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Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 57 AULA 00: Ortografia SUMÁRIO PÁGINA 1. Apresentação 1 2. Cronograma 2 3. Estudar gramática 3 4. Os sons da língua 4 5. Ortografia 14 6. Acentuação 19 7. Questões comentadas 26 8. Lista das questões apresentadas 43 9. Gabarito 57 Olá, amigos, bem vindos ao curso de Língua Portuguesa dirigido para o concurso de ingresso no cargo de Técnico Administrativo, da Agência Nacional de Águas – ANA; vocês, que escolheram a carreira no setor público, estão fazendo uma boa escolha. Além disso, recorreram ao Estratégia Concursos, uma opção lúcida, pois oferece uma preparação objetiva e consistente para a aprovação. Gostaria de me apresentar a vocês; meus caros, senti-me motivado para aceitar esta empreitada, pois posso dizer que tenho experiência tanto na área de língua portuguesa quanto nas provas de concurso. Tendo tido o privilégio de me formar na Faculdade de Letras, Ciências Humanas e Filosofia – FFLCH da Universidade de São Paulo – USP, trabalhei por algum tempo na área da Língua Portuguesa, no magistério, no ensino fundamental, médio e em cursos pré-vestibulares, e posteriormente na área editorial. Tive a felicidade de trabalhar com produção e edição de texto, experiências gratificantes e das quais guardo profundos ensinamentos. Posteriormente, ingressei no serviço público, em busca da tão sonhada estabilidade; meu primeiro cargo público foi na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, onde ingressei mediante concurso, em cargo de caráter efetivo. Hoje, sou Agente Fiscal de Rendas, da Secretaria da Fazenda - SP, aprovado no último concurso de 2009, uma carreira fiscal respeitável no Brasil, conforme sabem os concurseiros. Como vocês viram, é por essa razão que posso afirmar ter experiência dupla para ensinar Redação e Português para concursos; será raro vocês encontrarem, meus amigos, um concurseiro egresso da área de Letras Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 57 disposto a dividir essa experiência com vocês. É o que me proponho a fazer, espero que vocês achem proveitoso o que tenho a dizer. Agora vamos examinar o conteúdo do edital, que estabelece o programa para a prova. LÍNGUA PORTUGUESA (Para todos os cargos) Compreensão e interpretação de textos. Ortografia. Semântica. Morfologia. Sintaxe. Pontuação. Noções de redação de correspondências oficiais. Meus amigos, a banca, o instituto CETRO, elaborou um programa tão conciso quanto abrangente. Não foge ao que se pede em geral nas provas de concurso. Temos ainda o acréscimo da redação oficial, que estudaremos na última aula. Nosso curso será estruturado de forma a abranger todo o conteúdo do edital, conforme o cronograma abaixo; relembro a vocês que a data da prova será 21 de outubro próximo. Cronograma Aula 0 – demonstrativa – 25/8 Apresentação; análise dos requisitos do edital. Ortografia. Sistema oficial vigente (emprego de letras, acentuação, hífen, divisão silábica). Relações entre sons e letras, pronúncia e grafia. Questões resolvidas e comentadas. Aula 01 – 5/9 Morfologia: estrutura e formação de palavras; classes de palavras e suas características morfológicas. Famílias de palavras. Flexão nominal e verbal. Questões resolvidas e comentadas sobre os pontos da aula. Aula 02 – 12/9 Sintaxe. A oração e seus termos. O período e sua construção: Período simples e período composto. Coordenação e Subordinação. Equivalência entre estruturas; transformação de estruturas. Questões resolvidas e comentadas sobre os pontos da aula. Aula 03 – 19/9 Regência nominal e verbal. Concordância nominal e verbal. Sintaxe de ordem. Pontuação. Semântica. Significação de palavras Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 57 e expressões. Relações semânticas entre palavras e expressões (sinonímia, antonímia, hiponímia, homonímia, polissemia); campos semânticos. Questões resolvidas e comentadas sobre os pontos da aula. Aula 04 – 26/9 Sintaxe dos verbos – correlação verbal; valores dos tempos, modos e vozes verbais. Coesão, elementos da coesão textual. Coerência textual. Questões resolvidas e comentadas sobre os pontos da aula. Aula 05 – 03/10 – Interpretação de texto. Redação oficial. Questões resolvidas e comentadas sobre os pontos da aula. Aula 06 – 10/10 – Mais questões resolvidas e comentadas sobre o programa da prova, com ênfase para provas do CETRO. Com esse cronograma, poderemos estudar todos os assuntos previstos no edital em tempo hábil para a prova. Convido-os então a iniciar o nosso curso. O que estudamos quando estudamos gramática? A pergunta acima pode parecer engraçada, mas é sempre bom saber exatamente o que estamos fazendo, em qualquer circunstância, e esse curso não é exceção. O estudo da gramática é uma forma de conhecimento da língua, bastante específica. Meus caros, nós todos, ou a ampla maioria de nós, nasceu no Brasil e tem o Português como a língua materna, ou seja, para falarmos e entendermos Português ninguém precisou nos ensinar, adquirimos praticamente sozinhos o domínio da língua, quando pequenos; dominamos naquela época, por mecanismos que ninguém conhece muito bem ainda, o seu modo de funcionamento, a sua sintaxe e começamos a conhecer o significado das suas palavras. Depois daquele tempo, passamos por um processo de escolarização, em que a Língua Portuguesa nos foi ensinada por meio de normas e prescrições gramaticais; terá sido uma experiência feliz para alguns, nem tanto para outros. O que importa é que estamos aqui para estudar, com um objetivo específico, a nossa língua. E a gramática, em suas duas vertentes, pode nos ajudar nisso. As duas vertentes da gramática são a Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 57 descritiva, que busca entender o funcionamento das línguas, como por exemplo a nossa, através de contínua inquirição e análise dos constituintes do idioma: sons, fonemas, morfemas, relações sintáticas e assim por diante. É uma vertente fundamental, como se vê, para conhecermos uma língua. A outra vertente da gramática seria a normativa, a gramática que pretende prescrever comportamentos e normas na relação com a língua; em suma, a gramática do “certo e do errado”. Também é importante para nós essa vertente, pois não podemos, dado nosso objetivo, limitar nossos estudos à inquirição sobre o modo de ser da língua, temos de adequar nosso conhecimento da língua à chamada “norma culta”. Vale compreender o que seria a tal norma culta. É simplesmente a variante da língua com maior aceitação social, adequada para uso em registro formal. Importante, no uso da língua, é ter o domínio das várias normas correspondentes aos meios em que nos inserimos socialmente; essas normas, geralmente as conhecemos quase que naturalmente, seu aprendizado faz parte do processo de socialização – as expressões usadas na região onde moramos, ojargão de uma turma, da torcida de um time, etc. A norma padrão culta, por outro lado, pode oferecer alguns problemas, pois tem uma origem histórica, algumas formalidades de observação necessário; por isso, nosso curso está aqui para ajudar. Então, nossa proposta é tentar tanto quanto possível entender o funcionamento da língua – pois ela tem lógica; ao mesmo tempo, sabendo que não é a única “variante correta”, não perderemos de vista as prescrições da gramática normativa que buscam a aderência à norma padrão culta. E, se possível, tentaremos nos divertir no processo. Eu já estou começando a achar divertido, espero que logo vocês também. Iniciemos nosso estudo pela Fonética, pelos sons da língua e sua representação gráfica, a Grafia. Vamos lá? Os sons da língua Meus caros, toda linguagem verbal tem uma natureza dupla: sua natureza material é dos sons produzidos pela fala humana, com o uso do chamado aparelho fonador, ou seja, dos órgãos que nós, humanos, Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 57 utilizamos para articular nossa fala – pulmão, traquéia, laringe, faringe, glote, boca, dentes, língua. E, associados aos sons assim produzidos, reside o significado, o valor simbólico associado a cada um desses sons na consciência dos falantes da língua. Esta natureza dupla é o que caracteriza toda linguagem verbal, e evidentemente nossa língua portuguesa não é exceção. Notem, meus amigos, que nosso aparelho fonador é capaz de emitir uma ampla gama de sons; nem todos são sons utilizados na língua. Assim, apenas alguns sons são utilizados na língua portuguesa. Como podemos conhecê-los? Ora, a ciência fonética desenvolveu uma maneira muito engenhosa de identificar os sons de uma língua, que explicarei muito