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Tipos de Texto e a Importância da Assistência Jurídica Gratuita

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CURSO DE TRIBUNAIS 
Língua Portuguesa – Aula 01 
Edvaldo Ferreira 
1 
TIPOS DE TEXTO 
 
 Os textos se classificam de acordo com específica sequência. 
1. Se temos uma sequência de falas alternadas, o texto é DIALOGAL; 
2. se temos uma sequência de características, o texto é DESCRITIVO; 
3. se temos uma sequência de comandos ou instruções, o texto é INJUNTIVO; 
4. se temos uma sequência de fatos / ações, o texto é NARRATIVO; 
5. se temos uma sequência de informações e ideias sobre determinado tema, o texto é DISSERTATIVO . 
 
DISSERTAÇÃO: expositiva e argumentativa 
Na dissertação EXPOSITIVA, o autor não apresenta sua opinião sobre determinado tema; apenas expõe seu co-
nhecimento objetivo sobre o tema. A sequência de ideias sobre o tema é, portanto, impessoal. Na dissertação 
ARGUMENTATIVA, o autor não se limita a mostrar a informação objetiva sobre o tema, mas garante também sua 
opinião sobre as informações apresentadas em seu texto dissertativo. 
 
OBJETIVIDADE : 
- O autor expressa fatos 
- O contexto é coletivo 
- O autor está ausente 
- O espaço é externo 
 
SUBJETIVIDADE : 
- O autor expressa sua opinião sobre os fatos 
- O contexto é individual 
- O autor está presente 
- O espaço é interno 
 
TEXTO I - DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA 
 
 No início da colonização portuguesa no Brasil, a defesa das pessoas pobres perante os tribunais era consi-
derada uma obra de caridade, com fortes traços religiosos. 
 Anteriormente à primeira Constituição pátria, a de 1824, vigoraram as Ordenações Afonsinas, as Manuelinas e 
as Filipinas. Destas, somente as Ordenações Filipinas, sancionadas em 1595 e que construíram a base do direito 
português até o século XIX, com vigência de 1603 até o Código Civil brasileiro de 1916, trazem, em seu texto, 
algo que remete ao entendimento de concessão de justiça gratuita prevendo que, se o agravante fosse tão pobre 
que jurasse não ter bens móveis, nem bens de raiz, nem como pagar o agravo e se rezasse, na audiência, uma 
vez, a oração do Pai-Nosso pela alma do rei de Portugal, seria considerado quitado o pagamento das custas de 
então. 
 Ainda com relação ao aspecto da gratuidade, em particular, o colonizador português trouxe para o território 
brasileiro a praxe forense de acordo com a qual os advogados deveriam assistir, de maneira gratuita e voluntária, 
pro bono, os pobres que a solicitassem. Essa obrigação era admitida como um dever moral do ofício, diferencian-
do-se do voluntariado por ser exercida com caráter e competência profissionais, embora fosse uma atividade não 
remunerada. 
 Essas duas formas de gratuidade no acesso à justiça não se confundem. A advocacia pro bono é definida 
como a prestação gratuita de serviços jurídicos na promoção do acesso à justiça, ao passo que a assistência jurí-
dica pública gratuita, atualmente prevista na Constituição Federal, no artigo 5.º, inciso LXXIV, e no artigo 134, é 
um dever intransferível do 
Estado e, na maior parte das vezes, é realizada na atuação das Defensorias Públicas da União e dos estados e 
por meio de convênios entre esses órgãos e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 
 Enfim, a importância dessas duas formas de assistência jurídica gratuita reside no fato de que o maior benefi-
ciário dessa prerrogativa é a pessoa com insuficiência de recursos que tenha de demandar em juízo. 
 Internet: âmbito jurídico (com adaptações). 
 
TEXTO II - DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA 
 
 As condições em que vivem os presos, em nossos cárceres superlotados, deveriam assustar todos os que 
planejam se tornar delinquentes. Mas a criminalidade só vem aumentando, causando medo e perplexidade na 
população. 
 
