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* * * PRONTO ATENDIMENTO Edema Agudo de Pulmão: Cardiogênico e Não-Cardiogênico Belo Horizonte 2008 * * * Alunos: Adriane de Fátima Lourenço Pontelo Ana Cláudia Tomaz Barbosa Ana Flávia Oliveira Vieira Ana Luiza Andrade Anderson Antônio Roberto Daniele Braz Firmo Eloíse Azevedo Evangelista Larah Generoso de Castro Mariana Medeiros Reis Vera Lúcia Andrade * * * INTRODUÇÃO O edema agudo de pulmão é uma grave situação clínica caracterizada pelo acúmulo de líquido no pulmão dificultando as trocas gasosas, causando um desconforto respiratório grave, podendo ocorrer de maneira abrupta. Representa uma das principais causas de insuficiência e/ou desconforto respiratório que motivam a procura de unidades de emergência ou terapia intensiva. * * * DEFINICÃO EAP é uma insuficiência respiratória súbita e progressiva que possui diversos mecanismos desencadeantes, porém com alterações fisiopatológicas semelhantes. Corresponde ao extravasamento de líquido seroso para o espaço intersticial e/ou alvéolos pulmonares, resultando em: hipoxemia, comprometimento das trocas gasosas e diminuição da complacência pulmonar. * * * FISIOPATOLOGIA - As trocas gasosas ocorrem pela diferença de pressão de O2 do sangue e do alvéolo. * * * Formulada em 1896, pelo filósofo britânico Ernest Starling, a equação de Starling ilustra o rol das forças hidrostáticas e oncóticas no movimento de fluxo através das membranas capilares. Pressão hidrostática capilar (Pc) Pressão hidrostática intersticial (Pi) Coeficiente de reflexão, (R), um valor que é índice da eficácia da parede capilar para impedir a passagem de proteínas e que, em condições normais, se admite que é igual a 1, o que significa que é totalmente impermeável às mesmas e em situações patológicas inferior a 1, até alcançar o valor 0 quando pode ser atravessado por elas sem dificuldade. Pressão oncótica capilar (πc) Pressão oncótica intersticial (πi) Coeficiente de filtração (Kf), expressa a permeabilidade da parede capilar para os líquidos * * * PODE SER DE ORIGEM CARDIOGÊNICA E NÃO CARDIOGÊNICA * * * * * * ESTÁGIOS DO EAP Quando a ultrafiltração excede a drenagem de líquidos, os capilares linfáticos tornam-se completamente ingurgitados. O ultrafiltrado excedente, inicialmente, acumula-se no interstício do pulmão nas regiões peribrônquicas (estágio I); a seguir, ocorre acúmulo nos septos interalveolares (estágio II); e, por último, parcialmente (estágio IIIa) ou totalmente (estágio IIIb), na luz alveolar. * * * ETIOLOGIA POR DESEQUILÍBRIO DAS FORÇAS DE STARLING: -Aumento da pressão capilar pulmonar: . Aumento da P venosa pulmonar com ou sem Insuficiência do VE. . Aumento da P arterial pulmonar (hiperperfusão) -Diminuição da pressão oncótica plasmática . Hipoalbuminemia -Aumento da negatividade da pressão intersticial . Drenagem rápida de pneumotórax com aplicações de grandes pressões negativa . Episódios agudos e graves de asma * * * ETIOLOGIA POR ALTERAÇÕES DA PERMEABILIDADE DA MEMBRANA ALVEOLOCAPILAR (SARA): Pneumonia infecciosa Inalação de toxinas Endotoxinas Aspiração de conteúdo gástrico ácido Pneumonite aguda por irradiação Subst. vasoativas endógenas (histaminas, cininas) CIVD Imunológica Pulmão de choque associado a traumatismo não torácico Pancreatite hemorrágica aguda * * * ETIOLOGIA POR INSUFICIÊNCIA LINFÁTICA: . Após Tx pulmonar . Carcinomatose linfagítica . Linfangite fibrosante (silicose) POR MECANISMO DESCONHECIDO OU INCOMPLETAMENTE COMPREENDIDO: . EPAA . Edema pulmonar neurogênico . Overdose de narcóticos . Embolia Pulmonar . Eclâmpsia . Após cardioversão . Após anestesia . Após CEC * * * QUADRO CLÍNICO Dispnéia rapidamente progressiva; Taquipnéia; Tosse; Escarro espumoso e sangüinolento; Ansiedade; Sudorese; Palidez; Taquicardia; PA aumentada; Estertores bolhosos e roncos bilaterais; Ritmo de galope; Sopros cardíacos. * * * DIAGNÓSTICO Exame Físico: 1. Palidez, sudorese fria e cianose de extremidades 2. Ausculta respiratória: - Aumento na FR; - Sibilos; - Estertores crepitantes e subcrepitantes. 