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COMPETÊNCIA EM
MATÉRIA AMBIENTAL
João Alfredo Telles Melo
Direito Ambiental – FA7
 FEDERALISMO COOPERATIVO: colaboração e 
solidariedade entre os entes políticos.
 Art. 1º. CF: A República Federativa do Brasil, 
formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal...
 COMPETÊNCIA: “faculdade juridicamente atribuída 
a uma entidade ou a um órgão ou a um agente do 
Poder Público para emitir decisões”.
 COMPETÊNCIAS: “são as diversas modalidades 
de poder de que se servem os órgãos ou entidades 
estatais para realizarem suas funções” (José 
Afonso da Silva)
 NORMAS DE COMPETÊNCIA são as que atribuem 
aos entes federados (União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios) matérias gerais e específicas 
para melhor administrar suas unidades federativas 
e proporcionar bem-estar à população.
 Essa REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS decorre 
do SISTEMA FEDERATIVO (Sirvinskas).
 Em matéria ambiental, compete ao Poder Público a 
responsabilidade de dar efetividade ao princípio 
matriz contido no art. 225 da C.F. (PrIncípio da 
Obrigatoriedade da Intervenção do Poder Público 
em matéria ambiental).
 SIRVINSKAS:
 No Brasil, o sistema federativo (...) prevê três niveis
de repartição de competência para o exercício e o 
desenvolvimento de suas atividades normativas.
 A doutrina dividiu essa repartição de competência 
em enumeração taxativa das competências da 
União, competência residual ou remanescente 
dos Estados e do Distrito Federal e competência 
dos Municípios no que se refere ao seu interesse 
local...
 Além de subdividir e competência material 
(exclusiva ou comum) e competência legislativa 
(exclusiva, privativa, concorrente e suplementar).
 COMPETÊNCIAS MATERIAIS (administrativa –
Poder de Polícia) E LEGISLATIVAS.
 COMPETÊNCIA MATERIAL EXCLUSIVA DA UNIÃO 
(Art. 21 da C.F.): permite à União desempenhar certas 
atividades de cunho político, administrativo, econômico 
ou social, que, por sua natureza, inserem-se na órbita 
do Poder Executivo, pressupondo o seu exercício a 
tomada de decisões governamentais e a utilização da 
máquina administrativa.
 Art. 21. Compete à União:
 IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de 
ordenação do território e de desenvolvimento 
econômico e social;
 XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de 
recursos hídricos e definir critérios de outorga de 
direitos de seu uso;
 XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, 
inclusive habitação, saneamento básico e transportes 
urbanos;
 XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de 
qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a 
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, 
a industrialização e o comércio de minérios nucleares e 
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e 
condições:
 a) toda atividade nuclear em território nacional somente 
será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação 
do Congresso Nacional;
 b) sob regime de concessão ou permissão, é autorizada 
a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos 
medicinais, agrícolas, industriais e atividades análogas;
 c) a responsabilidade civil por danos nucleares 
independe da existência de culpa;
 XXV - estabelecer as áreas e as condições para o 
exercício da atividade de garimpagem, em forma 
associativa
 COMPETÊNCIA MATERIAL COMUM (Art. 23, CF): repartida 
entre os entes da Federação para o cumprimento das tarefas 
em forma de cooperação.
 É a regra mais geral da competência material
 É competência comum da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios:
 III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor 
histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens 
naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
 VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em 
qualquer de suas formas;
 VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
 XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de 
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e 
minerais em seus territórios;
 Parágrafo único - Lei complementar fixará normas para a 
cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento 
e do bem-estar em âmbito nacional (Lei Complementar 
140/11).
 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA 
UNIÃO (Art. 22, CF): monopolística e concentrada 
no titular dessa competência.
 Art. 22. Compete privativamente à União legislar 
sobre:
 IV - águas, energia, informática, telecomunicações 
e radiodifusão;
 XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e 
metalurgia;
 XIV - populações indígenas;
 XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
 Parágrafo único - Lei complementar poderá 
autorizar os Estados a legislar sobre questões 
específicas das matérias relacionadas neste artigo.