resumidamente: os sons de uma língua serão os que carregam consigo um traço de significado. Parece complicado? É bastante simples, lembrem da natureza dupla da linguagem verbal, e examinem o seguinte: por exemplo, a palavra astro, como pronunciamos, tem alguns sons, que procuramos representar por meio das letras. Notem que possui o som s, semelhante ao que encontramos em isto. Certo? Pois bem, e se pronunciarmos esse som s da forma como fazem os cariocas, um som que tem um certo “chiado”, resultante de um pequeno deslocamento da ponta da língua no momento da produção do som s? Diríamos então astro com um som chiado (grafarei achtro para melhor compreensão).1 Ótimo; agora, com nossa pronúncia não faríamos feio em Ipanema; mas, e essa é a questão relevante para a fonética, houve mudança de significado? Não, a palavra será reconhecida por qualquer falante da língua portuguesa, astro, palavra que designa os corpos celestes que brilham no céu, as estrelas. Agora, contrastemos as formas astro – estro. Houve mudança de apenas um som. E muda o significado da palavra: estro (o e é aberto, como em era) designa a inspiração poética, o engenho, geralmente artístico. Neste processo, isolamos dois sons que fazem parte do sistema de sons do português – chamado de sistema fonológico: as vogais a e e. Como são sons da língua distintivos em termos de significado, a e e são chamados de fonemas do português. 1 Claro que devo pedir ao eventual leitor carioca que pronuncie o primeiro “astro” do exemplo como os outros brasileiros. Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 57 Já os sons diversos representados por s, no nosso exemplo, serão consideradas pela fonologia (que estuda propriamente os fonemas, e não todos os sons que nosso aparelho fonador pode produzir, abordados pela fonética) como meras variantes. Tudo isso, meus caros, para explicar que os sons que importam de uma língua são chamados de fonemas. Doravante, neste curso, quando falarmos em sons ou em fonemas, estaremos falando da mesma coisa. Fonema e letra Bem, se os sons da língua são os fonemas, e os sons são representados por letras, segue-se que cada letra é um fonema, certo? Errado. Talvez se assim fosse nossa grafia seria mais simples; de qualquer forma, não é o caso. Pois as letras assumem sons diversos em situações diferentes, como o l em lima e animal, por exemplo – vejam os gaúchos que no Rio Grande do Sul o som pode ser o mesmo, ou muito semelhante –, ou o s em casa e sino. Além disso, temos os dígrafos, que estudaremos mais adiante, em que duas letras representam um som apenas, como o ch em chave. Além disso, outras razões contribuem para dificultar um pouco mais a associação entre fonema e letra, como por exemplo a permanência na grafia do registro da origem histórica das palavras, como o h inicial de homem, que sabidamente não representa som nenhum, mas aí como resquício da origem do vocábulo, a forma latina hominem. Enfim, não temos de nos preocupar muito com isso, apenas entender que não há uma correspondência exata entre fonemas e letras em nossa língua. Bem, sabemos todos que os sons de nossa língua, seus fonemas, podem ser classificados em vogais e consoantes; as vogais são produzidas com a cavidade bucal desimpedida, total ou parcialmente; distinguem-se pela abertura da boca; temos a importante distinção entre e e o fechados e abertos, como em aperto (nome) e aperto (verbo – 1º do presente do indicativo do verbo apertar) e olho (nome) e olho (verbo). Além disso, temos em português o importante fenômeno da nasalização das vogais, muito presente, em que o véu palatino se abaixa e parte do som vocálico ressoa nas fossas nasais. Importante fonologicamente, mas notem que na Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 57 grafia sempre há sinais indicativos, dígrafos ou acentuação. Vejam, por exemplo, a diferença entre manga/maga; senda/seda; ginga/giga; bomba/boba; funga/fuga. Então, o sistema vocálico do português conta com 12 fonemas. Quanto às consoantes, a fonologia as distingue pelo ponto e pelo modo de articulação; em resumo, o ponto de articulação descreve os pontos da cavidade bucal dedicados à produzir a oclusão necessária à produção da consoante. Assim, uma consoante como p, em pato, é bilabial quanto ao ponto de articulação, pois os dois lábios, inferior e superior, produzem a oclusão da cavidade bucal; a posição da língua é importante, na definição dos demais pontos de articulação, conforme o quadro de consoantes abaixo. Já o modo de articulação é definido pelo grau de oclusão, segundo o qual temos fonemas oclusivos e constritivos, e pela vibração das cordas vocais, que resulta em consoantes surdas e sonoras, como por exemplo faca (surda) e vaca (sonora). O quadro abaixo2 mostra as 19 consoantes do português; notem que a notação entre colchetes é uma técnica da fonética, com o uso de sinais especiais, para representar os fonemas. Papel da cavidade nasal Oral Nasal Modo de articulação Oclusiva Constritiva Oclusiva Fricativa Lateral aproximante Vibrante Papel das cordas vocais Surda Sonora Surda Sonora Sonora Sonora Sonora Ponto de articulação Bilabial / p / pato / b / barco / m / mapa Labiodental / f / fita /v / vida Linguodental / t / tato / d / dedo Alveolar / s / sapo / z / zíper / l / lado / r / arara / n / neto Pós-alveolar / x / xeque / j / jato Palatal / λ / telha / ñ / lenha Velar / k / casa / g / gato Uvular / R / rato Semivogais 2 Cf. Celso Cunha, Gramática da Língua Portuguesa, FAE – Ministério da Educação, RJ, 1992. Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 57 Em nossa língua, as vogais são centro da sílaba, foneticamente, ou seja, têm uma posição tônica dentro da sílaba, e as consoantes são associadas a elas, geralmente. As vogais /i/ e /u/, quando associadas a outra vogal na sílaba, são chamadas de semivogal, pois assumem papel secundário sob o ponto de vista da intensidade. Por exemplo, no vocábulo vida, temos a vogal i; em tédio, por outro lado, i será semivogal, pois o centro da sílaba é a vogal o. Da mesma forma, u será vogal em mudo, mas semivogal em céu. Encontros vocálicos Ditongos O encontro de vogal e semivogal, dentro de uma sílaba, ou de semivogal e vogal, recebe o nome de ditongo. Os ditongos são ditos decrescentes quando a intensidade da sequência vocálica é decrescente, ou seja, a vogal vem antes da semivogal. Ditongos decrescentes: pai céu muito Quando a intensidade da sequência vocálica é crescente, ou seja, a semivogal vem antes da vogal, o ditongo é assim classificado. Ditongos crescentes: quase equino aquoso Todas as vogais orais de nossa língua podem formar ditongo crescente, sucedidas por semivogal, conforme vemos abaixo: vogal Semivogal i U A Pai Almoço E Azeite Meu E (aberto) Réis Céu I - Viu O Boi Ouro O (aberto) Dói Sol U Fui - Notem que, no caso dos ditongos crescentes, muitos dos encontros podem ser articulados como hiatos, o que veremos a seguir; são inequivocamente crescentes os encontros em que a semivogal é Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 57 precedida por consoante /k/ (grafado q) ou /g/, como por exemplo em quase, linguiça, lingueta, tranquilo. Por fim, os ditongos formados com vogais nasais são chamados também de ditongos nasais. Tritongos Os encontros formados por semivogal – vogal - semivogal são chamados de tritongos; vejam alguns exemplos: Uruguai; relampeou; enxaguei Também podem ser formados com vogais nasais, como em saguão. Hiatos O encontro de duas vogais, vizinhas em sílabas diferentes, é chamado de hiato. Vejam, por exemplo, os vocábulos pais e país, constituídos pelos mesmos fonemas. A diferença está justamente no encontro vocálico: em pais, temos ditongo decrescente, e em país hiato, com a vogal i marcado pelo acento tônico. Note que não há, em nossa língua, duas vogais na mesma sílaba, pois a vogal, como vimos, é o centro da sílaba. Pode haver outros sons vocálicos ao lado da vogal, que inevitavelmente assumirão intensidade menor, como semivogais. Assim, pais é monossílabo e pa-ís, dissílabo. Encontros consonantais Há encontro consonantal quando sucedem-se duas consoantes num vocábulo sem vogal a mediá-las. Notem que não é incomum, apesar de o padrão da sílaba ser vogal e consoante. Os encontros podem dar-se dentro da mesma sílaba, ou em sílabas separadas. Os encontros em que a segunda consoante é /l/ ou /r/ estarão sempre na mesma sílaba, como no caso de bloco, obra, crivo, aclive, adrede, flor, África, placa, prático, truque, Atlas. Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 57 No caso de encontros mais raros, como gn, mn, tm, pode haver oscilação, quando o encontro se dá em posição não inicial; assim, podemos considerar a divisão de ritmo, por exemplo, como ri-tmo, ou como rit-mo. Notem que, na fala coloquial, teremos usualmente a interposição de uma vogal nesses casos, adicionando uma sílaba ao vocábulo, e retomando o padrão silábico de vogal e consoante. Nesse caso, a pronúncia seria ri-ti- mo, com a primeira sílaba acentuada. É uso coloquial, bem entendido, da linguagem falada, inadmissível no padrão culto. Dígrafos Assim se denominam os fonemas transcritos por duas letras, como no caso de barro, chuva, malho. Notem que nestes e em muitos outros casos temos apenas um som, cuja transcrição exige dois sinais gráficos, ou seja, duas letras. Importante notar que muitos fonemas são transcritos por dígrafos, como por exemplo as vogais nasais, em ponto ou em imposturas. As letras m e n aí marcam a nasalidade da vogal. Os dígrafos em português são os seguintes: ch com som de x, como em chuva, com som igual ao de xisto; lh e nh, para representar as consoantes palatais presentes em malha e manha, por exemplo; rr e ss, sempre empregados em posição não inicial, como em arroz e pressuposto; gu e qu antes de e e i, com som de /g/ e /k/, como em guerra, aguilhão, questão, aqui; sc, sç e xc, todos com som de /s/, como em excesso, desça, asceta. Como vimos, as vogais nasais são marcadas por dígrafo, formado pela vogal mais a letra m ou n; é o caso de ponto, santo, tempo, pinga, mundo. A Sílaba A sílaba é unidade de organização sonora das palavras; toda sílaba se estrutura em torno de uma vogal; não há sílaba sem vogal nem sílaba com mais de uma vogal, pois outro som vocálico na mesma sílaba será semivogal. Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 57 A sílaba pode ser formada por uma vogal, um ditongo ou um tritongo, como nos casos de é, ei, uau. E estes mesmos sons, vogais, ditongos, tritongos, acompanhados de consoantes, podem formar sílaba. É o caso de tra-to, crei-o, U-ru-guai. As sílabas que terminam com som vogal são chamadas abertas, como em ca-mi-nho; as sílabas que terminam com som consonantal são chamadas fechadas; é o caso de pas-tar. Os vocábulos são classificados conforme o número de sílabas em monossílabos, como ar, pais; dissílabos, como re-zou, bra-zões, su-a; trissílabos, como por-tu-guês, ar-tei-ro, quar-tei-rão. Os vocábulos com mais de três sílabas são chamados de polissílabos; é o caso de mar-cas- si-ta, ques-tio-na-men-to, a-nun-cia-ção. Sílaba tônica Vimos que a vogal é o ponto de maior intensidade da sílaba. Da mesma forma, em um vocábulo, há uma sílaba cuja intensidade é superior às demais. É a sílaba tônica. Basicamente, em nossa língua, a distinção de tonicidade se deve à intensidade da emissão de voz; outras variáveis, como tom (grave/agudo) ou duração, podem ocasionalmente ter valor expressivo, mas de forma um pouco pessoal, e portanto não trataremos delas; apenas a intensidade, representada na língua escrita pela acentuação gráfica, interessa a nós. A acentuação gráfica, que veremos mais adiante, nada mais é que a representação da tonicidade das sílabas,da marcação das sílabas tônicas. Relembremos que as palavras de mais de uma sílaba cuja tônica cai na última sílaba são chamadas de oxítonas, como Brasil, dispor, arpão, remar. São chamadas de paroxítonas aquelas em que o acento recai sobre a penúltima sílaba, como em banana, geleira, retorno, sequela, criança. E, por fim, temos as proparoxítonas, cujo acento tônico recai sobre a antepenúltima sílaba. É o caso de tônica, crítica, balística, bússola, colágeno. Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 57 Existem palavras sem tonicidade? É uma questão interessante. Em toda questão relativa aos sons da língua devemos ter como guia o ouvido. A gramática nos diz que temos alguns monossílabos átonos; notem que são todas vocábulos instrumentais, não têm um sentido por si, mas são essenciais para a criação de sentido e articulação de frases; na pronúncia, notaremos que de fato muitas vezes perdem a tonicidade e são enunciadas “junto” com as palavras vizinhas. São monossílabos considerados átonos: os artigos o, a, os, as, um, uns; os pronomes pessoais do caso oblíquo me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes; o relativo que e as conjunções a, com, de, em, por, sem, que, ou. Assim, por exemplo, uma expressão como O caso da valsa poderia ser pronunciada, assinalando-se as tônicas, como /wkazu davawsa/, com o que a tonicidade do artigo e da preposição ficariam realmente prejudicadas, passariam a “orbitar” em torno dos vocábulos a que estão associados. Importante notar que o acento tônico, em nossa língua, tem valor fonológico, uma vez que pode, mantidos todos os demais componentes fônicos de um vocábulo, alterar o sentido apenas com a mudança da sílaba sobre a qual recai; é o caso que já vimos, de pais / país, e de beberam / beberão, beija / beijar (notar que na fala muitas vezes o r final não é pronunciado nas formas de infinitivo). Exercícios 1. Temos encontro consonantal em todos os vocábulos na alternativa: a) garrancho – penha – viola; b) pergunta – mancha – caixa; c) presto – vírgula – bingo; d) gárgula – harpa – cromático; e) régio – princípio – arroz. _____________________ Comentários: Temos de relembrar que os dígrafos são dois sinais gráficos – letras – que representam um som apenas; assim, o rr em garrancho não é um Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 57 encontro consonantal, é a representação de um único som, um r produzido na região velar, ou uvular, ou seja, lá atrás do palato. Assim também o nh em penha, que representa consoante oclusiva palatal nasal. Em viola obviamente não temos encontro consonantal, mas de vogais, em hiato: vi-o-la. Em b, vemos que há encontro entre a consoante final da primeira sílaba e a inicial da segunda em per-gun-ta; em mancha, por outro lado, temos vogal nasal – também muito representadas por dígrafos, como vimos – seguida de uma única consoante, assinalada pelo dígrafo ch. Em caixa, temos encontro vocálico, um ditongo descrescente. Na alternativa seguinte, veremos um encontro no primeiro vocábulo (pr), e outro no segundo (vírgula); o terceiro vocábulo, porém, vai nos decepcionar: em bingo, temos apenas vogal nasal representada pelo dígrafo in, seguida de consoante g. Por fim, em d acharemos a alternativa em que todos os vocábulos apresentam encontro consonantal. A última alternativa, notem, traz encontro apenas em princípio. Gabarito: d 2. Leia o texto abaixo para responder a questão Tabacaria Álvaro de Campos Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. Janelas do meu quarto, Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é (E se soubessem quem é, o que saberiam?), Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. (...) Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 57 (leia mais em http://pt.wikisource.org/wiki/Tabacaria) Nos vocábulos destacados no texto, observamos, quanto aos traços fonéticos: a) ditongo decrescente, monossílabo tônico, encontro consonantal, ditongo crescente, encontro consonantal; b) ditongo decrescente, monossílabo átono, ditongo crescente, ditongo decrescente, dígrafo; c) ditongo decrescente, monossílabo átono, vogal nasal, ditongo crescente, dígrafo; d) hiato, encontro consonantal, vogal nasal, dígrafo, hiato; e) hiato, monossílabo átono, encontro consonantal, ditongo oral, vogal nasal. ______________ Comentários: Temos ditongo descrescente, com a passagem de vogal a semivogal, na última sílaba de serei; a preposição de + o artigo o formam um monossílabo átono em do; em ninguém temos duas vogais orais, representadas pelos dígrafos in e ém. Observamos ditongo crescente em mistério, e por fim um dígrafo em carroça. Gabarito: c Meus amigos, é bom fazermos alguns exercícios apenas para esquentar; nosso estudo até o momento foi preparatório. Necessário estudar a questão fonética para podermos entender melhor os problemas da ortografia, que passaremos a estudar agora. Este ponto é mais solicitado pelas bancas de concurso. Ortografia A ortografia é, etimologicamente, a escrita correta; na gramática, consiste nas prescrições para a correta transcrição das palavras utilizando-se de sinais gráficos – basicamente, as letras, e os sinais adicionais de pontuação e acentuação. A ortografia do português foi estabelecida de acordo com parâmetros ao mesmo tempo fonéticos – com a tentativa de fazer corresponder a grafia Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 57 aos sons dos vocábulos – e históricos – respeitando a origem histórica das palavras, mesmo que o som do vocábulo tenha mudado