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1 EBC III Plano Real Prof. Giorgio Romano 25 de julho de 2014 1 2 https://www.youtube.com/watch?v=elyZhvXWuGU Pós- Collor - problemas não resolvidas: Dívida externa Inflação (Taxa de inflação 1993: 2407%) Credibilidade interna e externa Maio 1993 FHC troca MRE pela Fazenda Junho lançamento Plano de Ação Imediata (PAI): Ajuste fiscal - cortes com gastos com investimentos e pessoal (9% do total dos gastos federais) Aumento de impostos + combate da evasão fiscal; Repactuação das dívidas de Estados e Municípios - aumento das responsabilidades, diminuição das transferências. 3 FHC na Fazenda durante o governo Itamar Evitar efeitos transitórios com queda de inflação abrupta; sem congelamentos: substituição gradual; introdução gradual (nada de surpresa); discussão com Congresso e sociedade. Contexto diferenciado: Volta de fluxos financeiros externos voluntários (liquidez internacional); abertura iniciada pelo Collor dificultava reajustes de preços. 4 Inovação do novo plano de estabilização 5 Plano Real em oito passos 1) Renegociação da dívida externa maio/1994: acordo com os bancos comerciais nos moldes do Plano Brady: reescalonamento para 14 anos (pagamento final 31/12/2006); carência de três anos para pagamento principal; garantia da dívida por títulos do Tesouro dos EUA; desconto de 7,6% do montante. Ao mesmo tempo: reaproximação com Clube de Paris (credores governamentais), FMI e Banco Mundial. =>Reconquistar a confiança dos mercados financeiros para acessar liquidez e atrair investimentos 2) Criação da âncora monetária: aumento das taxas de juros para atrair capital externo: Juros reais agosto 1993: 29% dezembro 1993: 40% 3) Criação da âncora fiscal Programa de Estabilização (dez. 1993) Ajuste fiscal: criação do Fundo Social de Emergência=> liberar verbas para pagamento de juros (hoje superávit primário) Reforma monetária. 6 Plano Real em oito passos 4) Transição para nova moeda: Unidade Real de Valor (URV) como indexador voluntário Lógica da reforma monetária: convívio de duas moedas – uma boa, uma ruim, com a primeira substituindo a última ao longo do tempo (sistema bimonetária) URV unidade de conta/ Cruzeiro Real (CR$) meio de troca Inflação persiste no CR$, mas não na unidade de conta (com valor corrigido diariamente pela própria inflação da moeda ruim). URV sempre igual a 1 US$ Governo começou a fixar preços oficiais e impostos em URV Obs: salários tiveram conversão compulsória com média do valor do quadrimestre passado. 7 Plano Real em oito passos 4) Transição para nova moeda: Inovação: mercado livre para optar pela conversão de seus haveres em URV (medida de valor/ unidade de conta) Correção dos valores em URV acabou sendo um processo negociado entre os agentes de mercado. Obs. Mais uma vez evitou-se dolarização ou currency board (emissão da moeda vinculada automaticamente ao comportamento das reservas internacionais) 8 Plano Real em oito passos 4) Transição para nova moeda: Aposta URV era provocar uma desindexação da economia: retirar o caráter inercial da inflação e acabar com a prática (cultura) inflacionária de promover reajustes de preços com base na inflação passada. 9 Plano Real em oito passos 10 https://www.youtube.com/watch?v=lqMxxCBN780 5) Criação da nova moeda: o Real (1º de julho 1994) Conversão pelo valor da URV Teto US$ 1 por R$ 1 (instrumento: venda de US$ pelo Bacen para manter valor do Real) Política de sobrevalorização do Real Promessa: moeda forte estabilização pode de compra 11 Plano Real em oito passos 5) Criação da nova moeda: o Real No primeiro momento houve ainda aumento de preços (oportunismo + expectativa de congelamento de preços) Como convencer o público a não monetizar seus ativos financeiros diante da expectativa de aumento de preços? 1) O Real estava ancorada no dólar (garantia que não ia perder valor). 2) Junto com introdução do Real: política monetária restritiva (limite expansão base monetária; depósito compulsório; elevada taxas de juros). 12 Plano Real em oito passos Perdeu Ganhou Exportadores Público geral: fim daconfusão Indústria (submetida a concorrência de forma abrupta) Camadas pobresque não tinham defesa contra corrosão inflacionária Trabalhadores que perderam emprego Leve redução das desigualdades Funcionários públicos federais e militares (semajuste) Grandes empresas com capacidade de tomar dinheiro emprestado no exterior Produtores rurais endividados Aplicadoresfinanceiros (juros altos) Quem se endividou (jurosaltos) Compradores de empresas estatais(em particular capital internacional) Setorpúblico(fim do imposto inflacionária- efeitoTanziao avesso) FHC paraalavancar a sua eleição para Presidência da República 13 Quem perde/ quem ganha 6) Âncora cambial: sobrevalorização moeda Exige aceleração da abertura econômica (iniciada pelo Collor) => aumento déficit balança comercial a partir de 01/1995 Queda de Rubens Ricupero (“não devemos ter escrúpulos..o que é bom a gente divulga e o que é ruim a gente esconde”) => entra Ciro Gomes política de provocar o aumento das importações. Ministros de Fazendo do Plano Real 14 Plano Real em oito passos FHC 19/5/1993 – 30/03/1994 RubensRicupero 30/3/1994- 6/9/1994 Ciro Gomes 6/9/1994-1/1/1995 PedroMalan 1/1/1995-1/1/2003 6) Âncora cambial Ajuda a derrubar a inflação Aumenta credibilidade interna Garantia