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Aula 05 Noções de Administração p/ ANVISA (Técnico Administrativo) - Com videoaulas Professores: Rodrigo Rennó, Tulio Gomes Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 61 Aula 5: Gestão de Processos Olá pessoal, tudo bem? Nessa aula, iremos cobrir o seguinte tópico: ¾ Noções de gestão de processos. Técnicas de mapeamento, análise e melhoria de processos. Espero que gostem da aula! Quer receber dicas de estudo e conteúdo gratuito de Administração em seu e-mail? 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Além disso, é um dos temas mais cobrados em concursos de Administração nos últimos anos. Vamos ver então do que se trata? Todos nós sabemos o que é uma atividade, não é verdade? Quando carimbamos um papel, por exemplo, estamos executando uma atividade. O mesmo acontece quando telefonamos para um cliente, quando preenchemos um formulário, dentre diversas atividades que são necessárias para fazermos nosso trabalho. Mas as atividades normalmente têm uma lógica, um encadeamento necessário para que as empresas consigam fazer e vender seus produtos. (VWH�³HQFDGHDPHQWR´�GDV�DWLYLGDGHV�p�TXH�FKDPDPRV�GH�XP�³SURFHVVR´� Fique Atento! De acordo com Davenport, um processo é uma série de atividades estruturadas para produzir um produto ou serviço para um cliente ou mercado em particular. De acordo com a QRUPD�,62������������SURFHVVR�p�´um conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transforma insumos (entradas) em produtos (saídas) ´. Já Palvarini descreve um processo como1: ³Conjunto integrado e sincrônico de insumos, infraestruturas, regras e transformações, que adiciona valor às pessoas que fazem uso dos SURGXWRV�H�RX�VHUYLoRV�JHUDGRV´. Um processo é, assim, um conjunto de atividades e tarefas que são estruturadas para que a organização possa oferecer seus produtos e serviços aos seus clientes. Portanto, nenhuma organização existe sem a existência de processos e todo tipo de trabalho importante em uma organização faz parte de algum processo2. Sem eles, as empresas não teriam como ter uma consistência na oferta de produtos ou serviços. 1 (Palvarini, 2010) 2 (Gonçalves, Processo, que Processo?, 2000) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 61 Muitos autores conhecem um processo como um fluxo de trabalho. Vamos ver na prática como isso funciona? Você chega em uma sapataria e vê um sapato bonito na vitrine. Ao entrar na loja, o vendedor vem ao seu encontro e você mostra o modelo que lhe interessou. Este vendedor logo lhe perguntará seu número para que possa checar no estoque se este par está disponível. Ele poderá solicitar ao estoquista o modelo pedido. Se estiver disponível, ele trará o par para que você possa experimentá-lo. Se o par não estiver no estoque, o vendedor lhe oferecerá outro modelo semelhante. Após sua escolha, ele o encaminhará para o caixa. Este profissional solicitará seu modo de pagamento, e procederá com o processo de cobrança. Finalmente, outro profissional fará o empacotamento do produto para que você possa leva-lo para casa. Reparou que neste processo de compra existiram várias atividades? Todas elas são interdependentes e interligadas, pois não adianta o vendedor lhe atender bem se o caixa te insultar, não é mesmo? Todos os envolvidos neste processo devem fazer seu trabalho com qualidade para que a venda tenha sucesso. O importante é que o cliente final seja bem atendido e saia satisfeito. Isto é o que chamamos de processo organizacional. Uma definição adequada de processo seria: a utilização de recursos da empresa para oferecer resultados objetivos aos seus clientes3. Para facilitar a visualização do que ocorre em um processo, podemos imaginá-lo como um fluxo. Na entrada existem demandas e recursos (informações, materiais, ferramentas, etc.), ou seja, os inputs. Estas demandas e recursos serão trabalhados de diversas formas para gerar valor. Assim, várias atividades são executadas dentro do processo. Finalmente, o processo gera algum produto ou serviço para um cliente, que pode ser interno ou externo. Este produto ou serviço é o que chamamos de outputs. 3 (Harrington, 1991) apud (Gonçalves, Processo, que Processo?, 2000) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 61Figura 1 - Esquema básico de um processo Naturalmente, cada uma destas tarefas ou atividades pode agregar ou não valor ao processo. O cliente não está interessado em uma atividade LVRODGD�� SRLV� HVWD� QmR� OKH� ³VHUYH´� VHP� TXH� DV� RXWUDV� VHMDP� EHP� executadas. %DVWD� XP� GHVWHV� ³DWRUHV´� HQYROYLGRV� HP� QRVVR� H[HPSOR� ³SLVDU� QD� EROD´� SDUD� TXH� R� DWHQGLPHQWR� QmR� DWLQMD� R� UHVXOWDGR� GHVHMDGR�� $VVLP�� dizemos que um processo envolve atividades interligadas e interdependentes. $VVLP�VHQGR��D�JHVWmR�SRU�SURFHVVRV�WUD]�XP�HQIRTXH�QR�³FRPR´�RV� SURGXWRV�H�VHUYLoRV�VmR�HQWUHJXHV�DRV�FOLHQWHV��H�QmR�XP�IRFR�QR�³TXr´�p� produzido. $EDL[R�SRGHPRV�YHU�PHOKRU�RV�³SDVVRV´�TXH são dados para que o processo de atendimento acima seja realizado: Figura 2 - Processo simplificado de atendimento Vendedor inicia o atendimento ao cliente Vendedor solicita ao estoquista o modelo de sapato pedido pelo cliente Estoquista entrega o par ao vendedor Vendedor auxilia o cliente com o sapato Vendedor encaminha o cliente ao caixa Caixa pergunta ao cliente qual modo de pagamento Caixa processa o pagamento Embalador finaliza o pacote e entrega o produto ao cliente Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 61 Claro que este é um exemplo muito simplificado, mas nos serve para entendermos que um processo de trabalho envolve uma série de atividades relacionadas. Continuando, vamos agora entender melhor a diferença entre a gestão de um processo e a gestão por processos? Quando falamos de gestão de processo, estamos nos referindo ao gerenciamento de um processo específico, ou seja, a análise e melhoria de um fluxo de trabalho, como o de atendimento em uma sapataria que mencionamos acima. Já a gestão por processos significa muito mais do que isso. É uma forma diferente de gerenciarmos uma empresa ou instituição. Neste modelo, não ficamos focados nas necessidades de cada departamento, mas nas interdependências entre eles e nos fluxos de trabalho (os processos). Este novo tipo de gestão tenta mudar bastante o enfoque utilizado pelas empresas, tradicionalmente. As organizações ainda estão trabalhando com uma visão verticalizada, com cada área preocupada somente com suas necessidades ± sem uma visão sistêmica. Com isso, muita energia se perde e muitas vezes as pessoas perdem de vista os interesses dos seus clientes, sejam eles internos (outros órgãos da instituição) ou externos (os clientes finais). Assim, os departamentos trabalham isolados uns dos outros e a coordenação dos trabalhos é difícil. As empresas que trabalham de forma verticalizada são mais voltadas para dentro, ou seja, preocupadas com seus problemas internos4. A gestão por processos não deixa de ser então um novo direcionamento ± a organização volta suas atenções para os seus clientes e como satisfazê-los. Devem estabelecer seus processos mais críticos para que os clientes sejam bem atendidos e definir quais tarefas geram ou não valor para esse cliente. De acordo com Nunes5, ³2�PRGHOR�GH�RUJDQL]DomR�RULHQWDGR�SRU�SURFHVVRV� passou a ser considerado como alternativa mais adequada para promover uma maior efetividade organizacional��´ A ideia principal dos autores que propõem a gestão por processos é a de uma derrubada geral das barreiras internas da empresa, de maior 4 (Davenport, 1992) 5 (Nunes, 2010) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 61 interação entre as diversas áreas (além de fornecedores e clientes), gerando uma visão do todo e um melhor resultado6. Para que as empresas possam funcionar neste novo modelo, necessitam rever o seu modo de trabalhar. Todos os executores envolvidos no processo precisam se conhecer e saber qual é a necessidade de cada um. Cada ator precisa saber qual é o seu papel e como seu trabalho influência no resultado final. Esta nova visão deve alterar a divisão das pessoas em departamentos e setores. De acordo com Hammer e Stanton7, ³Ao procurar se estruturar por