 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE (Art. 
24, CF): permite que dois ou mais entes da Federação 
possam legislar sobre a mesma matéria (é a regra mais 
geral na competência legislativa)
 Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito 
Federal legislar concorrentemente sobre:
 I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico 
e urbanístico;
 VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da 
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, 
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
 VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, 
turístico e paisagístico;
 VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao 
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, 
histórico, turístico e paisagístico;
 § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a 
competência da União limitar-se-á a estabelecer 
normas gerais.
 § 2º - A competência da União para legislar sobre 
normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados.
 § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, 
os Estados exercerão a competência legislativa 
plena, para atender a suas peculiaridades.
 § 4º - A superveniência de lei federal sobre normas 
gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que 
lhe for contrário.
É concorrente a competência para legislar 
sobre florestas. O Código Florestal (antiga 
Lei 4771/65, atual Lei 12.651/12) passou a 
ser considerado NORMA GERAL depois da 
vigência da Constituição Federal de 1988, 
isso porque, cabendo a duas pessoas 
políticas legislar sobre a matéria, os 
dispositivos do Código Florestal passam a 
ser tidos como princípios gerais 
obrigatórios, podendo os Estados legislar 
sobre florestas, mas sem infringir as regras 
genéricas (Vladimir Passos de Freitas, 
citado por Sirvinskas).
 AUTONOMIA MUNICIPAL:
 Art. 18 - A organização político-administrativa da 
República Federativa do Brasil compreende a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, todos autônomos, nos termos desta 
Constituição.
 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DOS MUNICÍPIOS
 Art. 30 - Compete aos Municípios:
 I - legislar sobre assuntos de interesse local;
 II - suplementar a legislação federal e a estadual 
no que couber;
 Nada obsta que os Municípios possam legislar 
sobre matéria ambiental, desde que esteja 
presente o seu interesse peculiar ou local (...) 
podendo suplementar, no que couber, as 
legislações federal e estadual dentro do seu próprio 
interesse (Sirvinskas).
 Essa competência está subordinada às normas 
estaduais e federais, não podendo contrariá-las (...)
 (...) Sua tarefa é adequar essas normas às 
realidades locais e regular outros aspectos não 
previstos nas normas federais e estaduais, como 
por exemplo,algumas normas contidas nas leis de 
zoneamento municipal e no plano diretor (Juliana 
Pita Guimarães).
 A competência municipal, no dizer de Toshio Mukai, “é 
sempre concorrente com a da União e a dos Estados-
membros, podendo legislar sobre todos os aspectos 
do meio ambiente, de acordo com sua autonomia 
municipal (art. 18 da CF), prevalecendo sua legislação 
sobre qualquer outra, desde que inferida do seu 
predominantemente interesse; não prevalecerá em 
relação às outras legislações, nas hipóteses em que 
estas forem diretamente inferidas de suas 
competências privativas, subsistindo a do Município, 
entretanto, embora observando as mesmas”.
 Assim, não há antinomia real entre normas 
constitucionais, mas apenas aparente, cuja 
interpretação deverá ser solucionada pelos princípios 
constitucionais, tais como a da unidade, o da 
proporcionalidade, o da razoabilidade etc.
 (Sirvinskas).
 Não há dúvidas de que a competência dos Municípios 
em matéria ambiental faz-se necessária, especialmente 
por se tratar de seu peculiar interesse(...).
 Registre-se, ainda, que os Municípios poderá até 
restringir as normas estaduais e federais, tornando-as 
mais protetivas (SIRVINSKAS) – in dubio pro natura.
 OUTRAS COMPETÊNCIAS DO MUNICÍPIO (Art. 30):
 VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento 
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do 
parcelamento e da ocupação do solo urbano;
 IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural 
local, observada a legislação e a ação fiscalizadora 
federal e estadual.

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