 
 
 
 
 
 
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Língua Portuguesa – Aula 01 
Edvaldo Ferreira 
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 Muitas vozes têm se levantado em favor do endurecimento das penas, da manutenção ou ampliação da Lei 
dos Crimes Hediondos, da defesa da sociedade contra o crime, enfim, do que se convencionou chamar "doutrina 
da lei e da ordem", apostando em tais caminhos como forma de dissuadir novas práticas criminosas. Geralmente, 
valem-se de argumentos retóricos e emocionais, raramente escorados em dados de realidade ou em estudos que 
apontem ser esse o melhor caminho a seguir. Embora sedutora e aparentemente sintonizada com o sentimento 
geral de indignação, tal corrente aponta para o caminho errado, para o retorno ao direito penal vingativo e irracio-
nal, tão combatido pelo iluminismo jurídico. 
 O coro dessas vozes aumenta exatamente quando o governo acaba de encaminhar ao Congresso o anteproje-
to do Código Penal, elaborado por renomados juristas, com participação da sociedade organizada, com o objetivo 
de racionalizar as penas, reservando a privação da liberdade somente aos que cometerem crimes mais graves e, 
mesmo para esses, tendo sempre em vista mecanismos de reintegração social. Destaca-se o emprego das penas 
alternativas, como a prestação de serviços à comunidade, a compensação por danos causados, a restrição de 
direitos etc. 
 Contra a ideia de que o bandido é um facínora que optou por atacar a sociedade, prevalece a noção de que 
são as vergonhosas condições sociais e econômicas do Brasil que geram a criminalidade; enquanto essas não 
mudarem, não há mágica: os crimes vão continuar aumentando, a despeito do maior rigor nas penas ou da multi-
plicação de presídios. 
 - Carlos Weis 
 
TEXTO III - TEXTO NARRATIVO 
 
 “Chegou enfim a casa. Ao portão estava um escravo, a quem deu a espingarda. A demora causara alguma 
inquietação à família; logo que as duas senhoras souberam de seu regresso, correram a recebê-lo, ficando D. 
Úrsula a uma janela, e descendo Helena até meio caminho. A aparição súbita da moça, a alegria 
e o amor, que pareciam impedi-la, a perfeita ingenuidade do gesto, tudo produziu nela a necessária reação, rea-
ção de um instante, mas salutar, porque a crise era demasiado violenta. Estácio apertou as mãos da moça com 
energia. Um fluido sutil percorreu as fibras de Helena, e aquele rápido instante teve toda a doçura de uma reconci-
liação.” 
– Helena, de M. Assis 
 
NOTA: No texto narrativo, é comum predominar verbos no presente ou no pretérito perfeito. Na sucessão dos 
enunciados da estrutura narrativa sempre ocorre uma mudança, uma transformação de estado com alguém: ora 
ocorrem enunciados de estado, ora surgem enunciados de ação, assegurando contínuas mudanças que dão ori-
gem a novos enunciados, novos estados. 
 
TEXTO IV - DESCRITIVO 
 
A sala não é grande, mas espaçosa; cobre as paredes um papel aveludado de sombrio escarlate, sobre o qual 
destacam entre os espelhos duas ordens de quadros. Deve fazer ideia da energia e aparente vitalidade com que 
as linhas e colorido dos contornos se debuxavam no fundo rubro, ao trêmulo da claridade deslumbrante do gás. 
A mesa oval, preparada para oito convivas, estava colocada no centro sobre um estrado, que tinha o espaço ne-
cessário para o serviço dos criados; o resto do soalho desaparecia sob um felpudo e macio tapete, que acolchoa-
va o roda pé e também os bordos do estrado.” 
 José de Alencar 
 
NOTA: O texto descritivo garante uma sequência de características. Temos, portanto, detalhamento de um objeto, 
de um indivíduo ou de um fato. Predominam, assim, verbos de situação. Predominam também adjetivos. Ou pre-
dominam expressões qualificativas. Nesse tipo de texto, o autor põe em relevo o pormenor, os detalhes. E, com 
isso, faz presente a construção de imagens. Há, enfim, estruturas imagéticas. 
 
