre e limalha de ferro, obtemos uma substância que não é mais amarela como o enxofre e não é mais atraída pelo ímã, como acontecia com a limalha de ferro. A nova substância recebe o nome de sulfeto de ferro. Neste caso, o enxofre e o ferro perderam suas características e propriedades devido a uma reação química e formaram uma nova substância: o sulfeto de ferro, que é cinzento e não é atraído pelo ímã. Podemos concluir que, mistura é um conjunto de substâncias químicas (componentes) que, em presença uns dos outros, não dão origem a novas substâncias, ou seja, não há reação química. Misturas homogêneas e heterogêneas. Apenas olhando e cheirando um copo com água você sabe dizer se aquela água é pura, salgada ou açucarada? Certamente que não, pois o aspecto e o cheiro da água são iguais nos três casos. Somente provando-a podemos dizer o gosto que ela tem. Da mesma forma, é impossível dizer, apenas através da observação macroscópica (visual) se a água contida no copo é pura ou se está misturada com álcool. Neste caso, porém, o cheiro do conteúdo do copo nos informa se a água está ou não misturada com álcool. As misturas do tipo água e açúcar dissolvido, água e sal dissolvido, água e álcool, são chamadas misturas homogêneas. Neste caso definimos mistura homogênea como aquela que apresenta um só aspecto quando observada macroscopicamente (olho nu) ou microscopicamente (microscópio). As misturas homogêneas também podem ser chamadas de soluções, que por sua vez podem ser sólidas, líquidas ou gasosas. Misturas heterogêneas Observe dois exemplos: água e areia; água e óleo. No caso da água e areia é fácil distinguir os pequenos grãos de areia dentro da água. É fácil distinguir também a água do óleo numa mistura em que entram essas duas substâncias, pois sendo menos denso do que a água, o óleo flutua. E mesmo que alguém agite essas misturas, podemos observar facilmente as porções de areia e óleo dentro da água. Neste caso definimos mistura heterogênea como aquela que apresenta aspectos diferentes quando observada macroscopicamente (olho nu) ou microscopicamente (microscópio). O sangue é um exemplo. Visto a olho nu ele aparece como uma mistura líquida homogênea, mas observado através de microscópio é possível identificar que é constituído de uma parte sólida e outra líquida, sendo, portanto, uma mistura heterogênea. A parte sólida é constituída pelos glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e pelas plaquetas e a parte líquida, pelo plasma. Os sistemas homogêneos são constituídos por uma única fase (monofásicos), enquanto os sistemas heterogêneos apresentam várias fases (polifásico). Observe os exemplos: Água pura: 1 componente sistema monofásico Álcool hidratado: 2 componentes -sistema bifásico Água pura no estado sólido e líquido: 1 componente - sistema bifásico Água e óleo: 2 componentes - sistema bifásico Fase Considere um sistema homogêneo: água e sal dissolvido. Se forem retiradas três amostras de lugares diferentes em quantidades diferentes e que sejam pesquisadas propriedades físicas tais como ponto de fusão, ponto de ebulição e densidade. 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 10 Verificaremos que as três amostras apresentam as mesmas propriedades físicas, e desta forma, o sistema homogêneo água e sal dissolvido é classificada como sendo uma fase. Portanto definimos fase como um sistema homogêneo que apresenta as mesmas propriedades físicas e químicas em toda sua extensão. Observações: - Cada estado físico de uma substância pura constitui uma fase. Exemplo: H2O(sólido) → 1 fase H2O(líquido) → 1 fase H2O(gasoso) → 1 fase - A mistura de vários sólidos constituirá um sistema heterogêneo. Exemplo: Pólvora (enxofre + carvão + salitre) → 3 sólidos (componentes), logo, temos: 3 fases Granito (quartzo + feldspato + mica) → 3 sólidos (componentes), logo, temos: 3 fases Portanto podemos afirmar que: "Mistura de n sólidos, sem reação química entre eles e sem formação de ligas metálicas, sempre terá n fases." - Mistura de gases são sempre homogêneos. Exemplo: Se retirarmos amostras de ar, de vários pontos de uma sala, perceberemos que essas amostras apresentam propriedades exatamente iguais, ou seja, o ar da sala é uma mistura homogênea, levando- se em consideração a mesma altitude, já que a sua alteração modifica a composição do ar. Portanto podemos afirmar que: "Mistura de n gases apresenta sempre 1 fase." - Uma fase pode ser subdivida e constitui apenas uma fase, já que os fragmentos possuem as mesmas propriedades físicas tais como ponto de fusão, ponto de ebulição ou densidade. Resumindo temos: Métodos de separação de misturas Mistura: associação de duas ou mais substâncias em porções arbitrárias, separáveis por meios mecânicos ou físicos e em que cada um dos componentes guarda