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TCC MÉTODO RECEPCIONAL

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FUNÇÃO DA LITERATURA
Por meio da literatura, o cidadão é capaz de ler o mundo. (Zulim�1996 pg.13) A literatura nos aproxima de outros tempos, lugares, nos mostra como viviam pessoas de uma determinada época, comportamentos, sociedade, política, religião, economia. Também nos permite comparações, percebendo transformações nas diversas esferas. 
Mas como apresentar o real, se a literatura também se apresenta de forma fictícia? Aqui se trabalha com a hipótese da imitação. Na verdade, a literatura sustenta-se de textos constituídos de símbolos lingüísticos carregados de significados, permeando a imitação da realidade: “O texto literário se vale da imitação genérica constituída pelos símbolos lingüísticos, e atinge sem dúvida um plano de significação [...].” (AGUIAR, BORDINI�, 1988, p. 13)
Para entender melhor a relação da ficção com o real, faremos menção a TAPAJÓS (1994),� que em sua obra Carapintada,� retrata através da ficção a campanha pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Melo, quando os jovens pintaram seus rostos e foram às ruas,� o autor vivenciou outros movimentos estudantis �e faz um paralelo ou uma espécie de jogo como se um jovem carapintada fosse parar nos movimentos passados e se envolveria� com as questões. Então, o impeachment e outros movimentos são tão reais que �fizeram parte da vida do autor e este retrata de forma ficcional épocas e fatos,� garante-se aí a relação da ficção com a realidade. 
 	Mesmo apresentando personagens e lugares fictícios, o leitor tende a fazer relação com a realidade, porque a literatura tem uma função social, a qual não parte apenas do produtor, mas também do leitor. Dizemos isto, pois nem sempre a intenção do autor é cem por cento atingida, atribuímos �aqui uma� questão de interpretação ou temática melhor percebida pelo leitor. Zulim, 1996�, menciona em seu livro Leitura Literária, �que os textos literários possuem determinadas lacunas ou espaços vagos ou nebulosos que são descobertos e preenchidos pelo leitor. Citaremos agora mais uma obra para melhor exemplificar: Triste Fim de Policarpo Quaresma, �de Lima Barreto, trata de questões sociais, culturais e políticas,� o leitor pode aí se� atentar apenas por �uma questão mais evidente ou descobrir algo não explicito aquilo� que está nas entre linhas.
 Agora falaremos de forma mais especifica sobre as funções da literatura, mencionaremos primeiramente a cognitiva, cuja função é de transmitir o conhecimento. Partindo desta lógica, todo escritor não produz sua escrita aleatoriamente, ele apresenta, mesmo que não esteja tão evidente, sua ideologia, seu conhecimento, seus sentimentos, até mesmo no mais íntimo de seus personagens. Atentando-se para o explicitado acima, podemos concluir que o autor parte de sua cosmovisão particular�. O autor partilha conhecimentos com o leitor porque a literatura descreve a trajetória do homem e as transformações no mundo�.
LYRA� (1979, p.48) salienta:
[... não há obra literária que não porte a cosmovisão de seu autor. Todos os seus recursos artísticos são canalizados para a maxibilização da comunicabilidade...]. [... para a produção da mais perfeita exposição de tal idéia, sobre tal assunto a fim de tornar possível o sugestionamento do autor. 
