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Hidráulica e Hidrologia Prof. Dr. Klecius R. S. Celestino Aula 2: Escoamento sobre regime permanente. Equação da continuidade: conceito da equação da continuidade. Aplicações na engenharia e exercícios. Escoamento dos fluidos perfeitos • Hidrodinâmica • A hidrodinâmica tem por objeto o estudo do movimento dos fluidos perfeitos. • O que é um fluido perfeito ou ideal? O que são “Fluidos Ideais”? Por definição: “Escoamento ideal ou escoamento sem atrito, é aquele no qual não existem tensões de cisalhamento atuando no movimento do fluido”. O que são “Fluidos Ideais”? De acordo com a lei de Newton, para um fluido em movimento esta condição é obtida - Quando a viscosidade do fluido é nula (ou desprezível): µ = 0 ou -Quando os componentes da velocidade do escoamento não mais exibem variações de grandeza na direção perpendicular ao componente da velocidade considerada: = 0 dy dvx Condições Ideais de Escoamento Um fluido que quando em escoamento satisfaz as condições acima, é chamado de fluido ideal. Fluidos Incompressíveis Compressíveis: ρ→ varia Incompressíveis: ρ→ é constante Quanto à variação no tempo: Permanente: quando as propriedades em uma dada seção do escoamento não se alteram com o decorrer do tempo (força, velocidade, pressão). Linhas de corrente, trajetórias e linhas de emissão coincide – A vazão é constante!; ▪ Figura A-4.3 (pg 60) Não Permanente:quando as propriedades do fluido mudam no decorrer do escoamento; Classificação do Escoamento O QUE É VAZÃO? COMO CALCULA? QUAIS SÃO OS TIPOS DE VAZÃO? Isto significa que a vazão representa a rapidez com a qual um volume escoa. As unidades de medida adotadas são geralmente o m³/s,m³/h, l/h ou o l/s. A forma mais simples para se calcular a vazão volumétrica é apresentada a seguir na equação 9 Qv representa a vazão volumétrica, V é o volume e t o intervalo de tempo para se encher o reservatório. 10 Uma outra forma matemática de se determinar a vazão volumétrica é através do produto entre a área da seção transversal do conduto e a velocidade do escoamento neste conduto como pode ser observado na figura a seguir. 11 Pela análise da figura, é possível observar que o volume do cilindro tracejado é dado por: Substituindo essa equação na equação de vazão volumétrica, pode-se escrever que: 12 A partir dos conceitos básicos de cinemática aplicados em Física, sabe-se que a relação d/t é a velocidade do escoamento, portanto, pode-se escrever a vazão volumétrica da seguinte forma: Qv representa a vazão volumétrica, v é a velocidade do escoamento e A é a área da seção transversal da tubulação. 13 • Vazão em Volume Vazão é a quantidade em volume de fluido que atravessa uma dada seção do escoamento por unidade de tempo. Vazão • Vazão em Massa Vazão em massa é a quantidade em massa do fluido que atravessa uma dada seção do escoamento por unidade de tempo. . Vazão EXERCÍCIOS A-4-a (PG 67) A-4-B (PG 67) Escoamento •São dois tipos os escoamentos de fluídos: •O laminar e •O turbulento. •Os líquidos se deslocam pelos tubos, até determinadas velocidades de forma LAMINAR (em camadas). A camada central do líquido é mais rápida. A camada externa está praticamente parada, presa às paredes do tubo. •Aumentando-se a velocidade de circulação, ao se atingir a VELOCIDADE CRÍTICA, o fluxo se torna TURBULENTO. Escoamento •Um fluxo TURBULENTO gera o aumento de: • resistência a circulação e de •perdas •A VELOCIDADE CRÍTICA: •Tem valor fixo; •Depende da viscosidade do fluído sob pressão e do diâmetro do tubo; •Pode ser calculada. Número de Reynolds (Re) Para se saber quando o fluxo é laminar ou turbulento, devemos definir o número de Reynolds, que se obtém através da fórmula: vDvD Re onde: Re = Número de Reynolds = Densidade V = Velocidade (cm/s) D = Diâmetro interno do tubo (cm) = Viscosidade absoluta (poise) = Viscosidade cinética (cst) Número de Reynolds (Re) De 0 à 1500 De 1500 à 2300 Acima de 2300 Fluxo Laminar Transição Fluxo turbulento Equação da continuidade A equação da continuidade é a equação da conservação da massa expressa para fluidos incompressíveis (massa específica constante). Equação da Continuidade É a equação que mostra a conservação da massa de líquido no conduto, ao longo de todo o escoamento; Pela condição de escoamento em regime permanente, podemos afirmar que entre as seções (1) e (2), não ocorre nem acúmulo, nem falta de massa: m1 = m2 = m = cte Equação da Continuidade ρ = Δm/V Δm=ρ.V V = A.