em si todoas as propriedades que lhe 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 11 são inerentes. A partir disso, podemos concluir que para saber se um composto é uma mistura ou apenas um componente, basta utilizar métodos de separação de misturas para verificar. Estes métodos são chamados de análise imediata, sendo como dito, não alteram a natureza das substâncias. E para cada tipo de mistura existem vários métodos diferentes. Decantação: método utilizado para separar misturas heterogêneas de sólido-líquido e líquido-líquido. Exemplos: água barrenta e água e óleo. Se deixarmos um balde com água barrenta em repouso por um determinado tempo, observaremos que o barro precipitará, ou seja, irá para o fundo do balde, isso é devido ao fato dele ser mais denso que a água. A água então pode ser retirada do balde facilmente. Utilizando o funil de separação, podemos fazer o mesmo com a mistura de água e óleo, que com o passar do tempo, o líquido mais denso, neste caso a água, vai para o fundo e o líquido menos denso, no caso o óleo, fica em cima. Sendo possível a retirada da água e separando os dois líquidos da mistura. Centrifugação: método utilizado para separar misturas heterogêneas do tipo sólido-líquido. Este método é uma maneira de acelerar a decantação. Neste método é utilizado a centrífuga. Neste aparelho, devido aos movimentos de rotação, as partículas com maior densidade são “atiradas” para o fundo do tubo. Girando a manivela da centrífuga manual, os tubos de ensaio contendo a amostra, se inclinam fazendo com que a parte mais densa da amostra vá para o fundo do tubo, separando-se da menos densa. Centrífuga em repouso Centrífuga em funcionamento (girando) Um exemplo de mistura que pode ser separada por este método é a água barrenta, em pequena escala, ou a separação da nata do leite. Filtração: método utilizado para separar misturas heterogêneas do tipo sólido-líquido e sólido-gasoso. Exemplos de misturas que são separáveis por filtração são: filtração de café e a utilização de aspirador de pó. O processo de filtração consiste em: um filtro reter as partículas maiores e deixar passar as menores que os “poros” do filtro. 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 12 Filtração de uma Mistura de um líquido e um sólido No aspirador de pó ocorre basicamente o mesmo que ocorre na filtraçãode café, ou de uma mistura qualquer. Quando utiliza-se o aspirador, ele aspira uma mistura de ar + poeira, ou seja, uma mistura de gás + sólido, no entanto, o ar aspirado pelo aparelho é liberado, mas a poeira é retida por um filtro. Assim o filtro é utilizado para reter o sólido e liberar o gás. Dissolução fracionada: método utilizado para separar misturas heterogêneas de sólido-sólido. Exemplo de mistura é sal + areia. Neste método, um dos sólidos é dissolvido em um solvente e depois pode ser feito filtração para separar o sólido insolúvel e a solução do outro sólido. No exemplo dado, de uma mistura de sal + areia, pode-se utilizar água para dissolver o sal e retirar a areia. O sal dissolvido pode ser retirado através de outro método de separação, como por destilação simples. Processos de separação de misturas Os processos de separação são usados na obtenção dos componentes individuais de uma mistura de dois ou mais componentes. Nem sempre somente um método de separação é suficiente para separar todos os componentes de uma mistura. Os principais processos são citados a seguir. Catação: É um método de separação bastante rudimentar, usado para separação de sistemas sólido- sólido. Baseia-se na identificação visual dos componentes da mistura e na separação dos mesmos separando-os manualmente. É o método utilizado na limpeza do feijão antes do cozimento. Peneiração: Também conhecido como tamisação, este método é usado na separação de sistemas sólido-sólido, onde um dos dois componentes apresente granulometria que permita que o mesmo fique preso nas malhas de uma peneira. Ventilação: Método de separação para sistemas sólido-sólido, onde um dos componentes pode ser arrastado por uma corrente de ar. Um bom exemplo é a separação da casca e do caroço do amendoim torrado. Levigação: A água corrente arrasta o componente menos denso e o mais denso deposita-se no fundo do recipiente. Um bom exemplo é a lavagem da poeira do arroz. Filtração: Este é um método de separação muito presente no laboratório químico e também no cotidiano. É usado para separar um sólido de um líquido ou sólido de um gás, mesmo que o sólido se apresente em suspensão. A mistura atravessa um filtro poroso, onde o material particulado fica retido. A preparação do café é um exemplo de filtração. No cotidiano, o aspirador de pó é o melhor exemplo do processo de filtração. Separa partículas sólidas suspensas no ar aspirado. 