 	Para o critico literário Antonio Candido�, a função psicológica é talvez a primeira coisa que nos sobrevenha quando refletimos sobre o papel da literatura. Ela faz parte do universo da criança ao adulto, do menos instruído ao intelectual,� sendo assim, a literatura atende uma necessidade universal. As configurações mais simples e espontâneas de satisfação são as anedotas, adivinhas, trocadilhos; as complexas são as narrativas populares, os cantos folclóricos, as lendas, os mitos. 	No decorrer do tempo, tudo isso passou a ter formas impressas, ou seja, outros veículos de circulação, sendo apresentadas em livros, folhetos, jornais, revistas, que são os �poemas,, contos, romances, narrativas romanceadas. Um pouco mais a frente, temos a literatura exposta pela imagem e comunicação oral favorecida pela técnica do cinema, radionovelas, fotonovelas, história em quadrinhos, telenovelas e até mesmo a publicidade dotando-se da linguagem e elementos literários, como a ficção, a fantasia em busca de se atingir o alvo pretendido.
	A ilusão ou o devaneio (fantasia) sempre traz algo da realidade, estão� presente nos textos literários: manifestações naturais, paisagens, sentimentos, desejos e problemas humanos. Mitos, lendas ou contos apresentam sua forma figurada ou fictícia que podem explicar o surgimento e a razão de ser do mundo físico e da sociedade. 
	A função psicológica fomenta no indivíduo o crescimento intelectual, proporcionando-lhe uma estabilidade emocional e psicológica, percebendo, assim, o mundo e a realidade que o cerca, esteja vivenciando-a ou não, como por exemplo, ao ler uma obra, cuja temática é a corrupção. Vamos retomar a obra “Carapintada”�. O indivíduo, que vivencia essa temática através da leitura, aciona seu conhecimento prévio, então, ele pode ter uma tomada de consciência da realidade que o cerca nos dias atuais. Essa tomada de consciência causa um equilíbrio emocional ou psicológico, ao mesmo tempo, em que adquire ou amplia o conhecimento, envaidecendo seu intelecto. Trata-se aqui de uma vaidade positiva, já que aos olhos de muitos ela não é bem vista. 
	Ainda, CANDIDO (1972) diz �que a literatura é uma transposição do real para o ilusório por meio do desbastamento formal da linguagem que de um modo facultativo dá ordem para as coisas, seres e sentimentos. Partindo dessa ideia, combina-se um elemento de vinculação à realidade natural ou social e um elemento de manipulação técnica, que é absolutamente necessário para a construção da linguagem presente na literatura. Para Barthes (1978�), a literatura é fantasiosa, imaginária, porque permite a criação de novas realidades, atribuindo novos significados às palavras, é como se jogasse com as palavras.
	Vamos compreender, agora, a atribuição imaginária provocada pela literatura. O leitor em contato com o texto, isto é, com esse jogo de palavras, visa mentalmente e constrói o cenário, personagens, características, sentimentos, atitudes perpassado pelo texto, o explícito e o implícito, numa leitura pessoal e intransferível. Nesse sentido, o texto funciona como a relação que Vygotsk (2002, p.130), faz com a criança e o brinquedo. Este proporciona e gera uma situação imaginária de subjetividade. 
	Manifestaremos agora sobre o papel da literatura quanto à formação humana. Compartilhamos da concepção de Cândido (1995�) de que a literatura possui um caráter humanizador que corresponde à necessidade de conhecer os sentimentos e a sociedade, auxiliando o indivíduo a se posicionar perante aos acontecimentos da vida por meio de uma tomada de consciência, como já mencionada anteriormente numa exemplificação. Compactuando com o crítico literário, compreendemos que traz a humanização e é:
 
