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ESQUISTOSSOMOSE INTESTINAL Esquistossomose mansoni “barriga d’água”; Mal do caramujo. Platelminto ETIOLOGIA: Gênero Schistosoma / Espécies: Schistosoma mansoni, S. haematobium*, S. japonicum* *Não se adaptaram as condições climáticas no Brasil MORFOLOGIA VERME • Sexos separados • macho - 1 cm; fêmea - 1,5 cm • Ventosas – oral e ventral (fixação mecânica) • canal ginecófaro – fêmea é transportada e fecundada MORFOLOFIA LARVAS • Ovo - Formato oval, sem opérculo, apresentando na parte mais larga um espículo lateral. O ovo maduro (encontrado nas fezes) apresenta um miracídio formado no seu interior, visível pela transparência da casca (fina). • Miracídio - Forma infectante para o hospedeiro intermediário (caramujo) • Cercária - Forma infectante para o hospedeiro definitivo (Homem) ● Postura ovos: Fêmea põe cerca de 200 -400 ovos/dia na submucosa intestinal HABITAT Veias do sistema porta – Até maturação sexual (25 dias) Veia mesentérica inferior (local de ovoposição) – Casal adulto HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS: Moluscos aquáticos da família Planorbidae ; Biomphalaria glabrata; Biomphalaria tenagophila e Biomphalaria straminea TRANSMISSÃO: Penetração ativa das cercárias através da pele e/ou mucosas. Geralmente entre 10 e 16h (luminosidade e calor). Pode aparecer eritema, edema, pápulas. CICLO BIOLÓGICO - Heteroxênico Na água doce ovos liberam os miracídeos * Miracídeos vivem até 48h (+ ativo nas primeiras 8h) Miracídeo encontra e penetra o caramujo H. Intermediário) - que vivem em ambiente aquático (água doce). No caramujo multiplicam-se assexuadamente, transforma-se em esporocisto primário (fixo) → esporocisto secundário (móvel) → vai para as gl. digestivas e gl. reprodutivas → cada miracídeo origina até 100mil cercárias As cercárias abandonam o caramujo e caem na água. * Cercárias vivem até 36h (+ ativa nas primeiras 8h) e são atraídas pelo calor e luminosidade Cercárias penetram o Homem pela pele ou mucosas (perdem a cauda) → veias → coração → pulmões (se fixam) Desenvolvem em alguns dias → migram pelas veias pulmonares → coração → artéria Aorta → fígado. Lá elas amadurecem para as formas sexuais ( masculina e feminina em indivíduos separados). Acasalamento (reprodução sexuada) → migram juntos (fêmea no canal ginecóforo do macho), contra o fluxo sanguíneo (migração retrógrada). Chegam nas veias mesentéricas do fígado, onde passam anos colocando os seus ovos, que fazem uma viagem de volta para o intestino e são lançados ao meio ambiente, com as fezes. PATOGENIA – Depende da Cepa do parasita, da Carga parasitária e da Resposta imunológica do hospedeiro. ● CERCÁRIAS podem causar dermatire cercariana ( eritema, edema e pápuls) * infiltrado inflamatório (neutrófilos e eosinófilos) ● ESQUISTOSSÔMULOS - Corpúsculo vivo resultante após a penetração da cercária no tecido do hospedeiro. Entra na corrente sanguínea, passa pelo coração, atinge o pulmão (focos de arteriolite, arterite e necrose) e posteriormente chega ao sistema porta intra-hepático (hepatite aguda com necrose focal dos hepatócitos e infiltração de neutrófilos, linfócitos e eosinófilos), desenvolvendo-se até chegar à fase de vermes adultos de ambos os sexos. ● VERME ADULTO • Consumo de ferro e glicose • Produção de Ags – polissacarídeos do tegumento e intestino do verme • Deposição de complexo Ag-Ac – glomerulopatia esquistossomótica • Vermes vivos – Não causam lesões importantes. • Vermes mortos – Obstrução com necrose e inflamação, seguidas de cicatrização ● OVOS – Causam as maiores lesões Os ovos que não são eliminados via intestino, são carreados para o leito portal intra-hepático e depositados nos tecidos (intestino, fígado, pulmões ou outros órgãos) determinam reações inflamatórias granulomatosas e variam de acordo com o tecido, obedecendo às seguintes fases: granulomas em fase necroticoexsudativa, produtiva e de fibrose. Em situações mais extremas, a formação