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 13 Evaporação: Método de separação de misturas sólido-líquido por evaporação do solvente, também conhecido como cristalização. Em recipiente aberto, simplesmente permite-se que o solvente evapore, deixando o sólido. Nas salinas, o sal é obtido a partir da água do mar através deste processo. Sublimação: Processo utilizado quando um dos componentes do sistema sublima (passa diretamente do estado sólido para o gasoso) quando sob aquecimento. O iodo e a naftalina são sólido que sublimam. Destilação fracionada: É um método de separação de líquidos que participem de mistura homogênea ou heterogênea. Quanto mais distantes forem os pontos de ebulição destes líquidos, mais eficiente será o processo de destilação. Eleva-se a temperatura até que se alcance o ponto de ebulição do líquido que apresente valor mais baixo para esta característica e aguarda-se, controlando a temperatura, a completa destilação deste. Posteriormente, permite-se que a temperatura se eleve até o ponto de ebulição do segundo líquido. Quanto mais próximos forem os pontos de ebulição dos líquidos, menor o grau de pureza das frações destiladas. A destilação fracionada é usada na obtenção das diversas frações do petróleo. Nos alambiques, este tipo de destilação é usado na obtenção de bebidas como a cachaça e o uísque. Na destilação fracionada em laboratório usa-se um equipamento como o mostrado abaixo. Destilação simples: A destilação simples é utilizada quando se deseja separar a substância sólida dissolvida do solvente e não se deseja perder este último, como no processo de evaporação. Aquece-se a mistura até atingir o ponto de ebulição do solvente. Não existe necessidade de controle de temperatura, pois o ponto de ebulição do sólido é muito mais elevado que o do solvente. Separação magnética: Separa os componentes que são atraídos por um imã daqueles que não apresentam esta propriedade (separação de limalha de ferro da areia). 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 14 Dissolução fracionada: Método de separação de sistemas sólido-sólido, onde somente um dos componentes apresenta solubilidade num dado solvente. A mistura areia e sal é um bom exemplo de aplicação para este método de separação. Adicionando-se água, obtém-se a solubilização do sal na água. Após uma filtração, a areia é separada, bastando realizar uma destilação simples ou evaporação para se separar o sal da água. Este método também é conhecido como extração por solvente. Cristalização: É um processo de separação de misturas, onde as substâncias da mistura são sólidos. Dissolvendo todos os componentes da mistura em líquido que logo em seguida sofre evaporação, ele provoca a cristalização das substâncias separadamente. Este processo é utilizado nas salinas, por exemplo, para obtenção de sais da água do mar, onde a água evapora e os diferentes tipos de sais cristalizam-se separadamente. Cromatografia em papel: Esta técnica é assim chamada porque utiliza para a separação e identificação das substâncias ou componentes da mistura a migração diferencial sobre a superfície de um papel de filtro de qualidade especial (fase estacionária). A fase móvel pode ser um solvente puro ou uma mistura de solventes. Este método é muito útil para separar substâncias muito polares, como açúcares e aminoácidos. Possui o inconveniente de poder-se cromatografar poucas quantidades de substância de cada vez. Questões 01. A pólvora é a mistura de três sólidos: enxofre (S8), nitrato de potássio e carbono. Escreva um procedimento de separação desses três componentes, utilizando-se os solventes água e dissulfeto de carbono e as técnicas de filtração e extração. 02. Em uma república estudantil, um dos moradores deixou cair óleo comestível no recipiente que contém sal de cozinha. Considerando que o sal não é solúvel no óleo, mas solúvel em água, como será possível recuperar o sal e o óleo, deixando-os novamente em condições de uso? 03. Um copo contém uma mistura de água, acetona, cloreto de sódio e cloreto de prata. A água, a acetona e o cloreto de sódio estão numa mesma fase líquida, enquanto que o cloreto de prata se encontra numa fase sólida. Descreva como podemos realizar, em um laboratório de química, a separação dos componentes desta mistura. De sua descrição devem constar as etapas que você empregaria para realizar esta separação, justificando o(s) procedimento(s) utilizado(s). 04. Duas amostras de uma solução aquosa de CuSO4, de coloração azul, foram submetidas, respectivamente, às seguintes operações: I. filtração através de papel de filtro; II. destilação simples. Qual é a coloração resultante: a) do material que passou pelo filtro na operação I? b) do produto condensado na operação II? Justifique suas respostas. 