TEXTO V - TEXTO INJUNTIVO 
 
UTILIZAÇÃO DA CÂMARA DE VÍDEO: verifique se nenhuma matéria estranha como areia, cabelo ou sujidade 
entra na tampa da bateria. Não abra a tampa com as mãos molhadas ou sujas de areia. Abra a tampa com a câ-
marade vídeo completamente seca. Faça as alterações necessárias às definições usando o painel táctil antes de 
usar a câmara de vídeo debaixo da água. 
 
 
 
 
 
 
 
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NOTA: A linguagem dos textos injuntivos é simples, objetiva. A finalidade é conduzir alguém para a execução de 
algo pretendido: há sequência de comandos ou instruções. Um dos recursos linguísticos marcantes e recorrentes 
desse tipo de texto é a utilização dos verbos no imperativo, de modo a indicar uma “ordem”, ou necessidade a ser 
cumprida. 
 
TEXTO VI - TEXTO DIALOGAL 
 
— Vamos ao cinema, Sandra. 
— Não posso! 
— Lá vem você com a mesma desculpa! 
— Não se trata de desculpa. Estou cheia de obrigações, Pedro. 
— Então, amiga, precisa organizar melhor seu tempo! 
— Lá vem você com piadinhas! Eu já falei que minha vida… 
 E.F. 
 
NOTA: Texto dialogal é aquele que é produzido por, pelo menos, dois interlocutores que alternam o uso da pala-
vra, numa situação de diálogo, de conversação. Comum, portanto, o texto dialogal em conversa telefônica, em 
entrevistas, em debates etc. 
 
GÊNERO DE TEXTO - O elemento caracterizador do gênero de texto é sua função social. É justamente a função 
social do texto que determina o gênero do texto lido na hora da prova. São exemplos de gênero de textos: editori-
al, piada, artigo de opinião, entrevista, propaganda, notícia, reportagem, charge, tira, e-mail, ofício, exposição de 
motivos, memorando, ata, crônica, fábula, bula etc. 
O editorial é caracterizado por expressar opinião sobre determinado tema. Imagine o editorial de um jornal ou de 
uma revista sob seus olhos. Essa opinião defendida é a opinião do próprio jornal ou da própria revista que publi-
cou o editorial. Portanto, quanto ao tipo de texto, é comum os editoriais apresentarem uma DISSERTAÇÃO AR-
GUMENTATIVA. 
 
A notícia é um gênero de texto com a função social de informar. Encontramos narração na notícia (Um rapaz en-
trou em uma farmácia, pegou de uma arma de fogo, dirigiu-se ao caixa e levou todo o dinheiro existente). Essa 
sequência de ações / fatos justifica o tipo narrativo no gênero de texto notícia. 
Podemos encontrar na notícia o tipo descritivo também (Um rapaz, com aproximadamente 30 anos de idade, alto, 
cabelos longos, corpo atlético, entrou em uma farmácia, pegou de uma arma de fogo, dirigiu-se ao caixa e levou 
todo o dinheiro existente). 
Quando a notícia estiver dando as características de determinada pessoa inserida no contexto, esse gênero de 
texto também traz o tipo descritivo – é o que ocorre quando inserimos todo o fragmento grifado no exemplo traba-
lhado acima. Portanto, um gênero de texto pode ter mais de um tipo de texto. 
 
A piada é o gênero de texto com a função de entreter. Se a banca examinadora seleciona uma piada e apresenta 
em sua prova, exigindo que você identifique qual a intenção do autor da piada, você deve marcar a alternativa que 
afirme ser a intenção de ENTRETER. Já o gênero de texto notícia tem a intenção de INFORMAR. 
Sendo o gênero de texto um artigo de opinião, a intenção do autor é CONVENCER ou PERSUADIR. Sendo uma 
dissertação expositiva, a intenção do autor é INFORMAR. O gênero de texto sendo uma propaganda, a intenção 
do autor é CONVENCER. A exposição de motivos é um gênero de texto que tem duas intenções: INFORMAR o 
que está ocorrendo dentro do Estado ou fora do Estado ao representante do Poder Executivo ou SUGERIR inicia-
tivas ou medidas durante a gestão pública. Portanto, na prova pública, você deve identificar o gênero de texto 
para saber reconhecer qual a intenção do autor com seu texto. 
 