com o tempo. Observem que a pontuação, conjunto de sinais auxiliares de grafia, adquiriu uma relevância sintática; estudaremos pontuação separadamente, mais adiante em nosso curso. As letras do nosso alfabeto dispensam apresentação; notar que as letras K, W, Y são empregadas em nossa língua, especialmente em certos casos, como em nomes próprios estrangeiros, ou termos internacionalmente consagrados, como Kant, Wilde, Bayonne. Uma letra em especial merece atenção, o H. Em posição inicial, o h não corresponde a nenhum som; mantém-se na grafia em respeito às origens históricas de vocábulos como homem ou hábito. Vimos também que o sinal h é empregado em dígrafos como lh, nh. A divisão silábica é importante na língua escrita quando há necessidade da translineação, de continuar a escrita de uma palavra que não “coube” inteira em uma linhana linha seguinte. Assim, sabemos todos que só se separam letras que representam sons de sílabas diferentes da mesma palavra. Ora, já recordamos que as sílabas são basicamente organizadas em torno de uma vogal; encontros vocálicos e consonantais podem ocorrer, dentro da mesma sílaba ou em sílabas diferentes; isso será determinante na separação silábica. Pois, regra geral, não se separam os elemementos da mesma sílaba. Devemos observar o seguinte: não se separam as letras que representam ditongos e tritongos, como por exemplo: Eu-ter-pe Pan-te-ão lín-gua Mui-to Pas-coal nê-nia Jun-giu Gua-ra-ná á-gua não se separam os encontros consonantais em início de sílaba, e os dígrafos ch, ln e nh: pneu-mo-tó-rax cli-chê par-ti-lha psi-có-ti-co pa-lhi-nha o-clu-são separam-se as vogais de hiatos: Go-ia-ba ca-ri-o-ca ca-í-a Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 57 Bi-ô-ni-co sa-í-da ba-ião os encontros consonantais, conforme a regra geral, com sons em sílabas diferentes: dis-tin-to mar-te-lo or-gu-lho pro-mís-cuo sub-sti-tui par-que embora representem o mesmo som, são separados os dígrafos rr, ss, sc, sç e xc ex-ces-so nas-ça pas-so bar-ro cres-cer abs-ces-so Emprego do Hífen Não é simples o uso do hífen, mas podemos agrupar as ocorrências, que são um pouco numerosas; segue a relação de casos em que se deve utilizar o hífen, marcadamente nos compostos. Quando, em um composto, o sentido primário das palavras reunidas no composto se altera, temos a necessidade de usar o hífen. Por exemplo, na expressão oriunda da tipografia caixa-alta, para designar os tipos maiúsculos (A, B, C etc.), temos expressão de significado totalmente diverso da expressão simples caixa alta. O mesmo vale para chapa- branca, etc. Devemos empregar o hífen: nos compostos, que constituem vocábulos novos, mantida a forma da palavra e sua acentuação – é o caso de bossa-nova; papel-jornal; coxa-creme; porta-estandarte; decreto-lei; caixa-preta; ficha-limpa; mais-que-perfeito etc. em derivados de nomes, como no caso de sul-americano, são-paulino, villa-lobiano etc. em compostos formados por adjetivos, como no caso de luso-brasileiro, lítero- musical, greco-romano, verde-amarelo, sócio-econômico em compostos formados por verbos, como em quebra-quebra, pisca-pisca, em vocábulos com redobro de sílaba, muitas vezes onomatopéicos, como em blá- blá; tique-taque; zum-zum nos compostos em que o primeiro elemento sofreu redução fônica, como em bel- prazer (<bel(o)), grão-mestre (<gran(de)), nor-nordeste (<nor(te)) nos nomes dos dias da semana, como segunda-feira, terça-feira etc. em nomes de cargos ou entidades em que o último elemento é a palavra geral, como em procurador-geral, diretor-geral, corregedoria-geral. Em compostos com as palavras de origem tupi açu, guaçu e mirim, como em Canindé-açu, Mogi-Mirim; Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 57 Nas expressões que designam plantas e animais, como em figo-da-índia, joão-de- barro, erva-doce, cana-de-açucar. Por outro lado, não se emprega o hífen em diversos casos, vejamos alguns: Em compostos por justaposição, em que há maior fusão fonética e gráfica dos vocábulos – escreve-se uma única palavra, como no caso de aguardente, malcheiroso, benfazejo, pontapé; Em certos compostos e expressões cristalizadas com função de nome, que possuem clara unidade semântica, como bicho do mato, deus nos acuda, dia a dia, maria vai com as outras, pé de pato (note-se que o hífen, no entanto, é empregado em água- de-colônia, cor-de-rosa, arco-da-velha, pé-de-meia). O Hífen dentro do vocábulo Hífen e prefixo – certos prefixos são usados com hífen, outros não; vejamos: quando o prefixo constitui outro vocábulo fonológico em relação ao resto do vocábulo, com acento tônico autônomo, neste caso teremos hífen entre o prefixo e o radical, como no caso de ex: ex-marido, ex- eleitor, ex-campeão; da mesma forma, teremos necessariamente hífen após os prefixos vice, pós, pré e pró, como no caso de vice-presidente, pós-operatório, pré-datado, pró-reitor; estes últimos prefixos, quando não recebem acento tônico ou têm a pronúncia fechada, não recebem hífen; é o caso de predomínio, posposição, preconceito, procriar. No caso dos prefixos circum e pan, o hífen é necessário quando o segundo elemento inicia-se por h, m, n ou vogal; vejam os exemplos: circum-navegar, circum-mover, circum-adjacente; pan-americano, pan- helênico, pan-magistral, pan-helênico. No caso de hiper, inter e super, o hífen é obrigatório antes de palavra iniciada por h ou r, como vemos em hiper-raro; super-hábil; inter-relação. Da mesma forma nos casos dos prefixos sub, sob, ab e ad, como em ab- rogar, ab-rupto (sim!), sub-ramo, sub-humano, ad-rogar Aliás, quanto às palavras iniciadas por h, em todos os casos teremos hífen depois do prefixo, como em anti-herói, auto-hipnose, psico-história, extra-horário, ultra-humano. Também se usa o hífen para separar o prefixo do elemento subsequente quando a letra final do prefixo é igual à inicial do elemento seguinte, como em auto-orientado, anti-inflamatório, contra-almirante, micro-ônibus, semi-integral, poli-insaturado. Exercício 3. (MPE-RS – 2009 – Promotor- adaptada) – Leia o texto abaixo Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 57 1. Não vou escrever ab-rupto. De jeito nenhum! Pouco se me dá que o Scliar e o Assis Brasil 02. defendam a reforma ortográfica, ab-rupto não escrevo. ninguém ia entender. Você sabe o 03. que é ab-rupto? O mesmo que o velho abrupto! Por Deus! Ora, ninguém dirá abrupto se ler 04. ab-rupto. O cara não pronuncia o bru. Fala: ab ruo , não vou colocar um quebra-molas no 05. meu texto escrevendo ab-rupto. É abrupto. Pronto. 06. Já estava meio irritado com a linguiça sem trema, no dia em que descobri esse negócio de ab- 07. rupto. linguiça sem trema não é linguiça. Aquele gui a gente fala como o de enguiça. O meu 08.amigo Languiça, por exemplo. Ele não é Languiça, mas, agora, quando escrever o apelido dele, 09. muita gente vai achar que é. E o apelido perde a graça, porque o Languiça era Languiça por ser 10. parecido com uma linguiça. Suprimindo o trema, o apelido era untado com uma ironia grosseira 11. que se tornava hilária. Lá vai o Languiça, alguém dizia, e todo mundo dava risada. Agora, não. 12. Sem a possibilidade do trema, o Languiça não é mais o mesmo. Pode ser um Languiça, o que não 13. é nada engraçado. 14. Aí o Assis Brasil vem e diz que escrever linguiça sem trema e abrupto separado torna a língua 15. portuguesa mais visível. Ah, não! Prefiro que ela fique invisível, então. 16. Certas regras a gente não deve cumprir. Outras são muito mais imperiosas, ainda que não 17. sejam explícitas, escritas e acordadas entre autoridades e países, como é uma reforma 18. ortográfica. Exemplo: as tais regras do Mercado. Não existem no papel, ninguém as redigiu, mas, 19. quem não as cumpre, é punido com severidade. 