05. O gráfico representa a variação de temperatura observada ao se aquecer uma substância A durante cerca de 80 minutos. a) A faixa de temperatura em que a substância A permaneça sólida é________. b) A faixa de temperatura em que a substância A permanece líquida é________. c) A temperatura de ebulição da substância A é________. 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA. 15 06. Um químico precisava de uma substância X pura. Porém, com os poucos recursos destinados à pesquisas, no país, só foi possível adquirí-la contaminada com Y. As propriedades físicas de X e Y são dadas na tabela a seguir: Substância Ponto de Fusão (ºC) Ponto de Ebulição(ºC) Densidade [g.ml-1] Solubilidade Em água a 25ºC X Y 20,0 20,8 120 121 1,1 0,6 insolúvel Solúvel a) identifique o método que, à temperatura do laboratório (25oC). o pesquisador deveria utilizar para obter X puro. b) justifique sua resposta nos dados fornecidos na tabela. Respostas 01. Dissolução em água seguido de filtração que irá reter o carbono e o enxofre no filtro. O sal presente na solução pode ser separado da água por evaporação. Os sólidos retidos no filtro podem ser tratados com dissulfeto de carbono que irá provocar a dissolução do enxofre, podendo ser separado do grafite por filtração. Em seguida pode-se obter o enxofre por evaporação do dissulfeto de carbono. 02. Deve-se dissolver em água formando uma solução com o sal, e esta por sua vez não é miscível com o óleo; posteriormente deve-se fazer uma sifonação, separando o óleo e em seguida uma destilação separando a água do sal. 03. No primeiro passo devemos fazer uma filtração comum, retendo o AgCl(s) no filtro; em seguida, aqueceríamos a mistura em um aparelho de destilação separando a acetona primeiro e só em seguida a água do sal. 04. a) As soluções são materiais homogêneos e o papel de filtro não retém nenhuma substância, portanto o material que passou pelo filtro conserva a coloração azul da solução. b) Pela destilação simples, a água passa para vapor, sendo condensada a seguir. O produto condensado. portanto, é incolor. 05. a) 10 a 20oC b) 20 a 40oC c) 40oC 06. a) como ambos estão em fase líquida a 250C, deve-se acrescentar água, provocando a formação de uma solução entre a água e Y; em seguida deve-se empregar a técnica de decantação ou separação por funil de bromo, obtendo Y e água de um lado e X de outro. b) por apresentar pontos de fusão de 20,00C e 20,80C tanto X e Y vão estar na fase líquida a 25ºC o que permite a formação da solução. Por outro lado, o emprego da decantação será utilizada porque além de estarem em fase líquida eles ainda apresentam densidades diferentes e com margens para o emprego dessa técnica. 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 16 O átomo é a menor partícula que ainda caracteriza um elemento químico. Ele apresenta um núcleo com carga positiva (Z é a quantidade de prótons e "E" a carga elementar) que apresenta quase toda sua massa (mais que 99,9%) e Z elétrons determinando o seu tamanho. Até fins do século XIX, era considerado a menor porção em que se poderia dividir a matéria. Mas nas duas últimas décadas daquele século, as descobertas do próton e do elétron revelaram o equívoco dessa ideia. Posteriormente, o reconhecimento do nêutron e de outras partículas subatômicas reforçou a necessidade de revisão do conceito de átomo. Os atomistas na antiga Grécia Os atomistas, encabeçados por Demócrito e pelo seu professor Leucipo, pensavam que a matéria era constituída por partículas minúsculas e invisíveis, os átomos (A-tomo),"Sem divisão". Achavam eles que se dividíssemos e voltássemos a dividir, alguma vez o processo havia de parar. Para Demócrito, a grande variedade de materiais na natureza provinha dos movimentos dos diferentes tipos de átomos que, ao se chocarem, formavam conjuntos maiores gerando diferentes corpos com características próprias. Algumas ideias de Demócrito sobre os átomos: - Água: formada por átomos ligeiramente esféricos (a água escoa facilmente). - Terra: formada por átomos cúbicos (a terra é estável e sólida). - Ar: formado por átomos em movimento turbilhonantes (o ar se movimenta - ventos). - Fogo: formado por átomos pontiagudos (o fogo fere). - Alma: formada pelos átomos mais lisos, mais delicados e mais ativos que existem. - Respiração: era considerada troca de átomos, em que átomos novos substituem átomos usados. - Sono: desprendimento de pequeno número de átomos do corpo. - Coma: desprendimento de médio número de átomos do corpo. - Morte: desprendimento de todos os átomos do corpo e da alma. Os fundamentos de Demócrito para os átomos foram tomando corpo com o passar do tempo. Epicuro (341 a.C. - aproximadamente 270 a.C.) complementou suas ideias ao sugerir que haveria um limite para o tamanho dos átomos, justificando assim, a