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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL CAMPUS CHAPECÓ ENGENHARIA AMBIENTAL RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS GRACIELA SCHINEIDER MANUELLA DE MORAIS SABRINA GABRIELA FARINA YUARÃ MIGNONI PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA NO RIO LAGEADO DO TIGRE NO MUNICIPIO DE NONOAI-RS CHAPECÓ, 2015 Sumário 1. Introdução............................................................................................................................ 5 2. Materiais e métodos ............................................................................................................ 5 2.1 Caracterização da área ................................................................................................. 5 2.1.1 Clima ........................................................................................................................ 6 2.1.2 Hidrografia ............................................................................................................... 7 2.1.3 Geologia, Geomorfologia e Solos ............................................................................ 7 2.1.4 Ocupação do solo e Cobertura Vegetal .................................................................... 8 2.2 Área de estudo ............................................................................................................. 8 2.2.1 Diagnóstico da área ................................................................................................ 12 2.2.2 Metodologia de recuperação .................................................................................. 16 2.2.3 Monitoramento ....................................................................................................... 23 2.2.4 Cronograma de execução ....................................................................................... 24 3. Resultados ......................................................................................................................... 25 3.1 Prognóstico da área .................................................................................................... 25 4. Considerações finais .......................................................................................................... 25 5. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 27 Índice de figuras Figura 1: Mapa Nonoai. Fonte: IBGE cidades. .......................................................................... 6 Figura 2: Imagem de satélite do Rio Lajeado do Tigre próximo a Cascata das Andorinhas. Fonte: Google Maps. .................................................................................................................. 9 Figura 3: Margem direita Rio Tigre com resíduos sólidos. Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS (2012). .......................................................... 9 Figura 4: Margem direita Rio Tigre com plantações em APP. Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS (2012). ........................................................ 10 Figura 5: Ocupação em área de APP – esgoto sanitário e lixo. Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS (2012). ........................................................ 10 Figura 6: Ponte sobre o Rio Lageado Tigre na Rua Padre Manoel Gomez González. Fonte: Google Maps ............................................................................................................................ 11 Figura 7: Locais de execução do PRAD no rio Lageado do Tigre. Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS (2012). ........................................................ 11 Figura 8: Imagem aérea do município com vistas ao rio Lageado do Tigre próximo á Cascata das Andorinhas (1962). Fonte: Acervo pessoal. ....................................................................... 12 Figura 9: Desmatamento das áreas de APP nas margens do rio Lageado do Tigre. Fonte: Google Maps. ........................................................................................................................... 13 Figura 10: Problemas de inundação nas margens do rio Lageado do Tigre. Fonte: Portal Nonohay. .................................................................................................................................. 14 Figura 11: Descarte de esgoto doméstico diretamente no Rio Tigre. Fonte: Portal Nonohay. 15 Figura 12: Zoneamento do município de Nonoai. Fonte: Plano de Saneamento Básico (2012). .................................................................................................................................................. 17 Figura 13: Modelo de plantio em linha. Fonte: Castro et al.2012. ........................................... 21 Índices de quadros Quadro 1: Espécies utilizadas na adubação verde. Fonte: Castro et al (2012). ........................ 19 Quadro 2: Espécies nativas a serem plantadas. ........................................................................ 21 Quadro 3: Cronograda físico de execução. ............................................................................... 