Δl Q= Δm/Δt = ρ.V/ Δt = ρ. A.Δl /Δt = ρ.A.v Equação da Continuidade Dadas duas seções do escoamento: Equação da Continuidade ρAv = constante Se ρ é constante (não há variação de massa): A1V1= A2V2 Equação da Continuidade Q = A1 v1 = A2 v2 = constante A equação da continuidade estabelece que: • o volume total de um fluido incompressível (fluido que mantém constante a densidade apesar das variações na pressão e na temperatura) que entra em um tubo será igual aquele que está saindo do tubo; • a vazão medida num ponto ao longo do tubo será igual a vazão num outro ponto ao longo do tubo, apesar da área da seção transversal do tubo em cada ponto ser diferente. Equação da Continuidade Isto equivale a dizer que: • No escoamento de fluidos incompressíveis em regime permanente, a vazão em volume, ou simplesmente a vazão, que passa através de qualquer seção do tubo de corrente é constante. •De forma genérica: Q = A1 v1 = A2 v2 = constante Q=AU, onde: U=velocidade média Problema Resolvido 1 Uma mangueira de diâmetro de 2 cm é usada para encher um balde de 20 litros. a)Se leva 1 minuto para encher o balde. Qual é a velocidade com que a água passa pela mangueira? b)Um brincalhão aperta a saída da mangueira até ela ficar com um diâmetro de 5 mm, e acerta o vizinho com água. Qual é a velocidade com que a água sai da mangueira? Problema Resolvido 1 Solução: a) A área da seção transversal da mangueira será dada por A1 = πr 2 = π(2 cm /2)2 = π cm2. Para encontrar a velocidade, v1 , usamos Taxa de escoamento (vazão)= A1v1 = 20 L / min = 20 x 10 3 cm3 / 60s v1= (20 x 10 3 cm3 / 60 s) / (π cm2) = 106,1 cm/s. b) A taxa de escoamento ( A1v1 ) da água que se aproxima da abertura da mangueira deve ser igual a taxa de escoamento que deixa a mangueira ( A2v2 ). Isto resulta em: v2= A1v1 / A2 = (π. 106,1) / (π. (0,5/2) 2) = 1698 cm/s. Num sistema de drenagem, uma pipa de 25 cm de diâmetro interno drena para outra pipa conectada de 22 cm de diâmetro interno. Se a velocidade da água através da pipa maior é 5 cm/s, determine a velocidade média na pipa menor. Problema Resolvido 2 SOLUÇÃO Usando a equação da continuidade, temos A1 v1 = A2 v2 π(12,5 cm)2 (5 cm/s) = π(11,0 cm)2 (v2) Resolvendo para v2: v2 = 6,42 cm/s. Problema Resolvido 2 Assumindo o fluxo de um fluido incompressível como o sangue, se a velocidade medida num ponto dentro de um vaso sanguíneo é 40 m/s, qual é a velocidade num segundo ponto que tem um terço do raio original? Problema Resolvido 3 Este problema pode ser resolvido usando a equação da continuidade: ρ1A1v1= ρ2A2v2 onde: ρ é a densidade do sangue A é a área da seção transversal v é a velocidade e os subscritos 1 e 2 referem-se às localizações dentro do vaso. Desde que o fluxo sangüíneo é incompressível, temos ρ1= ρ2 v1 = 40 cm/s A1=πr1 2 A2 = πr2 2 r2=r1/3,A2= π(r1/3) 2 = (π r1 2)/9 ou A2=A1/9 A1/A2 = 9 Resolvendo: v2 = (A1v1)/A2 = 9 v1 = 9 x 40 cm/s = 360 cm/s Problema Resolvido 3 Equação de Bernoulli para fluidos ideais Aula 3 Equação de Bernoulli A equação de Bernoulli é um caso particular da equação da energia aplicada ao escoamento, onde adotam-se as seguintes hipóteses: Escoamento em regime permanente Escoamento incompressível Escoamento de um fluido considerado ideal, ou seja, aquele onde a viscosidade é considerada nula, ou aquele que não apresenta dissipação de energia ao longo do