razão de serem invisíveis. Mas, ainda assim, a teoria mais defendida era a de Aristóteles que acreditava que a matéria seria constituída de elementos da natureza como fogo, água, terra e ar que misturados em diferentes proporções, resultariam em propriedades físico- químicas diferentes. Modelo de Dalton John Dalton, em 1803, tentando explicar o comportamento dos diversos gases da atmosfera e das misturas gasosas, retomou a hipótese atômica. Assim como Leucipo, Demócrito e Epicuro, Dalton acreditava que a matéria seria constituída por átomos indivisíveis e espaços vazios. Ele imaginou o átomo como uma pequena esfera, com massa definida e propriedades características. Dessa forma, todas as transformações químicas podiam ser explicadas pelo arranjo de átomos. Toda matéria é constituída por átomos. Esses são as menores partículas que a constituem; são indivisíveis e indestrutíveis, e não podem ser transformados em outros, nem mesmo durante os fenômenos químicos. Os átomos de um mesmo elemento químico são idênticos em massa e se comportam igualmente em transformações químicas. As transformações químicas ocorrem por separação e união de átomos. Isto é, os átomos de uma substância que estão combinados de um certo modo, separam-se, unindo-se novamente de uma outra maneira. Estrutura Atômica da Matéria - Constituição dos Átomos: Modelo atômico de Dalton: descrição e aplicações Modelo atômico de Thomson: natureza elétrica da matéria e existência do elétron. Modelo atômico de Rutherford e núcleo atômico. Prótons, nêutrons e elétrons. Número atômico e número de massa. Modelo atômico de Bohr: aspectos qualitativos. Configurações eletrônicas por níveis de energia. 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 17 O modelo atômico de Thomson O britânico Joseph John Thomson descobriu os elétrons em 1897 por meio de experimentos envolvendo raios catódicos em tubos de crookes. O tubo de crookes consiste-se em uma ampola que contém apenas vácuo e um dispositivo elétrico que faz os elétrons de qualquer material condutor saltar e formar feixes, que são os próprios raios catódicos. Thomson, ao estudar os raios catódicos, descobriu que estes são afetados por campos elétrico e magnético, e deduziu que a deflexão dos raios catódicos por estes campos são desvios de trajetória de partículas muito pequenas de carga negativa, os elétrons. Thomson propôs que o átomo era, portanto, divisível, em partículas carregadas positiva e negativamente, contrariando o modelo indivisível de átomo proposto por Dalton (e por atomistas na Antiga Grécia). O átomo consistiria de vários elétrons incrustados e embebidos em uma grande partícula positiva, como passas em um pudim. O modelo atômico do "pudim com passas" permaneceu em voga até a descoberta do núcleo atômico por Ernest Rutherford. O modelo atômico de Rutherford Em 1911, realizando experiências de bombardeio de lâminas de ouro com partículas alfa (partículas de carga positiva, liberadas por elementos radioativos), Rutherford fez uma importante constatação: a grande maioria das partículas atravessava diretamente a lâmina, algumas sofriam pequenos desvios e outras, emnúmero muito pequeno (uma em cem mil), sofriam grandes desvios em sentido contrário. A partir dessas observações, Rutherford chegou às seguintes conclusões: - No átomo existem espaços vazios; a maioria das partículas o atravessava sem sofrer nenhum desvio. - No centro do átomo existe um núcleo muito pequeno e denso; algumas partículas alfa colidiam com esse núcleo e voltavam, sem atravessar a lâmina. - O núcleo tem carga elétrica positiva; as partículas alfa que passavam perto dele eram repelidas e, por isso, sofriam desvio em sua trajetória. Pelo modelo atômico de Rutherford, o átomo é constituído por um núcleo central, dotado de cargas elétricas positivas (prótons), envolvido por uma nuvem de cargas elétricas negativas (elétrons). Rutherford demonstrou, ainda, que praticamente toda a massa do átomo fica concentrada na pequena região do núcleo. Dois anos depois de Rutherford ter criado o seu modelo, o cientista dinamarquês Niels Bohr o completou, criando o que hoje é chamado modelo planetário. Para Bohr, os elétrons giravam em órbitas circulares, ao redor do núcleo. Depois desses, novos estudos foram feitos e novos modelos atômicos foram criados. O modelo que representa o átomo como tendo uma parte central chamado núcleo, contendo prótons e nêutrons, serve para explicar um grande número de observações sobre os materiais. O modelo atômico de Niels Bohr e a mecânica quântica O modelo planetário de Niels Bohr foi um grande avanço para a comunidade científica, provando que o átomo não era maciço. Segundo a Teoria Eletromagnética, toda carga elétrica em movimento em torno de outra, perde energia em forma de ondas