20. Nenhum dos condestáveis das letras legislou sobre as regras do Mercado, eles nem ligam para 21.elas. Eu, sim. Eu as respeito. Já ab-rupto, nem se o Scliar e o Assis Brasil vierem aquiexigir, de 22. dicionário em punho, ab-rupto eu não escrevo! Adaptado de: COIMBRA, David. Zero Hora, 4 fev. 2009, p. 44. Considere as seguintes afirmações a respeito de convenções ortográficas da língua portuguesa. I - As formas ab-rupto (I. 01) e abrupto (I. 03), citadas no texto, são ambas corretas. II - A supressão do trema em palavras da língua portuguesa não impede que se pronuncie o u em palavras como linguiça ( 1.10 ). III - A nova ortografia, vigente a partir de 1°. de janeiro de 2009, suprimiu o hífen do verbo inter-relacionar. Quais estão corretas? a) Apenas 2. b) Apenas 3. c) Apenas 1 e 2. d) Apenas 1 e 3. e) 1, 2 e 3. ______________ Comentários: Meus amigos, são raras, talvez por sorte, as questões envolvendo o hífen; vejam como ficou complexo o assunto; lembro-me de, na época de aprovação do Acordo Ortográfico, o eminente Prof. Evanildo Bechara enfileirar uma série de artigos de peso no jornal, a respeito do acordo e seu alcance, abordando todos os pontos. Quando chegou a vez do hífen, o Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 57 bom professor reconheceu que a coisa tinha ficado bastante complexa, até ele se confundiu! Então, não vamos temer muito o hífen, que não foi feito pra humilhar ninguém; resolvamos desassombrados essa questãozinha, examinando as alternativas. Vimos que, com o prefixo ad, teremos hífen caso o elemento seguinte seja iniciado por r, ou h; ora, é o caso de ab-rupto, por mais estranheza que cause ao autor do texto, e a nós. Então, a alternativa não está correta; apenas a forma ab-rupto será correta. A seguir, vemos que o trema, abolido como sinal gráfico, significa apenas mudança na grafia das palavras, nunca na pronúncia, que continua a mesma. Assim, continuamos a pronunciar a semivogal em linguiça normalmente. Correta a alternativa. Por fim, vimos que temos hífen a separar o prefixo do radical quando aquele terminar com a mesma letra com que este se inicia; ora, é o caso de inter-relacionar. Assim, a alternativa está incorreta. Gabarito: a Acentuação gráfica Na nossa língua contamos com alguns sinais para marcar a intensidade e o timbre (tipo de som) das sílabas e das vogais. Temos o acento agudo, que marca tônica e vogal de timbre aberto, como em jacaré; o acento grave, utilizado para a crase (fusão fonética) entre preposição e artigo feminino, como em às; o acento circunflexo, utilizado para marcar tônica em vogal de timbre fechado, como em avô. Além disso, temos o til, usado para marcar vogais nasais, como em não. As regras que dão conta da acentuação estão associadas à posição da sílaba tônica no vocábulo. Assim, as palavras oxítonas, que têm o acento tônico na última sílaba, são acentuadas quando: Terminarem em vogal a, e, o abertos, seguidos ou não de s, com o uso do acento agudo, como em cajá, abadá, serás, sepé, cafés, cafundó, ilhós. Também são acentuadas as formas verbais em que a terminação é assimilada ao pronome oblíquo de 3ª la, lo, las, los, de forma que passam a terminar em vogal, como no caso de tomá-lo, sabê-lo (notem que o r final “caiu”, ou foi “assimilado”). Terminarem em e ou o fechados, seguidos ou não de s; nesses casos será utilizado o acento circunflexo, como em pavê, avô, alôs. Terminarem em –em ou –ens, como em também, parabéns Terminarem em ditongos abertos éi, éu, ói, como em anéis, céu, herói. As palavras paroxítonas, que têm acento tônico na penúltima sílaba, são acentuadas quando terminarem em: i ou u, seguidos ou não de s, como no caso de lápis, íris, tênis, bônus. Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 57 um, uns, on, ons como em álbum, álbuns, fóton, mésons. Ditongo crescente, como em sério, ânsia, água, língua, facúndia. Vogais nasais, como em órgão, órfã, acórdãos. Nas consoantes r, n, l, x, ps, como em bíceps, Pólux, incrível, hífen, nenúfar. As palavras proparoxítonas, em que a tônica recai sobre a antepenúltima sílaba, são todas acentuadas. Veja, por exemplo, os casos de azáfama, pândego, árvore, cânhamo, sinfônico, cândido. Independente da posição, acentuam-se sempre o i e o u tônicos que não formam ditongo com a vogal anterior, e forma sílaba sonzinhos ou com s, como em baú, cafeína, egoísmo, juízo, país, saúde; se i e u formarem sílaba com as consoantes r, l, n, m, s z, não teremos acento; vejam, por exemplo, demiurgo, contribuinte, ruim, rainha, camisa, juiz. Temos ainda os acentos diferenciais, empregados para discernir uma forma verbal de outra, idêntica se não fosse o acento. É o caso de pôde, 3ª do singular do perfeito do indicativo, e pode, 3ª do singular do presente do indicativo. Assim também vêm, 3ª do plural do presente do indicativo, e vem, 3ª do singular do presente do indicativo. Apóstrofo O apóstrofo indica a supressão de um som, de uma letra, geralmente no verso, por exigência da métrica, como em of´recer, esp´rança, minh´alma etc. De forma muito semelhante, indica a supressão da vogal em expressões consagradas, ligadas pela preposição de : estrela d´alva, galinha d´angola, copo d´água, pau d´água etc. Restringe-se a isso o uso do apóstrofo. Dúvidas comuns de grafia É comum que tenhamos dúvidas na escrita, quando nos deparamos com sons que comumente são representados por sinais diversos, como o fonema /s/, que pode ser grafado com S, C, Ç, XC, X, por exemplo. Vamos relembrar que a ortografia é definida por dois parâmetros – o som dos vocábulos e a origem histórica das palavras. Isso explica algumas dificuldades. Vamos tentar relacioná-las. S Grafamos com s os sufixos formadores de adjetivo –ês, -esa, -isa, apostos a substantivos: português, burguês, princesa, poetisa. Da mesma forma, os derivados dos verbos correr, pôr, querer: corressem, excursão, curso, posição, quis, impôs. Naturalmente, os derivados de vocábulos grafados com s também serão assim grafados: lapiseira, asneira. Após ditongo ou vogal, em posição final ou medial, desde que não encerre a sílaba, o som /z/ será grafado s, como em causa, pouso, pausado, causado, casado. Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 57 Antes de vogal nasal, o som /s/ será grafado s, como em malsã, tensão. Notem que a grafia s corresponde ao som /s/ em posição inicial, como em sopa, sapo, sinal. Nesta posição, dificilmente há dúvidas na escrita. Z Emprega-se a grafia z em –eza, -iza, quando apostos a adjetivos: beleza, agudeza, rapidez, higidez. Também emprega-se z com os sufixos –izar, - ização, -al, -inho, quando não se escreve com s a palavra originária; é o caso de cotizar, periodização, buritizal, cafezal, vovozinha. Mas lapisinho (<lápis) deve-se à presença do s na palavra primitiva. SS Emprega-se o dígrafo ss na grafia dos derivados de palavras primitivas com ss, como engessar, cassar. Grosso modo, se ocorre dentro da palavra, entre vogais, o som /s/ será escrito ss ou ç, sendo representado por s em posição inicial. Os derivados do verbo ceder e seus compostos serão grafados com ss, como cessão, concessão. C / Ç Nos vocábulos derivados de ter e seus compostos, como retenção, detenção,emprega-se ç. Após ditongos, com som de /s/, também: compare-se louça e lousa; veja-se alça, foice. Também é comum o emprego na grafia de muitos vocábulos de origem indígena, como Uruçu, Paraguaçu. Naturalmente, derivados de palavras grifadas com c ou ç também serão grafadas assim, como afiançar, adoçar. Exercício 4. (FMP/TJ-AC/Assistente Jurídico/2010) Leia o texto abaixo para responder as questões a seguir: Texto: CELEBRIDADES PALPITEIRAS -- Furio Lonza 1 Outro dia, estava zapeando como sempre a TV e me deparo com a Luciana Gimenez falando sobre o massacre no Carandiru. Virei. Noutro canal, a Adriane Galisteu especulava a possibilidade de recuperação dos rappers dependentes químicos. Virei. Na MTV, uma “vijei” comos peitos tatuados dava dicas sobre sexo a adolescentes absolutamentealucinados, que perguntavam sobre ejaculação precoce, camisinha, suruba. Antes que eu encontrasse a Fafá de Belém falando sobre a lei da gravidade, desliguei. Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 57 2 Nos jornais, celebridades de vários quilates e calibres escrevem diariamente sobretudo, desde islamismo até o saldo da balança comercial. Na TV, pagodeiros são questionados sobre a economia informal, dançarinas de axé musicfalam sobre a alimentação mais apropriada aos golfinhos, modelos que pesam 30 quilos opinam sobre o Fome Zero. Na maior calma, eles falam do Oriente Médio, criação de camarões, futebol, BID, tipo assim, tá ligado? Dão a impressão de estarem num boteco à beira-mar beliscando batatinhas chips e bicando um chope sem colarinho. 3 A pergunta é simples: por que a mídia passou a achar que qualquer um pode expressar opiniões leigas sobre assuntos técnicos e eruditos só porque são celebridades? Que cabedal ou estofo cultural têm cantores, modelos, apresentadoras de televisão ou humoristas para deitarem & rolarem sobre assuntos da atualidade, sem conhecerem a fundo temas complexos &delicados? E que estrago isso pode fazer na cabeça do povo? 4 Pintou um assunto polêmico e lá está Caetano Veloso falando pelos cotovelos sobre a matança de marimbondos no Pará ou a Fernanda Young opinando sobre o aumento abusivo do seu Plano de Saúde. A quem interessa saber o que a Marisa Orth diz sobre a invasão do Iraque? Já a Regina Case é um caso patológico. Com seu estilo brejeiro, ela defende a preservação do mico-leão dourado e indigna-se com a pesca predatória em Manaus. 