3. Ausculta cardíaca: - Prejudicada pela respiração ruidosa; - É possível detectar ritmo de galope, arritimias ou sopros que podem direcionar para a causa do evento. 4. A PA pode estar: - Elevada nos casos de crise hipertensiva; - Baixa nos níveis periféricos de choque como ocorre na estenose mitral e nas miocardiopatias em fase terminal. * * * EXAMES COMPLEMENTARES ECG: - útil para diagnóstico diferencial; - avaliar aumentos cavitários; - analisar repolarização ventricular e arritimias. Gasometria arterial: - hipóxia com hipocapnia; - hipóxia com hipercapnia; - Acidose mista. Ecocardiograma: - diagnóstico entre EAP cardiogênico e não cardiogênico; - diagnóstico etiológico; - evolução. * * * EXAMES COMPLEMENTARES Radiografia de tórax: É o estudo mais útil para o diagnóstico do edema agudo de pulmão e nos mostra a presença de líquido no espaço pulmonar, em ocasiões também se observa um aumento do tamanho do coração (cardiomegalia). * * * TRATAMENTO * * * * * * DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM Volume excessivo de líquidos relacionado a mecanismo reguladores comprometidos caracterizado por mudança no padrão respiratório e dispnéia. Troca de gases prejudicada relacionado a mudanças da membrana alvéolo-capilar evidenciada por frequência, ritmo, profundidade da respiração anormal. Ansiedade relacionada a ameaça de mudança no estado de saúde evidenciado por agitação. Débito cardíaco diminuído relacionado a ritmo/frequência cardíaca alteradas caracterizado por arritmias (taquicardia). Ventilação espontânea prejudicada relacionado a fadiga da musculatura respiratória evidenciado por uso aumentado da musculatura acessória. * * * CUIDADOS DE ENFERMAGEM Administração de oxigênio úmido, manter a permeabilidade das vias aéreas; Elevação do débito com os membros inferiores pendentes; Viabilizar acesso venoso; Auxiliar na entubação orotraqueal, caso seja necessário e aspiração; Administrar medicamentos conforme prescrição médica; Verificar o estado de sons respiratórios do paciente; Observar a excursão torácica e movimentos torácicos; Em pacientes conscientes avaliar a dor se fundamentando em informação pessoal; * * * CUIDADOS DE ENFERMAGEM Em pacientes que no podem se comunicar deve ser seguido, por parâmetros clínicos:medir freqüência cardíaca, freqüência respiratória, pressão arterial, verificar a postura e expressão facial do paciente; Aferir dados vitais; Manter carro de urgência próximo ao leito do paciente; Observar diurese e oferecer material para drenagem urinária (papagaio, comadre) após administração do diurético; Diminuir a ansiedade do paciente. * * * CONCLUSÃO O edema agudo de pulmão é uma das causas mais comuns de insuficiência respiratória vista nos hospitais onde há pronto atendimento. Pode ocorrer devido ao aumento da pressão hidrostática capilar e/ou aumento da permeabilidade dos capilares pulmonares. A forma mais comum é o edema pulmonar de origem cardiogênica. É de vital importância o aprimoramento e o conhecimento técnico-científico do enfermeiro para que este possa contribuir de forma efetiva na assistência dos pacientes em EAP, priorizando as necessidades clínicase prevenindo complicações tardias através de uma intervenção rápida e precisa. * * *
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