PROGRESSÃO TEMÁTICA E CENTRAÇÃO TEMÁTICA 
 
UNIDADE TEMÁTICA: Todo tema é abrangente. As unidades temáticas têm o papel de alcançar a restrição do 
tema. Cada unidade temática materializa no texto um tópico ideativo do tema proposto. Uma unidade ideativa é, 
portanto, uma restrição ao tema. 
 
CENTRAÇÃO TEMÁTICA: É na centração temática que se responde a uma das exigências das comissões quan-
do se pergunta ao candidato - em meio ao texto apresentado - qual a ideia principal do texto. A ideia principal do 
texto está, portanto, na centração temática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEXTO VII 
 
 Não é fácil ser um organismo. Em todo o universo, pelo que sabemos até agora, só existe um lugar, um posto 
avançado discreto da Via Láctea chamado Terra, que sustentará você e, mesmo assim, com muita má vontade. 
Do fundo da fossa oceânica mais profunda ao topo da montanha mais elevada, a zona que abrange quase toda a 
vida conhecida, existem menos de vinte quilômetros ― não muito se comparados com a vastidão do cosmo como 
um todo. 
 Para os seres humanos, a situação é ainda pior, porque pertencemos por acaso ao grupo de seres vivos que 
tomaram a decisão precipitada, mas ousada, 400 milhões de anos atrás, de rastejar para fora dos oceanos, tor-
nando-se terrestres e respirando oxigênio. Em consequência, nada menos que 99,5% do espaço habitável do 
mundo em termos de volume, de acordo com uma estimativa, estão fundamentalmente ― em termos práticos, 
completamente ― fora do nosso alcance. 
Não se trata apenas de que não conseguimos respirar na água, mas de que não suportaríamos as pressões. Co-
mo a água é cerca de 1.300 vezes mais pesada que o ar, as pressões aumentam rapidamente à medida que se 
desce ― o equivalente a uma atmosfera para cada dez metros de profundidade. Em terra, se você subisse em 
uma construção de 150 metros ― a catedral de Colônia ou o monumento de Washington, digamos ―, a mudança 
de pressão, de tão pequena, seria imperceptível. No entanto, à mesma profundidade na água, suas veias se con-
trairiam e seus pulmões se comprimiriam até ficar do tamanho de uma lata de refrigerante. 
 - Bill Bryson. O planeta solitário 
 
No que se refere às estruturas linguísticas do texto VII e às ideias nele desenvolvidas, julgue os próximos 
itens. 
 
1. CESPE - A argumentação de que o planeta Terra é o único ambiente suscetível de prover a vida humana 
no espaço da Via Láctea é desenvolvida de forma decisiva no texto. (V – F ) 
 
2. CESPE - O emprego da palavra “discreto” (l.3) enfatiza a ideia da pequena dimensão em que ocorrem as 
condições mínimas para a vida humana. ( V – F ) 
 
3. CESPE - Na linha 24, o emprego da vírgula após o travessão é facultativo. ( V – F ) 
 
FRAGMENTO 
Em terra, se você subisse em uma construção de 150 metros ― a catedral de Colônia ou o monumento de Wa-
shington, digamos ―, a mudança de pressão, de tão pequena, seria imperceptível. No entanto, à mesma profun-
didade na água, suas veias se contrairiam e seus pulmões se comprimiriam até ficar do tamanho de uma lata de 
refrigerante. 
 
4. CESPE - Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, o pronome “você”, em suas duas ocorrên-
cias (l. 4 e 22), poderia ser substituído por alguém. (V – F ) 
 
FRAGMENTOS 
Não é fácil ser um organismo. Em todo o universo, pelo que sabemos até agora, só existe um lugar, um posto 
avançado discreto da Via Láctea chamado Terra, que sustentará você e, mesmo assim, com muita má vontade 
Não se trata apenas de que não conseguimos respirar na água, mas de que não suportaríamos as pressões. Co-
mo a água é cerca de 1.300 vezes mais pesada que o ar, as pressões aumentam rapidamente à medida que se 
desce ― o equivalente a uma atmosfera para cada dez metros de profundidade. Em terra, se você subisse em 
uma construção de 150 metros ― a catedral de Colônia ou o monumento de Washington, digamos ―, a mudança 
de pressão, de tão pequena, seria 25 imperceptível. 
 