24 5 1. Introdução Segundo Almeida (2009 apud Barbosa 1999), as formações florestais localizadas às margens de rios, lagos, nascentes, topos de morro e reservatórios de água são chamada de mata ciliar. Protegidas pelo Código Florestal (Lei nº 4771/65), desde 1965, inclui as matas ciliares na categoria de Áreas de Preservação Permanente (APP), pois estas desempenham uma importante função ambiental. Assim, a lei prevê que toda a vegetação natural (arbórea ou não) presente nas margens de rios e ao redor de nascentes e de reservatórios, deve ser preservada. As matas ciliares são importantes formações florestais a serem conservadas ou recuperadas, envolvendo sua conservação e recuperação como estratégias prioritárias para preservação dos recursos hídricos e da biodiversidade. Com a formação das cidades nos entornos dos rios e o consequente aumento das populações, as margens dos rios acabam, muitas vezes, se tornando depósitos de lixo e sendo local de descarga de esgotos, afetando não só a vida aquática como promovendo uma intensa degradação ambiental. A degradação de uma área verifica-se quando a vegetação e, por consequência, a fauna é destruída, quando a camada de solo fértil é perdida e quando afeta a vazão e a qualidade dos corpos de águas superficiais e subterrâneos. Áreas degradadas são locais onde os processos naturais encontram-se em situação de desequilíbrio, áreas das quais foram suprimidos componentes essenciais para a manutenção das funções ecológicas, o que impossibilita seu uso de forma sustentável. Essas áreas podem conter ainda substâncias perigosas para a saúde humana e ou os ecossistemas. Devido à ocupação irregular em suas margens e o comprometimento da preservação permanente em sua área, foi proposto para o Lajeado Rio do Tigre a elaboração de um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD). Este plano é um instrumento importante de gestão ambiental para outros tipos de atividades antrópicas. 1. Materiais e métodos 1.1 Caracterização da área O município de Nonoai está localizado no estado do Rio Grande do Sul, a 549 metros de altitude. Limita-se ao Norte com o estado de Santa Catarina, pelo Rio Uruguai; ao Sul com os Municípios de Trindade do Sul e Gramados dos Loureiros; a Leste com os Municípios de Faxinalzinho e Erval Grande, pelo Rio Passo Fundo; e a Oeste com os Municípios de Rio dosÍndios e Planalto, sendo demarcadas suas divisas pelo Rio Passo feio e o Rio dos Índios. As coordenadas geográficas do município são: Latitude: 27° 21' 21'' Sul e Longitude: 52° 45' 58'' Oeste. A população estimada do município, segundo o IBGE, em 2015 é de 12074 habitantes, residindo sob uma área de 468912 Km² que compõe o Bioma Mata Atlântica. Figura 1: Mapa Nonoai. Fonte: IBGE cidades. 1.1.1 Clima De acordo com o Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS (2012), segundo a classificação de Koppen, o padrão climático local corresponde ao da variedade Cfa - clima subtropical, úmido, sem estação seca, em que a temperatura do mês mais quente ultrapassa 22°C e a do mês menos quente é inferior a 18°C e superior a 3°C, apresentando geadas frequentes e raramente nevadas. O Plano Ambiental do Município de Nonoai/RS [2004] classifica o clima como temperado, com estações bem definidas, principalmente entre inverno e verão. Foram registradas temperaturas de até 40°C como máxima e –4°C como mínima. Durante o inverno é comum a formação de geadas nos meses de junho e julho, onde, algumas vezes, houve registro da queda de neve. A média anual é de l9°C e pode-se dividir em duas zonas: -Zonas mais quentes: Vale do Rio Uruguai, onde existe um microclima de características tropicais, onde foi implantada culturas tropicais como banana e abacaxi, com grande sucesso. -Zonas mais frias: Altos das Serras do Rio Uruguai e Rio Passo Fundo e no Planalto; Nonoai situa-se no vale do Alto Uruguai, onde a precipitação anual é de aproximadamente 2.077mm, com chuvas distribuídas durante o ano. 1.1.2 Hidrografia De acordo com o Plano Ambiental do Município de Nonoai/RS [2004], a hidrografia do município é realçada pelo Rio Uruguai e pelo Rio Passo Fundo, sangas e pequenos riachos, dentre eles: Rio Lajeado do Tigre - Tem sua nascente no território do município, no local chamado Linha Cervo e corta a cidade de sul a norte, tendo sua foz formada por uma queda de mais de 80 metros de altura, localizada à 500 metros do centro da cidade. Conhecida como Cascata das Andorinhas, a queda é uma das atrações turísticas do município de Nonoai. O Lajeado do Tigre deságua no Rio Passo Fundo, no local denominado Barrinha, a poucos quilômetros à jusante da Cascata das Andorinhas. A Cascata abriga também a Pequena Central Hidrelétrica Cascata das Andorinhas construída em sistema fio d´água que aproveita sua declividade natural. Rio dos Índios – Faz os limites das divisas dos municípios de Nonoai e Rio dos Índios Rio Passo Fundo– Faz as divisas dos municípios de Nonoai, Erval Seco e Faxinalzinho. Este é um rio de muitas corredeiras e vale estreito. Sobre o leito desse rio, são construídas as Usinas Hidrelétricas Passo Fundo e Monjolinho, em Entre Rios do Sul e Nonoai, respectivamente. Rio Uruguai – Faz as divisas do município de Nonoai com o estado de Santa Catarina. 