processos, as empresas acabam descobrindo que é impossível sobrepor um processo integrado a uma organização fragmentada pelo desenho funcional WUDGLFLRQDO��³ Dessa maneira, as organizações tradicionais, ou seja, que são estruturadas por departamentos, precisam ser remodeladas e redesenhadas para que possam passar a ser gerenciadas por processos. De acordo com Gonçalves8, as principais mudanças necessárias para que estas organizações mudem de uma gestão tradicional para uma gestão por processos envolvem: 6 (Nunes, 2010) 7 (Hammer e Stanton, 1999) apud (Gonçalves, As Empresas são Grandes Coleções de Processos, 2000) 8 (Gonçalves, Processo, que Processo?, 2000) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 61 Figura 3 - Passos para que uma organização tradicional se adapte para a gestão por processos Desta maneira, a gestão por processos visa à melhoria dos processos críticos e o melhor aproveitamento dos recursos e profissionais envolvidos. Quando isso ocorre, menos tempo é necessário para que os produtos e serviços fiquem prontos e menor é o gasto de energia (dinheiro, esforço, materiais, etc.) no processo. Além disso, estas organizações passam a se conhecer melhor e conhecer a fundo as necessidades de seus clientes. Com isso, ficam mais ágeis e mais focadas nas mudanças externas. Tornam-se mais competitivas e ampliam sua capacidade de aprendizado9. Vamos praticar agora? (CESPE ± IBRAM - ADMINISTRADOR) Pode-se considerar como processo organizacional o conjunto de atividades, mesmo que não relacionadas entre si, que transformam insumos (entradas) em produtos ou serviços (saídas) que têm valor para um grupo específico de clientes. 9 (Gonçalves, 1997) apud (Gonçalves, As Empresas são Grandes Coleções de Processos, 2000) A definição das responsabilidades pelo andamento dos processos A minimização das transferências internas (a troca de informações e materiais entre os setores) A maximização do agrupamento de atividades conexas A diminuição do gasto de tempo e energia Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 61 Pegadinha na área! A frase está toda bonitinha, mas as atividades devem ser relacionadas entre si para que sejam consideradas um processo. O gabarito, portanto, é questão incorreta. Cadeia de Valor Quando falamos de valor gerado ou agregado pelos processos, não estamos necessariamente falando de valor financeiro. Estamos nos referindo ao benefício gerado para seus clientes com as diversas atividades de um processo. De acordo com Maranhão e Macieira10, ³A agregação de valor em um processo é a diferença de valor entre o produto (na saída de um processo) e a soma dos valores das entradas (matérias-primas ou insumos), acrescida dos custos intrínsecos de WUDQVIRUPDomR��´ Desta maneira, quando estamos vendo que alguma atividade ou processo não agrega valor para os clientes, devemos eliminá-los. O FRQFHLWR�GH� ³YDORU´�HVWi� OLJDGR�FRP�DV�HQWUHJDV� ILQDLV��RX�VHMD��R�que é³HQWUHJXH´�SDUD�R�FOLHQWH��VHMD�HOH�XP�FOLHQWH�LQWHUQR�RX�H[WHUQR�� A preocupação de um gestor na abordagem por processos deve ser a de visualizar qual é a cadeia de valor ± as atividades e processos que efetivamente agregam benefícios aos clientes. De acordo com Porter11, ³&DGHLD� GH� 9DORU� p� R� FRQMXQWR� GH� DWLYLGDGHV� tecnológicas e econômicas distintas que uma organização utiliza para entregar produtos e serviços aos seus FOLHQWHV��´ Dentro desta ideia de cadeia de valor, devemos analisar quais são as atividades que geram valor para que possamos melhorá-las. Já as atividades que não agregam valor devem ser reduzidas ou eliminadas. Quanto mais valor agregado, mais competitiva ficará a empresa, de acordo com o conceito de vantagem competitiva de Porter. Mas este conceito também é usado no setor público ± a criação de valor público. Este valor público, de acordo com Maranhão e Macieira, 10 (Maranhão & Macieira, 2010) 11 (Martins, Humberto Falcão & Marini, 2010) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 61 ³Vai muito além do ponto de vista meramente financeiro. Nesta linha, estariam enquadrados resultados mensuráveis como a redução da pobreza e do analfabetismo, ou a melhoria das condições do meio ambiente, entre outros DVSHFWRV��´ Por isso que a gestão por processos é fundamental também para o setor público: para que o Estado consiga utilizar da melhor forma possível seus recursos na geração de serviços desejáveis pela população. Processos Transversais Um ponto que temos de entender, quando falamos de gestão de processos no setor público, é que muitos processos não estão limitados a um só órgão ou ministério. Na verdade, os principais processos no setor público (aqueles que entregam serviços à sociedade) envolvem diversos órgãos diferentes, o que torna sua gestão e melhoria muito mais complexa. No jargão da área, chamamos esses processos que envolvem várias iUHDV�GH�³processos transversais´��SRLV�HOHV�³DWUDYHVVDP´�D�HVWUXWXUD� dos órgãos e envolvem diversos setores. De acordo com o Ministério do Planejamento12, ³8PD�FDUDFWHUtVWLFD� LPSRUWDQWH�GRV�SURFHVVRV�p�D� interfuncionalidade, segundo Gonçalves. Embora existam processos realizados inteiramente em uma unidade funcional, os principais processos de uma instituição (sobretudo os processos de negócio) atravessam as fronteiras das áreas funcionais, sendo conhecidos como processos transversais, transorganizacionais (crossorganizational), interfuncionais, interdepartamentais ou horizontais. Tais processos são executados de IRUPD�WUDQVYHUVDO�j�HVWUXWXUD�³YHUWLFDO´��WtSLFD� das organizações estruturadas funcionalmente. Além disso, no caso da Administração Pública, deve ser dada importância especial aos processos que ultrapassam as fronteiras das instituições, como ocorre na H[HFXomR�GH�SROtWLFDV�S~EOLFDV��´ Deste modo, no setor público devemos sempre estar atentos a esses processos que geram maior impacto na vida da população e que envolvem mais de um órgão na sua execução. 12 (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 61 Tipos de Processos As bancas costumam cobrar diversas classificações ou tipos de processos nas provas. Abaixo, vou citar os principais tipos cobrados para que vocês não esqueçam na KRUD�³+´� O primeiro tipo divide os processos em três: processos de negócios, os processos organizacionais e os processos gerenciais13. Os processos de negócio VmR�DTXHOHV�PDLV�³FHQWUDLV´�SDUD�TXH�D� organização cumpra sua missão e atenda aos seus clientes. São, portanto, os que caracterizam a atuação da empresa. Como exemplo, poderíamos citar o processo de atendimento em um hotel. Estes processos são, naturalmente, suportados pelos outros tipos de processos que existem na organização. Já os processos organizacionais são aqueles que integram todos os setores da instituição e viabilizam os subsistemas da organização. São SURFHVVRV�TXH�QmR�³DSDUHFHP´�SDUD�RV�FOLHQWHV�H[WHUQRV��PDV�VmR�YLWDLV� para que a organização funcione. Como exemplos destes processos poderíamos citar: o processo de contratação de funcionários, o processo de faturamento, o processo de treinamento dos novos funcionários, dentre outros. Finalmente, teríamos os processos gerenciais. Estes últimos incluiriam todos os processos que facilitam a tomada de decisão gerencial, como os processos de avaliação de desempenho, bem como as pesquisas de opinião. Sem estes processos, a vida de um gestor seria muito complicada, pois não teriam informações de qualidade para que pudessem gerenciar as instituições. Abaixo, podemos ver as principais características dos três tipos de processo, de acordo com Gonçalves: 13 (Gonçalves, Processo, que Processo?, 2000) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 61 Figura 4 - Tipos de processos. Fonte: (Gonçalves, Processo, que Processo?, 2000) Desta forma, os processos de negócio estão ligados à cadeia de valor (que veremos a seguir), ao negócio da empresa ou o que é chamado de VHX�³FRUH�EXVLQHVV´��6HP�HOHV��QHQKXPD�RUJDQL]DomR�DWLQJH�VHXV�REMHWLYRV� estratégicos e alcança sucesso. Outra classificação envolve a geração de valor para o cliente. Esta classificação divide os processos em processos primários e processos de suporte14. Os processos primários são aqueles que geram os produtos e VHUYLoRV�� 6HULDP� RV� SURFHVVRV� SULQFLSDLV� H� TXH� ³GHILQHP´� R� VXFHVVR� GD� organização. Já os processos de suporte são todos os demais, que naturalmente são necessários para que os processos primários possam existir. Em um hotel de veraneio, por exemplo, o processo de atendimento seria um processo primário. Já o processo de compra dos materiais seria um exemplo de processo de suporte. Sem que os materiais estejam comprados, seria muito difícil que o atendente consiga satisfazer o cliente, não é mesmo? Fazendo uma correlação com a classificação anterior, os processos primários seriam os mesmos dos que os processos de negócio. Já os processos de suporte englobariam tanto os processos organizacionais e os processos gerenciais. 