5 Hoje, qualquer um pode meter o bedelho em tudo e, o que é pior, usa a coluna do jornal em proveito próprio. No mesmo texto, o cara analisa a desastrosa política do governo, fala do seu poodle que ele ama de paixão, diz que a Fernanda Lima é o seu objeto de desejo e, de quebra, ainda elogia o último disco do Zeca Pagodinho. 6 O Diogo Mainardi é um assunto de polícia. Entende de Getúlio Vargas, decodificação do DNA, Brecht, clonagem da Dolly. Se você procurar no dicionário a palavra petulância, vai encontrar a foto dele. 7 Teve uma época na imprensa brasileira em que as atividades profissionais eram estanques: quem escrevia sobre política era formado em sociologia, com pós- graduação na Sorbonne; quem escrevia sobre economia era economista com passagem em Harvard ou Berkeley; a arte ficava a cargo de estudiosos, críticos, pesquisadores. Quem escrevia os editoriais eram caras com tempo de estrada, tinham entrevistado personalidades nacionais e estrangeiras, possuíam bagagem. 8 Arnaldo Jabor é provavelmente a maior herança da era Collor. Quando o cinema brasileiro entrou em colapso, o Jabor disparou a falar e não parou mais. Ele é um deus grego, suas opiniões são disputadas a tapa, repetidas nas rodinhas de boteco, glamourizadas. No Jornal Nacional, ele fala sobre tudo, cria metáforas, comete simbioses e entropias, é retórico, implacável,obsessivo. Como cineasta, deveria limitar-se a seu ofício. 9 Mas não. Eles todos_________, não conseguem se controlar, estão por cima da carne-seca. Se dão o direito de falar ao pé do ouvido do público, como uma _______ caseira_______ sabedoria em conversas ao redor da fogueira. São um ________de cronistas, editorialistas e fofoqueiros e atendem pelo pomposo título de opinionmakers. Eles sorriem pelo canto dos lábios,franzem a testa, são irreverentes, tudo para eles é emblemático, endógeno, virtual, aparecem na TV,escrevem nos jornais e revistas, são celebridades, dão entrevistas em talk shows, publicam livros,são ecléticos. Pior: têm toda a liberdade, ganham uma baba, são endeusados pelo povinho letrado,querem ser reconhecidos pelas ruas em que passam, vivem para dar opiniões mas, em geral, não teriam a mínima credibilidade num país sério. Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 57 As lacunas do último parágrafo são preenchidas correta e respectivamente pelas palavras daalternativa: (A) extrapolam – vovozinha – destila – mixto (B) estrapolam – vovozinha – distila – misto (C) estrapolam – vovosinha – distila – mixto (D) estrapolam – vovozinha – distila – mixto (E) extrapolam – vovozinha – destila – misto _____________ Comentário: Uma questão relativamente simples, que mistura a ortografia e a interpretação de textos, temos de preencher as lacunas com a forma ortograficamente correta. Notem, meus amigos, que só preenchendo as lacunas podemos ler o texto integralmente! À resolução, portanto. O primeiro segmento ficaria “Eles todos extrapolam”, do verbo “extrapolar”, com significado de “ultrapassar os limites”. Note que, com isso, eliminamos duas alternativas. O diminutivo de “vovó” é corretamente grafado vovozinha, como todo substantivo terminado em vogal não precedida de s, quando este mantem-se na grafia (casinha, vasinho). Assim, de caju temos cajuzinho, de Vatapá, vatapazinho, etc. O verbo destilar grafa-se com e, seu sentido originário é “deixar sair gota a gota”, daí o sentido de “conversar miudamente”, como quem deixa gotejar sua prosa. Chegamos ao final, com a palavra “misto”, que pode causar dúvidas, pois vemos por aí a grafia “mixto”, no entanto é incorreta, é na verdade um arcaísmo. Portanto, temos “extrapolam”, “vovozinha”, “destila” e “misto”, o que corresponde à última alternativa. Gabarito: e Dificuldade comum na grafia é a oferecida pelas palavras semelhantes, os parônimos, e os homônimos de grafia diversa, ditos não homógrafos, palavras de mesmo som, sentido diverso e grafia diversa, como conserto e concerto, que significam reparação, ajuste, restauro; e recital de música, respectivamente. Para evitar essas “armadilhas”, pode ser útil a lista de parônimos e homônimos abaixo, que explica o sentido de cada uma das expressões. Ascender – subir, elevar-se Acender – iniciar o fogo Acerca de – a respeito de, sobre: “nada sabemos acerca do visitante”. A cerca de – distância aproximada, no espaço ou no tempo – “a cerca de dois quilômetros daqui”; com o verbo haver, Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 57 indica tempo passado – “estive aqui há cerca de dez anos” Aferir - avaliar, medir, estimar, calcular Auferir - colher, obter, conseguir Acético - relativo ou pertencente ao vinagre; ácido, acre. Temos ainda asséptico: relativo à assepsia, ausência de agentes infecciosos Ascético - aquele que se dedica à vida de asceta, que exerce o ascetismo;de hábitos frugais. Apreçar - ajustar o preço de, atribuir valor a Apressar - tornar mais rápido, acelerar. Aonde – para onde, com noção de movimento Onde- indicação de lugar (estático) Bocal -abertura de vaso, candeeiro, frasco, castiçal Bucal - relativo à boca. Caçar - perseguir, dar caça. Cassar - anular. Cessão – ato de ceder Seção – parte, subdivisão; temos ainda Sessão, reunião, acontecimento Comprimento – extensão Cumprimento – ato de cumprir; saudação Decente - decoroso, limpo. Descente - que desce, vazante Deferimento - concessão, atendimento. Diferimento -adiamento. Descrição - ato de descrever, tipo de redação, exposição. Discrição - qualidade daquele que é discreto, prudência Descriminar – não reputar crime certo ato. Discriminar - distinguir, diferenciar, separar Destratar - insultar. Distratar - romper um trato, desfazer um contrato. Emergir - vir à tona, subir. Imergir - mergulhar, descer Emigrante - pessoa que sai do próprio país Imigrante - pessoa que entra num país estrangeiro Eminente -que se destaca, excelente, notável. Iminente - que está prestes a ocorrer, pendente Emitir - expedir, emanar, enunciar, lançar fora de si. . Imitir - fazer entrar, investir. Esperto - ardiloso, malicioso, sagaz. Experto - experiente, especialista, perito. Espiar - espreitar, olhar. Expiar - redimir-se, purgar uma culpa Espirar - soprar, respirar, estar vivo Expirar -expelir o ar, morrer; findar (prazo) Estância lugar onde se está ou permanece, morada, paragem,estabelecimento rural Instância -jurisdição, ordem ou grau da hierarquia judiciária Estático - estar parado (como uma Extático – relativo ao êxtase Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 57 estátua). Estrato - camada (estrato social; sociedade estratificada = dividida em camadas) Extrato - o que foi extraído de algo fragmento, resumo, sumo,essência Flagrante - evidente, fato que se observa no momento em que ocorre. . Fragrante - que exala cheiro agradável, aromático Fluir - correr (líquido), passar (tempo). Fruir =- desfrutar, gozar Incerto – o que causa incerteza, duvidoso. Inserto - inserido, incluído. Incipiente - iniciante, inexperiente Insipiente - ignorante. Inflingir - aplicar ou determinar uma punição; causar (dano) Infringir - desobedecer, transgredir Laço - laçada. Lasso - frouxo, cansado, dissoluto. Mandado -ordem emanada de autoridade judicial ou administrativa. Mandato - período de missão política. Paço - palácio. Passo – passada. Pleito - disputa.. Preito - homenagem Prenunciar - anunciar com antecedência. Pronunciar - exprimir verbalmente, articular as palavras Prescrever – determinar, recomendar; perder a validade Proscrever - banir, expulsar Tráfego – trânsito Tráfico - comércio ilegal, negócio indecoroso Trás -parte posterior. Traz - forma do verbo TRAZER Vadear - passar a vau, isto é, transpor um rio a pé ou a cavalo. Vadiar – ação própria de vadio, levar vida ociosa, andar à toa Vultoso - de grande vulto, volumoso. Vultuoso - atacado de vultuosidade (estado mórbido em que a face e os lábios se incham e avermelham) Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 57 Questões comentadas 5 (FMP/Câmara Sta. Bárbara d´Oeste/Jornalista/2010) Leia o texto abaixo para responder a pergunta a seguir Legislar o riso e sacralizar o poder? Roberto da Matta 1 Toda tentativa de tolher a liberdade de expressão engessa e, no fundo, tenta realizar aquiloque é básico numa democracia competitiva e igualitária: a discussão política que marca diferenças e estabelece limites para a multiplicidade de perspectivas vigentes num sistema centrado no cidadão. No Brasil, temos leis para tudo. Tantas, que até existe uma certa desconfiança de que o aparato torna os grandes bandidos “imprendíveis”. Temos leis até para regular como as pessoas devem ser presas, porque se elas forem importantes, deve-se evitar a “espetacularização”, que em todos os lugares algema, numa prova cabal de que a polícia cumpriu o seu papel. Um país com uma etiqueta para aprisionar me preocupa. Estou convencido de que se tivéssemos uma Futebolbrás, jamais teríamos sido pentacampeões do mundo, porque a convocação e nosso jogo seria legislado, algo que muitos sentem falta. Seria proibido perder Copas do Mundo e a prática exclusiva do “futebol arte” seria estabelecida por lei! 2 Como ter confiança na lei se desconfiamos da polícia e a polícia desconfia dela própriaporque, tal como ocorre com as leis (e com a ética), temos muitas polícias para deleite dos bandidos e advogados? 