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Produção e interpretação de texto

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Produção e interpretação de texto 
 
Na sequência, seguem-se algumas observações sobre os erros 
frequentes ocorridos nas dissertações escolares, bem como os cuidados 
importantes de serem observados para atingir a qualidade necessária da sua 
redação dissertativa. 
 
 
1. Falhas frequentes na elaboração de um texto dissertativo 
 
• Fuga ao tema proposto; 
• Ausência de paralelismos; 
• Uso abusivo de frases prontas e clichês; 
• Incoerências devido ao uso incorreto de conectivos e outros elementos 
coesivos; 
• Repetição constante da mesma ideia e de palavras próximas, sem uso 
de progressão e sinônimos. 
 
 
Em grande parte das vezes, além dos problemas supracitados, aparecem 
outros defeitos que prejudicam a compreensão do texto que se escreve. Para 
evitar tais equívocos, o conhecimento de alguns tópicos importantes 
relacionados ao assunto contribui para a maior atenção na hora de elaborar o 
texto, tais como: 
 
• Ler com atenção e compreender bem o tema proposto. A partir daí, elaborar um 
esquema sintético para evitar divagações e uma possível fuga ao tema; 
• Conhecer bem o uso de cada conectivo e dos elementos de coesão utilizados, 
evitando, por exemplo, usar um “enquanto” quando o contexto exige um 
“portanto”; 
• Atualizar-se constantemente, sem ser ater a generalizações, que são geralmente 
de caráter preconceituoso e errôneo. Sempre trazendo à tona o espírito crítico. 
• Evitar a redundância, isto é, a repetição que não faz parte do estilo, que está 
presente apenas para elucidar a ausência de informação sobre o assunto 
abordado; 
• O uso da releitura do texto evita sempre que se esqueça de abordar algum item 
enunciado na introdução ou no desenvolvimento, situação esta bastante comum, 
quando o discente enumera, por exemplo, quatro argumentos para uma 
determinada postura e comenta apenas um ou dois, deixando os demais 
perdidos ao longo do texto. 
 
2. Principais defeitos 
 
• ambiguidade ou anfibologia – ocorre quando a frase apresenta mais de 
um sentido. Isso acontece, geralmente, por mau uso da pontuação ou 
mau emprego de palavras ou expressões e compromete a clareza do 
texto. 
Exemplo: Pedro disse ao amigo que seu irmão faleceu. (irmão de Pedro 
ou de seu amigo?) 
• obscuridade - situação ocorrida quando existe a falta de clareza. São 
vários os motivos que podem determinar a obscuridade: períodos 
excessivamente longos, linguagem rebuscada ou mau uso da pontuação, 
por exemplo. 
• pleonasmo – nesse caso, há repetição desnecessária de um conceito ou 
de um determinado termo. 
Exemplo: subir para cima, descer para baixo, entrar para dentro 
hemorragia de sangue. 
• cacofonia - ocorre quando há um mau som obtido pela união das sílabas 
finais de uma palavra com as iniciais de outra. 
Exemplo: Ela tinha (latinha). 
• cacófato - carregado de som indelicado e até obsceno. 
Exemplo: Ela nunca ganha na loteria. 
 
Atenção: O eco, isto é, a repetição de uma vogal formando uma rima, pode 
também ser considerado um tipo de cacofonia. 
Exemplo: O irmão do alemão queimou a mão no fogão. 
 
• eco – neste caso, ocorre uma sequência de palavras terminadas pelo 
mesmo som. 
Exemplo: A consequência é decorrência da desobediência característica 
da infância. 
• prolixidade – neste caso, são utilizadas mais palavras do que o 
necessário para expressar a ideia, sendo, portanto, exatamente o oposto 
de concisão. Em termos coloquiais, ser prolixo é ficar "enrolando", 
"enchendo linguiça" só para trazer volume ao texto, sem ter foco, sem ir 
direto ao assunto. 
• barbarismo - situação em que se escreve ou se pronuncia uma palavra 
em desacordo com a norma culta da língua portuguesa. 
 
Atenção: Também é considerado barbarismo o emprego desnecessário 
de palavras estrangeiras na língua, quando elas já foram aportuguesadas. 
Exemplo: garage - em vez de garagem. 
 
• solecismo - ocorre um desvio da norma em relação à sintaxe; regência, 
concordância ou colocação pronominal. Pode ser: 
 
1. de concordância: "Haviam" muitos erros. – em vez de: Havia muitos 
erros. 
2. de regência: Assistiremos "o" filme. - em vez de: Assistiremos ao filme. 
3. de colocação: "Escreverei-te" logo. – em vez de: Escrever-te-ei logo. 
 
• neologismo - situação em que se cria, de forma desnecessária, uma 
palavra. Ele era um pseudomonstro. 
• arcaísmo - situação em que se utilizam na escrita palavras que já caíram 
em desuso. 
 
