Buscar

Distúrbios da orientação sexual humana

Prévia do material em texto

Distúrbios da orientação sexual humana
	
Segundo a tabela de orientação sexual distribuída pela comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) há sete tipos de orientações sexuais: 
Heterossexualidade: caracterizada pela atração sexual e emocional por pessoas de sexo oposto.
Homossexualidade: caracterizada pela atração sexual e emocional por pessoas do mesmo sexo. Em termo comum para designar homens homossexuais chama-se de “gay” e a mulheres homossexuais chama-se “lésbicas“.
Bissexualidade: É a orientação sexual caracterizada pela atração sexual e sentimental entre pessoas tanto do mesmo sexo como do sexo oposto. A diferença entre a bissexualidade e a homossexualidade é que também pode haver hipótese de atração entre pessoas do sexo oposto.
Panssexualidade: também denominada como omnissexualidade, polissexualidade ou trissexualidade é caracterizada pela atração sexual ou romântica por pessoas independentemente do sexo ou gênero das mesmas. Podem sentir-se atraídos por homens, mulheres ou também por pessoas que não se sentem identificadas com o seu gênero incluindo intersexuais, transexuais e intergêneros.
Assexualidade: É a falta de orientação e desejo sexual. As pessoas assexuais não sentem atração física ou sexual para com nenhuma pessoa e não sentem desejo pelo prazer sexual, pelo que não se identificam com nenhuma orientação sexual definida. Não é habitual que se apaixonem ou tenham um namorado/a. Tendem a criar um laço afetivo com alguém ainda que não implique que tenham uma relação sexual.
Transsexualidade: Um transexual é uma pessoa que não se sente identificada com o seu corpo e o seu gênero psicológico não corresponde ao físico. Pode acontecer em homens que se sente mulheres ou mulheres que se sentem homens. A transsexualidade não está de todo relacionada com a homossexualidade. Um homem homossexual não se sente mulher, sente-se homem. No caso de sentir-se mulher considera-se transexual. A orientação sexual de um transexual depende da sua orientação de gênero. Um homem pode sentir-se mulher e ser lésbica ou heterossexual, por exemplo. Atualmente é possível fazer-se uma operação de mudança de sexo para que o homem se converta em mulher e vice versa.
Intergênero: A diferença entre intergênero e transsexual é que os intergêneros não se identificam nem com homens nem como mulheres. Podem ver-se como homens ou mulheres. Algumas pessoas têm características do sexo oposto em junção com características do mesmo sexo. Alguns vêm a sua identidade como uma junção entre o masculino e o feminino. Intergênero não designa uma orientação sexual mas sim um conceito relacionado com a identidade de gênero.
Transtornos da orientação sexual
Orientação Sexual Egodistônica:
O indivíduo reconhece sua identidade ou preferência sexual (heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade), mas apresenta transtornos psicológicos ou comportamentais associados a essa identidade ou preferência, podendo buscar tratamento para alterá-la.
O dicionário de saúde mental da OMS, CID-10, ressalta que homossexualidade, bissexualidade e transexualidade não são transtornos nem doenças. O que caracteriza esses distúrbios está restrito ao sofrimento e ansiedade do indivíduo em lidar com seus próprios desejos sexuais. Cabe aos profissionais de saúde ajudar o indivíduo a se conhecer melhor e entender os reais motivos causadores de suas angustias e sofrimentos interiores.
Entretanto a homossexualidade e a transexualidade já foram consideradas distúrbios da orientação sexual, sendo que a única forma de orientação sexual aceita era a heterossexual. 
 Biologia e sexualidade:
Estudos do neurologista americano, Simon Le Vay em 1991 apontaram que existe diferença de tamanho entre uma parte do hipotálamo anterior (chamada INAH3) de homens e mulheres heterossexuais e de homossexuais, além disso, constatou que o tamanho dessa estrutura nos homens gays era similar ao tamanho em mulheres. 