14 (Martin, 1996) apud (Gonçalves, Processo, que Processo?, 2000) Processos gerenciais Facilitam a tomada de decisão dos gestores. Processos organizacionais Funcionam como integradores dos diversos sistemas e setores da organização. Processos de negócio São os principais processos da empresa, que geram os produtos e serviços desejados pelos clientes. Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 61 Abaixo temos um resumo destes tipos de processos: Figura 5 - Processos quanto à geração de valor. Outra classificação divide os processos em verticais e horizontais15. Esta classificação entende os processos como fluxos de informação e decisão. Assim, processos verticais HQYROYHULDP�IOX[RV�GH�³FLPD�SDUD�EDL[R´� RX�GH�³EDL[R�SDUD�FLPD´��6HULDP�UHODFLRQados, por exemplo, com o processo de planejamento estratégicoda instituição. O processo de planejamento estratégico inicia-se na cúpula da empresa e é desdobrado até seu nível operacional. Assim, é um processo TXH�IXQFLRQD�HP�XPD�OyJLFD�GH�³FLPD�SDUD�EDL[R´��2XWURV�H[HPSORV�VHULDP�� o processo de orçamento e de orientação. Mas nem todos os processos de uma organização tem uma lógica vertical, muito pelo contrário. Os principais processos têm uma lógica horizontal, que acompanham o fluxo de trabalho. Estes processos estariam classificados como processos horizontais. Seriam todos os processos principais, ou de negócio, que geram os produtos e serviços das instituições. São eles que integram as diversas áreas e profissionais da empresa na produção destes bens e possibilitam a satisfação dos clientes finais. 15 (Gonçalves, Processo, que Processo?, 2000) ?são os processos que geram os produtos e serviços desejados pelos clientes Processos Primários ?São todos os demais - tornam possíveis os processos primários Processo de suporte Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 61 Figura 6 - Processos verticais e horizontais Outra classificação divide os processos em processos internos e processos externos. Os primeiros são aqueles que começam e terminam dentro de uma mesma empresa ou órgãos públicos. Já os processos externos são aqueles que não se limitam à apenas uma empresa. Eles dependem da atuação de mais de uma instituição para que sejam realizados. Naturalmente, são os mais complexos e difíceis de gerenciar. São muito comuns nos órgãos públicos. Cabe aqui também citar alguns conceitos utilizados em provas de concurso. O primeiro seria o de processos transversais. Chamamos estes processos assim quando atravessam diversas áreas da organização e até mesmo outras organizações. Outro conceito importante é a de processos-chave ou processos críticos. Estes são aqueles processos que causam maior impacto nos resultados da empresa e na satisfação dos clientes. São os processos que devem ser acompanhados pela gerência com maior cuidado, naturalmente. Quando falamos da gestão por processos, estamos dizendo que estes processos críticos serão gerenciados de perto. Nenhuma empresa conseguirá gerenciar todos seus processos em minúcias, pois alguns processos não geram muito impacto nos seus resultados e a gestão deles traria mais custos do que benefícios. A organização terá de focar nos processos mais importantes ± ou processos-chave ± para que atinja seus resultados estratégicos. Processos Verticais ?Processos com uma lógica "de cima para baixo". ?Exemplo: processo de planejamento estratégico. Processos Horizontais ?Processos com uma lógica "lateral", que acompanham o fluxo de trabalho ?São os principais processos, que geram os produtos e serviços. Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 61 Níveis de detalhamento dos processos Podemos dizer que os processos sempre podem ser inseridos em algum processo mais amplo, ou que os processos podem ser decompostos em outros subprocessos16. Naturalmente, alguns processos são mais abrangentes e complexos e outros são mais simples. Além disso, os processos podem ser descritos HP�GHWDOKHV�H�RXWURV�DSHQDV�HP�XP�³SODQR´�PDLV�VXSHUILFLDO��e�LVWR�R�TXH� GL]HPRV�TXDQGR�IDODPRV�HP�³QtYHO�GH�GHWDOKDPHQWR´�GH�XP�SURFHVVR� Quanto mais complexo for um processo, ou seja, quanto maior for este processo (envolvendo mais áreas, atividades e decisões), maior será D�QRVVD�QHFHVVLGDGH�GH�³GHFRPS{-OR´�HP�VXESURFHVVRV�SDUD�TXH�SRVVDPRV� analisa-lo e compreendê-lo. O nível de detalhamento dos processos, do maior para o menor, pode ser definido assim: macroprocesso, processo, subprocessos, atividade e tarefa. 16 (Maranhão & Macieira, 2010) Macroprocesso - gera um alto impacto e envolve, normalmente, diversas áreas e funções da empresa Processo - somatório de atividades e/ou subprocessos interrelacionados Subprocesso - é um processo que está inserido ?ĚĞŶƚƌŽ 开 ĚĞ�ŽƵƚƌŽ�ƉƌŽĐĞƐƐŽ ?��ŽƌƌĞƐƉŽŶĚĞ�Ă�ƵŵĂ� parte específica do seu processo maior Atividade - são trabalhos executados nos processos Tarefa - é um elemento ainda menor. Uma parte específica de uma atividade ou subdivisão de algum trabalho Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 61 Projeto de Mapeamento e Modelagem de Processos O primeiro passo na gestão de um processo é sabermos afinal quais são seus passos ou atividades, ou seja, é conhecermos seu funcionamento. Não podemos melhorar o que desconhecemos, não é mesmo? Quais são os envolvidos? Quais são as atividades? Quem toma decisões e quando? Todas estas questões devem ser conhecidas. Isto é chamado de mapeamento de um processo. 3DUD�TXH�RV�JHVWRUHV�FRQVLJDP�³S{U�QR�SDSHO´�HVWDV�LQIRUPDo}HV��p� utilizada uma ferramenta chamada fluxograma. Um fluxograma, como o próprio nome diz, é utilizado para descrever um fluxo de trabalho. O mapeamento gera diversos benefícios para as organizações. Dentre elas teríamos: 9 Conhecer e entender quais são os diversos agentes internos e externos envolvidos no processo 9 Uma melhor compreensão do real impacto que o processo tem para a organização e seus clientes; 9 Saber quais são as interdependências e as relações entre as diversas áreas envolvidas no processo; 9 Identificar quais são os fatores críticos no processo; 9 Avaliar se o processo é bem executado e se é necessário; 9 Propor alterações no processo; ,VWR�SRGH�VHU�IHLWR�³QD�PmR´�RX�DWUDYpV�GH�IHUUDPHQWDV�WHFQROyJLFDV�� como os programas Bizagi ou Microsoft Visio. Veremos um exemplo de fluxograma em breve. Existem diversas técnicas que devem ser utilizadas. As principais que normalmente são usadas envolvem17: 9 Entrevistas e reuniões; 9 2EVHUYDomR�GDV�DWLYLGDGHV�³LQ�ORFR´� 9 Análise da documentação e dos sistemas existentes; 9 Coleta de dados e evidências Um processo normalmente se inicia com uma demanda de um cliente ou uma decisão de produzir algum produto. Após isto, ele atravessa todas as etapas necessárias para que este produto e/ou serviço seja entregue ao cliente. Assim, o profissional envolvido no mapeamento analisará diversos elementos. Alguns autores chamam estes envolvidos pela sigla FEPSC, que 17 (Rennó, 2013) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 61 se refere aos elementos relacionados no mapeamento de um processo: fornecedores, entradas, processos, saídas e clientes. Após o mapeamento de um processo, devemos buscar melhorá-lo sempre que possível. Isto é feito através do redesenho do processo ou da modelagem de processos. Este pode ser definido assim18: ³D�PRGHODJHP�GH�SURFHVVRV�GD�RUJDQL]DomR�SRGH� ser compreendida como o conjunto de atividades necessárias para redesenhar e documentar os