1.1.3 Geologia, Geomorfologia e Solos De acordo com o Plano Municipal de Saneamento do Município de Nonoai/RS (2012), a região encontra-se inteiramente recoberta por rochas, constituída por sequência de derrames basálticos com composição básica e ácida, com ocorrência de rochas efusivas básicas, intermediárias e ácidas da Formação Serra Geral, pertencente ao Jurássico Superior e Cretáceo. Os derrames basálticos são representados por um basalto denso, geralmente cinza escuro, sobreposto por basalto cinza claro e, acima deste, uma brecha basáltica que faz contato com outro derrame. Dessas rochas originaram-se solos profundos, argilosos, arroxeados, avermelhados ou brunados, com altos teores de ferro em áreas de relevos suaves e de solos rasos e de coloração brunada, nas áreas de relevo mais movimentado. Existem duas unidades geomorfológicas dominantes: os planaltos dos Campos Gerais e o Dissecado do Rio Uruguai/Iguaçu. Caracterizam a paisagem regional os rios sinuosos com vales encaixados e patamares nas vertentes. O controle estrutural é marcado por segmentos retilíneos do rio, pelos cotovelos e pela grande ocorrência de lajeados, saltos, quedas e ilhas. Os rios apresentam, muitas vezes, corredeiras e pequenas cachoeiras resultantes das diferenças internas nos derrames das rochas efusivas. O município apresenta uma paisagem homogênea, na qual o rio principal (Rio Uruguai) aparece encaixado formando meandros, com margens muito íngremes e vales profundos onde embocam seus afluentes que servem de limite ao território municipal (Rio Passo Fundo e Rio dos Índios). 1.1.4 Ocupação do solo e Cobertura Vegetal Para distribuição da ocupação do solo do território municipal foram utilizadas 4 classes: urbana, água (já incluído o lago da UHE Foz do Chapecó), matas nativas, ciliares e secundárias e terras para fins agropastoris (Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS, 2012). Conforme o Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS (2012), a classe que ocupa menores dimensões são as áreas urbanizadas. Estas áreas ocupam 250 ha ou 0,55% do território do município. Outra classe de uso antrópico, que ocupa áreas significativas e apresenta grande dispersão por todo o território, foi mapeada como agro-silvo- pastoril e ocupa 56,87 ou pouco mais de 26.000 ha do município. Nessa região, compreendem as pastagens nativas e cultivadas, as culturas temporárias incluindo os cultivos de soja, milho, feijão e cana (plantios de verão), além de trigo, aveia e cevada (de inverno); entre as permanentes, nenhuma apresenta áreas significativas. Os conflitos de uso aparecem em maior número junto aos cursos d’água, onde não estão sendo respeitadas as áreas de preservação permanente (cerca de 883 ha/1,92% do município) e nas áreas muito declivosas (567 ha/1,2%), também protegidas pela legislação, que também as enquadrou como APP. 1.2 Área de estudo O Rio Lageado do Tigre, que possui nascente dentro dos limites territoriais do município de Nonoai, tem uma grande extensão dentro da área urbana. Devido a ação antrópica, através da população que instalou moradias em suas margens, o rio encontra-se totalmente degradado e apresenta sucintamente, a seguinte situação: acúmulo de lixo nas margens, vegetação quase que completamente escassa e água extremamente poluída. A Figura 2, mostra uma parte da extensão do rio e as Figuras 3, 4 e 5 a urbanização e a supressão da vegetação da margem. Figura 2: Imagem de satélite do Rio Lajeado do Tigre próximo a Cascata das Andorinhas. Fonte: Google Maps. Figura 3: Margem direita Rio Tigre com resíduos sólidos. Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS (2012). Figura 4: Margem direita Rio Tigre com plantações em APP. Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS (2012). Figura 5: Ocupação em área de APP – esgoto sanitário e lixo. Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS (2012). Sendo assim, neste plano, objetivou-se realizar a recuperação das margens direita e esquerda do Rio Tigre, no trecho de rio compreendido entre a ponte sob a qual o rio cruza, situada na Rua Padre Manoel Gomes González, local apresentado na Figura 6, até o início da queda na Cascata das Andorinhas, compreendendo uma área de aproximadamente 2 hectares. Esse trecho é destacado em amarelo na Figura 7. Paralelamente, buscou-se a recuperação da qualidade da água em todo o trecho compreendido no perímetro urbano, trecho destacado em ciano na Figura 7. Figura 6: Ponte sobre o Rio Lageado Tigre na Rua Padre Manoel Gomez González. Fonte: Google MapsFigura 7: Locais de execução do PRAD no rio Lageado do Tigre. Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS (2012). 1.2.1 Diagnóstico da área Com base no cruzamento das informações encontradas a respeito da urbanização do município atrelado aos problemas de cunho ambiental por ela causados, observa-se que a inadequação deste processo é o principal responsável pela degradação ambiental. Dessa forma, a ocupação da zona ripária do Rio Tigre atrelada a práticas sanitárias e ambientais de caráter desprezível, as consequências hoje evidentes, não são nada além do esperado. Se observarmos a imagem aérea do município apresentada abaixo (Figura 8), datada com incerteza do ano de 1962, e compararmos com a Figura 2, de 2014 evidencia-se o processo de urbanização no município, e mais do que isso, a ocupação às margens do rio. Figura 8: Imagem aérea do município com vistas ao rio Lageado do Tigre próximo á Cascata das