eletromagnéticas. E justamente por isso tal modelo gerou certo desconforto, pois os elétrons perderiam energia em forma de ondas eletromagnéticas, confinando- se no núcleo, tornando a matéria algo instável. Bohr, que trabalhava com Rutherford, propôs o seguinte modelo: o elétron orbitaria o núcleo em órbitas estacionárias, sem perder energia. Entre duas órbitas, temos as zonas proibidas de energia, pois só é permitido que o elétron esteja em uma delas. Ao receber um quantum, o elétron salta de órbita, não num movimento contínuo, passando pela área entre as órbitas (daí o nome zona proibida), mas simplesmente desaparecendo de uma órbita e reaparecendo com a quantidade exata de energia. Se um pacote com energia insuficiente para mandar o elétron para órbitas superiores encontrá-lo, nada ocorre. Mas se um fóton com a energia exata para que ele salte para órbitas superiores, certamente o fará, depois, devolvendo a energia absorvida em forma de ondas eletromagnéticas. Prótons, nêutrons e elétrons. Número atômico e número de massa. - Partículas fundamentais do átomo Vários experimentos levaram os cientistas a suporem que o átomo é divisível, sendo constituído de uma parte central, chamada de núcleo, existindo, ao redor, os elétrons, que constituem a coroa ou eletrosfera. Os elétrons são partículas dotadas de carga elétrica, que convencionamos atribuir o valor negativo. No núcleo existem os prótons, que convencionamos atribuir o valor positivo, e os nêutrons, sem carga elétrica. 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 18 Essas três partículas são denominadas de partículas fundamentais, pois todas devem estar presentes em um átomo neutro (única exceção é o Hidrogênio comum, que não tem nêutron, mas tem um próton e um elétron). Massas relativas das partículas fundamentais As massas do próton e a do nêutron são praticamente iguais. A massa do próton (e, consequentemente, a massa do nêutron) é cerca de 1840 vezes maior que a massa do elétron. Portanto, podemos generalizar que a massa de um átomo é a massa de seu núcleo, porque contém as partículas fundamentais que são mais pesadas, pois, consideramos a massa do elétron praticamente desprezível quando comparada à das demais partículas. Dimensões do átomo e do núcleo Através de experimentos realizados admitem-se os seguintes valores para os diâmetros do átomo e do núcleo: o diâmetro do átomo é cerca de 10 000 vezes maior que o do núcleo. Como comparação, se o diâmetro do núcleo tivesse 1cm, o diâmetro da eletrosfera teria 100m. Carga elétrica relativa das partículas fundamentais Como as cargas elétricas das partículas fundamentais são muito pequenas, criou-se uma escala relativa, tomando a carga do próton como unitária e atribuindo-lhe o valor de 1 u.e.c., isto é, uma unidade elementar de carga elétrica. Assim, os elétrons possuem carga elétrica negativa, de mesmo valor absoluto que a dos prótons, e que se representa por -1 u.e.c. Quando o átomo é neutro, concluímos que o número de elétrons é igual ao de prótons. Há Z prótons, cuja carga total é +Ze, e Z elétrons, cuja carga total é -Ze. A carga total do átomo é nula. Os átomos podem se combinar e formar um conjunto denominado molécula. Dependendo dos átomos envolvidos nestas combinações estas moléculas serão classificadas em dois tipos de substâncias: Resumindo, temos o seguinte: Carga elétrica Valor relativo das cargas Massa relativa Próton Positiva +1 1 Nêutron Não existe 0 1 Elétron Negativa -1 1/1836 - Número atômico (Z) e Massa atômica (A) O número atômico geralmente é representado pela letra Z. O número atômico de um átomo, por definição, é o número de prótons existentes no seu núcleo; Z representa, portanto, a carga nuclear relativa e caracteriza cada tipo de átomo. Atualmente, o número atômico Z é colocado à esquerda como subsíndica do símbolo que identifica o átomo de dado elemento químico (convenção internacional). O átomo de magnésio(Mg) tem número atômico 12 (Z = 12). Significado: no núcleo do átomo de Mg existem 12 prótons. No átomo neutro de Mg existem 12 prótons e 12 elétrons. Representação: 12Mg Número de massa (A) O número de massa (A) de um átomo é obtido fazendo-se a soma do número de prótons e de nêutrons do núcleo desse átomo. Representa-se geralmente pela letra A. Assim, sendo N o número de nêutrons de um núcleo, é evidente que: 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 19 Exemplo: Um átomo neutro de um certo elemento E tem 19 prótons e 21 nêutrons, portanto: Z = 19 e N = 21 A = Z + N = 19 + 21 = 40 Neste tópico é comum pessoas terem certa dificuldade porque pensam ser necessário DECORAR as características das igualdades entre átomos. Mas, se lembrar que ISO significa igual, mesmo e buscar a letra que indica próton, massa e nêutron tudo fica muito mais