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Lei penal no tempo - Resumo

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LEI PENAL NO TEMPO
1. Interpretação da lei penal. 2. Princípios. 3. Leis penais em branco. 4. Conflito de leis penais no tempo. 4.1. Ultratividade da lei penal temporária e lei penal. 5. Crimes permanentes e continuados. 6. Tempo do crime. 7. Referências bibliográficas. 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL 
O aplicador do direito sempre estará interpretando a norma para encontrar seu melhor significado. A interpretação não pode se desvincular do Ordenamento Jurídico. Pode ser analisada quanto ao sujeito, ao modo, ou quanto ao resultado.
Quanto ao sujeito que interpreta a lei:
AUTÊNTICA; 
JURISPRUDENCIAL;
DOUTRINÁRIA;
Autêntica: Pode ser contextual ou posterior. É a interpretação obrigatória realizada pelo próprio legislador
Jurisprudencial: Não é obrigatória, é aquela interpretação que surge no ato de julgar, tendo como intérpretes os Juízes e Tribunais.
Doutrinária: É aquela interpretação feita por doutrinadores, pesquisadores, Mestres, Juristas e Especialistas do Direito. Esse tipo de interpretação normalmente é encontrada em livros, obras científicas e pareceres jurídicos.
Quanto ao modo como o sujeito interpreta:
GRAMATICAL OU LITERAL;
HISTÓRICA; 
LÓGICA OU TELEOLÓGICA;
Gramatical ou Literal: Ao pé da letra, sentido literal de cada palavra.
Histórica: Referente ao momento social e histórico.
Lógica ou Teleológica: Busca a finalidade, para que a lei foi criada.
Quanto ao resultado: 
DECLARATIVA;
RESTRITIVA; 
EXTENSIVA;
EXTENSIVA/ANALÓGICA
Declarativa: Declarar a lei. Mantém o sentido da própria lei.
Restritiva: Diminui o sentido da lei.
Extensiva: Aumenta o sentido da lei.
Extensiva/Analógica: Há a lei a ser interpretada. Valendo-se de elementos fornecidos pela própria lei.
OBS: Extensiva/Analógica é diferente da Analogia. Pois na Analogia, há uma lacuna a ser preenchida, sendo permitida, excepcionalmente, apenas quando for IN BONAM PARTEM, ou seja, para beneficiar, melhorar a situação do agente.
		
PRINCÍPIOS 	
Humanidade: “O direito penal deve pauta-se pela benevolência, garantindo o bem-estar da coletividade, incluindo-se o dos condenados”. Esse princípio decorre diretamente da dignidade da pessoa humana, pois veda a aplicação de penas cruéis.
RESERVA LEGAL OU ESTRITA LEGALIDADE: “Prevê que os crimes e as contravenções penais, tão como as cominações de pena só poderão ser criadas através de LEI”. Medida provisória não cria crime.
ANTERIORIDADE: “Lei penal incriminadora somente pode ser aplicada a um fato concreto, caso já tenha tido origem antes da prática da conduta para a qual se destina”.
IRRETROATIVIDADE: “A lei penal não retroage, salvo para beneficiar o réu”.
INSIGNIFICÂNCIA/CRIMINALIDADE DE BAGATELA: “É vedada a atuação penal do Estado quando a conduta não é capaz de lesar ou no mínimo de colocar em perigo o bem jurídico tutelado pela norma penal”. A aplicação é criteriosa, não devendo ser de forma abstrata. Devem-se analisar requisitos para aplicação de tal princípio, esses que podem ser objetivos e subjetivos.
ALTERIDADE: “Ninguém pode ser punido por causar mal, apenas a si próprio”.
INTERVENÇÃO MÍNIMA: “A intervenção penal só deve ocorrer quando estritamente necessária, como meio indispensável para a proteção de determinado bem ou interesse”. É subsidiário, devendo o direito penal ser acionado apenas no caso de ultima ratio, ou seja, ultima instância.
FRAGMENTARIEDADE: “Nem todos os ilícitos configuram infrações penais, mas apenas os que atentam contra valores fundamentais para a manutenção e o progresso do ser humano e da sociedade”. Esse princípio se relaciona com o da intervenção mínima.
PROPORCIONALIDADE: “As penas devem ser harmônicas à gravidade da infração penal cometida”. É proibido o excesso.
LEIS PENAIS EM BRANCO
São normas de conteúdo incompleto, vago, lacunoso. O preceito primário necessita de complementação, porém é determinável e o preceito secundário é completo. O comportamento proibido vem apenas enunciado ou indicando algo.
Quanto a classificação: SENTIDO LATO/HOMOGÊNEA;
SENTIDO EXTRITO/HETEROGÊNEA;
Sentido lato/homogênea: ex. Art.169, parag. único, I, CP, complementado pelo art. 1.264, CC.
Sentido estrito/heterogênea: ex. lei de drogas complementada pela portaria da ANVISA.
CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO
Abolitio criminis – Art. 2º, CP: Descriminaliza uma conduta (revoga crime). Desfazendo apenas os efeitos penais.
Novatio legis incriminadora: Nova lei que cria crime.
Novatio legis in pejus: Nova lei mais grave (que piora a situação do réu). 
ELA NÃO RETROAGE
Novatio legis in mellius: Nova lei que beneficia o réu (melhora a situação do agente). 
ELA VAI RETROAGIR
Quem deve aplicar a lei penal mais benéfica?
Juiz de primeiro grau: quando o processo criminal encontra-se em andamento.
Fase recursal: é do Tribunal quando se encontra o processo em grau recursal.
Fase executória: transitada em julgado, compete ao Juiz da execução penal à aplicação da lei.
Lei penal intermediária: De acordo com o STF, quando mais favorável, ela será aplicada.
Impossibilidade ou possibilidade de combinação de leis?
NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO, NÃO É PERMITIDA A COMBINAÇÃO DE LEIS.
ULTRATIVIDADE DA LEI PENAL TEMPORÁRIA E LEI PENAL EXCEPCIONAL Art. 3º CP.
A lei penal temporária e a excepcional são auto revogáveis.
Ex. Lei geral da copa do mundo de futebol de 2014
Lei penal temporária: Aquela que possui prazo para o início dos efeitos e revogação. Os efeitos desta perduram mesmo depois de sua revogação.
Lei penal excepcional: Não possuem prazo, elas duram até enquanto a situação em que ela for aplicada durar.
CRIMES PERMANENTES E CONTINUADOS 
Crime continuado: Quando o agente pratica um crime semelhante pelas circunstâncias de tempo, modo e lugar. Não importa a quantidade de crimes, o Juiz só aplica uma pena no crime continuado.
Crime permanente: A sua consumação dura no tempo, ou seja, um único crime que se prolonga no tempo. Não há uma sucessão de crimes.
TEMPO DO CRIME 
A teoria adotada pelo Código Penal, em relação ao tempo do crime, é a TEORIA DA ATIVIDADE, que considera praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o resultado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Bitencourt, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal, parte geral. 15 Ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

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