Andorinhas (1962). Fonte: Acervo pessoal. Relatos de moradores do município que residiam nas proximidades do rio, descrevem que sempre houveram residências ás margens do rio, no entanto, eram pouco numerosas. Como podemos observar na Figura 8, datada com incerteza do ano de 1962, boa parte da vegetação ripária ainda permanecia intacta e as casas ali presentes preservavam uma distância considerável do canal do rio. Os moradores também ressaltam o frequente aparecimento de inúmeras espécies de aves e animais que habitavam as matas do município, e era comum observar animais como antas, pastando ás margens do rio. O hábito da pesca também era frequente no rio Tigre, assim como, a recreação nas águas do rio. Hoje, podemos traduzir a degradação da área em dois âmbitos: Avanço sobre a APP, resíduos sólidos e o consequente processo de assoreamento: Segundo Castro et al (2012), as matas ciliares são faixas de vegetação adjacentes aos corpos hídricos, ao longo dos quais podem ocupar dezenas de metros a partir das margens e apresentar variações na composição florística e na estrutura da comunidade biótica, dependendo das interações que se estabelecem entre o ecossistema aquático e sua vizinhança De acordo com o Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS (2012), no perímetro urbano, a única área vegetada expressiva é o vale do rio Tigre, abaixo da Cascata das Andorinhas. A montante da queda da Cascata, a ocupação irregular da área definida no zoneamento como área Zona de Preservação Permanente, provocou a retirada da vegetação natural presente às margens do rio. Dessa forma, a APP de faixas marginais de áreas urbanas consolidadas que deveria ser de 30 metros, como apresentada no Plano Diretor do Município, hoje, apresenta-se estreita, rala ou descontínua. Considerando a situação do rio Tigre, o qual apresenta faixa ciliar estreita, rala ou descontínua, a ação das matas ciliares em diminuir a força de arraste da correnteza minimizando a erosão e servir como planície de inundação para amortecer grandes vazões escoadas, encontra- se comprometida, desse modo, deixando a região propicia ao assoreamento e a frequentes processos de inundação. Esse processo, bem como os transtornos enfrentados pela população pode ser verificado nas Figuras 9 e 10 apresentadas a seguir. Figura 9: Desmatamento de áreas de APP nas margens do Rio Tigre. Fonte: Google Maps. Figura 10: Problemas de inundação nas margens do rio Lageado do Tigre. Fonte: Portal Nonohay. Ainda segundo Castro et al (2012), as matas ciliares são de grande importância por apresentarem um conjunto de funções ecológicas extremamente relevantes para a qualidade de vida, especialmente, das populações humanas locais e da bacia hidrográfica, sendo fundamentais para a conservação da diversidade de animais e plantas nativas da região, tanto terrestres como aquáticos uma vez que elas cumprem o papel de corredores ecológicos, facilitando o trânsito de diversas espécies de animais, polens e sementes, favorecendo o crescimento das populações de espécies nativas, as trocas gênicas e, consequentemente, a reprodução e a sobrevivência dessas espécies. Sendo assim é possível entender a necessidade imediata da recuperação da zona ripária do rio. Contaminação das águas do Rio Lageado do Tigre: Segundo o Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS (2012), a cidade não dispõe de um Sistema de Esgoto Sanitário, a não ser uma rede coletora rudimentar situada em algumas ruas da parte central do município que é utilizada para o lançamento do esgoto doméstico de aproximadamente 150 residências, sendo estes encaminhados para uma fossa coletiva e destas para valas de infiltração. Ao longo do tempo, esse sistema recebeu novas ligações de esgoto, resultando numa carga excessiva e passando a não apresentar a eficiência desejada, assim, o efluente acaba sendo lançado no Rio Lageado Tigre. No restante do perímetro urbano o esgotamento sanitário é encaminhado para fossas- sumidouro individuais exigidas pela Prefeitura, mas normalmente construídas sem as recomendações das normas técnicas. Essas fossas são constituídas simplesmente por uma escavação executada no terreno e preenchida com pedras, onde ocorre a diluição e a infiltração do esgoto sanitário, que indiretamente, por meio da percolação, atinge o rio. Quando o terreno não possui boa capacidade de absorção o esgoto flui para a rede pluvial e desta para os cursos d’água. Ainda em relação a destinação do esgoto doméstico, existem residências, localizadas próximas ás margens do rio, que o despejam-no diretamente ao rio, como pode ser observado na Figura 11. Além disso, como pode ser observado na Figura 11, algumas residências possuem criação de animais, e seus dejetos, altamente poluidores, são encaminhados com facilidade ao curso d’água. Figura 11: Descarte de esgoto doméstico diretamente no Rio Tigre. Fonte: Portal Nonohay. Ainda segundo o Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS (2012), os resíduos sólidos domésticos gerados no município de Nonoai são encaminhados para o Consórcio Intermunicipal de Reciclagem e Compostagem de Lixo – CONILIXO, localizado na cidade de Trindade do Sul. A coleta do lixo é terceirizada e os serviços de limpeza urbana são de responsabilidade da Secretaria Municipal de Obras e