Outro estudo que aponta fatores para a determinação da homossexualidade é uma pesquisa feita com gêmeos. A pesquisa apontou que no caso de gêmeos monozigóticos mais de 50% dos avaliados demonstraram correspondência entre a sexualidade dos dois irmãos, e em gêmeos dizigóticos, que compartilham cerca de 50% do padrão genético, a correspondência entre a sexualidade dos dois foi em média 20%. Essa pesquisa foi realizada pelos psicólogos Michael Bailey e Richard Pillard em 1991, outras pesquisas com a mesma base de estudo foram realizadas mais recentemente e obtiveram resultados com variação estatística muito grande.
Um estudo realizado pelo norte americano Dean Hammer em 1993 concluiu que existem genes localizados no braço longo do cromossomo X, mais especificamente na banda Xq28, que predispõem a homossexualidade no sexo masculino, mas não no sexo feminino. Assim como os estudos feitos com gêmeos mono e dizigóticos, estudos posteriores com mesma base não conseguiram repetir os resultados, sugerindo que existem ainda outros genes envolvidos na causa ou predisposição da homossexualidade, além dos encontrados no Xq28.
Há ainda explicações hormonais para a homossexualidade. A explicação endócrina para a homossexualidade masculina diz que durante o seu desenvolvimento, o feto não absorve com eficácia o hormônio testosterona, ocasionando em uma “falha” no desenvolvimento dos circuitos responsáveis pela atração ao sexo oposto, segundo Deise Azevedo Longaray e Paula Regina Costa Ribeiro, PPGs Educação em Ciências da Universidade Federal do Rio Grande. Já para a homossexualidade feminina, a explicação é dada a partir do não funcionamento de uma proteína no útero que é responsável por proteger fetos femininos contra a exposição excessiva à reação hormonal masculina (ANDRADE, 2004).
Parafilias
As parafilias, antigamente chamadas de perversões sexuais, são atitudes sexuais diferentes daquelas permitidas pela sociedade, sendo que as pessoas que as praticam não têm atividade sexual normal, ou seja, a sua preferência sexual "desviada" se torna exclusiva.
Tais atitudes (exceto a pedofilia) podem estar presentes em pessoas com vida sexual normal, apenas sendo uma variação da maneira de se obter prazer, sem que se caracterize um transtorno. Para se tornar patológica essa preferência deve ser de grande intensidade e exclusiva, isto é, a pessoa não se satisfaz ou não consegue obter prazer com outras maneiras de praticar a atividade sexual.
É importante ressaltar que ela se torna exclusiva porque exclui o normal, mas pessoas parafílicas podem ter duas ou mais tipos de parafilias ao mesmo tempo.
Em geral, as perversões sexuais são mais comumente vistas em homens, e o tipo de parafilia mais comum é a pedofilia. 
É fundamental ressaltar que essas condições só serão consideradas doenças quando elas forem a única forma de sexualidade do indivíduo, e que a tentativa dele em recorrer a outras formas de sexualidade para obter prazer sexual geralmente serão fracassadas, o que levará a pessoa a continuar insistindo na mesma atitude.
As parafilias decorrem de alterações psicológicas durante as fases iniciais do crescimento e desenvolvimento da pessoa. Em geral pessoas que apresentam tais problemas não buscam tratamento espontaneamente, o que só acontecerá quando seu comportamento gerar conflitos com o parceiro sexual ou com a sociedade. Sendo assim, tais pessoas aparecem em consultórios psiquiátricos trazidas contra sua vontade ou são presas por serem flagradas ou denunciadas.
Alguns tipos de parafilias:
Exibicionismo: É quando a pessoa mostra seus genitais a uma pessoa estranha, em geral em local público, e a reação desta pessoa a quem pegou de surpresa lhe desperta excitação e prazer sexual, mas geralmente não existe qualquer tentativa de uma atividade sexual com o estranho. As pessoas que abaixam as calças em sinal de protesto ou ataque a preceitos morais não são exibicionistas, pois não fazem isso com finalidade sexual.
Fetichismo: É quando a preferência sexual dapessoa está voltada para objetos, tais como calcinhas, sutiãs, luvas ou sapatos, sendo que a pessoa utiliza tais objetos para se masturbar ou exige que a parceira sempre use o objeto em questão durante o ato sexual, caso contrário não conseguirá se excitar e realizar o ato sexual.