SURFHVVRV�GH�WUDEDOKR�DQWHULRUPHQWH�PDSHDGRV�´ O padrão atualmente utilizado para a modelagem (ou redesenho) de processos é o BPMN (Business Process Modeling Notation). Este é um modo de facilitar a visualização de um processo e construiro fluxograma. (VWH� SDGUmR� HQJORED� XPD� VpULH� GH� ³notações JUiILFDV´�� RX� VHMD�� diversos símbolos padronizados que a atividade de descrever um processo seja simples e que estes documentos gerados sejam facilmente interpretados por outras pessoas. $V�SULQFLSDLV�³QRWDo}HV´�VmR�DV�VHJXLQWHV� 18 (Maranhão & Macieira, 2010) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 61 Figura 7 - Principais notações do BMPN. Desta forma, as notações são usadas para que um profissional possa descrever graficamente um processo através do uso de símbolos e linhas. Abaixo podemos ver um de um processo mapeado e disposto em forma de um fluxograma: Elementos Atividades Eventos Gateways Linha de Sequência Linha de Mensagem Símbolo Significado São as diversas etapas do processo Inicio e fim de um processo pontos em que uma decisão deve ser tomada Indicam a direção do fluxo Indicam a comunicação entre os processos Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 61 Figura 8 ʹ Fluxograma básico Normalmente, fazemos dois tipos de diagrama: um antes de propormos modificações e outro com as mudanças propostas. Eles são LGHQWLILFDGRV�FRPR�³$6-,6´�(�³72-%(´�� 2�SULPHLUR�GHOHV�p�FKDPDGR�GH�³AS-IS´��³FRPR�HVWi´�HP�LQJOrV��H� descreve como o processo funciona no momento, sem nenhuma alteração proposta. Serve como XPD�³OLQKD�GH�EDVH´�SDUD�HQWHQGHUPRV�TXDLV�VmR�RV� atores que atuam no processo e quais as decisões tomadas. Após a análise da equipe, é proposto um segundo diagrama que FRQWpP�DV�PRGLILFDo}HV�SURSRVWDV��R�GLDJUDPD�³TO-BE´��³FRPR�VHUi´�HP� inglês). Este novo fluxograma vai incorporar, portanto, as melhorias necessárias para que o processo funcione melhor. Com os dois diagramas na mão, os gestores terão maior facilidade para verem quais são as deficiências no processo atual e buscar alterá-lo e melhorá-lo. Vamos praticar agora? Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 61 (CESPE ± MPS - ADMINISTRADOR) Um fluxograma dentro de uma organização mostra como se faz o trabalho e analisa problemas cuja solução é compatível com o exercício de uma administração racional. Trata-se da representação gráfica seqüencial de um trabalho, caracterizando as operações e os responsáveis pelo processo. Perfeito. A frase é uma definição válida de um fluxograma. O gabarito é questão correta. Técnicas de Mapeamento de Processos Além do Fluxograma, existem diversas técnicas conhecidas para fazermos o mapeamento dos processos de trabalho. Cada uma apresenta um enfoque distinto. De acordo com Mello, as principais técnicas de mapeamento são19: ¾ SIPOC: é uma ferramenta usada por um time para identificar todos os elementos pertinentes de um projeto de melhoria de processo antes de o trabalho começar. ¾ Blueprinting: representa um fluxograma de todas as transações integrantes do processo de prestação de serviço; ¾ Fluxograma: técnica que permite o registro de ações de algum tipo e pontos de tomada de decisão que ocorrem no fluxo real. ¾ Mapofluxograma: segundo Barnes (1982), o mapofluxograma é um fluxograma desenhado sobre a planta de um edifício ou layout para visualizar melhor o processo. ¾ Diagrama homem-máquina: tem por objetivo o estudo da inter-relação entre o trabalho do homem e o da máquina, identificando os tempos ociosos de ambos e balanceando a atividade do posto de trabalho. ¾ IDEF0 a IDEF9: Diagramas que representam um desenho do comportamento dos clientes. 19 (De Mello, 2008) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 61 Técnicas de Coleta de Dados De acordo com o CBOK, existem diversas técnicas para a captura das informações necessárias ao mapeamento e modelagem de processos de trabalho. As principais são20: ¾ Observação direta - é uma boa alternativa para entender em detalhes o processo atual. Possibilita descobrir atividades e tarefas que não poderiam ser reconhecidas de outra maneira e pode ser efetiva para identificar variações e desvios que ocorrem no trabalho diário. Entretanto, por ser limitada necessariamente a uma pequena amostragem, pode não capturar o intervalo de variações ao longo de grupos e localizações. Observação direta também envolve o risco de que os executores possam fazer o que pensam que se deseja ver, em vez do que normalmente fazem. ¾ Entrevistas - podem criar um senso de propriedade e participação no processo de modelagem e documentação de processos de negócio. Tal abordagem requer um mínimo de tempo e interrupção do trabalho do dia-a-dia dos participantes. Entretanto, pode tomar mais tempo agendando e conduzindo entrevistas do que outros métodos. Pode ser difícil, mais tarde, construir um fluxo de processo coeso e mapear as diferentes visões em uma visão única. Essa técnica geralmente requer acompanhamento e, às vezes, não identifica todas as atividades para descrever completamente o processo. ¾ Observação e feedback por escrito - requer tempo e interrupção na execução das tarefas. Normalmente, informações podem ser coletadas dessa forma. Entretanto, frequentemente tende a apresentar as mesmas dificuldades encontradas em entrevistas individuais, tais como tomada de mais tempo, falta de alguma informação, tempo gasto reconciliando diferenças de opinião ou quando o mesmo trabalho tem sido descrito de forma diferente por pessoas diferentes, podendo demandar acompanhamento. ¾ Workshops estruturados - são focados, facilitando reuniões quando houver suficientes profissionais com conhecimento e pessoas impactadas pelo assunto, reunidos para criar o modelo de forma interativa. Oferece a vantagem de encurtar tempo necessário para desenvolver os modelos, criando maior senso de propriedade pelos 20 (Association of Business Process Management Professionals, 2009) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 61 participantes do workshop do que outras técnicas. Workshops estruturados podem também apresentar a vantagem de um facilitador habilitado em técnicas de modelagem normalmente não conhecidas pelos participantes do processo. Entretanto, devido ao eventual custo com viagem e despesas que podem ser requeridos, workshops tendem a ser mais caros do que outros métodos. Geralmente, os modelos produzidos em workshops exigem menos acompanhamento e geram uma descrição comum acordada de um processo de maneira mais rápida e com melhor qualidade do que outras técnicas. ¾ Videoconferência - pode ser utilizada para ganhar muitos dos mesmos benefícios que os workshops presenciais oferecem, mas funciona melhor com resultado com grupos menores. Videoconferência pode ser mais conveniente e menos cara quando os participantes estão muito distantes um do outro. Utilizar esse tipo de tecnologia realmente depende da existência de facilitadores que tenham habilidade no uso dessas técnicas. Nos workshops realizadosdessa forma, pode ser mais difícil de monitorar e gerenciar a participação individual no trabalho em grupo. Nível de Maturidade em Processos Nem todas as organizações detêm os mesmos conhecimentos e habilidades no que toca a gestão dos seus processos de trabalho. Para DYDOLDU�D�³PDWXULGDGH´�GH�FDGD�RUJDQL]DomR�QR�GHVHQYROYLPHQWR�GH�VHXV� processos, foi desenvolvido um modelo de maturidade de processos de negócio, o Business Process Maturity Model21. Visão do CBOK O CBOK, em sua versão 2.0, trazia um modelo dividido em cinco níveis de maturidade. Os estágios eram os seguintes: inicial, gerenciado, padronizado, previsível e otimizado. Abaixo, podemos ver cada um destes estágios com mais detalhes: 21 (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 61 Níveis de Maturidade Nível 1 - Inicial Os processos são executados de maneira ad-hoc, o gerenciamento não é consistente e é difícil prever os resultados. Nível 2 ± Gerenciado A gestão equilibra os esforços nas unidades de trabalho, garantindo que sejam executados de modo que se possa repetir o procedimento e satisfazer os compromissos primários dos grupos de trabalho. No entanto, outras unidades de trabalho que executam tarefas similares podem usar diferentes