Viação. No entanto, pela facilidade em lançar os resíduos dentro do rio, e este simplesmente “leva-lo”, bem como, a ineficiência da coleta juntamente com a falta de instrução da população, os moradores da zona ribeirinha, descartam seu resíduo dentro do rio, assim como o esgoto e entulhos. Além disso, o avanço da população nas APPs está causando o rompimento do equilíbrio ecológico, juntamente à intensificação da poluição das águas, bem como nas suas margens, uma vez que o lixo depositado ao seu redor é carreado para os rios através da chuva. No Anexo 1, é apresentado uma análise de potabilidade da água, coletado na PCH Cascata das Andorinhas, em uma ação realizada pelo LEO Clube de Nonoai em junho deste ano. As análises puderam constatar a presença do coliforme termotolerante Escherichia coli, que segundo Dariva et. al. (2004) é o organismo indicador de contaminação fecal utilizado na água. Sua presença em água ou alimentos, é um fator de risco à saúde da população, devido a ser causador de diversas doenças, como gastroenterite e infecção urinária. A Portaria nº 1469, de 29 de dezembro de 2000, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estabelece como padrão de potabilidade, para a água destinada ao consumo humano, ausência de bactérias do grupodos coliformes termotolerantes, anteriormente denominados coliformes fecais. Sendo assim, evidencia-se o problema na área e torna-se necessário uma imediata intervenção a fim de reestabelecer o equilíbrio do local. 1.2.2 Metodologia de recuperação Segundo Ramos (2009) os rios são cursos d’água formados pelo escoamento superficial das águas das chuvas e mantem em seu entorno uma grande variedade de fauna e flora. Os rios são grandes esculpidores do relevo terrestre e de grande importância tanto para o desenvolvimento, quanto para a manutenção de uma sólida economia. As constantes agressões que os mesmos vêm sofrendo por parte do despejo irregular e descontrolado de esgotos e efluentes industriais, bem como de lixo tem mudado sua estrutura e fisionomia, inclusive nas cidades (RAMOS, 2009). Identificados os fatores causadores da degradação das áreas de preservação permanente nas margens e da qualidade da água do rio, vamos aos processos de recuperação. A partir das consequências da degradação, torna-se notória a necessidade da existência de uma gestão sócio-ambiental, já que, assim como observado por Santos et al. [200-], se configura a ocorrência, nas margens de rios urbanos, de um conflito entre direitos: o direito à moradia de famílias de baixa renda que não conseguiram alternativa legal para construção de suas casas e o direito de toda a sociedade de dispor de um meio ambiente equilibrado. Como podemos observar nas imagens aéreas vistas anteriormente, algumas das residências construídas às margens do rio, estão presentes no local muito antes da existência de um plano diretor ou legislação, que define as margens do Rio Tigre como Área de Preservação Permanente. No entanto, sabe-se que para uma recuperação eficaz e permanente, inicialmente deve-se fazer a remoção/realocação da população da APP da faixa marginal de área urbana consolidada, que corresponde a 30 metros e, consequentemente, sua inserção em Zona Especial de Interesse Social – ZEIS definidas no Plano Diretor Municipal (2012), apresentada na Figura 12. Dessa forma, deve-se priorizar medidas conjuntas, no sentido de conscientizar a população da importância da recuperação do rio, firmar acordos com os proprietários e promover a recuperação não só no âmbito técnico, mas sim através de Educação Ambiental. Figura 12: Zoneamento do município de Nonoai. Fonte: Plano de Saneamento Básico (2012). O desassoreamento será a atividade inicial na recuperação da área e buscará remover o excesso de sedimentos no leito do rio causados pelo despejo de esgoto doméstico e pelos processos de erosão de suas margens. Para tal é necessário que se realizem obras de alargamento e aprofundamento da calha, além de resolver os problemas do lixo urbano, dos entulhos da construção civil, dos esgotos domésticos e industriais e dos sedimentos naturais. Para que o desassoreamento seja efetivo a longo prazo, se faz necessário a implantação de sistema de esgoto sanitário, o qual deve ser garantido pelas políticas públicas do município, sendo também de suma importância o sistema de coleta de lixo regular, concomitantemente com projetos visando a educação ambiental. Posteriormente ao desassoreamento, devem ser efetuadas a coleta e análises de diversos pontos amostrais do solo ao longo da área em recuperação, visando identificar a acidez do solo, visto que pode ser prejudicial ao desenvolvimento das espécies vegetais e pode ser facilmente corrigida. Caso seja identificada alguma alteração do parâmetro, deve ser efetuada a calagem, utilizando calcário dolomítico mediante recomendações agronômicas, que segundo Lopes (1989) é o processo mais adequado para corrigir as condições indesejáveis de um solo ácido. A aplicação do calcário deve ser realizada pelo menos um mês antes do plantio das espécies nativas. É muito importante que durante o processo de revegetação, seja realizado o desvio do fluxo de escoamento das águas pluviais, de maneira a evitar danos ao trabalho de recuperação através da erosão. Para o processo de