Fetichismo transvéstico: É caracterizado pela utilização de roupas femininas por homens heterossexuais para se excitarem, se masturbarem ou realizarem o ato sexual, sendo que em situações não sexuais se vestem de forma normal. Quando passam a se vestir como mulheres a maior parte do tempo, pode haver um transtorno de gênero, tipo transexualismo por baixo dessa atitude. É importante ressaltar que o fetichismo transvéstico também só é diagnosticado como uma parafilia quando é feito de forma repetitiva e exclusiva para obter prazer sexual.
Frotteurismo: É a atitude de um homem que para obter prazer sexual, necessita tocar e esfregar seu pênis em outra pessoa, completamente vestida, sem o consentimento dela, excitando-se e masturbando-se nessa ocasião. Isso ocorre mais comumente em locais onde há grande concentração de pessoas, como metrôs, ônibus e outros meios de locomoção públicos.
Pedofilia: Envolve pensamentos e fantasias eróticas repetitivas ou atividade sexual com crianças menores de 13 anos de idade. Está muito comumente associado a casos de incesto, ou seja, a maioria dos casos de pedofilia envolve pessoas da mesma família (pais/padrastos com os filhos e filhas). Em geral o ato pedofílico consiste em toques, carícias genitais e sexo oral, sendo a penetração menos comum. Hoje em dia, com a expansão da internet, fotos de crianças têm sido divulgadas na rede, sendo que olhar essas fotos, de forma freqüente e repetida, com finalidade de se excitar e masturbar-se consiste em pedofilia.
Masoquismo e Sadismo Sexual: Existe masoquismo quando a pessoa tem necessidade de ser submetida a sofrimento, físico ou emocional, para obter prazer sexual, e o sadismo é quando a pessoa tem necessidade em infligir sofrimento (físico ou emocional) a um outro, e disso decorre excitação e prazer sexual. O mais comum ao se pensar em sadomasoquismo é associar o sofrimento a agressões físicas e torturas, mas o sofrimento psicológico também pode ser considerado forma de sadomasoquismo, e consiste na humilhação que se pode sentir ou impor. Atos sadomasoquistas só serão considerados parafilias quando forem repetitivos e exclusivos, sendo que quando eles ocorrem ocasionalmente, dentro de um relacionamento sexual normal, são apenas formas alternativas de prazer, e não uma perversão.
Voyeurismo: É quando alguém precisa observar pessoas que não suspeitam estarem sendo observadas, quando elas estão se despindo, nuas ou no ato sexual, para obter excitação e prazer sexual.
Vorarefilia: Desejo sexual por ser comido durante o sexo, literalmente. Também conhecido como Canibalismo. Essa patologia, distúrbio da orientação, é muitas vezes saciam os desejos assistindo vídeos do gênero.
Zoofilia: Zoofilia é uma parafilia definida pela atração ou envolvimento sexual de humanos com animais de outras especies. Tais indivíduos são chamados zoófilos.
Asfixiofilia: Ou asfixia autoerótica é a prática onde é reduzida intencionalmente a emissão de oxigênio para o cérebro durante uma estimulação sexual com o intuito de aumentar o prazer do orgasmo.
Necrofilia: É uma parafilia caracterizada pela excitação sexual decorrente da visão ou do contato com um cadáver. O fenômeno da necrofilia é conhecido desde os mais remotos tempos da história humana, podendo ainda hoje ser observado como costume comum (às vezes até sacralizado) em certas tribos africanas e asiáticas, bem como em manifestações esporádicas no Ocidente.
O tratamento se constitui em tratamentos psicológicos (psicanálise, psicoterapias) e, ou uso de algumas medicações.
O tratamento dependerá da avaliação do caso específico de cada paciente e em geral não se consegue uma boa resposta, ou seja, é muito difícil ter melhoras nesses casos.
Referências:
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?325
http://www.lgbt.pt/conheca-os-tipos-de-orientacao-sexual/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Necrofilia
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDR80153-7943,00.html
http://posgrad.fae.ufmg.br/posgrad/viienpec/pdfs/886.pdf
Borges-Osório, M. R.; Robinson, W. M. - Genética Humana 2ªed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p334.

Continue navegando

Outros materiais