[...] o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor. ( CÂNDIDO, 1995, p. 249)
	Ao resgatarmos a história, notamos que uma das primeiras formas de literatura é a oral, em que os povos primitivos contavam histórias para ensinar e divertir. Percebemos que o homem carece sempre desse recurso que o ajuda a conceber e compreender o desenvolvimento da humanidade e situar-se nesse processo, abarcando seus sentimentos e conhecimentos.
	Dizemos que tal função contribui, mas não funciona como uma ciência exata para a humanização do homem, porque os textos literários não somente se apresentam dotados do bem,� nesse sentido, podemos direcionar para as questões temáticas, afirmando que os textos podem expressar ideologia tantopara o bem quanto para o mal, solidificando, construindo ou desconstruindo crenças. Observamos que:
 
O tipo de leitor que a literatura afetará mais profundamente é o que já está equipado com a capacidade e as reações “adequadas”; aquele que é eficiente em operar certas técnicas de crítica e reconhecer certas convenções literárias. Para ler “eficientemente” a literatura devemos exercer certas capacidades críticas, que sempre são definidas de maneira problemática. ( EAGLETON, 2006, p.121)
 
	Ao pensarmos sobre função educativa ou formativa, esta� será mais complexa do que do ponto de vista pedagógico, que habitua �ver a literatura ideologicamente como um conjunto de bondade, verdade, beleza, determinado de acordo com interesses de certa sociedade vigente para contemplar o conceito de vida. A literatura pode instruir, mas não partindo de uma visão da pedagogia. Não é possível pensar que as obras literárias funcionem como manuais de virtude e boa conduta. Neste caso, resta a sociedade eleger ou adaptar o que julga viável para o objetivo almejado, sendo assim, deparando-se, muitas vezes, com uma contradição, porque mesmo as obras vistas como próprias para a “formação” transportam convenções e temáticas implícitas ou explícitas�. É compreensível que o jovem aguce seu desejo por aquilo que procuram lhe negar. Atentemos para um exemplo, a literatura possui um forte componente sexual em grande parte de seus produtos atuando como estimulante do devaneio erótico. Partindo dessa presunção, é contraditório que uma sociedade cristã apoiada na repressão do sexo, utilize nas instituições de ensino obras com tal componente como ferramenta educativa. Ainda nos dias atuais, digamos de hábitos um pouco menos ríspidos, os textos dos escritores Aluísio Azevedo e Jorge Amado geram discutições� entre pais e professores.
	Independente do paradoxo, em nossa sociedade, a literatura tem se concretizado em um poderoso instrumento de instrução e educação, fazendo parte dos currículos e é sugerida como um recurso intelectivo e afetivo. Ela aprova e desaprova, sugere e denuncia, coíbe e combate, assim, provendo a eventualidade de lidarmos com as ideia particulares e as universais.
	Em acordo �com Candido�, as camadas mais profundas da nossa personalidade podem sofrer um bombardeamento poderoso das obras que lemos e que exercem de forma que não podemos estimar�. Possivelmente, os contos populares, as historietas ilustradas, os romances policiais, o cinema, atuem tanto na escola, quanto na família, na formação de uma criança e de um adolescente.
	Pontuamos que ao apresentar as variações das funções da literatura não estamos limitando-as somente ao que foi redigido neste texto, lembrando que suas funções se dão no processo de leitura em diferentes textos e leitores.
COMENTÁRIO SOBRE O TEXTO: PARECE-ME QUE AS FUNÇÕES COGNITIVA E PSICOLÓGICA DA LITERATURA, TRATAM DA MESMA QUESTÃO. OPTE PELO TERMO COGNITIVO E USE AS INFORMAÇÕES DE CÂNDIDO SOBRE O EFEITO PSICOLÓGICO COMO COMPLEMENTO DELAS (NÃO PRECISAMOS SEGUIR A CLASSIFICAÇÃO DE CÂNDIDO EXATAMENTE COMO ELA É, PODEMOS FAZER A NOSSA CLASSIFICAÇÃO). NÃO FALTOU A FUNÇÃO LÚDICA DA LITERATURA? É IMPORTANTE FALAR UM POUCO SOBRE ELA. FECHE EM TRÊS TIPOS DE FUNÇÕES: LÚDICA, COGNITIVA E DE FORMAÇÃO HUMANA.
REMONTE O TEXTO NESSA ORDEM.
QUALQUER DÚVIDA, É SÓ MANDAR OUTRO EMAIL OU ME TELEFONAR: 9916-0357.
�Todo em maiúsculas e acrescentar uma vírgula após.
�Pode seguir a ordem natural dos nomes: BORDINI; AGUIAR.
�Cite o nome do autor por inteiro e em escrita normal e não precisa colocar o ano.
�Após esse trecho acrescentar “publicada em 1994,”.
�Substituir por ponto.
�Mencione a época desses movimentos (Ditadura) e que isso foi possível graças a uma viagem no tempo.
�Trocar por “envolvesse”.
�Trocar por “são reais, pois”.
�Substituir por ponto.
�Trocar por “trata-se”.
�Acrscentar a palvra “de” antes da expressão “uma”.
�Acertar a citação bibliográfica e acrescentar a página.
�Nome de livro é em itálico.
�Idem ao item anterior.
�Substituir por ponto.
�Excluir
�Substituir por “para”.
�Substiruir por “naquilo”.
�Acrescente um comentário curto mostrando que cosmovisão é a visão de realidade do autor.
�Ou seja, a realidade, ainda que de forma ficcional.
�Não precisa ser todo em maiúscula.
�Faltaram os dados da citação bibliográfica (ano e página), pois trata-se de uma paráfrase.
�Substituir por ponto.
�Substituir por “apresentando-se sob a forma de”.
�Substituir por “que está”.
�Itálico e sem aspas.
�Trocar por “Cândido (1972, colocar a página) diz, ainda,
�Faltou a página.
�Faltou a página.
�Substituir por ponto.
�Acrescentar antes “verificamos que”.
�Substituir por “habitua-se a”.
�De que tipo? Faltou algo nessa frase.
�Substituir por “discussões”
�Trocar por “de acordo”
�Faltaram os dados bibliográficos.
�Estimar ou subestimar? Verifique.

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