revegetação, inicialmente devem ser implementadas técnicas de recuperação que propiciem a melhoria da qualidade do solo, sendo indicado inicialmente a adubação verde. Segundo Castro et al. (2012), esse processo consiste no plantio de uma ou mais espécies vegetais que cumpram a função de proteger o solo do sol e da chuva, nutrindo-o com matéria orgânica, melhorando seus aspectos físicos, químicos e biológicos, garantindo a outras espécies, melhores condições de crescimento, acelerando a regeneração natural e diminuindo a perda de solo. As espécies de adubação verde, geralmente, são herbáceas anuais de duas famílias: gramíneas, que possuem alto teor de carbono e leguminosas, que são capazes de fixar nitrogênio no solo. Portanto é indicado o plantio em associação destas duas famílias, de modo a garantir uma boa proporção de carbono/nitrogênio. Castro et al. (2012) apresentou algumas espécies utilizadas na adubação verde na região sul, essas espécies estão apresentadas no Quadro 1. As espécies adotadas para a recuperação do Rio Tigre, deverão ser plantadas em curva de nível, objetivando a diminuição da perda de sedimentos. Como as espécies estão próximas ao curso d’agua, recomenda-se a irrigação apenas na ocorrência de um grande período de estiagem. Espécies de inverno (plantadas em abril) Espécies de verão (plantadas em setembro) Leguminosas Ervilhaca (Vicia spp) Fava (Vicia faba) Lentilha (Lens suculenta) Tremoço (Lupinus spp.) Trevo encarnado (Trifolium incarnatum) Crotalárias (Crotalaria spp) Feijão de porco (Canavalia ensiformis) Feijão guandu (Cajanus cajan) Lab lab (Lablab purpureum) Mucunas (Stizolobium spp.) Gramíneas Aveia (Avena sp) Azevém (Lolium sp) Centeio (Secale cereale) Milheto (Pannisetum americanum) Sorgo forrageiro (Sorghum bicolor) Teosinto (Zea mexicana) Quadro 1: Espécies utilizadas na adubação verde. Fonte: Castro et al (2012). Após um período de cerca de dois meses, inicia o processo de plantio das espécies nativas selecionadas. Martins (2001) recomenda-se adotar alguns critérios na seleção de espécies para recuperação de matas ciliares: Plantar espécies nativas presentes em matas ciliares da região; Escolher as plantas em proporção de 80% em espécies pioneiras e secundárias iniciais, 10% em secundárias tardias e 10% em espécies climácicas; Plantar o maior número possível de espécies de maneira a gerar alta diversidade; Utilizar combinações de espécies pioneiras de rápido crescimento junto com espécies não pioneiras (secundárias tardias e climáticas); Plantar espécies atrativas à fauna; Deve-se estar atento a adaptação das espécies as condições de umidade no solo. O Plano Ambiental do Município de Nonoai/RS [2004], destaca algumas espécies de plantas encontradas pelos pioneiros na chegada ao município, bem como, das florestas de Araucárias ditas mistas, que são as florestas características do município. Mediante a análise dos critérios citados acima e das espécies disponíveis, concluiu-se as espécies a serem plantadas, expostas no Quadro 2. Nome popular Nome popular Grupo Ecológico Quantidade Aroeira Schinus terebinthifolia P 140 Sete-capotes Campomanesia guazumaefolia P 140 Capororoca Rapanea umbellata P 140 Cedro-rosa Cedrela fissilis P 140 Bracatinga Mimosa scabrella P 140 Pau-de-leite Sapium glandulatum P 140 Café-de-bugre Cordia ecalyculata P 140 Cambará Gochnatia polymorpha P 140 Araticum Annona cacans P 140 Pessegueiro-bravo Prunus myrtifolia (Prunus sellowii) P140 Ipê amarelo Tabebuia chysotricha SI 125 Camboatá Matayba elaeagnoides SI 125 Paineira Chorisia speciosa SI 125 Chá-de-bugre Cordia sellowiana P/SI 125 Jacaratiá Jacaratia spinosa (Jacaratia dodecaphylla) P/SI 125 Ipê-roxo Tabebuia impetiginosa ST 75 Açoita cavalo Luehea speciosa ST 75 Canela preta Nectandra megapotamica ST 75 Branquilho Sebastiana klotzschiana ST 75 Pitanga Eugenia uniflora C 50 Guabiroba Campomanesia xanthocarpa C 50 Pinheiro do Paraná Araucaria angustifolia C 50 Erva mate Ilex paraguariensis C 50 Uvaia Eugenia pyriformis C 50 Guabiju Myrcianthes pungens C 50 Quadro 2: Espécies nativas a serem plantadas. O modelo de plantio adotado para a recuperação da zona ripária do Rio Tigre é bem próximo ao modelo de plantio em ilhas de diversidade, que está representado na Figura 13. O plantio em ilhas de alta diversidade, consiste no plantio de mudas em pequenos núcleos (ilhas) com alta diversidade e alta densidade de indivíduos de espécies de diferentes grupos ecológicos. Serão plantadas espécies de rápido crescimento (pioneiras e secundárias iniciais) em 80% da área. No centro será implantado um núcleo com espécies pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e clímax, na proporção de 20%, em plantio simultâneo. Figura 13: Modelo de plantio em linha. Fonte: Castro et al.2012. As espécies devem ser plantadas com densidades entre 2m x 2m e 2,5m x 2,5m e espera- se que as espécies atuem como facilitadoras umas das outras, ou seja, que as espécies pioneiras auxiliem o desenvolvimento das não pioneiras. Deverão ser executados também tratos culturais, como capinas ou roçagens em torno das plantas, realizadas mediante a visualização de espécies invasoras, adubação das mudas e controle de pragas e doenças que por ventura, possam afetar o desenvolvimento das mudas. Além do plantio, serão utilizadas