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Estágio Supervisionado em Serviço Social III Aula 03 Online

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Aula 03 – Análise do Contexto Institucional
Introdução
Esta aula visa incentivar a busca de informações para uma análise institucional. Alguns conceitos como burocracia, correlação de forças, organização, mandante e mando, instituído e instituinte fazem parte do conjunto de conhecimento que iremos nos aproximar a partir do estudo do tema em questão. O assistente social trabalha, em seu cotidiano profissional, com as relações sociais e, nesta, é preciso colher dados e informações através de seus instrumentos de trabalho como entrevistas, estudo social, pareceres, entre outros, perfazendo ações de natureza investigativa. Sendo assim, a análise institucional deve ter em conta a necessidade de verificar empiricamente as formas e os sentidos como os valores, as representações e os sentimentos/estados sociais são mobilizados e utilizados pelos diversos atores sociais e protagonistas em cada situação, com que finalidades, com que efeitos, com que recursos, com que aliados.
Introdução
A análise institucional é uma abordagem que desenvolve um rol de conceitos e instrumentos para subsidiar análises e formulação de proposta de ações nas instituições. 
 A análise institucional surgiu, no Brasil, nos anos 1970, a partir de grupos de pesquisa de universidades brasileiras.
Esta aula visa incentivar a busca de informações para que se possa realizar uma análise institucional. 
Alguns conceitos como burocracia, correlação de forças, organização, mandante e mando, instituído e instituinte fazem parte do conjunto de conhecimento que iremos nos aproximar a partir do estudo do tema em questão.  
Encontramos vários autores que tratam da temática análise institucional, apresentado um diálogo de como realizá-la e quais são os elementos primordiais.
Vamos conhecê-los a seguir.
Yolanda Guerra – primeiras ideias
Yolanda Guerra apresenta a dimensão investigativa no exercício profissional para elaboração de conhecimento. Para esta autora, o Serviço Social deve ter como princípio norteador da ação profissional:
As dimensões investigativas e interventivas como dialéticas constituintes das competências e atribuições profissionais.
Estas dimensões são estabelecidas pela ABEPSS como fundamentais na formação profissional. Um perfil profissional deve construir um sólido referencial teórico-metodológico que possibilite a realização da análise crítica da realidade apresentada no cotidiano de trabalho. E para Yolanda Guerra (2009) este referencial está na teoria marxiana que permite estudar a realidade concreta.
Lembramos que a prática da pesquisa deve ser um elemento constitutivo do trabalho do assistente social para contribuir para um resultado qualitativo e competente. 
A pesquisa tem como caráter possibilitar a busca do conhecimento sobre as relações sociais, ou seja, como elas se estabelecem na sociedade capitalista.
Yolanda Guerra – importância do conhecimento prévio
Guerra fala sobre a necessidade de o profissional intervir, mas a partir do conhecimento prévio sobre a realidade, e descreve níveis e graus de conhecimento que embora aconteçam em diferentes momentos o são complementares.
Para ela, qualquer conhecimento se inicia na intuição, mas é preciso desvelar o senso comum. 
Por outro lado, quando o conhecimento é oriundo do entendimento, neste sentido, se limita a função de expressar a realidade tal como se apresenta. 
E o conhecimento oriundo da razão dialética é o nível mais alto do conhecimento, buscando entender o objeto em todos os seus significados.
Apesar de existir estes tipos de conhecimentos que permitem estudar e conhecer determinado objeto, a autora nos diz que nem toda investigação pode ser considerada pesquisa científica e nem todo conhecimento é teórico. 
 A pesquisa científica exige métodos, técnicas apropriadas e não pode ser identificada como mera sistematização de dados.
Yolanda Guerra – coleta de dados
O assistente social trabalha em seu cotidiano profissional com as relações sociais, e é preciso colher dados e informações através de seus instrumentos de trabalho como entrevistas, estudo social, pareceres, entre outros, perfazendo ações de natureza investigativa.