procedimentos. Nível 3 ± Padronizado Os processos padrões são consolidados com base nas melhores práticas identificadas pelos grupos de trabalho, e procedimentos de adaptação são oferecidos para suportar diferentes necessidades do negócio. Os processos padronizados propiciam uma economia de escala e base para o aprendizado através de meios comuns e experiências. Nível 4 ± Previsível As capacidades habilitadas pelos processos padronizados são exploradas e devolvidas às unidades de trabalho. O desempenho dos processos é gerenciado estatisticamente durante a execução de todo o workflow, entendendo e controlando a variação, de forma que os resultados dos processos sejam previstos ainda em estados intermediários. Nível 5 ± Otimizado Ações de melhorias proativas e oportunistas buscam inovações que possam fechar os gaps entre a capacidade atual da organização e a capacidade requerida para alcançar seus objetivos de negócio. Tabela 1 - Maturidade de Processos. Adaptado de: CBOK 2.0. Fonte: (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011) Este modelo, entretanto, foi revisado na terceira versão do CBOK. Deste modo, este guia de conhecimentos no gerenciamento de processos de trabalho atualmente indica outros cinco estágios de maturidade: inicial, gerenciado, definido, gerenciado quantitativamente e em otimização. Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 61 Neste modelo, a maturidade da organização é medida por um conjunto de processos, não só cada processo isoladamente. Desta forma, é necessário que todos os processos atinjam nível de maturidade ³GHILQLGR´ para que a empresa seja certificada com nível ³GHILQLGR´. Este modelo é derivado do CMMI (Capability Maturity Model ± Integration ou Modelo de Maturidade em Capacitação - Integração). Abaixo, podemos ver um gráfico com os cinco níveis de maturidade do CBOK V 3.0: Tabela 2 - Níveis de Maturidade do CBOK V 3.0. Fonte: (ABPMP - Association of Business Process Professionals, 2014) Visão da SDPS Outra classificação é a da SDPS (Society for Design and Process Science). Esta visão de maturidade de processos segue a definição de seu ciclo de gestão, ou seja, os níveis estão relacionados com cada uma das etapas do conhecimento dos membros envolvidos e da minimização dos riscos de efeitos indesejados nos processos. Abaixo, podemos ver cada um dos níveis de maturidade na visão da SDPS22: Níveis de Maturidade da SDPS 22 (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011) Inicial Gerenciado Definido Gerenciado Quantitativamente Em Otimização / Otimizado Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 61 Nível 1 ± Processos modelados Os processos são identificados a partir de seus valores, de seus impactos / motivações / características, de seus papéis (valor adicionado, insumo, referência, infraestrutura), das sincronias envolvidas (critérios, condições / ações, atividades) e de seus efeitos colaterais. Nível 2 ± Processos simulados Os processos são simulados a partir da introdução de dados estimados (quantidades, filas, tempos de espera, tempos de transformação, distribuições estatísticas, valores máximo / mínimo / médio, etc) que nos permitem a criação e a análise de cenários distintos, reduzindo os riscos da implantação e induzindo, quando necessário, mudanças nos modelos de processos. Nível 3 ± Processos emulados Os processos são emulados a partir da coexistência de dados da realidade junto aos dados estimados, permitindo um maior refinamento dos cenários e dos possíveis impactos e, novamente, minimizando a possibilidade de efeitos indesejáveis. Nível 4 ± Processos encenados Os processos são realizados conforme os modelos desenhados, simulados e emulados, e a observação das novas condições exigidas pela realidade induz a permanentes adequações dos requisitos de processo. Nível 5 ± Processos interoperados Os processos são executados e geridos além das fronteiras organizacionais, promovendo cadeias de valor entre instituições como, por exemplo, no caso da execução de políticas públicas. Processos e certificação ISO 9000:2000 A gestão por processos está muito relacionada com a gestão da qualidade, pois a gestão dos processos de trabalho é fundamental para que uma organização mantenha seus clientes satisfeitos. As ISO 9000 são, portanto, normas internacionais que estabelecem requisitos para sistemas de qualidade. Este nome (ISO) é derivado do próprio nome da instituição que criou as normas (em inglês: International Organization for Standardization). Essa organização foi criada em 1947 e conta com mais de 130 países membros. Aqui no Brasil, é representada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ± ABNT. Segundo a ISO 900023, gestão da qualidade é conjunto de 23 (ABNT, 2000) apud (Valls, 2004) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 61 ³Atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização no que diz respeito à quDOLGDGH´ De acordo com a ABNT, os oito princípios de gestão da qualidade que devem ser seguidos pelos gestores para melhorar o desempenho são24: Figura 9 - Princípios da Gestão da Qualidade Vejam que a gestão por processos é um dos princípios da gestão da qualidade. A ISO 9000:2000, existe um foco ainda maior na gestão por processos. Os itens mais importantes são25: 9 Satisfação do cliente; 9 Melhoria contínua; 9 Processos. Assim sendo, o enfoque ou abordagem de processos engloba uma visão da organização baseada em seus processos, e não em seus departamentos ± a visão tradicional da gestão.24 (ABNT ± Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2000) 25 (Zacharias, 2001) apud (Valls, 2004) Princípios da Qualidade Foco no cliente Liderança Envolvimento de pessoas Abordagem de processo Abordagem sistêmica para a gestão Melhoria contínua Abordagem factual para tomada de decisão Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 61 Esta gestão tradicional causa uma dificuldade na coordenação entre os vários setores envolvidos em um processo de trabalho. Cada área busca apenas seus objetivos internos e perde o foco nas necessidades dos clientes. A dificuldade na comunicação e na harmonização dos esforços gera desperdícios e perda de competitividade, além da insatisfação dos clientes. Na abordagem de processos, os profissionais envolvidos em um processo devem trabalhar juntos e conhecer as demandas e problemas de cada área. Esta seria uma visão horizontal da instituição, que olha para seus IOX[RV�GH�WUDEDOKR�H�QmR�DSHQDV�SDUD�DV�³FDL[LQKDV´�RX�GHSDUWDPHQWRV�� As normas ISO 9000 buscam, através de uma maior padronização dos processos, uma previsibilidade no fornecimento de bens e serviços, a redução dos custos de operação e dos riscos envolvidos no negócio. Agora, a adoção destas normas não garante nenhum produto com qualidade. Prestem atenção nisso! Em provas, é muito recorrente que as bancas afirmem algo como: a observância das normas ISO 9000 ³JDUDQWHP´�XP�SURGXWR�GH�TXDOLGDGH. Estas normas ISO 9000 não são suficientes, por si só, para que uma empresa garanta a qualidade de seus produtos. São requisitos necessários, mas não suficientes! Além disso, estas normas não são limitadas ao setor privado! Podem e devem ser utilizadas no setor público, bem como diversos tipos de empresas (como indústria, serviços, comércio etc.), bem como podem ser utilizadas por organizações de tamanhos variados. Noções de Estatística Aplicada ao Controle e à Melhoria de Processos O conhecimento de estatística é fundamental na análise e na melhoria de processos organizacionais. Somente com base em opiniões e no ³DFK{PHWUR´�GRV�JHVWRUHV��p�PXLWR�GLItFLO�ID]HU�XP�GLDJQyVWLFR�FRUUHWR�VREUH� os resultados de um processo. Para podermos analisar um processo corretamente, necessitamos de uma análise com base em dados e indicadores de desempenho. Para isso, utilizamos diversas ferramentas estatísticas, que iremos apresentar aqui. Nosso intuito não será, naturalmente, de esgotar o assunto e trabalhar as equações matemáticas envolvidas nos estudos estatísticos, mas somente de explicar como a estatística pode auxiliar o trabalho dos administradores e quais são os principais conceitos. Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 61 População e Amostra Quando queremos estudar algum fenômeno, devemos entender e identificar a população envolvida. Este conceito significa todos os ³HYHQWRV´�RX�LQWHJUDQWHV�GR�IHQ{PHQo trabalhado. Alguns autores também chamam esse conceito de universo. Assim sendo, se estivermos analisando o comportamento dos brasileiros perante o casamento, por exemplo, o universo englobaria todos os cidadãos brasileiros. Quando estamos nos referindo a um processo de trabalho, a população poderia ser descrita como todos os resultados apresentados pelo processo (produtos, serviços, etc.). Naturalmente, o controle ou a avaliação de toda uma população seria extremamente caro e demorado (como ocorre no Censo). Com isso, utilizamos ferramentas estatísticas para podermos analisar partes da SRSXODomR��(VWDV�³SDUWHV´�VmR�FKDPDGDV�GH�amostras. Uma amostra é, portanto, um subconjunto qualquer da população26. De acordo com Maranhão e Macieira, ³8VXDOPHQWH�Ki�JUande dificuldade e por vezes até há impossibilidade de tratar com toda a população. Isso se dá por uma questão de custos ou até mesmo por impossibilidade WpFQLFD��´ Assim, ao analisarmos um processo, deveremos escolher uma amostra que represente de maneirD�FRUUHWD�R�SURFHVVR�FRPR�XP�³WRGR´��� 26 (Maranhão & Macieira, 2010) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 61 Figura 10 - População e Amostra. Adaptado de: (Maranhão & Macieira, 2010) A característica mais importante então ao analisarmos uma amostra é a sua representatividade. Uma amostra é representativa quando ela tem as mesmas (ou semelhantes) características da população ou universo da qual ela foi retirada. Deste modo, em uma pesquisa de opinião devemos ter o cuidado de escolher um número de entrevistados que, somados, sejam um reflexo do total das pessoas envolvidas. Média e Variabilidade Quando estudamos os processos, temos dois tipos de medidas estatísticas importantes: as medidas de tendência (ou posição) e as medidas de variabilidade (ou dispersão). As principais medidas de tendência são: 9 Moda, 9 Média, 9 Mediana. A moda é o resultado mais frequente de um rol de dados. Pelo próprio nome, é o resultado que mais aparece. Vamos ver isso na prática? Imagine que estamos analisando o tempo de produção, em minutos, de um brinquedo. Os resultados analisados são os abaixo: ? ?ǡ� ? ?ǡ� ? ?ǡ� ? ?ǡ� ? ?ǡ� ? ?ǡ� ? ?ǡ� ? ?ǡ� ? ? População Amostra Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 61 Vejam que o resultado que mais aparece é o de 38 minutos. Essa seria a moda desses dados. Já a média mostra o ponto exato em que a soma dos valores à esquerda seria o mesmo da soma dos valores à direita. A soma dos resultados do processo citado seria o abaixo: ?н ? ? ? ? ?н ? ?н ? ? ?н ? ? ? ?38,11 Já a mediana DSRQWDULD�R�SRQWR�³PpGLR´�GRV�UHVXOWDGRV��$�GLIHUHQoD� para a média é de que aqui não estamos falando dos resultados somados, mas da quantidade dos resultados. Ou seja, se nosso rol de dados aponta QRYH�³UHVXOWDGRV´�RX�GDGRV��D�PHGLDQD�p�R�TXLQWR�GDGR�GD�DPRVWUD�� $VVLP�VHQGR��R�TXLQWR�GDGR�VHULD�D�³SRVLomR�FHQWUDO´�GRV�GDGRV�GD� amostra. Portanto, nossa mediana seria 38 minutos, como descrito abaixo: ? ?ǡ� ? ?ǡ� ? ?ǡ� ? ?ǡ�ǡ� ? ?ǡ� ? ?ǡ� ? ?ǡ� ? ? Já as medidas de variabilidade apontariam quanto os dados são dispersos em relação à média27��$VVLP��TXDQWR�PDLV�³HVSDOKDGRV´��PDLRU� sua variabilidade. As medidas de variabilidade mais importantes são: a amplitude, a variância e o desvio padrão. Esse último é considerado um indicador importante na análise dos processos. De acordo com Maranhão e Macieira, ³4XDQGR�RV�YDORUHV�GRV�UHVXOWDGRV�GH�XP�SURFHVVR� são significativamente dispersos em torno da média, podemos suspeitar que o desvio-padrão é ³JUDQGH´� �RX� D� YDULDELOLGDGH� GR� SURFHVVR� p� ³JUDQGH´�� H� TXH� R� SURFHVVR� p� LPSUHFLVR� RX� LUUHJXODU´� Desta maneira, ao analisarmos os resultados de um processo, temos de avaliar os dados da média e do desvio-padrão, pois isto nos fornece um diagnóstico de como estão os resultados médios e qual é a precisão do processo (ou qual é a sua regularidade). 27 (Maranhão & Macieira, 2010) Noções de Administração p/ Anvisa Teoriae exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 61 Melhoria dos Processos Para melhorarmos um processo, temos de melhorar a sua média (aumentar ou reduzir, de acordo com a situação) e sempre reduzir sua variabilidade28. Vamos voltar ao nosso caso citado? Se o processo de fabricação de um brinquedo está apresentando os resultados analisados abaixo, um de nossos objetivos será o de baixar o valor da média. ?н ? ? ? ? ?н ? ?н ? ? ?н ? ? ? ?38,11 Dessa forma, o ideal é produzir em menos tempo, não é mesmo? Assim, ao reduzirmos o tempo médio de fabricação, ganharemos eficiência. Outro objetivo importante é o da redução da variabilidade. Isto decorre do fato de que não nos adianta muito ter uma boa média se os resultados variam muito. No caso em questão, a redução da variabilidade do tempo gasto na produção nos forneceria uma maior previsibilidade do processo de fabricação ± auxiliando no planejamento. Além disso, a previsibilidade também é fundamental quando estamos falando dos requisitos de qualidade e do tempo de entrega ao cliente, por exemplo. A moderna gestão da qualidade é focada exatamente na redução da variabilidade dos processos de trabalho. Dentre os programas mais conhecidos que focam nesse ponto, podemos citar o Six Sigma, programa desenvolvido na Motorola nos anos 80 que tem como objetivo reduzir o número de problemas para menos de 3,4 partes por milhão. Lean Management Uma Gestão Enxuta está baseadD� QR� PRGR� ³OHDQ´� RX� HQ[XWR� GH� produzir e gerenciar. E o que é isto? Basicamente, uma instituição que GHVHMD�VHU�³HQ[XWD´�GHYH�HVWDU�EDVHDGD�HP�WUrV�REMHWLYRV��entregar valor ao cliente, eliminar desperdícios e melhorar continuamente os processos. 28 (Maranhão & Macieira, 2010) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 61 O Lean MaQDJHPHQW� HVWi� UHODFLRQDGR� FRP� D� ILORVRILD� ³/HDQ´�� TXH� busca reduzir desperdícios e focar esforços no que realmente os clientes desejam. O modelo de produção enxuta foi desenvolvido inicialmente pela HPSUHVD�7R\RWD�H�p�FRQKHFLGR�SHOR�WHUPR�³7R\RWLVPR´�� Este modelo é muito associado com a produção puxada, um modo de produção em que a empresa só começa a fabricação daqueles itens que estão sendo demandados pelo mercado no momento, reduzindo consequentemente os seus estoques e suas perdas. Apesar de ter sido desenvolvida nas fábricas japonesas, a filosofia Lean não ficou restrita ao modelo de fabricação, às indústrias. Da produção enxuta (Lean Manufacturing), as empresas evoluíram para a gestão enxuta, que está relacionada com gastar menos energia e oferecer valor aos clientes, em todos os setores econômicos e produtivos, inclusive no de serviços. A gestão enxuta, ou Lean Management, busca alinhar as estratégias da organização, e por meio de uma estrutura apropriada e do fortalecimento das forças competitivas, garantir a melhoria dos processos29. De acordo com Jackson e Jones, existem nove diretrizes (ou áreas- chave) para a implementação do Lean Management em uma organização30: 1 Foco no cliente: alinha-se com a ideia de um nível zero de insatisfação dos clientes. 2 Liderança e estratégia: é a capacidade do time gerencial de traduzir os requerimentos dos clientes em uma política concreta e objetiva, com metas claras e comunicáveis. 3 Organização enxuta: refere-se à estrutura de interação entre times e áreas, que deve ser estabelecida para minimizar redundâncias e capacidade administrativa requerida pelas operações. 4 Parcerias: é o conjunto de relacionamentos e alianças de longo prazo, baseado na confiança e que envolve empregados, fornecedores e sociedade. 5 Arquitetura da informação: refere-se à estrutura de criação e distribuição de informações que dê suporte à estrutura organizacional. 6 Cultura de melhoria: diz respeito à capacidade de times e indivíduos analisarem as defasagens em relação à estratégia e problemas de qualidade para encontrar as causas raízes e conceber, implementar e padronizar as soluções efetivas. 