técnicas adicionais para acelerar e qualificar os processos de regeneração natural através do estímulo às interações entre as espécies. Segundo Castro et al. (2012) este tipo de ação parte da ideia de que uma floresta não é apenas um conjunto de árvores e, sim, uma teia complexa de organismos e relações. A proposta da nucleação segundo Reis e Kageyama (2003 apud Castro et al. 2012), é de se criar pequenos hábitats que propiciem incremento das interações interespecíficas, envolvendo interações planta-planta, plantas-microorganismos, plantas-animais, níveis de predação e associações e os processos reprodutivos das plantas de polinização e dispersão de sementes. As técnicas de nucleação a serem usadas na recuperação do Rio Tigre serão: Implantação de poleiros Em áreas degradadas distantes de fragmentos florestais, um dos principais fatores que limitam a regeneração natural é a falta da contribuição de sementes. Com a implantação de poleiros, busca-se atrair animais como pássaros e morcegos, como forma de acelerar a chegada de sementes oriundas de remanescentes florestais da região. Assim, os poleiros servem de local para pouso de aves e morcegos, que ao pararem para descansar ou forragear, dispersam sementes de espécies locais. Transposição de serrapilheira Na serapilheira de uma floresta existe uma série de elementos que demorariam a chegar às áreas em recuperação como: banco de sementes, nutrientes, matéria orgânica, microrganismos, insetos e fungos. Através da transposição da serapilheira de áreas em estado avançado da sucessão ecológica, como o Parque Florestal Estadual de Nonoai, que segundo o Plano Ambiental do Município de Nonoai/RS [2004], possui grande importância ecológica por conservar o encontro da Floresta Subtropical Latifoliada e a Floresta Ombrófila Mista e apresenta extraordinária riqueza faunística, pode-se levar estes elementos para as áreas em recuperação, ajudando a aumentar a complexidade nestes ambientes. Transposição de galharia Através do empilhamento de galharias, bem como de restos de poda, pode-se criar hábitats e microclimas ideais para o abrigo de pequenos animais e para a germinação de sementes. Além disso, a ação dos fungos decompositores na madeira auxilia na fertilidade do solo através da formação de húmus. Dessa forma, integrando as atividades de responsabilidade da administração municipal, onde existe a geração de restos de podas de árvores, que hoje, segundo o Plano de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS (2012) são destinados a um bota fora atrás de um antigo Frigorífico abandonado, serão previamente selecionados e dispersados sobre a área de recuperação. Implantação de meliponário Segundo Castro et al. (2012) as plantas através de suas flores, cores, formatos e aromas, desenvolveram uma importante estratégia para atrair animais que realizam a polinização, um processo indispensável para a sobrevivência de ambos. As abelhas nativas sem ferrão (melíponas), são os principais polinizadores das árvores nativas em florestas tropicais. Por esta razão, a criação destes animais junto a áreas em restauração, vem a contribuir com o fluxo gênico e a formação de sementes para as espécies arbóreas. Sabe-se, através do Plano Ambiental do Município de Nonoai/RS [2004] que a Cascata das Andorinhas é uma das atrações turísticas do município, dessa forma, o plantio de diferentes espécies de flores no local, além de atrair polinizadores, cumprirá papel importante na composição do paisagismo do local. 1.2.3 Monitoramento O monitoramento da recuperação da área degradada auxilia para o sucesso e aprimoramento das ações realizadas. O monitoramento será efetuado por meio dos dados obtidos, de forma amostral, de constatações visuais in loco, por fotografias e, caso seja necessário, por intermédio de técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento. Segundo a Instrução Normativa IBAMA n° 04 de 2011, durante a execução do PRAD, deverão ser apresentados, pelo responsável técnico, relatórios semestrais de monitoramento conforme o Anexo III da instrução normativa, podendo estes serem solicitados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) em intervalos de três meses, caso a situação requeira. O IBAMA também realizará vistorias por amostragem nas áreas em recuperação. Quaisquer alterações nas atividades técnicas previstas pelo PRAD deverão ser encaminhadas ao IBAMA, com 90 dias de antecedência, com suas justificativas, para que estas sejam submetidas as análises técnicas. Uma vez executado o PRAD, deverá ser apresentado um Relatório de Avaliação, que permitam aferir o grau e a efetividade da recuperação da área e contemplem a recuperação das funções e formas ecossistêmicas no contexto da bacia, da sub-bacia ou da microbacia. Alguns critérios de avaliação deverão ser observados, para que a partir deles, possa ser realizada a avaliação da recuperação. Esses critérios estão apresentados a seguir: Sobrevivência do plantio oriundo de mudas; Percentagem de cobertura do solo pelas espécies de interesse; Diminuição ou persistência de processos erosivos; Desenvolvimento do plantio, capacidade de regeneração natural, da geração de biomassa e de serapilheira; Visitação de espécies de fauna, principalmente de animais dispersores; Qualidade da água. 1.2.4 Cronograma