3Digo isso porque uma interpretação antidemocrática do artigo 45 da Lei das Eleições, em vigência desde de 1.º de outubro de 1997, que reprime usar o humor com foco em partido ou candidato em período eleitoral, fere a liberdade de expressão e vai abrir um sério combate entre os que estão no poder e não gostam de liberdade, e os humoristas que dela vivem. Entre seriíssimos donos do poder e risonhos carnavalizadores profissionais – os humoristas -, cuja profissão é promover uma simbólica e galhofeira troca de lugar. A tal troca de lugar capaz de provocar o riso de si mesmo, esse apanágio que Bergson dizia ser exclusivamente humano já que os crocodilos choram, o que não é caso de nenhuma besta quadrada, Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 57 sobretudo as que chegam ao poder. No Brasil, um poder perpetuamente onipotente odeia e recusa o erro. Por isso, todo poderoso tem tanto medo do riso que o traz de volta ao plano da cidadania. Se os comuns não suportam a politicalha diária, os poderosos detestam o riso. 4 Num livro famoso, Mikhail Bakhtin ajuda a ................. esse assunto que talvez venha a sermais excitante do que o debate eleitoral. ............ o riso não combina com eleições e candidatos, no caso do Brasil, quando em países igualitários e democracias estabelecidas ele corre solto justamente nessa época?Bakhtin – como Freud – ............ acima de tudo a capacidade do humor de, pelo riso humano orgulhoso e zombeteiro, enfrentar (e vencer) a dor, as adversidades, o destino e a morte. De fato, nosso pior inimigo fica mais .............. diante de uma gargalhada do que de um revólver. A própria desgraça recua se alguém se atreve a ridicularizá-la. Ainda mais nesta vida que não merece mais do que uma boa anedota. 5 A tentativa de reprimir o humor em período eleitoral é coerente com a liturgia que cerca odebate cheio de dedos dos presidenciáveis. Ela põe a nu quanto o nosso sistema de poder protege, dignifica, hierarquiza e sacraliza o governante. E quanto somos coniventes com isso. O medo do riso é o medo da igualdade que o momento eleitoral inevitavelmente demanda e revela. Seria possível proibir o riso e o humor neste momento, como fazem os radicais, que se levam tão a sério que não podem rir de si próprios? 6 Falamos muito de “realidade” e pouco dos seus símbolos. A mentalidade “legislerante” é umaclara tentativa de arrolhar o dia a dia. Ela é a responsável por esse universo de leis que promovem o famoso axiomado “é ilegal, e daí?”, a prova mais clara de que, entre nós, as leis não acompanham o bom senso. Amordaçado o riso, o poder sacraliza-se porque não há mais a liberdade de desafiá-lo e usá-lo como uma fonte de alegria – um dos modos mais legítimos de mostrar a face humana dos poderosos. Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 57 7 No nosso universo político, a mentira, um ininteligível economês falado mais com os dedos do que com o coração, as promessas de que, como “pai” e “mãe”, se vai cuidar do povo (haja saco e paciência!) são dominantes. Neste palco, sempre reinou o medalhão oportunista, tarado pelo poder; esse farsante soturno que malandramente usa a máscara da igualdade para ampliar seu mandonismo. Hoje, esse papel fica mais duro de ser desempenhado, pois a pressão por transparência e igualdade exige menos hipocrisia (esse apanágio do populismo lulista) e mais coerência (que exige administrar honestamente mais do que “cuidar” como pai ou mãe do povo). É ofensivo rir de um poderoso? Pode-se fazer uma lei impedindo gargalhar de uma besta quadrada que aspira ao poder? Nas ditaduras, o sujeito morre; nas democracias, vive-se disso. Dessa relativização por meio do riso que – como a morte – iguala definitivamente, mostrando que se hoje estamos no poder, amanhã dele sairemos. Fonte: Jornal “O Estado de S. Paulo” – 25/08/10 Considere as lacunas no quarto parágrafo e assinale a alternativa que tem as palavras que as completam adequadamente. (A) desvendar – Porque – enfatiza – aterrorizado (B) disvendar – Por que – enfatiza – aterrorizado (C) desvendar – Porque – enfatisa – aterrorisado (D) desvendar – Por que – enfatiza – aterrorizado (E) disvendar – por que – enfatisa – aterrorizado ___________ Comentários: Uma questão de ortografia, temos de preencher as lacunas do 4º § do texto. Na primeira alternativa, temos o prefixo des-, de origem latina,que se pode confundir com o prefixo dis-, de origem grega; o prefixo des- tem o sentido de negação, separação, afastamento; desvendar significa “tirar o véu”. O prefixo dis- é usado mais em vocábulos eruditos, tem sentido semelhante, essa é a dificuldade. Exemplos distopia, dispespsia, distonia; tem sentido de negação, e ausência. Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 57 No caso de interrogativa expressa, com ponto de interrogação, temos a escrita por que, separados. As duas outras alternativas tem relação com verbos da 1ª conjugação terminados em -isar ou –izar. Em caso de dúvida, é preciso verificar a palavra do qual derivam. Os verbos terminados em –isar são derivados de nomes em que o s faz parte do radical; assim, -isar na verdade não é um sufixo verbal, apenas o –ar, sufixo normal da 1ª conjugação. O segmento –is- é parte da raiz. Assim, temos os verbos analisar, paralisar, pesquisar, pisar, derivados de análise, paralisia, pesquisa, piso, e assim por diante. Por outro lado, a terminação –izar é de fato um sufixo verbal, com o sentido de “tornar”, “transformar em”; temos urbanizar, de urbano; colonizar, de colono/colônia; radicalizar, de radical. E Aterrorizar, de terror (também com um prefixo). Agora, o aluno atento pergunta, então “ênfase”, grafado com s, terá um verbo derivado com s? Não, no caso há alternância na consoante final; as formas mais distantes da sílaba tônica sofrem transformações, se o s fosse mantido no radical teríamos a forma *enfasar ou pior ainda, *enfasear, que obviamente não existem. O s cai e dá lugar ao t antes do sufixo, exatamente como em enfático. Gabarito: d 6. (FMP – TJ/AC – 2010) - O substantivo VAZAMENTO, no texto, está corretamente grafado, porque vem do verbo VAZAR com Z. Essa mesma relação de ortografia – palavra primitiva com Z = palavra derivada com Z - pode ser feita com todas as palavras abaixo, exceto: (A) li___o / ali_ar. (B) bali_a / bali_ar (C) desli_e / desli_ar (D) va_io / esva_iar (E) _ebra / _ebrado __________ Comentários: Uma questão de grafia, sobre alternância de s e z. Temos as palavras zebra, vazio, deslize e baliza, todas grafadas com z, assim como seus Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 57 derivados zebrado, esvaziar, deslizar e balizar; apenas o adjetivo liso, na primeira alternativa, é grafado com s, assim como o verbo derivado alisar. A questão, como se vê, é bem simples. Gabarito: a 7-(ESAF-SUSEP/2010) Assinale a opção em que o texto foi transcrito com erro gramatical no termo sublinhado. A historiografia econômica já explorou detidamente os mecanismos pelos quais(A) as eras históricas, que são nomeadas pelos respectivos sistemas de produção, ganharam uma fisionomia própria, uma identidade, entraram em crise, sendo(B) enfim substituídas implacavelmente em escala mundial. O feudalismo foi dissolvido pelo capital mercantil, e este, passado o processo de acumulação, deu lugar ao capitalismo industrial. O imperialismo é o ápice do processo capitalista e, até a bem(C) pouco tempo, o pensamento de esquerda ancorava-se na certeza de que o socialismo universalizado tomaria o lugar dos imperialismos em luta de morte. As dúvidas são hoje graves, mas a hipótese de que(D) as fases não só se encadeiam mas se ultrapassam é ainda um cânon de leitura poderoso, parecendo imbatível quando se examinam(E) os períodos de transição. (Alfredo Bosi, O tempo e os tempos. In: Adauto Novaes (org.), Tempo e