fácil. Exemplificando: ISÓTOPOS ISÓBAROS ISÓTONOS Mesmo nº de Prótons mesmo nº de Massa mesmo nº de Nêutrons Além da parte conceitual é comum serem cobradas questões com cálculos. Caso sejam exigidos cálculos entre átomos basta igualar o que estes têm numericamente em comum, conforme será verificado em questões futuras. ISÓTOPOS Os elementos químicos são identificados pelo número de prótons no núcleo. Em alguns casos acontece de um mesmo elemento ter átomos com número de nêutrons diferentes. Nestes casos são chamados de isótopos. Portanto, isótopos são átomos que têm o mesmo número de prótons no núcleo, ou seja, possuem o mesmo número atômico (pertencem ao mesmo elemento químico) e diferem quanto ao número de nêutrons e de massa. Podemos citar como exemplo o Hidrogênio, que possui três isótopos: Prótio – H-1 -formado por 1 próton, 1 elétron e 0 nêutron – É o isótopo mais abundante do hidrogênio. Deutério – H-2 -formado por 1 próton, 1 elétron e 1 nêutron – É muito utilizado na indústria nuclear. Trítio – H-3 - formado por 1 próton, 1 elétron e 2 nêutrons – Utilizado nas reações de fusão nuclear. Podemos observar que nos três isótopos do hidrogênio o número de prótons é igual; diferem quanto ao número de nêutrons. OBS: Somente os isótopos do Hidrogênio apresentam nomes “especiais”. Os demais elementos têm seus isótopos diferenciados pelo número de massa (EX: Cloro 35 ou Cloro 37). Exemplos 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 20 ISÓBAROS Chamam-se isóbaros os elementos que têm mesmo número de massa. Logo, estes átomos provavelmente não pertencem ao mesmo elemento químico. Exemplos Observe que ambos têm o mesmo número de massa (28), porém, são representados por símbolos diferentes; apresentam números atômicos diferentes (12 e 14) e também números de nêutrons diferentes (16 e 14). ISÓTONOS Chamam-se isótonos os elementos cujos átomos têm mesmo número de nêutrons. Observe que ambos têm diferentes números de massa (10 e 11); são representados por símbolos diferentes (elementos diferentes), pois, apresentam números atômicos diferentes (5 e 4). Entretanto os números de nêutrons são iguais (6) (B= 11 – 5) (Be= 10 – 4). Resumindo: 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 21 Muitos isótopos não são estáveis, com o tempo o seu núcleo se decompõe. Por exemplo, o núcleo do trítio se decompõe com o passar dos anos; nessa decomposição ele emite uma radiação, portanto ele é radioativo. Esses isótopos com núcleos não estáveis são importantes e têm várias aplicações: Na determinação da idade de objetos pré-históricos, utiliza-se o isótopo do carbono, o carbono-14. O tipo mais comum do carbono é o carbono-12. Como no ar existe gás carbônico que tem o C-14 em quantidades muito pequenas, as plantas absorvem esse gás na atmosfera, que é sempre o mesmo e, em consequência, a concentração nas plantas também é a mesma. Quando a planta morre e para de absorver o gás carbônico e o C-14, esse C-14 sofre decomposição; a concentração desse isótopo começa a diminuir aproximadamente pela metade a cada 5.500 anos. Medindo o quanto de C-14 ainda resta, pode-se determinar a idade de fósseis. Esta técnica é aplicávelà madeira, carbono, sedimentos orgânicos, ossos, conchas marinhas, ou seja, todo material que conteve carbono em alguma de suas formas. Como o exame se baseia na determinação de idade através da quantidade de carbono-14 e que esta diminui com o passar do tempo, ele só pode ser usado para datar amostras que tenham entre 50 mil e 70 mil anos de idade. Na Medicina, os isótopos radioativos são muito utilizados. Por exemplo, o Cobalto-60, utilizado no tratamento do câncer; como esse isótopo emite radiação de muita energia, ele penetra no corpo e mata as células doentes. O problema é que, como são muito penetrantes, afetam também outras células sadias, ocasionando a queda de cabelo, queimadura na pele e outros. Além disso, são utilizados em radiologia diagnóstica, na utilização de feixes de raios X que geram imagem numa chapa fotográfica, para que o médico possa ver internamente o problema do paciente. Em Biologia, é usado nas áreas de Genética – estudo das mutações genéticas em insetos induzidos por radiação, botânica na localização e transporte de moléculas nas plantas, entre outros. ÍONS Como vimos anteriormente, um átomo é eletricamente neutro quando o número de prótons é igual ao número de elétrons. Porém um átomo pode perder ou ganhar elétrons na eletrosfera, sem sofrer alteração no seu núcleo, originando partículas carregadas positiva ou negativamente, denominadas íons. Se um átomo ganha elétrons, ele se torna um íon negativo, chamado ânion. Se um átomo perde elétrons, ele se torna um íon positivo, chamado cátion. Questões 01. Utilizando-se o diagrama de Pauling e considerando-se o elemento níquel (Ni) muito utilizado em ligas metálicas como o aço inoxidável, pede-se: a) a distribuição eletrônica em subníveis energéticos. b) a distribuição eletrônica em camadas. c) o número de elétrons existentes na camada de valência. (Dado: Ni (Z = 28).) 