de granulomas provoca o rompimento de vasos acima do estômago, implicando em intensas hemorragias pela boca que podem levar à morte do enfermo. GRANULOMAS - Antígenos solúveis dos ovos (SEA) estimulam sua formação • Fase necrótico-exsudativa (neutrófilos, eosinófilos e macrófagos); • Fase produtiva (células inflamatórias e produção de colágeno); • Fase fibrótica ( cicatrização) • Acarretam: Fibrose peri-portal (ou fibrose de Symmers), Hipertensão portal, Circulações colaterais (varizes esofagianas) e Ascite (derramamento de líquido na cavidade abdominal) FORMAS CLÍNICAS Esquistossomose Aguda • Manifestações do período pré-postural e após o início da postura • Penetração das cercárias – prurido e exantema papuloeritematoso • Período de incubação – um a dois meses • Astenia, febre, anorexia, mal estar, náuseas, cefaleia, calafrios, sudorese, mialgia, tosse, diarreia, emagrecimento • Hepatomegalia e esplenomegalia • Leucocitose e eosinofilia Esquistossomose Crônica Início sem hipertensão porta Assintomática Forma Hepatointestinal • Sem hipertensão porta • Diarreia com sangue, muco e tenesmo, Dores abdominais, Náuseas, Vômitos, Flatulência, Dificuldade de digestão • Granulomas em torno dos ovos – eosinofilia Forma Hepatoesplênica • Granulomas em torno dos ovos no espaço porta. Associada à hipertensão porta • Hemorragias digestivas, Febre, melena, edema, ascite • Circulação colateral superficial → Para aliviar a hipertensão porta, aumenta o calibre dos vasos • Obstrução dos ramos intra-hepáticos: Necrose hepática, Esplenomegalia, Ascite, Hepatomegalia (Fibrose hepática) e Varizes esofagianas Forma Pulmonar - Fase geralmente assintomática. • Sintomas clínicos variáveis (quando presentes), principalmente em indivíduos não imunes: febre, cefaleia, anorexia, vômitos, diarreia, tosse seca, artralgia e mialgia, além de altos níveis de eosinófilos. As manifestações pulmonares mais precoces são decorrentes da migração sanguínea ou linfática do parasita através do pulmão e produzem uma síndrome Loeffler-like. • • Principais sintomas – dispneia e palpitações, dor torácica • Arterite pulmonar esquistossomótica • Hipertensão na artéria pulmonar → aumento da pressão intracardíaca → insuficiência cardíaca congestiva Neuroesquistossomose • Encefalopatia – esquistossomose japônica – aumento da pressão intracraniana • Mielopatia – esquistossomose mansoni • Dores lombares irradiando para os membros inferiores, dificuldade de deambulação, distúrbios esfincterianos, impotência sexual, paraplegia A B C (A) Ressonância magnética do tumor cerebral de um paciente antes do tratamento (esquerda) e um ano após o tratamento (direita) - pontos negros (seta) buraco deixado pela biópsia, por agulha. (B) biópsia do cérebro mostrando 4 ovos. (C) Ressonância magnética; Imagem ajustada da medula espinhal antes (esquerda- hiperiintensidade do condutor de sinal - setas) e um ano após o tratamento (direita - afinamento da medula espinhal - setas) DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Pesquisa de ovos do parasita nas fezes do hospedeiro • Pesquisa de ovos do parasita em biópsias da mucosa retal • Métodos imunológicos: → Intradermorreação – diagnóstico epidemiológico → Reação de ELISA – pesquisa de anticorpos no soro do paciente. Útil no diagnóstico individual. Teste negativo quatro meses após início do tratamento → Reação de ELISA de captura – pesquisa de antígenos no soro do paciente. Útil no diagnóstico individual e controle de cura. Ags desaparecem dez dias após tratamento TRATAMENTO Oxamniquina : Bloqueia a síntese de ác nucleicos. Adultos - dose oral única (15 mg/kg) Crianças - dose oral única (20 mg/Kg) DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Doença de notificação compulsória PROFILAXIA • Diagnóstico e tratamento das pessoas parasitadas;Combate ao vetor; Destino adequado aos dejetos; Prevenção do contato com águas contaminadas; Educação sanitária
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