História. São Paulo: Companhia das Letras,1992, p.21, com adaptações) a) (A) b) (B) c) (C) d) (D) e) (E) __________ Comentários Temos de examinar as palavras sublinhadas, no contexto em que estão, para julgar se há erro “gramatical”; a questão será resolvida pelo conhecimento de ortografia. Observem o uso correto do relativo no trecho A, a aplicação perfeito da gerúndio em B. Em C, teremos um erro em até Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 57 a bem pouco tempo; de fato, a grafia dos vocábulos há e a é que está em questão. Pois no trecho temos uma expressão equivalente a “faz pouco tempo”, com o verbo “haver”. É nossa alternativa, pelo visto. Em seguida, temos o uso correto da preposição de, regida pelo nome hipótese, como em A hipótese da geração espontânea, seguida pela conjunção que, a introduzir oração subordinada adjetiva restritiva. O último segmento destaca o uso de se como pronome apassivador, na formação de voz passiva sintética, tópico a ser estudado na aula dedicada à sintaxe. Gabarito:C 8 – (ESAF – SUSEP/2010)- Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra inserido no texto. A manutenção dos empregos é um atestado de que(1) os agentes econômicos, embora(2) assustados com as repecurssões(3) da crise nos países mais desenvolvidos, não perderam a confiança na economia brasileira. Não foi sem motivo. Graças aos sinais emitidos pelo próprio governo de que a crise seria encarada sem abalos na estrutura do combate à(4)inflação, no câmbio flutuante e com o menor sacrifício possível da política de superávits primários, já se sabia que a economia brasileira teria condições inéditas de escapar dos piores efeitos da situação. Mesmo tendo enfrentado(5) uma recessão, caracterizada pelo desempenho negativo do PIB por dois semestres seguidos, e de sofrer forte pressão por mudanças no câmbio, o governo sustentou a política econômica. (Adaptado de Estado de Minas, Editorial, 19/02/2010) a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 __________ Comentários Questão em que o examinador interpola erros em um texto, que temos de identificar. Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 57 Nesse caso temos um erro crasso de grafia, nem vou analisar as demais alternativas; vejam que, em (3), o vocábulo “repercurssão” não existe. É similar ao vocábulo correto “repercussão”, que tem o sentido de “reverberar”, “reproduzir”, “divulgar”. Vamos a uma pequena análise morfológica: “percutir” é bater, “repercutir” é derivado pela adição de prefixo, com sentido de “rebater”, “bater reflexamente”. Vejam a ligação entre a morfologia e o significado. Aquilo que tem eco é o que repercute, como quem bate insistentemente num tambor. Por acidente, temos a palavra “percurso”, mas não há o derivado prefixal “repercurso” – o que seria isso, talvez um caminho percorrido ida e volta? Desse, poderíamos derivar o aumentativo repercussão; mas agora eu estou brincando com as palavras, para demonstrar que muitas vezes a semelhança da forma leva a erros. Gabarito:C 9 –(ESAF – CVM /2010) Os trechos abaixo compõem um texto de José Carlos Moutinho. Disponível em http://www. correiocidadania.com.br /content/view/5162/9/ (acesso em 27/10/2010). Assinale a opção em que o fragmento foi transcrito de forma gramaticalmente correta. a) A história da Internet demonstra que esta surgiu primeiramente nos meios militares norteamericanos, no auge da Guerra Fria, tendo sido então extendida para os meios acadêmicos. Desde os seus primórdios (Arpanet), a Internet visa à processamento e transmissão de grande quantidade de informações e dados, para a formação de conhecimento. b) A Internet, a partir de 1994, ganhou diversidade tecnológica, agilidade e interface, e esses fatores facilitam a operacionalidade do internauta no acesso à informação. Como resultado de anos de trabalho de armazenamento de dados, a Internet constituiu um imenso banco de dados disponível a todo cidadão. c) A Internet (pela sua diversidade, rapidez, interatividade e instantaneidade) contribue muito para a socialização do conhecimento. No entanto, a grande rede tem sucitado diversos debates sobre sua capacidade de contribuir para a formação do pensamento, conhecimento e inteligência. Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 57 d) A Internet, entre outros meios digitais favorece muito para o acesso a informação e ao conhecimento do leitor digital. Mas isso tudo é apenas um passo para a pessoa adquirir outra faculdade em direção ao sucesso na vida e ajudar o próximo: a inteligência, a faculdade de entender, pensar, raciocinar e interpretar. e) Esse é o desafio que está ocupando especialistas em Educação no Brasil, ou seja fazer com que o brasileiro deixe de ser analfabeto funcional – a pessoa que lê textos, mas não consegue entende-los e interpreta-los. __________ Comentários Nesta questão, temos de localizar a alternativa correta, e a ortografia é um dos critérios mais relevantes para chegar à resposta correta. A primeira contém erros de grafia (norteamericanos, por norte-americanos; extendida por estendida), e de regência, em “...visa à processamento e transmissão...”, em que seria admissível o uso apenas da preposição (visa a), ou de preposição e artigo, respeitando-se o paralelismo e concordância de gênero (ao processamento e à transmissão). Podemos descartar a alternativa. A segunda alternativa, embora estilisticamente pobre, tanto pela escolha de palavras (operacionalidade), quanto pela repetição (dados...dados), não contém erro gramatical, de regência, de concordância, de grafia; tem grande chance de ser nossa escolhida. Vejamos as restantes. Na terceira, temos erros indiscutíveis na grafia de contribui e de suscitado, além da quebra do paralelismo na regência de preposição em “formação do pensamento, conhecimento e inteligência”. Em d, temos diversos erros: falta de vírgula depois de digitais a isolar o adjunto interposto entre sujeito e verbo, regência (favorece para), crase (acesso à informação), outro erro de regência – em direção ao sucesso na vida e a ajudar o próximo, que mesmo corrigido não salva muito a redação do trecho. Enfim, é a alternativa com mais erros. Em e, vemos que a expressão ou seja, que introduz uma explicação, tem de estar isolada entre vírgulas quando ocorre no meio da frase. Além disso, temos a falta de acentuação dos verbos com pronome oblíquo posposto, no final. Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker – Aula 00 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 57 Gabarito:B 10 –(ESAF/2010) O texto a seguir foi transcrito com erros. Assinale o único trecho que atende plenamente às prescrições gramaticais. a) Constroe-se o espaço social de tal modo que os agentes ou grupos são aí distribuídos em razão de sua posição nas distribuições estatísticas de acordo com os dois princípios de diferenciação que, em sociedades mais desenvolvidas, são sem dúvida, os mais eficientes: o capital econômico e o capital cultural. b) Na dimensão mais importante, os detentores de um grande volume de capital global, como empresários, membros de profissões liberais e professores universitários, opõe-se globalmente aqueles menos providos de capital econômico e de capital cultural, como os operários não qualificados. c) Na perspectiva em que se considere o peso relativo do capital econômico e do capital cultural no patrimonio dos agentes sociais, os professores – relativamente mais ricos em capital cultural que em capital econômico –, estão em oposição, nitidamente, aos empresários – relativamente mais ricos em capital econômico que em capital cultural. d) O espaço de posições sociais traduz-se em um espaço de tomada de posição, pela intermediação do espaço de disposições. Em outras palavras, ao sistema de separações diferenciais que definem as posições nos dois sistemas principais do espaço social corresponde um sistema de separações diferenciais nas propriedades dos agentes sociais. e) À cada classe de posições correspondem uma classe habitus (ou de gostos) produzidos pelos condicionamentos sociais e, pela intermediação desses habitus, um conjunto sistemático de bens e de propriedades, vinculadas entre si por uma afinidade de estilo. (Texto adaptado de Pierre Bordieu. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas, SP: Papirus, 1996, p.19.) ___________________ Comentários: Aqui, um trabalho de revisão de textos, de detecção de erros, em que mais uma vez a ortografia será determinante. Temos de detectar os diversos erros constantes das alternativas. Vamos a elas. Língua Portuguesa p/ Técnico
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