5. CESPE - O texto trata das dificuldades orgânicas, físicas e sociais impostas aos seres vivos para a sua 
sobrevivênciano ambiente planetário. ( V – F ) 
 
6. FCC 
 Sem exceção, homens e mulheres de todas as idades, culturas e níveis de instrução têm emoções, cultivam 
passatempos que manipulam as emoções, atentam para as emoções dos outros, e em grande medida governam 
suas vidas buscando uma emoção, a felicidade, e procurando evitar emoções desagradáveis. À primeira vista, 
não existe nada caracteristicamente humano nas emoções, pois numerosas criaturas não humanas têm emoções 
em abundância; 
 
 
 
 
 
 
 
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entretanto, existe algo acentuadamente característico no modo como as emoções vincularam-se a ideias, valores, 
princípios e juízos complexos que só os seres humanos podem ter. De fato, a emoção humana é desencadeada 
até mesmo por uma música e por filmes banais cujo poder não devemos subestimar. 
 Embora a composição e a dinâmica precisas das reações emocionais sejam moldadas em cada indivíduo 
pelo meio e por um desenvolvimento único, há indícios de que a maioria das reações emocionais, se não todas, 
resulta de longos ajustes evolutivos. As emoções são parte dos mecanismos biorreguladores com os quais nas-
cemos, visando à sobrevivência. 
Foi por isso que Darwin conseguiu catalogar as expressões emocionais de tantas espécies e encontrar consistên-
cia nessas expressões, e é por isso que em diferentes culturas as emoções são tão facilmente reconhecidas. É 
bem verdade que as expressões variam, assim como varia a configuração exata dos estímulos que podem induzir 
uma emoção. Mas o que causa admiração quando se observa o mundo do alto é a semelhança, e não a diferen-
ça. 
Aliás, é essa semelhança que permite que a arte cruze fronteiras. 
 As emoções podem ser induzidas indiretamente, e o indutor pode bloquear o progresso de uma emoção que 
já estava presente. O efeito purificador (catártico) que toda boa tragédia deve produzir, segundo Aristóteles, tem 
por base a suspensão de um estado sistematicamente induzido de medo e compaixão. 
 Não precisamos ter consciência de uma emoção, com frequência não temos e somos incapazes de controlar 
intencionalmente as emoções. Você pode perceber-se num estado de tristeza ou de felicidade e ainda assim não 
ter ideia dos motivos responsáveis por esse estado específico. Uma investigação cuidadosa pode revelar causas 
possíveis, porém frequentemente não se consegue ter certeza. O acionamento inconsciente de emoções também 
explica por que não é fácil imitá-las voluntariamente. 
O sorriso nascido de um prazer genuíno é produto de estruturas cerebrais localizadas em uma região profunda do 
tronco cerebral. A imitação voluntária feita por quem não é um ator exímio é facilmente detectada como fingimento 
– alguma coisa sempre falha, quer na configuração dos músculos faciais, quer no tom de voz. 
(Adaptado de: DAMÁSIO, Antonio. O mistério da consciência.) 
 
No texto, identifica-se relação de causa e consequência, respectivamente, entre: 
 
A) processos evolutivos de adaptação que remontam a épocas distantes e grande parte das reações emocionais. 
B) a suscitação de uma emoção imprevista e a estratégia por trás de uma obra de arte vulgar feita para agradar o 
público em geral. 
C) o fato de Darwin ter sido bem-sucedido ao catalogar as expressões emocionais de diversas espécies e a exis-
tência de emoções inerentes à regulação dos organismos. 
D) nossa incapacidade de dissimular as emoções e o fato de que não precisamos ter consciência de uma emoção 
para que ela aconteça. 
E) a capacidade da arte de cruzar fronteiras culturais e o fato das reações emocionais serem moldadas por uma 
composição complexa única e exclusiva a cada indivíduo. 
 
