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Trabalho de Empresarial

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NOME EMPRESARIAL
	Conceito:
O nome empresarial pode ser caracterizado como aquele utilizado pelo empresário, seja ele pessoa física ou jurídica, para apresentar-se ao mercado individualizando sua atividade das demais empresas, em outras palavras, é o nome empresarial o responsável por fazer a ligação entre a empresa e o empresário em si, conforme o artigo 1.155 do Código Civil que dispõe:
	Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, 	de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa.
	Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos 	da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, 	associações e fundações.
Este nome empresarial quando se trata de empresário individual pode não coincidir com o nome civil, e mesmo que isso aconteça terão eles naturezas diferentes, pois o nome civil está ligado à personalidade do seu titular, ao contrário do nome empresarial que por sua natureza é elemento integrante do estabelecimento empresarial. 
	Natureza Jurídica:
	Uma primeira corrente, sustentada por Pontes de Miranda, defende que o nome empresarial integra os direito da personalidade do empresário, sendo pois, inalienável e impenhorável. Uma segunda, defendida por Washington de Barros Monteiro apregoa que o nome comercial é um direito patrimonial, de caráter econômico.
	Uma terceira corrente conciliadora das duas acima, defendida por Fran Martins, reconhece corretamente que o nome empresarial subjetivo é de direito da personalidade do empresário, ao passo que o nome empresarial objetivo é uma propriedade incorpórea, revelando-se como elemento de identificação da própria atividade, tendo pois natureza patrimonial.
	De acordo com o art. 1.164 CC, o nome empresarial não pode ser objeto de alienação. Veda-se, por consequência, a sua penhora separada da penhora do estabelecimento empresaria.
	Espécies de Nome Empresarial:
Existem no Direito, conforme o disposto no artigo 1.155 do Código Civil duas espécies de nome empresarial são elas: a firma e a denominação. 
	Firma: a essência dessa espécie de nome empresarial é o nome civil de um ou mais sócios. Então se não aparecer o nome civil, não poderá ser firma. Em outras palavras, na firma tem que constar no mínimo um nome civil. Os nomes civis podem ser por extenso ou abreviados e havendo mais de um, se algum deles for omitido, deverá ser usada a expressão "& Cia" ou "e companhia" ao final da firma, pois se usada no início vai caracterizar sociedade anônima e esta só pode usar denominação. Também pode haver combinação dos nomes civis com o ramo de atividade desenvolvida.
Nas palavras de André Luiz Ramos:
	A firma, que pode ser individual ou social, é espécie de nome 	empresarial, formada por um nome civil – do próprio empresário, 	no caso de firma individual, do titular, no caso de EIRELI, ou de 	um ou mais sócios, no caso de firma social. O núcleo da firma é, 	pois, sempre um nome civil (por exemplo, André Ramos ou A. 	Ramos). Destaque-se ainda que, na firma, pode ser indicado o 	ramo de atividade... Trata-se, portanto, de uma faculdade, nos 	termos do art. 1.156, parte final, do Código Civil, que dispõe 	claramente que o titular da firma pode aditar, se quiser, expressão 	que designe de forma mais precisa sua pessoa ou o ramo de sua 	atividade.
	Denominação: nesse caso, a essência do nome empresarial é o objeto da empresa, ou seja, o ramo de atividade desenvolvida. Se não constar o ramo de atividade não poderá ser denominação. Em outras palavras, na denominação tem que constar a atividade desenvolvida. Aqui também pode haver a combinação da atividade desenvolvida com nomes civis. Sendo assim, percebe-se que não é sempre que podemos só de olhar para o nome empresarial, saber tratar-se de firma ou denominação. Por vezes é necessário olhar no contrato social. Certo é que se no nome empresarial não constar nome civil algum, não pode ser firma; e se não constar a atividade, não pode ser denominação. 