para investidores (não haverá risco cambial) Redução dos preços dos produtos importados Aceleração modernização empresas (pressão bens de consumo importados + barateamento bens de capital importado) Mas: desequilibro balança comercial 15 Plano Real em oito passos 16 10 minutos 17 Fonte: Bacen/IPEA) Ano %PIB 1995 - 2,49% 1996 - 3,27% 1997 -4,15% 1998 - 4,48% 1999 -4,71% 18 Déficit conta corrente Como financiar esse déficit? IED Fluxos financeiros Empréstimos (privados) Ano IED em US$ 1993 1,3 bi 1994 2,1 bi 1995 4,4 bi 1996 10,8 bi 1997 19 bi 1998 28,8 bi 1999 28,6 bi 19 Entrada IED Impacto non- tradeables diferenciado sobre tradeables e (setores de serviço) Entre 1994-1997: IPC > IPA Pauta de importação: forte aumento automóveis e bens de consumo = consumo que não amplia a capacidade futura de pagamento Participação do Brasil nas exportações mundiais caiu de 1,5% no início da década de 1980 para 0,8% n final da década de 1990. 20 Ancora cambial 7) Programa de Desestatização 2ª fase de privatização (depois dos setores siderúrgico e petroquímico): quebrar os constrangimentos legais/ constitucionais nos setores de petróleo, telecomunicações, eletricidade, cabotagem. Equiparar a empresa estrangeira atuando no Brasil com empresas de capital estrangeiro; PECs encaminhadas para o Congresso em fevereiro/1995 21 Plano Real em oito passos Ênfase na política monetária e cambial na impossibilidade de abrir mão da política fiscal: Gastos previdenciários e assistenciais (CF 1988!); fraca coesão partidária, fisiologismo, interesses setoriais/ regionais; fragilização maior ainda no Congresso devido à processo de negociação para garantir EC reeleição. Déficit público > 4% Dívida pública: 1996: 34,5% 1998: 42,6% Fev 1999: 51,9% 22 Ajuste fiscal Para manter financiamento do déficit/rolagem da dívida=> juros altos => agrava situação fiscal Outro custo fiscal: política de esterilização para evitar impacto expansionista da entrada de recursos => aumenta a dívida pública. Custo financeiro dívida/ orçamento federal: 1994: 14,7% 1998: 24,4% 23 Ajuste fiscal Contar consumismo Atrair capital internacional Facilitar rolagem da dívida pública Obs. Mesmo com juros altos houve aumento da demanda, pq: Aumento poder aquisitivo com fim do imposto inflacionária; fim da inflação permitiu recompor mecanismos de crédito; aumento investimentos das empresas na expectativa de aumento da demanda (bens de consumo duráveis => bens de capital); confiança na estabilidade. 24 Juros altos Vulnerabilidade externa: Conta corrente negativa, financiado por capital volátil. Final de 1994/início de 1995: crise da tequila Primeiro grande teste: desconfiança a respeito da capacidade de pagamento do Brasil (“Brasil não é México”) 1) Evaporação de reservas + aumento juros para 40% 2) correção de rumo: “banda cambial deslizante” (pequenas desvalorizações); Aumento da tarifa de importação de alguns produtos. Mas: insistência na combinação da âncora cambial (real supervalorizado) e âncora monetária (juros reais altos) 25 Impacto das crises financeiras Efeito-tequila: nova fase do Plano Real Política monetária ganha maior importância (aumento inflação) Retração => aumento inadimplência (empresas e consumidores) => crise bancária a partir de meados de 1995 Resposta do governo: Proer – Programa de Estímulo à Reestruturação e Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional: estimulando fusões, transferências acionárias e abertura para os bancos estrangeiros Proes: Programa de Incentivo à Redução do setor público estadual na atividade bancária: renegociação das dívidas vinculada a privatização dos bancos estaduais. 26 Crise bancária Renegociação da dívida externa; existência reservas internacionais; contexto de liquidez internacional; supervalorização do Real (por meio de juros altos e intervenções do Bacen); redução das tarifas de importação; desestatização; confiança na imagem de um governo responsável. 27 Fatores que garantiram o sucesso do Plano Real Contra o impacto das crises 1997/1998: pacote de ajuda do FMI (US$ 41bi) na véspera das eleições de1998 para garantir a reeleição do FHC. 13 de janeiro de 1999: desvalorização do real e introdução da política de câmbio flutuante=> US$ foi para dois reais Problema de fundo do Plano Real: Aumento do passivo externo; Aumento do grau de vulnerabilidade; Aumento da dívida pública (processo de esterilização) de 31% do PIB em 1993 para 41% do PIB em 1998. Desestruturação indústria nacional com aumento desemprego. 28 Dificuldades 1994 1995 1996 1997 1998 1999 PIB 5,9% 4,2% 2,7% 3,3% 0,2% 0,8% Desemprego 5,1% 4,6% 5,4% 5,7% 7,6% 7,6% DívidaPúblicaLiq 31,6% 31,2% 33,3% 34,5% 43,7% 49,4% INPC 929% 22% 9,1% 4,3% 2,5% 8,4% 29 Plano Real e o impacto da crise financeira Trajetória PIB: 1º momento: crescimento (1994/1995) 2º momento: estagnação devida a elevada taxa de juros e déficit na balança comercial 3º momento: impacto das crises financeiras internacionais Crescimento fraco/ aumento desemprego/ deterioração das contas externas/ ampliação da vulnerabilidade externa/ aumento dívida pública/ alta juros/ sem aumento FBCF/ aumento carga tributária ... Mas estabilização da moeda 30 Avaliação Plano Real Informalidade 1993: 57,2% 1999: 59,6% (2012: 47,1%) Índice gini 1993: 0,604 1999: 0,594 (2012: 0,53) 31 E ainda:
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