02. O Fe apresenta número de massa 56 e possui 30 nêutrons. A distribuição eletrônica do íon Fe3+ é: (A) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 (B) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d3 4s2 (C) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4p6 5s2 (D) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d5 (E) 1s2 2s2 2p6 3s2 3d6 4s2 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 22 03. O manganês apresenta cátions de cores variadas. Por exemplo, o Mn2+ é incolor e o Mn7+ é violeta. Faça as distribuições eletrônicas para os cátions citados no texto. Dado: 25Mn 04. (UFPEL RS) A série sobre Harry Potter trouxe para as telas do cinema o simpático bruxinho, campeão de vendas nas livrarias. Criticado por alguns e amado por muitos outros, Harry Potter traz à tona temas como bruxaria e alquimia. Essas duas crenças, ou “pseudo-ciências”, foram e ainda são ridicularizadas pelos cientistas, mas graças a bruxos, bruxas e alquimistas é que a química nasceu e deu os primeiros passos, afirmando-se como ciência. Muitos conceitos básicos da química, como energia das reações, isotopia, classificação periódica e modelos atômicos foram alicerçados pelos trabalhos e observações desses “cientistas” ou, como queiram, bruxos anônimos. Sobre os conceitos fundamentais da química, cite os números quânticos – principal e secundário – do elétron de valência do átomo neutro de enxofre. 05. (UEG GO) Os números quânticos são utilizados para “caracterizar” cada elétron da eletrosfera de um átomo. Analise o diagrama abaixo e determine os quatro números quânticos dos elétrons A e B. Considere e . 06. Os fogos de artifício propiciam espetáculos em diferentes eventos. Para que esses dispositivos funcionem, precisam ter em sua composição uma fonte de oxigênio, como o clorato de potássio (KClO3), combustíveis, como o enxofre (S8) e o carbono (C), além de agentes de cor como o SrCl2 (cor vermelha), o CuCl2 (cor verde esmeralda) e outros. Podem conter também metais pirofóricos como Mg que, durante a combustão, emite intensa luz branca, como a do flash de máquinas fotográficas. a) Escreva as equações químicas, balanceadas, que representam: — a decomposição do clorato de potássio, produzindo cloreto de potássio e oxigênio diatômico; — a combustão do enxofre; — a combustão do magnésio. b) Considerando o modelo atômico de Rutherford-Bohr, como se explica a emissão de luz colorida pela detonação de fogos de artifício? 07. Dalton, na sua teoria atômica, propôs, entre outras hipóteses, que: a) “os átomos são indivisíveis; b) “os átomos de um determinado elemento são idênticos em massa”; Á luz dos conhecimentos atuais, quais são as críticas que podem ser formuladas a cada uma dessa hipóteses? 08. O sucesso do modelo atômico de Niels Bohr estava na explicação da emissão de luz pelos átomos. A emissão de luz é provocada por uma descarga elétrica através do gás sob investigação. Bohr desenvolveu um modelo do átomo de Hidrogênio que lhe permitiu explicar esse fenômeno. a) Descreva o modelo de Bohr. b) Descreva o que ocorre, segundo o modelo do átomo de Bohr, com o elétron do Hidrogênio quando submetido à descarga elétrica. 09. A fabricação de fogos de artifício requer um controle rigoroso das variações do processo como, por exemplo, a proporção dos componentes químicos utilizados e a temperatura de explosão. A temperatura necessária para acionar os fogos de artifício de médio e grande porte é de cerca de 3600 ºC. 1149644 E-book gerado especialmente para LEONARDO ANTONIO DA SILVA . 23 É a geração desse calor que é responsável pela produção de ondas luminosas, pois provoca a emissão atômica, ou seja, a emissão de luz que ocorre quando o elétron sofre uma transição de um nível mais energético para outro de menor energia. Considerando este assunto, responda aos itens abaixo: a) A qual modelo atômico esse fenômeno de emissão de luz está ligado? b) Explique esse fenômeno de emissão de luz em termos de elétrons e níveis de energia. 10. Considerando-se um átomo que apresente número de massa igual ao dobro do número atômico, é correto afirmar que (A) possui mais elétrons do que nêutrons. (B) possui a mesma quantidade de elétrons, nêutrons e prótons. (C) possui duas vezes mais prótons do que nêutrons. (D) possui duas vezes mais nêutrons do que prótons. (E) o número atômico é o dobro do número de nêutrons. 11. (UNIRIO RJ) Um átomo do elemento químico X perde 3 elétrons para formar o cátion X3+ com 21 elétrons. O elemento químico X é isótopo do elemento
Compartilhar