	Esta denominação deve ser formada por uma palavra qualquer ou uma expressão fantasia, sendo facultado o uso de expressão que caracterize o objeto da sociedade. Pode também adotar o nome de uma pessoa física como homenagem, mas este ato mantém a responsabilidade dos contratantes, ou ainda utilizar do nome do local de atuação da empresa. Por exemplo: Armazém São Judas, Padaria Irmãos Gerônimo, Supermercado Campinas etc. 
	Principios Inerentes à formação e proteção do nome empresarial:
Há cinco princípios que são básicos à formação do nome empresarial, quais sejam:
1- Veracidade 
O nome do sócio deve ser verdadeiro tanto na firma, como na denominação social, e sincera a indicação da atividade que venha a incorporar o nome, desse modo não se poderia chamar uma lanchonete de “drogal” por exemplo, estaria o empresário induzindo o consumidor a erro, pois faltaria veracidade nesse nome empresarial. Nos casos em que a firma social que só pode possuir o nome dos sócios, se existir dois ´socios e um deles morre, o outro deve retirar o nome do falecido, pois quem contrata com essa sociedade presume que está contratando com os sócios, quando isso não é mais verdadeiro, ferindo o princípio da veracidade.
	Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se 	retirar, não pode ser conservado na firma social. 
2- Novidade
Neste caso deve-se adotar um nome empresarial novo e diferente de outro já existente para evitar erros e confusões nas identificações das empresas. Portanto tem que consultar a Junta comercial para saber se o nome escolhido já está sendo usado em outra empresa. 
	Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro.
Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga.
3- Identificação do tipo 
O nome empresaria deve identificar o tipo jurídico de sociedade ou da EIRELI.
4- Proteção à Moral
Ao se criar o nome empresarial, é vedado o uso de palavras ou expressões que atentam contra a moral e aos bons costumes na composição do nome empresarial.
5- Vedação a siglas e denominações de órgãos públicos
Não poderá haver siglas ou denominações de órgãos públicos da administração direta ou indireta e de organismos internacionais e aquelas consagradas na lei e atos regulamentares emanados do Poder Público.
	Condição à proteção ao nome empresarial
	O nome empresarial é um bem tutelado pelo direito, que integra o patrimônio da empresa e tem a finalidade de identificar a sociedade empresária ou o empresário individual em seus negócios.
A proteção ao nome empresarial se dá mediante a inscrição da empresa na Junta Comercial, ou seja, a proteção decorre automaticamente do registro do empresário ou da sociedade empresária na Junta Comercial. 	Quanto ao âmbito de proteção do nome empresarial existe uma grande discussão se as empresas possuem proteção em todo o território nacional ou se ela se dá apenas no âmbito do estado onde a mesma foi registrada. Sobre o assunto, vejamos. 	Com a entrada em vigor do art. 1.166 do CC/2002, a questão se põe da seguinte maneira: mencionada norma prevê que a proteção do nome é de âmbito estadual, uma vez que o arquivamento é feito na Junta Comercial. Assim, em princípio, a proteção é estadual e para que a proteção seja de âmbito nacional é necessário que o empresario providencie, na Junta Comercial, o arquivamento de pedido de extensão de proteção ao nome empresarial. Neste caso, impõe-se a proteção independentemente de se abri filiais noutros Estados-Membros.
	Nome do Empresário, segundo o tipo societário adotado
	- O empresário individual de responsabilidade ilimitada, que é uma pessoa física, só pode adotar firma, sendo-lhe vedado inserir no nome empresarial qualquer elemento fantasia, podendo o nome ser completo ou abreviado, conforme dispõe o art. 1.156 do CC. 
	- Por outro lado, o empresário individual de responsabilidade limitada, que é uma pessoa jurídica, constituída por uma única
pessoa natural, pode adotar firma com nome de seu titular ou denominação, baseada no nome de seu titular ou em elemento fantasia, mas deve-se usar a expressão EIRELI.