 Os Beatles eram um mecanismo de criação. A força propulsora desse mecanismo era a interação dialética de 
John Lennon e Paul McCartney. Dialética é diálogo, embate, discussão. Mas também jogo permanente. Adição e 
contradição. Movimento e síntese. Dois compositores igualmente geniais, mas com inclinações distintas. Dois 
líderes cheios de ideias e talento. Um levando o outro a permanentemente se superar. 
 As narrativas mais comuns da trajetória dos Beatles levam a crer que a parceria Lennon e McCartney aconte-
ceu apenas na fase inicial do conjunto. Trata-se de um engano. Mesmo quando escreviam separados, John e 
Paul o faziam um para o outro. Pensavam, sentiam e criavam obcecados com a presença (ou ausência) do parcei-
ro e rival. 
 Lennon era um purista musical, apegado a suas raízes. Quem embarcou na vanguarda musical dos anos 60 
foi Paul McCartney, um perfeccionista dado a experimentos e delírios orquestrais. Em contrapartida, sem o olhar 
crítico de Lennon, sem sua verve, os mais conhecidos padrões de McCartney teriam sofrido perdas poéticas. Len-
non sabia reprimir o banal e fomentar o sublime. 
 Como a dialética é uma via de mão dupla, também o lado suave de Lennon se nutria da presença benfazeja 
de Paul. Gemas preciosas como Julia têm as impressões digitais do parceiro, embora escritas na mais monástica 
solidão. 
 Nietzsche atribui caráter dionisíaco aos impulsos rebeldes, subjetivos, irracionais; forças do transe, que questi-
onam e subvertem a ordem vigente. Em contrapartida, designa como apolíneas as tendências ordenadoras, obje-
tivas, racionais, solares; forças do sonho e da profecia, que promovem e aprimoram o ordenamento do mundo. Ao 
se unirem, tais forças teriam criado, a seu ver, a mais nobre forma de arte que jamais existiu. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Como criadores, tanto o metódico Paul McCartney como o irrequieto John Lennon expressavam à perfeição a 
dualidade proposta por Nietzsche. Lennon punha o mundo abaixo; McCartney construía novos monumentos. Len-
non abria mentes; McCartney aquecia corações. Lennon trazia vigor e energia; McCartney impunha senso estético 
e coesão. 
 Quando os Beatles se separaram, essa magia se rompeu. John e Paul se tornaram compositores com altos e 
baixos. Fizeram coisas boas. Mas raramente se aproximaram da perfeição alcançada pelo quarteto. Sem a pre-
sença instigante de Lennon, Paul começou a patinar em letras anódinas. Não se tornou um compositor ruim. Mas 
os Beatles faziam melhor. 
 Ironicamente, o grande disco dos ex-Beatles acabou sendo o álbum triplo em que George Harrison deglutiu os 
antigos companheiros de banda, abrindo as comportas de sua produção represada durante uma década à sombra 
de John e Paul. E foi assim, por estranhos caminhos antropofágicos, que a dialética de Lennon e McCartney bri-
lhou pela última vez. 
(Adaptado de: DANTAS, Marcelo O. Revista Piauí.) 
 
7. FCC - É correto depreender do texto: 
 
I. O autor apresenta o contraste entre Apolo e Dionísio, estabelecido por Nietzsche, com o propósito de classificar 
os processos de criação de John Lennon e Paul McCartney à luz de tal teoria, processos que seriam, respectiva-
mente, dionisíaco e apolíneo. 
II. Ao lançar mão do termo “dialética” no último parágrafo, o autor assinala a incongruência da atitude dos Beatles 
ao se separarem, uma vez que tal separação ocasionou a derrocada da criação musical dos membros da banda. 
III. O uso do adjetivo “antropofágicos” (último parágrafo) para caracterizar os caminhos seguidos por George Har-
rison está relacionado à afirmativa anterior de que o músico teria “deglutido” os antigos companheiros de banda. 
 
Atende ao enunciado o que consta APENAS em: 
 
A) I. 
B) II e III. 
C) I e II. 
D) II. 
E) I e III. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GABARITO: 
 
1. F 
2. V 
3. F 
4. V 
5. F 
6. A 
7. E

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