Yolanda Guerra (2009) nos fala que competência investigativa deve estar em consonância com um projeto ético-político, permitindo um fazer profissional comprometido com as transformações sociais, e prossegue dizendo:
“Se o conhecimento crítico não é um dos caminhos para a liberdade, autonomia, competência e compromisso, não se compreendem os novos cenários, não se enfrentam a barbárie social, não se combate a ofensiva neoliberal, não se estabelece alianças com a sociedade civil organizada, não se alcança novas legitimidades profissionais, não se efetiva os princípios e valores do projeto profissional, não se forma profissionais críticos e competentes, sem a pesquisa científica.” (p. 715).
Sendo assim, a pesquisa pode propiciar o desenvolvimento de competências profissionais e teórico-metodológico para compreender a realidade concreta, como também oferecer subsídios para a construção de competências políticas que permitem estudar e entender as relações sociais, os interesses políticos, os projetos societários e profissionais para auxiliar na formulação de ações profissionais.
Gregório Baremblitt – primeiras ideias
A segunda referência que iremos estudar é Gregório Baremblitt (1992) em sua obra Compêndio de análise institucional e outras correntes.
Este autor fala sobre como analisar cada instituição, cada organização e definir o que são as categorias fundamentais para a compreensão da instituição.
A análise institucional é composta por um corpo teórico bastante diversificado. Segundo Gregório Baremblitt, podemos considerá-la muito mais como um movimento institucionalista do que como uma teoria, já que ela visa “propiciar, apoiar, deflagrar nas comunidades, nos coletivos, nos conjuntos de pessoas, processos de autoanálise e processos de autogestão”. (p. 45)
Gregório Baremblitt – organização da vida em sociedade
A organização da vida em sociedade é produto da criação humana que está em movimento constante de construção e desconstrução na busca da organização social. Porém, algumas dessas produções tornam-se extremamente cristalizadas.
Gregório Baremblitt denomina esta cristalização como “instituído” que serve para regular as atividades humanas, essenciais para a vida em sociedade.
E nesta dimensão instituída, o movimento de criação continua existindo, sendo então denominado como “instituinte”, ou seja, uma abertura para experimentar do novo e para o questionamento das regras que estão em funcionamento. 
É o movimento de enfrentamento entre o que se encontra instituído e os movimentos instituinte que as transformações sociais vão se efetuando.
Todo grupo social que participa desta construção é portador de um saber sobre o cotidiano da instituição. Então precisamos nos aproximar e dialogar com tais grupos, a partir de uma postura investigativa em busca do conhecimento.
E a partir de processos de autoanálise e autogestão, os agentes sociais que ajudam a compor as instituições – neste caso incluindo os assistentes sociais - são capazes de construir um saber acerca de suas condições de trabalho e vida.
Considerar a dimensão transformadora da vida em sociedade é o objetivo da análise institucional, que busca valorizar a dimensão política da participação dos sujeitos e dos grupos na construção de sua própria realidade social.
Vicente Faleiros – primeiras ideias
A terceira obra estudada é de Vicente Faleiros (2009) que parte de uma perspectiva eclética de Marx e outros autores.
Faleiros diz que a atuação profissional esbarra em diversos elementos que são constitutivos da instituição ao qual está vinculada, elementos estes ligados a uma correlação de força ao qual o assistente social faz parte e que muitas vezes impossibilitam que a ação profissional se efetive de fato. Porque as instituições atuam sobre uma perspectiva do controle, da disciplina e do domínio dos indivíduos.
Estas características viabilizama coerção para a exploração da força de trabalho, impedindo a construção de um espaço aberto para o diálogo sobre as lutas de classes e as relações de forças.
Vicente Faleiros (2009) sustenta que a classe trabalhadora, ao se unir e exigir seus direitos se torna uma força ameaçadora para a sociedade capitalista. No entanto, o que encontramos, segundo este autor, são instituições com práticas clientelistas e burocráticas, permitindo um contexto de corrupção.
É nesta realidade que, por vezes, está o assistente social, encontrando-se limitado em sua prática profissional em decorrência das características que compõe as instituições.