	- Quanto às sociedades empresárias, vejamos alguns tipos :
	
	a) Sociedade em nome coletivo: é aquela em que todos os sócios tem responsabilidade ilimitada, só podendo adotar firma, compondo-se esta pelo nome civil de um, alguns ou todos os seus sócios. (art.1157 CC)
	b) Sociedade em comandita simples: O sócios comanditados tem responsabilidade ilimitada, enquanto os sócios comanditários tem responsabilidade limitada, só podendo adotar firma, composta pelo nome civil de sócios comanditados, por extenso ou abreviado, sendo obrigatório a expressão “e companhia”.
	c) Sociedade em conta de participação: Não pode ter firma e denominação, pois é uma sociedade que não tem nome empresarial (art. 1.162 CC).
	d) Sociedade Limitada: Pode adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final “limitada” ou sua abreviatura (art. 1.158 CC). Se optar por firma, está sera composta com o nome de um ou mais sócios, e se optar por denominação é obrigatório que conste no nome o objeto da sociedade.
	e) Sociedade Anônima: É aquela em que todos os acionistas tem responsabilidade limitada. Só pode adotar denominação, mas o paragrafo único do art. 1.160 CC permite que conste da denominação o nome do fundador, que formou a empresa. É obrigatório a expessão “sociedade anônima” ou “S/A” nesse tipo societário (art. 1.160 CC).
	f) Sociedade em comandita por ações: é aqual em que os acionistas respondem ilimitadamente, e os demais limitadamente. Pode adotar firma ou denominação, sendo que em ambas deve constar as palavras “Comandita por Ações”. Se adotar firma, deve ser composta pelo nome civil dos sócios, sendo obrigatório a expressão “e companhia”. Se preferir denominação, é obrigatório a menção do objeto social (art. 1.161 CC)
	g) Microempresa e empresa de pequeno porte: acresce-se ao nome, respectiamente, as siglas “ME” ou “EPP”.
	h) Sociedades civil ou não empresárias: só podem adotar denominação, é o caso das sociedade simples e das cooperativas, está ultima devera incluir no nome o vocábulo “Cooperativa” (art. 1.159 CC).
	i) Associação e fundação: só podem adotar denominação (art.1.155 CC).
	Inalienabilidade do nome empresarial
	Trata-se de texto de lei: o CC , em seu artigo 1.164 veda, expressamente, a alienação do nome empresarial ("o nome empresarial não pode ser objeto de alienação").
	O principal motivo para a inalienabilidade do nome empresarial é o fato de o mesmo servir como elemento de identificação do empresário individual ou coletivo. Essa vedação se relaciona diretamente com o sistema de autenticidade ou veracidade das firmas, adotado pelo ordenamento jurídico pátrio, segundo o qual para formar a firma individual ou coletiva deve-se observar, necessariamente, o nome da pessoa natural (no caso de empresário individual) ou dos sócios (sociedade empresária).										 Vale lembrar nesse momento o que dispõe o parágrafo único do dispositivo em comento
	Art. 1.164 (...)
	
	Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre 	vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, 	precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.
	Diferenças entre Nome Empresarial e Marca
Basicamente, a marca e o nome empresarial se diferenciam nos seguintes aspectos:
a) Objeto identificado: o Nome empresarial identifica o empresário, individual ou sociedade empresária, que é o sujeito de direito, ao passo que a marca identifica o produto ou serviço explorado pelo empresário
b) Órgãos de registro: a proteção ao nome empresarial deriva da inscrição da firma individual ou do arquivamento do ato constitutivo da sociedade na Junta Comercial, ao passo que a da marca decorre do registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI);
c) Aspecto territorial da tutela: a proteção conferida pela Junta Comercial ao nome empresarial limita-se ao Estado da Junta Comercial, enquanto que os efeitos do registro de marca abrangem o território nacional;
d) Aspecto material da tutela: a marca tem a sua proteção restrita à classe dos produtos ou serviços em que se encontra registrada pelo INPI, enquanto o nome empresarial é protegido independentemente do ramo de atividade econômica a que se dedica o empresário;
e) Aspecto temporal da tutela: o direito de utilização exclusiva da marca extingue-se em dez anos, se não for solicitada a prorrogação, enquanto que o direito de utilização exclusiva do nome empresarial vigora por prazo indeterminado.

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