29 (Jackson e Jones, 1996) apud (Borchardt, Sellitto, & Pereira, 2007) 30 (Jackson e Jones, 1996) apud (Borchardt, Sellitto, & Pereira, 2007) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 61 7 Produção enxuta: inclui a utilização de técnicas para a redução de perdas. 8 Manutenção enxuta: refere-se à abordagem da Manutenção Produtiva Total (TPM) que garante eficiência, precisão e facilidade na operação e manutenção, além de disponibilidade de máquinas, equipamentos e sistemas. 9 Engenharia enxuta: refere-se à prática da engenharia simultânea ou outros métodos para o desenvolvimento de novos produtos de forma rápida e consistente. Reengenharia Ao contrário da perspectiva da gestão da qualidade, que busca melhorias contínuas dos processos, a Reengenharia busca mudanças radicais destes processos. De acordo com Hammer e Champy31, a reengenharia é: ³O repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais que visam alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos e contemporâneos de desempenho, tais como custos, qualidade, atendimento e velocidade. ´ Desta maneira, a Reengenharia não está pensando em melhorar aos poucos e de modo contínuo o que já existe. Ela parte do ponto zero, ou seja, o processo deve ser analisado desde seu princípio. Até mesmo a necessidade ou não do processo deve ser analisada. Talvez o processo deva ser até eliminado totalmente. A empresa deve ³FRPHoDU�GH�QRYR´�� O objetivo deve ser o de questionar o que é feito, por quem é feito, porque é feito, para quem, etc. 31 (Hammer & Champy, 1994) Reengenharia Envolve mudanças radicais, através de uma reestruturação dos processos, para conseguir melhorias drásticas. Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 61 Neste processo de Reengenharia, os principais processos da organização devem ser revistos totalmente. E devem ser desenhados de modo a enfrentar da melhor forma os desafios atuais da organização, ao contrário de buscar melhorias em processos já existentes (que talvez não tenham mais valor). Para conseguir alcançar estas mudanças radicais nos processos, as empresas devem utilizar as novas tecnologias da informação disponíveis para melhorar os fluxos de informação. Assim, muitas atividades e tarefas podem ser eliminadas, pois o fluxo de informação passa a ser mais rápido, possibilitando a tomada de decisão mais rápida e o andamento mais célere (rápido) do processo. De acordo com o Hammer e Champy32��³D�WHFQRORJLD�GD�LQIRUPDomR� age como um capacitador, permitindo às organizações realizar o trabalho GH�IRUPDV�UDGLFDOPHQWH�GLIHUHQWHV´. Cabe aqui, porém ressaltar um ponto que muitas vezes é cobrado em provas: A Reengenharia não é sinônimo de dowsizing! Este é um termo ligado com uma redução de pessoal e estrutura física (de capacidade produtiva) para que as organizações possam se adaptar a uma situação de demanda PHQRU��2�GRZQVL]LQJ�VHULD�R�³ID]HU�PHQRV�FRP� PHQRV´��HQTXDQWR�D�5HHQJHQKDULD�VHULD�R�³ID]HU�PDLV�FRP�PHQRV´33! Veja abaixoas principais características da reengenharia: Figura 11 - Características da Reengenharia 32 (Hammer & Champy, 1994) 33 (Hammer & Champy, 1994) Análise dos fundamentos dos processos Mudanças radicais Melhorias drásticas de desempenho Orientação para processos Reengenharia Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 61 Vamos praticar agora? (CESPE ± MIN. ESPORTE - ADMINISTRADOR) Uma das principais práticas da reengenharia organizacional é a eliminação das barreiras funcionais, por meio da reorganização das atividades em processos. A Reengenharia de processos busca mudanças drásticas nos processos das organizações. Para que estas mudanças aconteçam, muitas vezes é necessária uma reorganização do modo de funcionamento das empresas, ou seja, a eliminação de barreiras entre RV�VHWRUHV�HP�EXVFD�GH�XPD�YLVmR�GH�³WRGR´�� Com isso, a gestão passa a focar nos processos e não nos departamentos envolvidos. O gabarito é questão correta. Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 61 Resumo Memorex Definição de Processo De acordo com Davenport, um processo é uma série de atividades estruturadas para produzir um produto ou serviço para um cliente ou mercado em particular. Esquema básico de um Processo Tipos de Processo Classificação de Gonçalves Classificação de acordo com a geração de valor para o cliente Classificação de acordo com o fluxo Processos de negócios Processos primários Verticais Processos organizacionais Processos de suporte Horizontais Processos gerenciais Níveis de detalhamento dos processos Macroprocesso Gera um alto impacto e envolve, normalmente, diversas áreas da empresa. Processo Somatório de atividades e/ou subprocessos interrelacionados. Subprocesso É XP�SURFHVVR�TXH�HVWi�LQVHULGR�³GHQWUR´� de outro processo. Atividade São trabalhos executados nos processos. Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 61 Tarefa É um elemento ainda menor. Uma parte específica de uma atividade ou subdivisão de algum trabalho. Cadeia de Valor De acordo com Porter34 - ³Cadeia de Valor é o conjunto de atividades tecnológicas e econômicas distintas que uma organização utiliza para entregar produtos H�VHUYLoRV�DRV�VHXV�FOLHQWHV�´ Principais Técnicas de Mapeamento de Processos SIPOC É uma ferramenta usada por um time para identificar todos os elementos pertinentes de um projeto de melhoria de processo antes de o trabalho começar Blueprinting Representa um fluxograma de todas as transações integrantes do processo de prestação de serviço Fluxograma Técnica que permite o registro de ações de algum tipo e pontos de tomada de decisão que ocorrem no fluxo real Mapofluxograma Segundo Barnes (1982), o mapofluxograma é um fluxograma desenhado sobre a planta de um edifício ou layout para visualizar melhor o processo. Diagrama homem- máquina Tem por objetivo o estudo da inter-relação entre o trabalho do homem e o da máquina, identificando os tempos ociosos de ambos e balanceando a atividade do posto de trabalho. IDEF0 a IDEF9 Diagramas que representam um desenho do comportamento dos clientes. Principais Técnicas de Captura de Informações para o Mapeamento e Modelagem de Processos Observação direta Entrevistas 34 (Martins, Humberto Falcão & Marini, 2010) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 61 Observação e feedback por escrito Workshops estruturados Videoconferência Nível de Maturidade em Processos Visão CBOK V2.0 Visão CBOK V3.0 Visão SDPS Nível 1 - Inicial Inicial Nível 1 ± Processos modelados Nível 2 ± Gerenciado Gerenciado Nível 2 ± Processos simulados Nível 3 ± Padronizado Definido Nível 3 ± Processos emulados Nível 4 ± Previsível Gerenciado Quantitativamente Nível 4 ± Processos encenados Nível 5 ± Otimizado Em Otimização / Otimizado Nível 5 ± Processos interoperados ISO 9000 e a Gestão de Processos As normas de qualidade ISO 9000 buscam, através de uma maior padronização dos processos, uma previsibilidade no fornecimento de bens e serviços, a redução dos custos de operação e dos riscos envolvidos no negócio. Atenção: a adoção destas normas não garante nenhum produto com qualidade. São requisitos necessários, mas não suficientes! Além disso, estas normas não são limitadas ao setor privado! Podem e devem ser utilizadas no setor público. Reengenharia Análise dos fundamentos dos processos Mudanças radicais Melhorias drásticas de desempenho Orientação para processo Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 61 Questões Comentadas 1. (CESPE ± DPU - AGENTE ± 2016) O gestor de processos, no âmbito da administração pública, deve dar atenção especial àqueles que ultrapassam as fronteiras da instituição, como ocorre geralmente na execução de políticas públicas. No setor público, muitos processos não estão limitados a um só órgão ou ministério. Na verdade, os principais processos no setor público (aqueles que entregam serviços à sociedade) envolvem diversos órgãos diferentes, o que torna sua gestão e melhoria muito mais complexa. Chamamos esses processos que envolvem várias áreas de ³processos transversais´, pois eles ³atravessam´ a estrutura dos órgãos e envolvem diversos setores. De acordo com o Ministério do Planejamento35, ³Uma característica importante dos processos é a interfuncionalidade, segundo Gonçalves. Embora existam processos realizados inteiramente em uma unidade funcional, os principais processos de uma instituição (sobretudo os processos de negócio) atravessam as fronteiras das áreas funcionais, sendo conhecidos como processos transversais, transorganizacionais (crossorganizational), interfuncionais, interdepartamentais ou horizontais. Tais processos são executados de IRUPD�WUDQVYHUVDO�j�HVWUXWXUD�³YHUWLFDO´��WtSLFD�GDV� organizações estruturadas funcionalmente. Além disso, no caso da Administração Pública, deve ser dada importância especial aos processos que ultrapassam as fronteiras das instituições, como ocorre na execução de políticas públicas��´ Deste modo, no setor público devemos sempre estar atentos a esses processos que geram maior impacto na vida da população e que envolvem mais de um órgão na sua execução. O gabarito é, portanto, questão certa. 