Vicente Faleiros – forças
Uma análise institucional é fundamental para desvendar quais são as forças das quais atuam sobre a realidade, ou seja:
“A hegemonia do bloco dominante através do clientelismo, do autoritarismo e da burocracia envolve uma constante articulação da correlação de forças sociais que perpassam as instituições como lugar de luta”. (Faleiros, 2009:53)
Fazer uma análise da conjuntura, requer compreender onde o assistente social está inserido no contexto profissional, e propor mudanças estratégicas, determinando o objeto e as alternativas de ação.
Segundo o autor, para compreender a correlação de forças é importante antes entender o que são. Para isso, o autor se utiliza da perspectiva gramsciana, destacando que existem diferentes momentos ou graus de relações de força:
Relação de forças ligada a estrutura objetiva; e
Relação de forças políticas que permitem perceber o grau de homogeneidade.
René Lourau
Apresentamos uma quarta obra enquanto sugestão de leitura e reflexão sobre o tema desta aula.
René Lourau (1993) sociólogo francês, foi quem popularizou, no Brasil, a Análise Institucional Clássica; professor de sociologia, de ciência política e de ensino de ciências na Universidade de Paris VIII entre 1994 e 1999. 
Trata-se do mais importante teórico da análise institucional. Suas contribuições são destaques no campo científico.
René Lourau foi figura importante na Psicologia, na Antropologia e na Pedagogia pelas contribuições que empreendeu através de sua produção e obra.
Georges Lapassade
E por fim, sugerimos a leitura de Georges Lapassade (1989) que teve participação efetiva na elaboração da análise institucional e na sua consolidação nas ciências humanas interdisciplinares.
Foi um dos principais estudiosos que contribuiu na produção do campo da Análise Institucional Clássica.
Tendo ciência dessa imensa influência da Instituição dentro dos Grupos, os institucionalistas, por meio da análise institucional, tentam:
Evidenciar o que está encoberto (os valores instituídos),
Mostrar para o grupo esses pontos e fazer com que o mesmo passe a ser o questionador, responsável e consciente das suas ações.
Em outras palavras, ocorre produção de autonomia.
Pode-se tomar, portanto, esse método como sendo portador de transversalidade e que proporciona uma abertura, uma desconstrução dos valores predeterminados. Tal potencialidade é bastante importante, principalmente na atual conjuntura – a contemporaneidade trouxe uma nova visão de mundo, que corrobora com a ideia de autoanálise e autogestão. Lapassade, 1989.
Para o autor, a análise institucional estaria disposta a revelar os dispositivos, as manobras de exercício de poder que o Estado utiliza-se para alienar a sociedade. Algumas estratégias alienantes utilizadas pela Instituição seriam as ideologias e as repressões. 
Georges Lapassade junto a René Lourau, interessou-se tanto pela Psicanálise, quanto pela Filosofia, História da Ciência, Biologia à Medicina.
Conclusão
Após a leitura de alguns dos principais estudiosos sobre o tema desta aula, finalizamos resgatando o material citado na bibliografia de Yolanda Guerra quem apresenta uma reflexão sobre a análise institucional e o Serviço Social.
Segundo Yolanda Guerra, o Serviço Social deve ter como princípio norteador da ação profissional as dimensões investigativas e interventivas compreendendo-se como dialéticas constituintes das competências e atribuições profissionais. Tais dimensões são estabelecidas pela ABEPSS como importantes na formação profissional e na relação teoria e realidade.
Um perfil profissional em consonância com estas competências e atribuições profissionais deve ter um sólido referencial teórico-metodológico que permita um rigoroso tratamento analítico-crítico.
Este referencial para Guerra é encontrado na teoria marxiana que permite conhecer o real dos objetos analisados.
A pesquisa científica exige métodos, técnicas apropriadas e não pode ser identificada como mera sistematização de dados, embora faça parte do universo da pesquisa e seja de extrema importância para um momento pré-teórico.
Para realizar uma análise institucional, em termos, requer a princípio identificar a totalidade mais ampla (Instituição) e a totalidade de menor poder explicativo (Partes da Instituição). 
Elas não devem ser analisadas separadamente, pois só se explicam estando em relação umas com as outras, ou seja, a Instituição com as partes que a compõe.
Então reforçamos a leitura do material citado na bibliografia, como fonte final desta aula.

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