de execução O cronograma de execução está apresentado no Quadro 3. Apresentado a seguir. Quadro 3: Cronograma físico de execução. O monitoramento será realizado semestralmente e ocorrerá por no mínimo 10 (dez) anos após a recuperação da área. ... Ano V ... Trimestre I II III IV I II III IV Realocação da população ribeirinha Desasoraementodo rio Coletas de amostras do solo Correção do pH do solo Desvio do fluxo de escoamento das águas pluviais Revegetação(adubação verde) Revegetação(espécies nativas) Implantação de poleiros Transposição de serrapilheira Transposição de galharia Implantação de meliponário Monitoramento* Construção do Mirante Construção do Coreto Tratos Culturais Ano I Ano XV *O monitoramento se estende até no mínimo 10 anos após a revitalização da área sendo feito semestralmente. 2. Resultados 2.1 Prognóstico da área Os problemas apresentados ao longo deste plano possuem soluções não apenas estruturais, mas que passam por ações de educação ambiental. Assim, as mesmas necessitam que sejam frequentemente executadas com a população, conscientizando-as das práticas corretas que devem ser adotadas e que a preservação da qualidade da água depende destas ações. Relatos de moradores afirmam que o local foi muito utilizado pela população para atividades recreativas, como banho, pesca e área para descanso em geral. Tendo em vista a saúde da população, não apenas física, mas também mental, faz-se necessário não somente recuperar o rio, mas também atribuir a área uma destinação social adequada. Portanto, quando a zona ripária estiver em condições de recuperação avançadas mediante a visualização do crescimento das espécies vegetais realizar-se-á a construção de mirantes com vista para o vale da cascata em conjunto com um coreto. Tendo em vista que a população ribeirinha foi removida do local, pode se esperar uma relutância quanto a adesão desses em atividades relacionadas à obra. Sendo assim, sugere-se que a prefeitura, em parceria com líderes de comunidades, organize eventos culturais, tais como feiras, palestras, etc, na área recuperada. Afim de promover a educação ambiental aos moradores, o local da construção dos mirantes será adornado com placas educativas, onde os temas abordados serão a importância da preservação dos recursos hídricos, de práticas de saneamento básico adequadas e principalmente, a importância da recuperação da área, não só em benefício do meio ambiente, mas de toda a população, em termos sociais, sanitaristas e culturais. A Cascata das Andorinhas é considerada, pelo Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS, um local turístico e, portanto, um local com potencial para empreendimentos. Fica à critério da Prefeitura Municipal de Nonoai aprovar a instalação de uma pequena praça de alimentação assim como outros empreendimentos que venham a surgir com a revitalização do Rio Lajeado do Tigre. 3. Considerações finais Todas as técnicas e atividades apresentadas neste Plano de Recuperação de Áreas Degradadas terão ênfase ecológica, de maneira a devolver apoio para a sustentação da vida nas margens do Rio Lajeado do Tigre, seja ela humana, animal ou vegetal. Buscar a harmonia entre os sistemas recuperados e a humanidade, apresenta-se como a mais difícil tarefa a ser realizada por este plano. Desassorear, renaturalizar, realizar a construção de um sistema de coleta de esgoto e implementar projetos de educação ambiental são parte das ações mitigadoras, que se bem implementadas e com boa vontade por parte do poder público, da população local e dos órgãos responsáveis implicarão em ótimos resultados para qualidade de vida dos cidadãos nonoaienses. 4. Referências Bibliográficas ALMEIDA. Gregório A.S. Recuperação da área degradada da nascente do córrego atrás da FACTO vertente do Ribeirão Taquaruçu Grande. Estudo de caso recuperação de área degradada. Tocantins, 2009. 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Instrução Normativa IBAMA n° 04, de 13 de abril de 2011. Procedimentos para elaboração de Projeto de Recuperação de Área Degradada - PRAD ou Área Alterada. Disponível em: <http://www.mp.rs.gov.br/ambiente/legislacao/id5845.htm?impressao=1>. Acesso em: 10 nov. 2015. Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Nonoai/RS. (2012). Disponível em: <https://www.nonoai.rs.gov.br/attachments/plano/Plano_Municipal_de_Saneamento_Basico2 .pdf > Acesso em: 23 out. 2015. LOPES, A.S. (trad. e adap.). Manual de fertilidade do solo. São Paulo: ANDA/POTAFOS, 1989. 153 p. Plano ambiental de Nonoai-RS. [2004]. Disponível em: <https://www.nonoai.rs.gov.br/attachments/article/84/plano%20ambiental.pdf>. Acesso em: 23 out. 2015. RAMOS, Marcelo Gregório. Recursos Hídricos e a Gestão Ambiental Aplicada na Despoluição de rios poluídos por lixos e esgotos. 2009. Disponível em: <http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/K213345.pdf >. Acesso em: 16 nov. 2015. SANTOS, Cláudia Regina dos; CARVALHO, Celso Santos; SANT’ANA, Marcel Cláudio. Proposta para a gestão integrada das áreas de preservação permanente em margens de rios inseridos em áreas urbanas. [200-]. Disponível em: <http://www.ibdu.org.br/imagens/Propostaparaagestaointegradadasareasdepreservacao.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2015.
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