escoamento Escoamento apresentando distribuição uniforme das propriedades nas seções Escoamento sem presença de máquina hidráulica, ou seja, sem a presença de um dispositivo que forneça, ou retira energia do fluido Escoamento sem troca de calor Equação de Bernoulli A energia presente em um fluido em escoamento sem troca de calor pode ser separada em três parcelas: Energia de pressão (piezocarga); Energia cinética (taquicarga); Energia de posição (hipsocarga); Equação de Bernoulli Equação de Bernoulli Consideramos um trecho sem derivações, de uma instalação hidráulica:: PHR - plano horizontal de referência; Zi - cota da seção i, tomando-se como base o eixo do conduto em relação ao PHR; Vi - velocidade média do escoamento na seção i; pi - pressão estática na seção i. Equação de Bernoulli Pela condição do escoamento em regime permamente, pode-se afirmar que entre as seções (1) e (2) não ocorre, nem acúmulo, nem falta de massa, ou seja: A mesma massa m que atravessa a seção (1), atravessa a seção (2). Relembrando os conceitos de energia: Energia Cinética: Energia Potencial de posição: Energia Potencial de Pressão: Equação de Bernoulli Energia Mecânica Total em uma Seção do Escoamento Unidirecional, Incompressível em Regime Permanente: A energia total representa a somatória da energia cinética , energia potencial de posição e energia potencial de pressão: Equação de Bernoulli Carga Mecânica Total em uma Seção do Escoamento Unidirecional, Incompressível em Regime Permanente (Hi): Pela condição do escoamento se dar em regime permanente podemos afirmar que tanto a massa (m), como o peso (G) do fluido, que atravessa uma dada seção do escoamento, é constante ao longo do mesmo; Por este motivo, é comum considerar a energia, ou por unidade de massa, ou por unidade de peso do fluido, além disto, esta consideração origina uma unidade facilmente visualizada: a carga. Equação de Bernoulli Carga Mecânica Total em uma Seção do Escoamento Unidirecional, Incompressível em Regime Permanente (Hi): Define-se carga como sendo a relação da energia pelo peso do fluido, portanto a carga total em uma seção i (Hi), pode ser definida como mostramos a seguir: Equação de Bernoulli cinética aargc 2g v pressão de aargc p potencial aargcz 2 É importante saber que: Exercício 1 Óleo de soja é bombeado através de uma tubulação de diâmetro constante uniforme. A energia adicionada pela bomba a massa de fluido é de 209,2 J/kg. A pressão na entrada da tubulação é de 103,4 kN/m². A seção de saída está a 3,05 m acima da entrada e a sua pressão é de 172,4 kN/m². Calcule a perda de carga do sistema sabendo que a densidade do óleo é de 919 kg/m³. fB CCCC hw g v Z g gP g v Z g gP 22 2 2 2 2 2 1 1 1 Exercício 2 0,14m³/s de água escoam sem atrito através da expansão indicada na figura ao lado. A pressão na seção 1 é igual a 82,74 kPa. Suponha escoamento unidimensional e encontre a pressão no ponto 2. CCCC g v Z g gP g v Z g gP 22 2 2 2 2 2 1 1 1 Para ρ constante: Vazão Volumétrica =A1v1= A2v2 Exercício 3 Água com densidade de 998 kg/m3 é transportada através de um tubo de diâmetro constante. A pressão de entrada no sistema é de 68,9 103 Pa (abs). O tubo é conectado a uma bomba que adiciona uma energia ao sistema de 300,0 J/kg. A saída do sistema está a 6,0 m acima da entrada e com uma pressão de 137,8 103 Pa. O escoamento do sistema é laminar. Calcule a perda de carga por fricção na tubulação do sistema. aManométricaAtmosféricAbsoluta fB CCCC PPP hw g v Z g gP g v Z g gP 22 2 2 2 2 2 1 1 1 Dados 222111 22 22 2 2 2 2 2 1 1 1 ;; * * 174,32; * * 1 174,32;81,9 , ; ;; , 22 AvmAvm A FPghp sLb ftLb g sN mkg g s ft g s mg BombadaPotência Vw Pot PPP bombadaenergiawcarga;deperdahvelocidadev nalidadepreoporciodefatorggravidadegpressãoP BernoullideEquaçãowh g v Z g gP g v Z g gP f m CC e Bomba aManométricaAtmosféricAbsoluta ef c ef CCCC •
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