2. (CESPE ± DPU - AGENTE ± 2016) A gestão de processos está relacionada com o aprimoramento do funcionamento organizacional. A respeito desse assunto, julgue o item a seguir. 35 (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 61 Os conceitos relacionados à gestão de processos organizacionais incluem as técnicas de brainstorming, melhoria contínua, mapeamento de processos e reengenharia. Por meio da reengenharia, realiza-se o desenho de fluxogramas das tarefas e, pelos mapas, é possível promover a medição de custos, resultados e produtividade. A questão trata do conceito de Reengenharia e tem uma ³pegadinha´. Ao contrário da perspectiva da gestão da qualidade, que busca melhorias contínuas dos processos, a Reengenharia busca mudanças radicais destes processos. De acordo com Hammer e Champy36, a reengenharia é: ³O repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais que visam alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos e contemporâneos de desempenho, tais como custos, qualidade, atendimento e velocidade. ´ Desta maneira, a Reengenharia não está pensando em melhorar aos poucos e de modo contínuo o que já existe. Ela parte do ponto zero, ou seja, o processo deve ser analisado desde seu princípio. Até mesmo a necessidade ou não do processo deve ser analisada. Talvez o processo deva ser até eliminado totalmente. A empresa deve ³FRPHoDU�GH�QRYR´��Portanto, a Reengenharia não irá apenas ³desenhar´ o processo existente, como a banca afirmou. O gabarito é questão errada. 3. (CESPE - ANATEL - TÉCNICO ± 2014) As normas da série ISO 9000 constituem ferramentas de normatização de processos de trabalho que garantem padrões adequados de qualidade aos serviços prestados pelas organizações. As normas ISO são normas internacionais que buscam estabelecer requisitos de um sistema de gestão da qualidade. O problema da questão, entretanto, é a parte em que a banca diz que essas normas "garantem" os padrões de qualidade adequados aos serviços prestados. Infelizmente, a aplicação das normas ISO não garante, isoladamente, que a organização atinja um nível adequado de qualidade em seus serviços prestados. O gabarito é questão errada. 36 (Hammer & Champy, 1994) Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 61 4. (CESPE - TJ-CE - TÉCNICO ± 2014) Acerca da gestão de processos, assinale a opção correta. a) Geração de pedidos e atendimento a clientes são exemplos de processos periféricos em uma organização. b) Em uma secretaria de educação, as áreas de contabilidade e compras executam processos de apoio ao funcionamento da secretaria. c) As áreas de desenvolvimento de projetos de uma organização da construção civil são consideradas áreas de apoio. d) Na área de atendimento ao cliente, não se desenvolvem processos centrais das organizações. e) A gestão de um processo deve ser executada por especialistas de uma área específica da organização. A letra A está errada, pois a geração de pedidos e o atendimento a clientes costumam ser processos finalísticos, e não periféricos. Desse modo, não seriam processos de suporte. Já a letra B está correta. Em uma secretaria de educação, os processos finalísticos estão relacionados com sua finalidade: prover educação, melhorar o nível educacional da população. As áreas de contabilidade e de compras seriam sim relacionadas a processos de suporte. No caso da letra C, processos relacionados com a gestão de projetos em uma construtora (que gerencia projetos como seu negócio principal) não são de suporte, mas sim finalísticos. A letra D está igualmente incorreta, pois a área de atendimento ao cliente pode ser sim uma área que concentra processos finalísticos. Finalmente, a gestão de um processo nem sempre é conduzida pelos especialistas das áreas específicas de cada área. O gabarito é a letra B. 5. (CESPE - CADE - AGENTE ± 2014) Atualmente, a gestão por processos é uma tendência nas organizações, visto que contribui para o aumento da qualidade e para a redução de custos dos produtos e serviços. A frase está correta. A Gestão de Processos tem ganhado espaço cada vez mais no mundo corporativo por ser uma ferramenta de melhoria dos processos de trabalho, gerando processos mais confiáveis, com maior qualidade nos produtos e serviços e redução dos custos envolvidos. O gabarito é mesmo questão certa. Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 61 6. (CESPE - CADE ± AGENTE ADMINISTRATIVO ± 2014) Na gestão por processos, as necessidades dos clientes são traduzidas como requisitos de processos a serem desenvolvidos pela organização. O foco da gestão por processos está no cliente, nas suas necessidades e desejos. Desse modo, estes aspectos serão os requisitos a serem alcançados pelos processos de trabalho. Se, por exemplo, os clientes necessitam que um serviço seja prestado em no máximo 24 horas, o processo terá de ser desenvolvido tendo esse "requisito" como alvo. O gabarito é questão certa. 7. (CESPE - CADE ± AGENTE ADMINISTRATIVO ± 2014) Na administração pública, o sucesso na gestão de processos pode ser medido considerando-se a imagem organizacional e a satisfação dos cidadãos. Como a Administração Pública fornece diversos serviços públicos para seus cidadãos (seus "clientes"), esses serviços são fornecidos através de diversos processos de trabalho. Desse modo, podemos inferir que se os cidadãos estão satisfeitos com esses serviços, a gestão desses processos está alcançando sucesso. Ou seja, a gestão por processos pode sim ser avaliada pela imagem da organização perante seus cidadãos e a satisfação deles com os serviços prestados. O gabarito é mesmo questão certa. 8. (CESPE - MDIC ± AGENTE ADMINSTRATIVO ± 2014) Essencialmente, um ciclo de gerenciamento de processos inicia- se com o planejamento, visto que, nessa fase, são definidas as especificações de cada etapa do processo, desde os insumos até o objetivo final. Negativo. Na fase de planejamento não são definidas as especificações de cada etapa dos processos. Esse trabalho é feito no desenho e modelagem de processos. O gabarito é questão errada. 9. (CESPE - ANTAQ - TÉCNICO ± 2014) Qualquer atividade que utilize recursos para transformar entradas em saídas pode ser caracterizada como processo. Essa frase é confusa e levou muitos candidatos ao erro. O problema está na palavra "atividade". Um processo não pode ser apenas uma Noções de Administração p/ Anvisa Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 05 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 61 "atividade", mas uma série de atividades intercaladas que geram uma saída (um produto ou serviço). Desse modo, um processo não seria apenas uma qualquer atividade, mas sim uma sequência de atividades. Creio que a banca deveria ter anulado essa questão, mas o gabarito foi mesmo questão certa. 10. (CESPE - ANTAQ - TÉCNICO ± 2014) Em processos pautados no atendimento a cidadãos, as entradas são determinadas pelas necessidades da organização que realiza o processo. $�³SHJDGLQKD´�GD�TXHVWmR�p�TXH�QHVVHV�SURFHVVRV�DV�HQWUDGDV�VHULDP� não as necessidades da organização, mas as necessidades dos cidadãos. Naturalmente, os processos de trabalho visam resolver problemas das pessoas, dos cidadãos, e não da própria máquina estatal. O gabarito é mesmo questão errada. 11. (CESPE - ANTAQ - TÉCNICO ± 2014) A gestão por processos é utilizada nas organizações públicas como uma solução
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