 
 
 
 
3. Inadequações segundo a norma culta 
Ortografia 
• “Porque” você faltou? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra 
“razão”, use porque separado: Por que (razão) você faltou? Não entendo por que 
por que (razão) você faltou? / Esclareça para nós por que (razão) você não 
compareceu à aula? Porque é usado nas respostas: Ele faltou porque precisou 
viajar. 
• Cuide do “meio-ambiente”. Meio ambiente não tem hífen. 
• “Porisso”. São duas palavras, por isso, como de repente, a partir de, 
com certeza. 
• Ele vive “às custas” da mãe. Forma adequada: Ele vive à custa da 
mãe. 
• Somos “cidadões” de bem. O plural de cidadão é cidadãos. Outros: 
caracteres (de caráter), juniores, seniores, gângsteres. 
• Não como peixe com muito “espinho”. Peixe tem espinha. Observe 
outros exemplos que causam dúvidas: O “fuzil” (fusível) queimou / Casa 
“germinada” (geminada), “ciclo” (círculo) vicioso, “cabeçário” (cabeçalho). 
• “Mal cheiro”, “mau-humorado”. Mal opõe-se a bem e mau, a bom. 
Logo: mau cheiro (bom cheiro e não “bem” cheiro), mal-humorado (bem-
humorado e não “bom-humorado”). 
• Toda regra tem “excessão”. O correto é exceção. Confira outras 
grafias inadequadas e, entre parênteses, a forma correta: “paralizar” 
(paralisar), “beneficiente” (beneficente), “xuxu” (chuchu), “previlégio” 
(privilégio), “cincoenta” (cinquenta), “zuar” (zoar), “frustado” (frustrado), 
“calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar), “benvindo” (bem-vindo), 
“ascenção” (ascensão), “impecilho” (empecilho), “sombrancelha” 
(sobrancelha). 
• “Secão” de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão 
equivale a tempo de uma reunião, função, cinema: Seção de carros usados, 
seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de congresso. 
• Não sabiam “aonde” ele estava. A forma adequada: Não sabiam onde 
ele estava. Aonde se utiliza com verbos de movimentos apenas: Não sei 
aonde ele quer chegar. / Aonde vamos? 
• Ele foi “taxado” de ladão. Tachar que significa acusar de. Foi tachado 
de ladrão. Taxar significa cobrar imposto, tributo. 
• Isso não tem nada “haver” com você. Isso não tem nada a ver ou 
nada que ver. De forma análoga: Tem tudo a ver com você. 
• Ele tinha “chego” atrasado. “Chego” não é particípio. A forma 
adequada: Ele tinha chegado atrasado. 
• Fiquei aliviado “por causa que” ninguém se feriu. Ainda que essa 
expressão seja popular, a locução não existe. O adequado é usar porque: 
Fiquei aliviado porque ninguém se feriu. 
• O aumento de salário veio “de encontro aos” seus desejos. Ao 
encontro de é qeu expressa uma situação favorável: O aumento de salário 
veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: 
O baixo aumento de salário veio de encontro às (foi contra) expectativas dos 
funcionários. 
• Ele gosta mais de ler contos “ao invés de” romances. Em vez de 
indica substituição. Ele gosta mais de ler contos em vez de romances. Ao 
invés de significa contrário: Ao invés de entrar, saiu. 
• Ele fez o que “quiz”. Não se usa z, mas apenas s, nas pessoas de 
querer e pôr: quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, 
puseram, puséssemos. 
• Espero que “viagem” bem. Viagem, com g, é substantivo. Minha 
viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem bem. 
• O caso passou “desapercebido”. Na verdade, o caso passou 
despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.• O exame começa às 10 “hrs”. As abreviaturas do sistema métrico 
decimal não têm plural nem ponto. Portanto: 10 h, 15 km (e não “kms”), 20 m, 
10 kg. 
• “Ao meu ver”. Não se usa artigo nessas expressões: a meu ver, a seu 
ver, a nosso ver. 
• Ela é “de menor”. De acordo com a norma culta, não se utiliza “de”. 
Ele é menor. 
• Quero que você “seje” feliz. O substantivo de ser e estar é seja e 
esteja, respectivamente: Quero que você seja feliz / Espero muito que você 
esteja feliz com seu novo parceiro. 
• Começou a chover, “mais” ele não levou o guarda-chuva. O correto 
é: Começou a chover, mas (conjunção que indica oposição) ele não levou o 
guarda-chuva. O termo mais indica adição, soma e representa o contrário de 
menos. 
• De “formas” que. Locuções desse tipo não tem s. De forma que, de 
maneira que, de modo que etc. 
• Meio dia e “meio”. O correto é meio dia e meia, assim como nove e 
meia, dez e meia etc. 
• Fale mais alto porque ele “houve” mal. Atenção: Fale alto porque 
ele ouve mal. Houve é pretérito da forma verbal haver: Houve muita confusão 
no centro de São Paulo. 
• Há “menas” pessoas naquela festa. A palavra “menas” não existe. O 
correto é: Há menos pessoas naquela festa.

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